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SUBSECRETARIA DA 3A.TURMA ESPECIALIZADA BOLETIM: 141175

Caderno Judicial TRF

SUBSECRETARIA DA 3A.TURMA ESPECIALIZADA BOLETIM: 141175

Caderno Judicial TRF

IV - APELACAO CIVEL 2010.51.01.500216-3 Nº CNJ :0500216-80.2010.4.02.5101

RELATOR :JUIZA FEDERAL CONVOCADA CLAUDIA NEIVA

APELANTE :CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMOVEIS - CRECI 1A REGIAO/RJ

ADVOGADO :NATHALIA MORAES SCHMUCLER E OUTROS

APELADO :JOSE LUIZ DE SOUZA COSTA ADVOGADO :SEM ADVOGADO

ORIGEM :9EF VARA JUSTIÇA FEDERAL RIO DE JANEIRO/RJ (201051015002163) Decisão

Trata-se de apelação interposta pelo CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS – CRECI, contra a sentença que extinguiu a execução fiscal relativa à cobrança de anuidades, nos termos do art. 267, IV, do CPC, ao argumento de que os valores das anuidades não podem ser fixados por Resoluções, à vista do princípio da legalidade, ante a natureza tributária das contribuições de interesse das categorias profissionais e econômicas, e em lei revogada (Lei nº 6.994/82), e de que a cobrança excede os parâmetros estabelecidos na citada Lei nº 6.994/82, o que afasta a liquidez e certeza do título executivo.

Salienta o recorrente, em síntese, que a Lei nº 10.975/03, que alterou a redação do art. 16 da Lei nº 6.530/78, fixou o valor das anuidades devidas ao CRECI/RJ, somente sendo aplicados os valores da Lei nº 6.994/82 aos Conselhos de Fiscalização Profissional que não têm anuidades fixadas em lei própria. Acrescenta, ainda, que a atualização monetária pelo IPC, autorizada pela Lei nº 6.530/78, não constitui majoração de tributo.

Dessa forma, postula a anulação da sentença e o prosseguimento da execução.

É o relatório. Decido.

Conheço do apelo eis que presentes os seus pressupostos legais.

A execução envolve a cobrança de anuidades.

As anuidades estabelecidas pelos Conselhos Profissionais, por sua natureza de contribuição social, dependem de lei para sua fixação e majoração, nos termos do art. 150, caput e inciso I, da CF e do art. 97 do CTN, como decidido pelo Supremo Tribunal Federal na ADIN nº 1.717/DF.

Nesse sentido é a jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça:

“ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. CONSELHOS PROFISSIONAIS. ANUIDADE. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. DISSÍDIO PRETORIANO. SÚMULA N. 83/STJ. FIXAÇÃO POR RESOLUÇÃO.

(...) 2. As anuidades dos conselhos profissionais, à exceção da OAB, têm natureza tributária e, por isso, seus valores somente podem ser fixados nos limites estabelecidos em lei, não podendo ser arbitrados por resolução e em valores além dos estabelecidos pela norma legal. (...)” ( STJ, Resp 725075, rel.

TEORI ALBINO ZAVASCKI, 1ª Turma, data do julgamento 03/09/2009, DJe 21/09/2009).

"ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. CONSELHOS PROFISSIONAIS. ANUIDADE. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. DISSÍDIO PRETORIANO. SÚMULA N. 83/STJ. FIXAÇÃO POR RESOLUÇÃO.

(...)2. As anuidades dos conselhos profissionais, à exceção da OAB, têm natureza tributária e, por isso, seus valores somente

podem ser fixados nos limites estabelecidos em lei, não podendo ser arbitrados por resolução e em valores além dos estabelecidos pela norma legal.

3. Recurso especial conhecido parcialmente e improvido.”

(STJ, REsp 507769/SC, rel. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, 2ª Turma, DJ 19/03/2007).

"ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. CONSELHOS PROFISSIONAIS. ANUIDADE. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. DISSÍDIO PRETORIANO. SÚMULA N. 83/STJ. FIXAÇÃO POR RESOLUÇÃO.

(...)2. As anuidades dos conselhos profissionais, à exceção da OAB, têm natureza tributária e, por isso, seus valores somente podem ser fixados nos limites estabelecidos em lei, não podendo ser arbitrados por resolução e em valores além dos estabelecidos pela norma legal.

(...)"

(STJ, REsp 1074932, rel. CASTRO MEIRA, 2ª Turma, DJe 05/11/2008).

No caso em tela, não há violação do princípio da legalidade, uma vez que as anuidades cobradas são posteriores à edição da Lei nº 10.795/03, que alterou o art. 16 da Lei nº 6.530/78, fixando valores máximos das anuidades.

Ademais, há previsão na referida Lei de que os valores das anuidades serão corrigidos anualmente pelo IPC, não importando majoração da contribuição.

A respeito do tema cito os seguintes precedentes:

“CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUTÁRIO. SENTENÇA QUE EXTINGUIU A EXECUÇÃO POR INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO. CONSELHO DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. NECESSÁRIA SUJEIÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. ART. 149, DA CF/88. ART. 16, PARÁGRAFO 1º, I, DA LEI 6.530/78, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI 10.795/2003. OBSERVÂNCIA. LEGALIDADE DA CDA. RECURSO PROVIDO. 1. Trata-se de recurso de apelação interposto pelo CRECI/RN - CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS DO RIO GRANDE DO NORTE - CRECI 17ª REGIÃO contra sentença que extinguiu o feito, sem resolução de mérito, com fulcro no art. 618, I, do CPC, e no art. 26, da LEF, reconhecendo a nulidade do título executivo. 2. Os valores devidos pelos profissionais aos seus respectivos conselhos, a título de anuidade, constituem contribuições sociais de interesse das categorias profissionais, espécies do gênero tributo, expressamente submetidas ao princípio da legalidade, conforme disciplinou a Carta Magna de 1988, em seu art. 149. 3. "A norma legal que delega aos conselhos de fiscalização profissional, destituídos de poder político, a atribuição de instituir e majorar as contribuições devidas pelos profissionais vinculados à instituição, ou seja, que repassa competência tributária, viola os artigos 149 e 151, I, da CF/88". Reconhecimento da inconstitucionalidade do art. 2° da Lei 11.000/2004, pelo Pleno deste Tribunal, nos autos do Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade n° 410826/PE (19/09/2007). 4. Contudo, na hipótese em tela, as anuidades cobradas pelo CRECI dizem respeito a período posterior a edição da Lei 10.795, de 05 de dezembro de 2003, que deu nova redação ao art. 16 da Lei nº 6.530/78, que regulamenta a profissão e o funcionamento dos órgãos de fiscalização dos Corretores de Imóveis. 5. Compulsando os autos, observa-se que no tocante à cobrança das anuidades referentes aos exercícios de 2006 e 2007, o recorrente atendeu aos limites máximos previstos no mencionado dispositivo legal, uma vez que os valores indicados na CDA são de R$ 257,72 (duzentos e cinquenta e sete reais e setenta e dois centavos) para cada

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ano. Resta evidente, portanto, que não houve a ilegalidade apontada na sentença. 6. Encontrando-se o título executivo que instruiu a presente execução fiscal certo, líquido e exigível, há de ser reformada a sentença, a fim de que a execução tenha seu regular processamento. 7. Apelação provida.”

(TRF/5ª Região, 1ª Turma, AC 00020327020104058400, rel. NILIANE MEIRA LIMA, DJe 29/9/11, pag. 297, un.)

“TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. CONSELHOS PROFISSIONAIS. INSTITUIÇÃO DA ANUIDADE POR MEIO DE LEI. SUJEIÇÃO AO PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL. ARTIGO 16 DA LEI Nº 6.530/1978, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 10.795/2003. PREVISÃO DE VALORES MÁXIMOS. DEFINIÇÃO DO VALOR PELO CONSELHO FEDERAL, LEGITIMIDADE. PREVISÃO LEGAL DE CORREÇÃO MONETÁRIA, índice oficial de preços ao consumidor.

1. Esta Corte assentou a premissa de que é vedado aos Conselhos Profissionais fixar/majorar suas anuidades por meio de resolução, sob pena de afronta ao princípio da legalidade, inserido no artigo 150 da Carta Política (Súmula nº 57 - TRF-2ª RG - julgamento em 07.11.2011).

2. Não obstante, o Conselho Regional de Corretores de Imóveis possui lei especifica disciplinando a cobrança das anuidades dos contribuintes sujeitos à sua fiscalização. Trata-se da Lei nº 6.530/1978, que dá nova regulamentação à profissão de Corretor de Imóveis e disciplina o funcionamento de seus órgãos de fiscalização.

3. Em regra, o excesso na execução, por ser matéria que exige prova pericial, não pode ser conhecido de ofício, vez que a certidão da divida ativa goza de presunção de veracidade, inexistindo nos autos qualquer prova que, de plano, a possa desconstituir, porque há previsão legal para a correção das anuidades devidas ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis.

4. Destarte, considerando que os valores cobrados foram instituídos por lei, que inclusive estabeleceu o modo de correção do débito, a respeitável sentença de primeiro grau deve ser anulada, para que se dê prosseguimento ao feito executivo.

5. Recurso provido."

(TRF/2ª Região, 4ª Turma Especializada, AC/577057, proc. nº 2010.51.01.5258080, rel. Des. Fed. LUIZ ANTONIO SOARES, DJe 02/04/2013).

A fundamentação da sentença não se aplica ao caso, na medida em que desconsiderou a Lei nº 10.795/03.

Isto posto, nos termos do art. 557, 1º-A, do CPC, dou provimento ao recurso para afastar a extinção, determinando o retorno dos autos à Vara de Origem para prosseguimento do feito.

P.I.

Transitado em julgado, baixem os autos à Vara de Origem. Rio de Janeiro, 09 de abril de 2013.

CLÁUDIA MARIA PEREIRA BASTOS NEIVA Juíza Federal Convocada

Relatora

IV - APELACAO CIVEL 2009.51.01.521316-0 Nº CNJ :0521316-28.2009.4.02.5101

RELATOR :JUÍZA FEDERAL CONVOCADA CLÁUDIA MARIA PEREIRA BASTOS NEIVA

APELANTE :CONSELHO REGIONAL DE

CORRETORES DE IMOVEIS - CRECI 1A REGIAO/RJ

ADVOGADO :ANA PAULA PINTO QUINTAES E OUTROS

APELADO :JOAO BATISTA PEREIRA DA SILVA ADVOGADO :SEM ADVOGADO

ORIGEM :9ª VARA FEDERAL DE EXECUÇÃO FISCAL DO RIO DE JANEIRO

Decisão

Trata-se de apelação interposta pelo CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS – CRECI, contra a sentença que extinguiu a execução fiscal relativa à cobrança de anuidades, nos termos do art. 267, IV, do CPC, ao argumento de que os valores das anuidades não podem ser fixados por Resoluções, à vista do princípio da legalidade, ante a natureza tributária das contribuições de interesse das categorias profissionais e econômicas, e em lei revogada (Lei nº 6.994/82), e de que a cobrança excede os parâmetros estabelecidos na citada Lei nº 6.994/82, o que afasta a liquidez e certeza do título executivo.

Salienta o recorrente, em síntese, que a Lei nº 10.975/03, que alterou a redação do art. 16 da Lei nº 6.530/78, fixou o valor das anuidades devidas ao CRECI/RJ, somente sendo aplicados os valores da Lei nº 6.994/82 aos Conselhos de Fiscalização Profissional que não têm anuidades fixadas em lei própria. Acrescenta, ainda, que a atualização monetária pelo IPC, autorizada pela Lei nº 6.530/78, não constitui majoração de tributo.

Dessa forma, postula a anulação da sentença e o prosseguimento da execução.

Sem contrarrazões.

O Ministério Público Federal opinou pelo desprovimento do recurso.

É o relatório. Decido.

Conheço do apelo eis que presentes os seus pressupostos legais.

A execução envolve a cobrança de anuidades e multas.

Embora as multas tenham natureza administrativa, há prevalência na ação da questão tributária, atinente à cobrança de anuidades, a ensejar a competência da Turma Especializada em Tributário.

As anuidades estabelecidas pelos Conselhos Profissionais, por sua natureza de contribuição social, dependem de lei para sua fixação e majoração, nos termos do art. 150, caput e inciso I, da CF e do art. 97 do CTN, como decidido pelo Supremo Tribunal Federal na ADIN nº 1.717/DF.

Nesse sentido é a jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça:

“ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. CONSELHOS PROFISSIONAIS. ANUIDADE. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. DISSÍDIO PRETORIANO. SÚMULA N. 83/STJ. FIXAÇÃO POR RESOLUÇÃO.

(...) 2. As anuidades dos conselhos profissionais, à exceção da OAB, têm natureza tributária e, por isso, seus valores somente podem ser fixados nos limites estabelecidos em lei, não podendo ser arbitrados por resolução e em valores além dos estabelecidos pela norma legal. (...)” ( STJ, Resp 725075, rel.

TEORI ALBINO ZAVASCKI, 1ª Turma, data do julgamento 03/09/2009, DJe 21/09/2009).

"ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. CONSELHOS PROFISSIONAIS. ANUIDADE. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. DISSÍDIO PRETORIANO. SÚMULA N. 83/STJ. FIXAÇÃO POR RESOLUÇÃO.

Caderno Judicial TRF

(...)2. As anuidades dos conselhos profissionais, à exceção da OAB, têm natureza tributária e, por isso, seus valores somente podem ser fixados nos limites estabelecidos em lei, não podendo ser arbitrados por resolução e em valores além dos estabelecidos pela norma legal.

3. Recurso especial conhecido parcialmente e improvido.”

(STJ, REsp 507769/SC, rel. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, 2ª Turma, DJ 19/03/2007).

"ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. CONSELHOS PROFISSIONAIS. ANUIDADE. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. DISSÍDIO PRETORIANO. SÚMULA N. 83/STJ. FIXAÇÃO POR RESOLUÇÃO.

(...)2. As anuidades dos conselhos profissionais, à exceção da OAB, têm natureza tributária e, por isso, seus valores somente podem ser fixados nos limites estabelecidos em lei, não podendo ser arbitrados por resolução e em valores além dos estabelecidos pela norma legal.

(...)"

(STJ, REsp 1074932, rel. CASTRO MEIRA, 2ª Turma, DJe 05/11/2008).

No caso em tela, não há violação do princípio da legalidade, uma vez que as anuidades cobradas são posteriores à edição da Lei nº 10.795/03, que alterou o art. 16 da Lei nº 6.530/78, fixando valores máximos das anuidades.

Ademais, há previsão na referida Lei de que os valores das anuidades serão corrigidos anualmente pelo IPC, não importando majoração da contribuição.

A respeito do tema cito os seguintes precedentes:

“CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUTÁRIO. SENTENÇA QUE EXTINGUIU A EXECUÇÃO POR INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO. CONSELHO DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. NECESSÁRIA SUJEIÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. ART. 149, DA CF/88. ART. 16, PARÁGRAFO 1º, I, DA LEI 6.530/78, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI 10.795/2003. OBSERVÂNCIA. LEGALIDADE DA CDA. RECURSO PROVIDO. 1. Trata-se de recurso de apelação interposto pelo CRECI/RN - CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS DO RIO GRANDE DO NORTE - CRECI 17ª REGIÃO contra sentença que extinguiu o feito, sem resolução de mérito, com fulcro no art. 618, I, do CPC, e no art. 26, da LEF, reconhecendo a nulidade do título executivo. 2. Os valores devidos pelos profissionais aos seus respectivos conselhos, a título de anuidade, constituem contribuições sociais de interesse das categorias profissionais, espécies do gênero tributo, expressamente submetidas ao princípio da legalidade, conforme disciplinou a Carta Magna de 1988, em seu art. 149. 3. "A norma legal que delega aos conselhos de fiscalização profissional, destituídos de poder político, a atribuição de instituir e majorar as contribuições devidas pelos profissionais vinculados à instituição, ou seja, que repassa competência tributária, viola os artigos 149 e 151, I, da CF/88". Reconhecimento da inconstitucionalidade do art. 2° da Lei 11.000/2004, pelo Pleno deste Tribunal, nos autos do Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade n° 410826/PE (19/09/2007). 4. Contudo, na hipótese em tela, as anuidades cobradas pelo CRECI dizem respeito a período posterior a edição da Lei 10.795, de 05 de dezembro de 2003, que deu nova redação ao art. 16 da Lei nº 6.530/78, que regulamenta a profissão e o funcionamento dos órgãos de fiscalização dos Corretores de Imóveis. 5. Compulsando os autos, observa-se que no tocante à cobrança das anuidades referentes aos exercícios de 2006 e 2007, o recorrente atendeu aos limites máximos previstos no mencionado dispositivo legal, uma vez

que os valores indicados na CDA são de R$ 257,72 (duzentos e cinquenta e sete reais e setenta e dois centavos) para cada ano. Resta evidente, portanto, que não houve a ilegalidade apontada na sentença. 6. Encontrando-se o título executivo que instruiu a presente execução fiscal certo, líquido e exigível, há de ser reformada a sentença, a fim de que a execução tenha seu regular processamento. 7. Apelação provida.”

(TRF/5ª Região, 1ª Turma, AC 00020327020104058400, rel. NILIANE MEIRA LIMA, DJe 29/9/11, pag. 297, un.)

“TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. CONSELHOS PROFISSIONAIS. INSTITUIÇÃO DA ANUIDADE POR MEIO DE LEI. SUJEIÇÃO AO PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL. ARTIGO 16 DA LEI Nº 6.530/1978, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 10.795/2003. PREVISÃO DE VALORES MÁXIMOS. DEFINIÇÃO DO VALOR PELO CONSELHO FEDERAL, LEGITIMIDADE. PREVISÃO LEGAL DE CORREÇÃO MONETÁRIA, índice oficial de preços ao consumidor.

1. Esta Corte assentou a premissa de que é vedado aos Conselhos Profissionais fixar/majorar suas anuidades por meio de resolução, sob pena de afronta ao princípio da legalidade, inserido no artigo 150 da Carta Política (Súmula nº 57 - TRF-2ª RG - julgamento em 07.11.2011).

2. Não obstante, o Conselho Regional de Corretores de Imóveis possui lei especifica disciplinando a cobrança das anuidades dos contribuintes sujeitos à sua fiscalização. Trata-se da Lei nº 6.530/1978, que dá nova regulamentação à profissão de Corretor de Imóveis e disciplina o funcionamento de seus órgãos de fiscalização.

3. Em regra, o excesso na execução, por ser matéria que exige prova pericial, não pode ser conhecido de ofício, vez que a certidão da divida ativa goza de presunção de veracidade, inexistindo nos autos qualquer prova que, de plano, a possa desconstituir, porque há previsão legal para a correção das anuidades devidas ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis.

4. Destarte, considerando que os valores cobrados foram instituídos por lei, que inclusive estabeleceu o modo de correção do débito, a respeitável sentença de primeiro grau deve ser anulada, para que se dê prosseguimento ao feito executivo.

5. Recurso provido."

(TRF/2ª Região, 4ª Turma Especializada, AC/577057, proc. nº 2010.51.01.5258080, rel. Des. Fed. LUIZ ANTONIO SOARES, DJe 02/04/2013).

Cabe destacar que a multa aplicada ao profissional que deixar de votar, igualmente, está prevista na Lei nº 10.795/03, que alterou a redação do art. 11 da Lei nº 6.530/78, em valor máximo equivalente ao das anuidades.

A fundamentação da sentença não se aplica ao caso, na medida em que desconsiderou a Lei nº 10.795/03.

Isto posto, nos termos do art. 557, 1º-A, do CPC, dou provimento ao recurso para afastar a extinção, determinando o retorno dos autos à Vara de Origem para prosseguimento do feito.

P.I.

Transitado em julgado, baixem os autos à Vara de Origem. Rio de Janeiro, 10 de abril de 2013.

CLÁUDIA MARIA PEREIRA BASTOS NEIVA Juíza Federal Convocada

Caderno Judicial TRF

III - AGRAVO DE INSTRUMENTO 2013.02.01.002323-0 Nº CNJ :0002323-29.2013.4.02.0000

RELATOR :JUIZA FEDERAL CONVOCADA CLAUDIA NEIVA

AGRAVANTE :LEONEL DE ALMEIDA BASTOS E OUTRO

ADVOGADO :RANIERI DE SA BARRETO

AGRAVADO :UNIAO FEDERAL / FAZENDA NACIONAL

ORIGEM :SEGUNDA VARA FEDERAL DE CAMPOS (200951030029716)

Decisão

Trata-se de agravo de instrumento interposto por LEONEL DE ALMEIDA BASTOS E OUTRO contra decisão proferida pelo MM. Juiz da 2ª Vara de Campos do Goitacazes/RJ, nos autos do processo nº 2009.51.03.002971-6, que recebeu a apelação interposta contra a sentença prolatada nos autos da ação cautelar apenas no efeito devolutivo, nos termos do art. 520, inc. IV, do CPC.

Postulam os agravantes a concessão de efeito suspensivo ao recurso de apelação até o seu julgamento definitivo, pelo órgão julgador de 2ª instância, mantendo suspensa a execução fiscal, até decisão da ação cautelar.

Sustentam que há relevância da fundamentação e risco de lesão grave e de difícil reparação, uma vez que o imóvel penhorado foi arrematado e há determinação de expedição de carta de arrematação do imóvel e imissão de posse.

Acrescentam que há prescrição do crédito tributário, redirecionamento inválido da execução para o sócio, ausência de intimação do cônjuge da alienação do bem imóvel e avaliação nula e/ou inválida do imóvel.

É o relatório. DECIDO.

Não merece seguimento o recurso, uma vez que a decisão impugnada está em consonância com o disposto no art. 520, inc. IV, do CPC.

O pedido formulado nos autos da ação cautelar foi julgado improcedente, não produzindo qualquer efeito que possa ser suspenso, até porque não tem sentido suspender algo que não produz efeito.

Nesse sentido, decidiu, mutatis mutandis, o Superior Tribunal de Justiça:

"Quando se diz que o efeito dos recursos, em mandado de segurança, é somente 'devolutivo', porque o suspensivo seria contrário ao caráter urgente e auto-executório da decisão mandamental (Hely Lopes Meirelles, in 'Mandado de Segurança', ..., RT, p. 70), o que se tem em vista, obviamente, é a decisão concessiva da ordem (artigos 11 e12, parágrafo único, da Lei nº 1533/51); nunca a sentença denegatória, pois, aí, em face da eficácia meramente declaratória-negativa do ato, a rigor, nada há que suspender. No mandado de segurança, tanto a apelação quanto o recurso ordinário não suspendem, absolutamente, coisa alguma, muito menos quando a decisão é 'denegatória' da ordem, até porque a suspensão de ato negativo não o transforma em positivo."

(STJ, Medida Cautelar nº 859/RJ, 1ª Turma, Relator: Ministro Demócrito Reinaldo, DJ: 18/12/98)

O pedido de atribuição do efeito suspensivo ao recurso é, pois, manifestamente improcedente.

Ademais, é totalmente impertinente o pedido de suspensão da execução fiscal até decisão final da ação cautelar, pois não se trata de simples concessão de efeito suspensivo da apelação, que só tem por finalidade sustar a produção de efeitos do ato judicial atacado.

Do exposto, com fulcro no artigo 557, caput, do CPC, c/c o artigo 44, § 1º, II, do Regimento Interno desta Corte, NEGO SEGUIMENTO ao agravo de instrumento.

Decorrido, in albis, o prazo recursal, remetam-se os autos à Vara de Origem, com baixa na distribuição.

P.I.

Rio de Janeiro, 08 de abril de 2013.

CLÁUDIA MARIA PEREIRA BASTOS NEIVA Juíza Federal Convocada

BOLETIM: 141178

IV - APELACAO CIVEL 2011.51.01.518183-9 Nº CNJ :0518183-07.2011.4.02.5101

RELATOR :JUÍZA FEDERAL CONVOCADA CLÁUDIA MARIA PEREIRA BASTOS NEIVA

APELANTE :CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMOVEIS - CRECI/1A. REGIAO/RJ

ADVOGADO :MAGNA KARINE DE SA OLIVEIRA E OLIVEIRA E OUTROS

APELADO :J ARAUJO COMERCIO E CORRETAGEM DE IMÓVEIS

ADVOGADO :SEM ADVOGADO

ORIGEM :PRIMEIRA VARA FEDERAL DE EXECUÇÃO FISCAL - RJ (201151015181839)

Decisão

Trata-se de apelação interposta pelo CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS – CRECI, contra a sentença que extinguiu a execução fiscal relativa à cobrança de anuidades, sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, I e VI, c/c o art. 295, III, ambos do CPC.

Fundamenta o magistrado de 1ª grau que "a inexistência de prévio processo administrativo, indica não haver sido oportunizada ao devedor a discussão do débito, resultando em cerceamento de defesa na esfera administrativa, vício procedimental suficiente para ilidir a presunção de certeza e liquidez das CDAs".

Sustenta o recorrente, em síntese, que protocolou petição, tempestivamente, requerendo a dilação do prazo, a fim de dar cumprimento à determinação de apresentação do procedimento administrativo, que deu origem à cobrança do débito, que sequer foi apreciada pelo juízo, ressaltando que os