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CAPÍTULO 3 – OS CAMINHOS DA PESQUISA

3.5 Sujeitos da Pesquisa

Os sujeitos da pesquisa são vinculados a diferentes setores da escola e foram divididos em dois grupos – o grupo dos alunos e o grupo dos gestores e professores. Optou- se por não identificar esses sujeitos com o propósito de permitir maior liberdade de expressão. Para uma melhor compreensão de quem são esses sujeitos, seguem-se alguns dados sobre eles:

Grupo 1 – Alunos evadidos e concluintes dos cursos de agropecuária e informática da Escola Agrotécnica Federal de Inconfidentes – MG

a) Evadidos – O grupo foi formado por dez alunos. Desses, cinco eram evadidos do curso de Agropecuária, sendo quatro do sexo masculino e um do sexo feminino. Apenas um aluno desse grupo mora em zona rural e a média de idade deles é de dezenove anos.

Para o curso de Informática, a pesquisa contou com a participação de cinco alunos evadidos, dos quais quatro são do sexo masculino e somente um do sexo feminino. Apenas um aluno mora em zona rural, e a média de idade deles é de vinte anos.

A contribuição desse grupo foi, sem dúvida, de grande importância para o estudo, pois foram as percepções desses sujeitos que trouxeram luz às questões norteadoras da pesquisa. Compreender suas percepções sobre a experiência que tiveram na escola e como

identificaram os fatores que contribuíram para a desistência do curso ajudou a desvelar a manifestação do fenômeno na instituição estudada.

b) Concluintes – Este grupo foi formado por sete alunos, sendo quatro do curso de Agropecuária, três do sexo masculino e um do sexo feminino. Dois deles moram em zona urbana e dois, em zona rural. A média de idade deles é de vinte anos.

Foram três alunos concluintes do curso de Informática que participaram da pesquisa: dois do sexo masculino e um do sexo feminino. Moram em zona urbana dois deles, e um, em zona rural. A idade média é de vinte anos.

A contribuição desses alunos foi fundamental em razão de terem contribuído com informações relevantes a respeito da trajetória bem-sucedida na escola. A identificação dos grandes desafios enfrentados por eles na execução e conclusão do curso também apontaram respostas sobre o fenômeno.

Os alunos foram identificados no capítulo 4 em dois grupos: alunos evadidos e alunos concluintes.

Grupo 2 – Gestores e Professores da Escola Agrotécnica Federal de Inconfidentes – MG

a) Professores de ensino médio – Os dois professores do ensino médio são do sexo feminino. Uma professora graduada em Engenharia Civil e Licenciatura em Matemática, com especialização em Matemática Superior, atua na escola há treze anos e meio e ministra a disciplina de Matemática.

A outra professora é graduada em Letras, com especialização em Língua Portuguesa. Atua como professora na EAFI-MG há nove anos e trabalha com as disciplinas de Língua Portuguesa, Literatura, Redação e Artes.

As percepções das professoras relativas ao fenômeno, bem como de sua intervenção na rotina das atividades dos alunos, contribuíram com informações esclarecedoras.

b) Professores de ensino técnico – Na área do ensino técnico foi entrevistada uma professora do curso de Informática, graduada em Análise de Sistemas com mestrado em Educação, Administração e Comunicação. Atua na EAFI-MG há treze anos e, no ano da pesquisa, ministrava as disciplinas de Banco de Dados, Programação para Sistema e Programação Web.

O professor do curso de Agropecuária que participou desta pesquisa é graduado em Engenharia Agrônoma com mestrado e doutorado em Fitotecnia. Ministra aulas na EAFI-MG

há dez anos. No ano da pesquisa, ministrava as disciplinas de Solos e Meio Ambiente, Química e Fertilidade do Solo, Estatística e Avaliação de Impacto Ambiental.

O papel desempenhado por esses sujeitos no universo do ensino técnico, apresentou diferentes perspectivas e percepções, que contribuíram para a elucidação da evasão escolar.

c) Diretor do Departamento de Desenvolvimento Educacional – No grupo de gestores entrevistados há uma Diretora de Departamento de Desenvolvimento Educacional (DDE), graduada em Ciências Físicas e Biológicas, mestre em Engenharia de Produção de Conhecimento. Foi professora na EAFI-MG por dez anos e atuou no cargo de DDE por dois anos, de 2002 a 2003. Na época da pesquisa já estava aposentada.

A visão panorâmica que esse ator tem da escola em seu total funcionamento contribuiu de forma relevante para a pesquisa.

d) Coordenador Geral de Acompanhamento ao Educando – O Coordenador Geral de Acompanhamento ao Educando (CGAE) entrevistado, nesta pesquisa, é graduado em Engenharia Civil com mestrado na área de Educação – Engenharia de Produção do Conhecimento. Desenvolve seu trabalho como professor de Matemática na escola há vinte e três anos e desempenhou a função de CGAE nos anos de 2003 a 2006

Esse ator coordenou serviços que apoiavam a vida do aluno fora da sala de aula. Sua compreensão da realidade vivenciada pelo aluno no alojamento, refeitório e demais atividades mostraram-se importantes na compreensão do universo onde a evasão é produzida.

e) Chefe de Seção de Orientação Educacional – A Chefe de Seção de Orientação Educacional (CSOE) é graduada em Psicologia com especialização em Psicopedagogia. Trabalha na EAFI-MG há onze anos e exerceu o cargo de CSOE por dois anos.

A função da orientadora é acompanhar a vida escolar do aluno, tanto nas atividades pedagógicas quanto na sua interação nas demais atividades. Sua convivência com os alunos e suas percepções sobre os problemas que eles enfrentam, quer de ordem pedagógica quer de ordem pessoal, contribuíram na percepção do fenômeno.

f) Chefe de Seção de Acompanhamento ao Educando – A Chefe da Seção de Acompanhamento ao Educando (CSAE) é graduada em Pedagogia com especialização em Psicopedagogia. Desenvolve seu trabalho na escola há vinte e um anos e desempenhou a função de CSAE no período de 2003 a 2006.

dos primeiro a perceber as dificuldades de adaptação do aluno. Sua presença constante nos alojamentos permite uma aproximação maior do universo do aluno e suas percepções contribuíram para a ampliação da compreensão do fenômeno estudado.

Para facilitar a identificação dos depoimentos dos professores e gestores, registrados ao longo do capítulo 4, adotou-se o uso de siglas, que foram apresentadas no quadro 2.

QUADRO 2 – Interlocutores participantes da pesquisa e suas siglas

INTERLOCUTORES SIGLA

Professor de Ensino Médio 1 PEM 1

Professor de Ensino Médio 2 PEM 2

Professor de Ensino Técnico 1 PET 1

Professor de Ensino Técnico 2 PET 2

Diretor do Departamento de Desenvolvimento Educacional G1 Coordenador Geral de Acompanhamento ao Educando G2

Chefe de Seção de Orientação Educacional

G3

Chefe de Seção de Acompanhamento ao Educando

G4

O quantitativo parcial, relativo a cada segmento desses sujeitos, e o total são detalhados nas tabelas 10 e 11.

TABELA 10 – Sujeitos da pesquisa – Grupo 1

Ordem Sujeitos da pesquisa Quantidade

de questionários

01 Alunos evadidos no período investigado 10

02 Alunos concluintes no período investigado 07

TOTAL 17

A justificativa para o maior número de alunos evadidos em relação aos alunos concluintes baseou-se no foco central da pesquisa: a evasão. Todavia, as percepções dos alunos concluintes mostraram-se importantes, pois evidenciaram experiências bem- sucedidas dentro da escola, o que contribuiu para uma melhor investigação do fenômeno estudado.

TABELA 11 – Sujeitos da pesquisa – Grupo 2

Ordem Sujeitos da pesquisa

Quantidade de entrevistas

01 Professores de ensino médio 02

02 Professores de ensino técnico 02

03 Diretor do Departamento de Desenvolvimento

Educacional 01

04 Coordenador Geral de Acompanhamento ao

Educando 01

05 Chefe de Seção de Orientação Educacional 01

06 Chefe de Seção de Acompanhamento ao Educando

01

TOTAL 08

As informações provenientes dos sujeitos citados nas tabelas 10 e 11 contribuíram para uma visão panorâmica do fenômeno da evasão, permitindo explorar diferentes percepções, uma vez que, a atuação desses sujeitos perpassa diferentes setores e áreas da escola. A singularidade com que cada sujeito percebe e compreende os dilemas vivenciados pelos alunos, que podem ser determinantes na manifestação do fenômeno da evasão oportunizou a ampliação do conhecimento a respeito da evasão escolar.