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A SUSTENTABI LI DADE AMBI ENTAL E O SEU CONTEXTO NA GESTÃO DA ÁGUA NO MEI O

Se para o m eio urbano, pode- se adm itir que perdas am bientais e sociais ocorrerão e deverão ser negociadas, tam bém se pode part ir do princípio que, a sustentabilidade divide- se em níveis ou dim ensões para orientar os obj et ivos a serem alcançados. Aliás, com relação a isso, MI TCHELL ( 1999) , afirm a que m uitos dos program as internacionais para a adoção dos princípios da sustentabilidade tem dado atenção a um a ou m ais dim ensões da m esm a, o que de certo m odo tem gerado críticas, por que ela não seria atentida em sua

totalidade, porém , tal procedim ento facilita a orientação das atividades de planej am ento para a sua im plem entação e posterior articulação.

SACHS ( 1994) , dividiu a sustentabilidade em cinco dim ensões, segundo as quais o desenvolvim ento sustentável está baseado:

Sust ent abilidade social: que pressupõe um a civilização com m aior eqüidade na distribuição de renda e bens, reduzindo a distância entre ricos e pobres;

Sust ent abilidade econôm ica: onde a eficiência econôm ica deve ser m edida em term os m acrossociais e não através de critérios m icroeconôm icos de rentabilidade em presarial;

Sust ent abilidade ecológica: obt ida através da m elhoria do uso dos recursos, com a lim itação do uso daqueles esgotáveis ou danosos ao m eio am biente; redução do volum e de resíduos e de poluição, por m eio de conservação de energia e recursos e da reciclagem ; autolim it ação do consum o por parte dos países ricos e dos indivíduos; pesquisa em tecnologias am bientalm ente m ais adequadas e norm as de proteção am biental;

Sust ent abilidade espacial ou geográfica: configuração rural- urbana m ais equilibrada, com : redução de concentrações, urbanas e industriais; proteção de ecossistem as frágeis e criação de reservas para proteção da biodiversidade; agricultura e agro- silvicultura com técnicas m odernas, regenerativas e em escalas m enores;

Sust ent abilidade cult ural: consideração das raízes endógenas, com soluções específicas para o local, o ecossistem a, a cultura e a área, e com as m udanças se dando num contexto de continuidade cultural.

Para o presente trabalho, em que se pretende incorporar o conceito de sustentabilidade aos m étodos para análise e avaliação de proj etos de sistem as urbanos de água, será dada m aior atenção à sustent abilidade ecológica ou am biental, em bora as dem ais dim ensões devam ser abordadas sem pre que for necessário, sem prej uízo destas.

Há de se destacar que os aspectos ligados aos sistem as de água no m eio urbano estão contem plados em vários pontos propostos em 1992 pela Agenda 21 ( CNUMAD, 1996) , com o form a de im plem entação do desenvolvim ento sustentável. Basicam ente, a abordagem de tais aspectos é feita nas seguintes áreas de program as:

Oferecim ento de habitação adequada a todos “ por m eio de um a abordagem que possibilite o desenvolvim ento e a m elhoria de condições de m oradia am bientalm ente saudáveis” ( Cap. 7, A) ;

• Aperfeiçoam ento do m anej o dos assentam entos hum anos ( Cap. 7, B) ;

• Prom oção do planej am ento e do m anej o sustentáveis do uso da terra, de form as “ am bientalm ente saudáveis” ( Cap. 7, C) ;

• Prom oção da existência integrada de infra- estrut ura am biental: água, saneam ento, drenagem e m anej o dos resíduos sólidos ( Cap. 7, D) ;

Desenvolvim ento e m anej o integrado dos recursos hídricos que“ baseiam - se na percepção da água com o parte integrante do ecossistem a, um recurso natural e bem econôm ico e social cuj as quantidade e qualidade determ inam a natureza de sua ut ilização” ( Cap 18, A) ;

• Proteção dos recursos hídricos, da qualidade da água e dos ecossistem as aquát icos ( Cap. 18, C) ;

Abastecim ento de água potável e saneam ento, com “ a necessidade de oferecer, em base sustentável, acesso a água salubre em quantidade suficiente e saneam ento adequado para todos” ( Cap. 18, D) ;

A água e o desenvolvim ento urbano sustentável, com “ est rat égias e m edidas que assegurem o abastecim ento contínuo de água, a preço exeqüível, para as necessidades presentes e futuras e que invertam as t endências atuais de degradação e esgot am ent o dos recursos” ( Cap. 18, E) ; Redução ao m ínim o dos resíduos, considerando que “ um a abordagem

preventiva do m anej o dos resíduos, centrada na transform ação do est ilo de vida e dos padrões de produção e consum o oferece as m aiores possibilidades de inverter o sentido das tendências atuais” ( Cap. 21, A) ; • Maxim ização am bientalm ente saudável do reaproveitam ento e da

reciclagem dos resíduos ( Cap. 21, B) ;

• Prom oção do depósito e tratam ento am bientalm ente saudáveis dos resíduos “ baseados na natureza e na capacidade de assim ilação do m eio am biente receptor” ( Cap. 21, C) ;

• Am pliação dos serviços que se ocupam dos resíduos ( Cap. 21, D) .

Da m esm a form a, na Declaração de Berlim ( CBCS, 1998) a questão urbanística e das águas é colocada com o essencial para a obtenção de cidades sustentáveis. No ponto 7 dest a declaração é descrito o seguinte:

“ O desenvolvim ent o econôm ico sust ent ável requer um a t ransição gradual para um a econom ia de ciclo de vida em que a produção, o uso e a disposição de bens e serviços são gerenciados de form a a t erem um im pact o m ínim o nos ecossist em as. I sso im plica num a adapt ação de fluxos de recursos urbanos, ent re out ras form as at ravés da ut ilização das redes e sinergias locais no gerenciam ent o de recursos. Com o o uso do solo, a infra- est rut ura e as const ruções det erm inam a ut ilização dos recursos, deve- se dar m aior at enção à necessidade de inovar o planej am ent o, a const rução e a m anut enção da infra- est rut ura e das const ruções para uso residencial e com ercial. As cidades devem ser organizadas de form a a desem penhar um papel decisivo na redução e elim inação de padrões insust ent áveis de produção e consum o e na

prom oção do uso do solo, de sist em as de t ransport e e de const ruções am bient alm ent e sadios”

Se considerarm os apenas as questões relativas à água no m eio urbano, outros pontos podem ser destacados, principalm ente se levarm os em conta que a aceleração do crescim ento urbano nas grandes m etrópoles, encam inha- se rapidam ente aos lim ites das disponibilidades hídricas e, portanto, à escassez de água. De acordo com NETTO ( 1999) , 40% da população m undial enfrenta grave situação de abastecim ento de água, cuj a disponibilidade é com prom etida pelos níveis crescentes de poluição provocada pelos defensivos agrícolas, pela at ividade de m ineração, lançam ento de efluentes industriais, lixo e resíduos urbanos, e o lançam ento de esgotos in natura, acim a da capacidade de autodepuração dos corpos d’água.

Segundo ARAÚJO ( 1999) , no Brasil, a Lei Federal 9.433 de j aneiro de 1997, que com preende, com o fundam ento da Polít ica Nacional de Recursos Hídricos, ser a água um bem público, lim itado, dotado de valor econôm ico, cuj o uso prioritário é o consum o hum ano e cuj a gestão deve ser descentralizada.

Com relação à gestão desse recurso, BASTEMEI JER, WEGELI N & BRI KKE ( 1998) , enfatizam que, os desafios enfrentados no desenvolvim ento de estratégias, para o gerenciam ento sustentável das águas urbanas, est ão na consideração das rápidas velocidades de crescim ento com a dem anda dos serviços de abastecim ento de água dom iciliar. I sto, principalm ente, nas grandes áreas, com grandes aglom erações e populações não servidas ou precariam ente servidas, onde os problem as são m ais visíveis.

Para os autores, a escassez é um fator básico por trás dos problem as de reserva de água, os diferentes usos irão cada vez m ais com petir com o crescim ento da dem anda. Haverá, então, a necessidade de tratar interesses conflitantes e esforços para o aum ento da eficiência, especialm ente porque o custo de “ produzir” água cont inua a aum ent ar, depois que m uitas das fontes

acessíveis t iverem suas capacidades saturadas. Se estes custos não são tão altos e não há escassez de água, são as condições am bientais que requerem m aior atenção.

O gerenciam ento da quant idade e da qualidade da água em áreas urbanas é crucial. De acordo com BUTLER & PARKI NSON ( 1997) , os sistem as de transporte e o abastecim ento de água tem sido identificados com o os dois fatores m ais críticos que determ inarão o fut uro das cidades no próxim o século. As águas servidas representam um perigo para a saúde e um risco de poluição, especialm ente em áreas urbanas onde diferentes t ipos de sistem as de água estão em uso e que tenham fontes pontuais de suprim ento de água.

Segundo BASTEMEI JER, WEGELI N & BRI KKE ( 1998) , m uitos países e organizações responsáveis pelo suprim ento de água não possuem um a estratégia de longo prazo para lidar com estes desafios. Muitas vezes, tam bém não possuem os dados básicos para o planej am ento. Com o conseqüência, m uitos países não investem racionalm ente no setor, não tratando dos fatores que afetam a sustentabilidade no gerenciam ento da água no m eio urbano.

Muitas das ações acabam focadas em estratégias de curto prazo, porque entende- se que as urgências possuem prioridade. De acordo com os autores, tal fato não está relacionado com a escassez das reservas de água, m as com o baixo desem penho das organizações. Para eles, baixo desem penho é causado por fatores com o o gerenciam ento inadequado, m ecanism os de com pensação de custos insustentáveis, operação inadequada e m anutenção. Os problem as de desem penho resultam em um a situação fragm entada, onde a grande ênfase em questões técnicas e financeiras é quase inevit ável, m as ao m esm o tem po acabam contribuindo para agravar os problem as de desem penho. O m onitoram ento centrado na eficiência e na capacidade de desenvolvim ento de indicadores para o gerenciam ento sustentável da água deveria ter grande prioridade.

Para BASTEMEI JER, WEGELI N & BRI KKE ( 1998) , um m odo de se alcançar o m elhoram ento está num m elhor uso das capacidades existentes e dos invest im entos, e tam bém na m elhoria do desem penho dos sistem as existentes e das organizações responsáveis por eles.

De acordo com LARSEN e GUJER ( 1997) , ainda não se pode definir, claram ente, qual rum o o gerenciam ento da água no m eio urbano deve seguir para que se atinj am os pressupostos da sustentabilidade. Porém , algum as pistas podem ser encontradas nas seis diretrizes definidas pelos autores:

• Para que se possa desenvolver um gerenciam ento sustentável da água no m eio urbano, deveríam os definir prim eiro os serviços que serão atendidos e não concentrar nossos esforços na m elhoria das tecnologias existentes;

• As pesquisas no cam po do gerenciam ento da água, no m eio urbano, deveriam invest igar a possibilidade de outra local m inim a, possivelm ente não confiando nas tecnologias aplicadas atualm ente. Um a local m inim um é alcançada se os serviços necessários são executados com um a necessidade m ínim a de recursos. A definição dos serviços indispensáveis e a agregação dos recursos necessários é dependente da avaliação subj etiva e envolve um processo político;

• Para prevenir os problem as que são exportados no tem po e no espaço, a dim ensão espacial, assim com o a escala de tem po dos sistem as relevantes, deveriam ser drasticam ente prolongados. A definição de sistem as prolongados exclui a possibilidade de se alcançar soluções localm ente favoráveis para o custo da exportação de problem as no tem po e no espaço, ou sej a, as soluções que serão adot adas devem considerar as conseqüências que vão além do local de im plantação e que possuem reflexos m uito m ais dinâm icos. Um a vez que a exportação de problem as, própria do tradicional gerenciam ento da água no m eio urbano ( das áreas urbanas para as águas receptoras, das águas receptoras para a

agricultura) , espera- se que a definição de sistem as prolongados conduza na direção da solução de problem as m ais próxim os da fonte dos desperdícios;

• Gradientes aceitáveis de variáveis de estado são im portantes indicadores para o desenvolvim ento sustentável, o que facilita a detecção dos problem as exportados no tem po;

• Para m inim izar sim ultaneam ente a exploração de diferentes tipos de recursos, a abordagem reativa do gerenciam ento da água no m eio urbano deveria ser alterada para um a abordagem at iva. O conceito de planej am ento das águas residuárias é um im portante passo nesta direção;

• Com a introdução de novas tecnologias, a organização do período de transição torna- se essencial. A possibilidade do uso m axim izado da infra- estrutura existente é essencial para o sucesso de novas tecnologias. Já que futuros desenvolvim entos são difíceis de predizer e a infra- estrutura do gerenciam ento da água no m eio urbano tem um a expectat iva de longa duração, deveríam os preferir cenários de transição com alto grau de liberdade.

Para BUTLER & PARKI NSON ( 1997) , um a estratégia para o sucesso da sustentabilidade das águas no m eio urbano é a que leve em conta procedim entos integrados de planej am ento, considerando os aspectos técnicos, sociais e am bient ais. Além disso, essas estratégias devem levar em consideração um a m elhor com preensão dos im pactos de longo prazo e seu alcance.

Outros pontos podem ser considerados, além dos aspectos gerenciais, porém , a m aioria deles acaba t endo reflexo sobre ele. Tais aspect os est ariam ligados a questões am bientais e sociais, que de um a form a ou de outra, direcionariam as m edidas de planej am ento. Por exem plo, as águas urbanas, dentro de um contexto do saneam ento para um a residência, podem se referir

à provisão, cont ínua operação e m anutenção de m edidas seguras e facilm ente acessíveis de disposição das fezes hum anas, resíduos e águas residuárias, proporcionando um a barreira efetiva contra m olést ias relacionadas com as fezes hum anas ( DEL PORTO, 1999) . Considerações em com um são descritas por BUTLER & PARKI NSON ( 1997) , pela I CWSD ( 1998) , por LANNA ( 1997) e SPI RN ( 1995) :

• Dim inuição da carga de poluentes indust riais das águas residuárias despej adas nos corpos d’ água superficiais;

• Separação dos efluentes dom ést icos dos efluentes industriais;

• Separação das águas pluviais dos esgotos dom ésticos para a m elhoria do desem penho dos sistem as de drenagem ;

• Utilização de sistem as de infra- estrut ura descentralizados;

• Minim ização da utilização de recursos naturais ( água, energia, m ateriais,et c) ;

• Possuir flexibilidade para se adaptar às necessidades futuras e para operar em longo prazo;

• Redução de usos inadequados de água potável, tal com o um m eio de transporte de dej etos ( concepção residencial) ;

• Conservação da água dom ést ica, principalm ente;

• Reciclagem , em pequena escala, da água residuária e das águas de chuva;

• Estocagem ou infiltração local das águas pluviais;

• Utilização de padrões nat urais de drenagem ;

• Garantia do acesso à água potável em quantidade e qualidade;

• Utilizar tecnologias e m étodos que estej am próxim os ao ciclo hidrológico natural;

• Prom over o princípio do poluidor pagador e encoraj ar sistem as de usuário pagador;

• Proteger os recursos hídricos m ais im portantes da cidade, tanto os usados correntem ente para suprim ento de água com o os que tem potencial para satisfazer à dem anda crescente;

• Localizar nas cabeceiras e nas várzeas a j usante novos parques e áreas verdes para preservar a capacidade de arm azenam ento das águas, e para m elhorar a recarga dos lençóis freáticos;

• Estim ular a localização de novas indústrias, áreas para disposição do lixo e outros usos de áreas poluidoras fora das várzeas e das áreas de recarga dos m ananciais, que são altam ente vulneráveis à poluição das águas;

• Explorar padrões de assentam ento que possam facilitar a reutilização das águas servidas após trat am ento;

• Aum entar a visibilidade da água na cidade, bem com o o acesso do público a ela, integrando- a a um a Política Pública para o planej am ento das cidades.

Com todos estes pontos levantados, a grande questão que perm anece aberta tem relação com os pressupostos que a sustentabilidade am biental exigiria dos proj etos e em preendim entos dos sistem as urbanos de água. Principalm ente, a colocação de todos esses aspectos abordados anteriorm ente em parâm etros aplicáveis. Nesse aspecto TEI XEI RA et alli ( 1998) , consideram m uitas dessas questões, de m aneira sistem atizada, em nove princípios básicos, os quais procuram se enquadrar dentro da dim ensão am biental da sustentabilidade, tanto para sistem as urbanos de água, com o para proj etos de urbanização:

Ut iliz a çã o lim it a d a dos r e cu r sos n a t u r a is: ( com dest aque par a solo e água,

m as t am bém considerando os dem ais insum os necessários à viabilização dos sist em as proj et ados) , em especial os não renováveis, com ênfase no com bat e a perdas e desperdícios. Aspect o inerent e ao sist em a, m as com relação à t ecnologia em pregada;

Ba ix o con su m o e n e r gé t ico: com preferência para o uso de font es r enováv eis;

Ba ix a ocor r ê n cia d e im p a ct os n e g a t ivos sobr e o a m bie n t e : especialm ent e

na form a de poluição, cont am inação, degradação de ecossist em as ou redução/ ext inção de espécies;

M in im iz a çã o d a n e ce ssid a de de t r a t a m e n t o e d isposiçã o de r e sídu os:

at ravés de prát icas de redução na geração, de reuso e de reciclagem dos m esm os;

Fa vor e cim e n t o d a ocor r ê n cia de f lu x os de m a t e r ia is sob a for m a d e ciclos f e ch a dos: coincident es ou pr óxim os aos ciclos nat urais;

Pr e fe r ê n cia p or a lt e r n a t iv a s pou co con ce n t r a dor a s: que apr esent am

N ã o ocu pa çã o de e spa ços con t e n do e cossist e m a s f r á ge is: ou de especial

int eresse ecológico;

Fa vor e cim e n t o à r e ge n e r a çã o de a m bie n t e s d e g r a d a d os: sej am eles

nat urais ( com recuperação de habit at s e reint rodução de espécies) ou const ruídos;

Est a b e le cim e n t o de u m a r e la çã o h a r m ôn ica e n t r e o a m bie n t e con st r u ído e os e le m e n t os n a t u r a is: físicos e biót icos.” ( TEI XEI RA et alli, 1998) .

2 .2 A Á

GUA E O

M

EI O

U

RBAN O

A cidade pode ser considerada com o um fenôm eno vivo, onde diversas interações entre os seus sistem as ocorrem sim ultaneam ente. Entre os seus sistem as, são de grande im portância aqueles que tem com o responsabilidade lidar com a água, sej a no abastecim ento, no transporte de dej etos e fezes hum anas e na drenagem das águas pluviais, com pondo um a parte dos sistem as de saneam ento, denom inados aqui de sistem as urbanos de água.

Segundo DANI EL ( 1997) , a idéia geral que se faz sobre saneam ento está vinculada ao tratam ento de água, de esgoto e quando m uito, à coleta e disposição de resíduos sólidos dom ést icos. Para o autor, o saneam ento é m ais abrangente e está relacionado a todos os fatores que envolvem o bem estar do hom em , que depende da qualidade do am biente no qual está inserido. Desta form a, não pode exist ir um a separação entre saneam ento e m eio am biente.

No contexto do presente trabalho, essas questões estão m ais do que presentes, porém , o uso do term o saneam ento am pliaria dem ais o obj eto de estudo que são os sistem as urbanos de água e a sua sustentabilidade. Assim , em bora o saneam ento estej a dentro do tem a do trabalho, será evitado o uso do term o, enfocando, neste item , algum as questões de relevância para a com preensão da água dentro do m eio urbano.

2.2.1 O

CI CLO DA ÁGUA NO MEI O URBANO

As cidades im põem grandes alterações nos fluxos originalm ente estabelecidos pela natureza e com a água não poderia ser diferente. De acordo com SPI RN ( 1995) , em todas as cidades, a profusão de ruas, calçadas e