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3.1 Meios de verificação do objeto de estudo

3.1.1 Sujeitos

Os sujeitos que atuaram em nossa pesquisa correspondem a três categorias: sujeito docente, sujeito auxiliar e sujeito aluno.

Como sujeitos docentes da pesquisa, contamos com oito alunos do Curso de Letras da UFC que cumpriam o estágio de docência na escola. Esses sujeitos cursavam a disciplina Estágio em Língua Portuguesa e contavam, naquele momento, como experiência de regência de classe, apenas com a prática do estágio em literatura e/ou em língua estrangeira. O número de sujeitos foi definido por esse perfil (experiência docente apenas em estágio), observando-se que essa foi a maior quantidade de estagiários, encontrada na ocasião, que se achava no mesmo patamar em experiência com sala de aula, e ainda considerando-se que esses sujeitos aceitaram a proposta de participar da pesquisa.

A decisão de adotar, como sujeitos docentes, alunos no exercício do estágio de regência deu-se em razão de esse público contribuir, mais efetivamente, para o trabalho metódico da pesquisa. Isso porque a própria condição de estagiários impunha ao pesquisador, como professor de estágio, um acompanhamento sistemático, da mesma forma que já vinha assumindo em sua função profissional.

O estágio de regência transcorre em dois locais. Um desses locais é a sala de aula da

universidade, onde o orientador de estágio juntamente com os estagiários, por três horas semanais, discutem os conteúdos, o planejamento e a avaliação das tarefas a serem desenvolvidas na escola.

Na sala de aula da universidade também é o local onde os estagiários realizam oficinas para os próprios colegas, sob a coordenação do orientador de estágio, como forma de embasamento para o estágio.

O outro local de estágio é a escola que sedia essa atividade – escola pública de

Ensino Médio de curso pedagógico –, onde um estagiário assume uma sala de aula (de 1º ou

de 4º ano, no caso da pesquisa) com um parceiro estagiário, assumindo a metade do tempo de estágio como regente e a outra metade como observador de seu parceiro e vice-versa.

Durante o expediente semanal na escola, cada estagiário (na condição de regente ou de observador), além da experiência com uma classe por duas horas, passa por mais uma hora, na sala de supervisão, para avaliar tarefa já assumida – conforme anotações no plano e a respeito do plano, considerando aspectos da ficha de avaliação (Anexo 3) – e/ou para discutir sobre algumas providências a serem tomadas para o planejamento da próxima tarefa.

O estágio, que se efetiva durante um semestre letivo, corresponde a uma carga horária de 6h/a semanais – 3h/a na universidade e 3h/a na escola – e de horas extras – na universidade, no gabinete do orientador – com momentos definidos, de acordo com a disponibilidade dos estagiários. Nesses horários, se complementa a avaliação do trabalho realizado na escola e se presta atendimento mais individualizado ao estagiário, em função de suas carências pedagógicas.

Como auxiliares, foram incluídos (devidamente informados e consultados sobre a condição de sujeito da pesquisa) oito estagiários que já seriam engajados como parceiros do sujeito docente no estágio, para proceder com anotações e repasse destas sobre o desempenho do colega, no sentido de discutir e analisar com o pesquisador (que se trata do orientador do estágio) a efetivação do plano de aula.

As discussões sobre as anotações do auxiliar – no gabinete do orientador, na universidade, em horário extraclasse, previamente estabelecido –, em confronto com as anotações também feitas pelo próprio pesquisador e pelo sujeito docente (em relação à aula analisada e avaliada), ocorreram no momento definido no plano global do estágio, atendendo aos dados da ficha de avaliação (Anexo 3).

Os auxiliares atuaram como observadores de estágio até a metade do semestre, que corresponderia ao período de regência dos sujeito docentes – na metade seguinte eles inverteram os papéis. Assim sendo, já tinham a incumbência de registrar as aulas para constar em seus relatórios de estágio.

Para o desenvolvimento do trabalho com a notícia policial narrativa, os sujeitos docentes e auxiliares, sob a orientação do pesquisador, se submeteram basicamente a quatro atividades, a saber:

a) testagem a respeito do conhecimento sobre o gênero notícia e sobre a sequência narrativa, tendo em vista a exploração dos aspectos pragmáticos, textuais e linguísticos de superfície – nessa testagem, ao ser definido o perfil dos sujeitos docentes, os que não se enquadraram nesse perfil passaram a ser auxiliares da pesquisa.

A figura do auxiliar entrou em cena para impor à nossa investigação um trabalho cada vez mais seguro em termos dos resultados das observações ao sujeito docente, feitas pelo pesquisador e por esse auxiliar, para posterior confronto na análise da regência, que incluiria as anotações do próprio sujeito docente;

b) planejamento da regência de classe, envolvendo fundamentação teórica, para o trabalho com o gênero notícia policial narrativa, a fim de se vivenciarem os processos de geração, seleção, organização e revisão/refacção do conteúdo textual, correspondendo aos dias e horários das aulas de estágio;

c) acompanhamento sistemático das atividades de cada sujeito pelo pesquisador e pelo auxiliar, semanalmente, durante duas h/a, em sala de aula da escola, oportunidade na qual eram feitas anotações na ficha ou para a ficha de avaliação sobre o desempenho docente – Nesse momento, o auxiliar tomava nota em seu caderno, para não limitar suas informações e só depois passava para a ficha, já o pesquisador fazia uso da referida ficha no decorrer da aula.

d) avaliação do desempenho do sujeito, considerando o que fora planejado – atividade realizada na universidade, sobre os dois momentos marcantes do processo de revisão de texto com a classe, conforme aludimos na abordagem sobre o sujeito docente e o auxiliar.

Os alunos, que formam uma das categorias de sujeito de nossa pesquisa, são os oito alunos selecionados respectivamente por cada um dos oito sujeitos docentes de nossa investigação. Para cada um, o critério de seleção foi o mesmo: autor do texto explorado na classe (pelo sujeito docente) e responsável pelas três versões – texto de origem (versão inicial), primeira revisão e segunda revisão.

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