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De acordo com Tuckman (2000: 516), “as fontes de obtenção de dados que se podem utilizar num estudo de caso são normalmente de três tipos: (1) Entrevistas, (2) documentos vários e (3) através da observação”.

O investigador, neste trabalho, recorreu a: (1) Inquérito, (2) entrevistas e (3) recolha de conteúdo resultante da comunicação assíncrona deixadas nas tarefas propostas no grupo Macs.ESocial, da rede social Facebook.

(1) Questionário

Em relação a esta forma de obtenção de dados, Tuckman (2000) considera que, Os investigadores usam os questionários e as entrevistas para transformar em dados a informação diretamente comunicada por uma pessoa (ou sujeito). Ao possibilitar o acesso ao que está “dentro da cabeça de uma pessoa”, estes processos tornam possível medir o que a pessoa sabe (informação ou conhecimento), o que gosta, e não gosta (valores e preferências) e o que pensa (atitudes e crenças). (Tuckman, 2000:307)

A primeira fase do estudo teve como principal objetivo uma caraterização global dos alunos, procurando-se deste modo obter uma imagem mais abrangente e contextualizada da realidade dos mesmos.

O questionário (Anexo 2) foi desenvolvido com o intuito de ser respondido imediatamente após abertura do ano letivo, com o desígnio de recolher informação que auxiliasse a caraterização dos intervenientes em relação a variáveis como o género, idade, habilitações académicas, uso das Redes sociais e a sua postura face à Matemática.

Para o efeito, elencou-se um conjunto de objetivos e redigiram-se os respetivos itens e procurou-se na sua organização cumprir as regras básicas e a respetiva formatação gráfica.

Por fim, solicitou-se a dois professores, para responderem às questões do inquérito com o fim de se verificar a duração do preenchimento, bem como a validade empírica do mesmo, nomeadamente a compreensão das questões.

O preenchimento do questionário foi realizado na quarta aula presencial, com os alunos intervenientes no estudo.

(2) Entrevista

No que diz respeito à entrevista, segundo Bogdan e Biklen (1994),

Em investigação qualitativa, as entrevistas podem ser utilizadas de duas formas. Podem constituir a estratégia dominante para a recolha de dados ou podem ser utilizadas em conjunto com a observação participante, análise de documentos e outras técnicas. Em todas estas situações a entrevista é utilizada para recolher dados descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo ao investigador desenvolver intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspectos do mundo. (Bogdan & Biklen, 1994:134)

Este método consente aos sujeitos expressarem-se sobre um dado tema (Cunha, 2007), com uma comunicação mais natural que preparada (Bardin, 1979) e de acordo com Bell (2002:118), podem “fornecer informações que uma resposta escrita nunca revelaria”.

Das várias possibilidades de entrevistas (não estruturadas, semi-estruturadas e estruturadas), optámos pela elaboração de entrevistas semi-estruturadas, que foram realizadas de forma individual. Tal afigurou-se-nos como a melhor opção pois não se rege por uma ordem pré-estabelecida na formulação das questões, permitindo deste modo uma maior flexibilidade ao entrevistador para colocar as questões no momento que considerar apropriado, conforme as respostas dadas. Esta tipologia de entrevista, ao contrário da entrevista não estruturada, permite ainda uma maior orientação no foco nas questões permitindo uma menor dispersão em relação a aspetos sobre os quais se pretende informação.

Deste modo, e como foi já anteriormente descrito, as entrevistas foram flexivelmente norteadas por um guião sobre os fundamentais pontos da problemática deste nosso estudo. Procurou-se executar todas as questões do guião, embora nem sempre pela ordem aí indicada.

Antecipadamente ao momento da entrevista, os participantes foram informados sobre os “objetivos da entrevista” (Ludke & André, 1986:37), assegurando que as informações recolhidas seriam exclusivamente para fins do estudo, e onde o anonimato seria sempre garantido (Ibidem, 1986). Estes esclarecimentos foram sempre repetidos no início de cada entrevista.

De referir, ainda, que os sujeitos contatados assentiram realizar a entrevista com elevado interesse em nos facultar o seu contributo e disponibilidade.

Foram realizadas entrevistas, segundo critérios pré-estabelecidos, no final da unidade curricular a 10 alunos, selecionados de forma aleatória mas atendendo a um conjunto de critérios que passamos a apresentar.

A escolha dos alunos, para a realização da entrevista, recaiu nos seguintes critérios: pessoas de diferentes níveis etários, de ambos os géneros, ser estudante do curso superior de Educação Social e da Unidade Curricular Matemática Aplicada às Ciências Sociais, de modo a que se obtivesse uma maior representatividade da amostra, ou seja, de forma a abranger em proporção as particularidades que possui toda a população.

Foram realizadas dez entrevistas pois, consideramos que, nesse momento se alcançou o denominado “ponto de saturação” (Lincoln & Guba, 1985) que de acordo com os mesmos autores, a recolha de dados é interrompida sempre que as declarações se comecem a tornar repetitivas (Ibidem).

De referir ainda que, foi garantido aos informantes a alternativa, após o final da entrevista ou depois da transcrição das mesmas, de retificar alguma resposta. No entanto, o grupo de entrevistados desta investigação, nenhum entrevistado manifestou vontade de fazer alterações, o que contribui para a legitimação dos dados alcançados (Coutinho, 2011).

As entrevistas individuais, foram administradas aos sujeitos num ambiente informal, descontraído e sem constrangimentos, de modo a que o aluno se sentisse à vontade nas suas respostas. Estas foram registadas em formato áudio e, posteriormente, transcritas em processador de texto (Anexo 4).

Realização do guião e respetivas entrevistas

Em conformidade com o tema da investigação definiram-se como objetivos gerais para as entrevistas a realizar: i) obter elementos que permitam perceber a imagem que os sujeitos possuem das redes sociais, ii) obter elementos que permitam caraterizar os contextos de Ensino-Aprendizagem com recurso às Redes Sociais, isto é, verificar se a aprendizagem é formal, informal, ou não formal; iii) caraterizar o processo de Aprendizagem de Matemática na rede social;

Deste modo, foi elaborado um guião mais explanado, que inclui os blocos, os objetivos específicos, os tópicos e prováveis exemplos de questões (Anexo 3).

(3) Recolha de conteúdo resultante da comunicação assíncrona deixadas nas tarefas propostas no grupo Macs.ESocial, da rede social Facebook.

Considera-se o maior motor de recolha de dados a rede social, Facebook. É nela que os alunos vão deixar a sua perspetiva sobre a resolução de problemas propostos.

O uso destes registos, como procedência de informação é decorrente da utilização da tecnologia informática.

Do total de dados obtidos, foram triados os tipos de dados que consideramos mais significativos para o estudo, tendo em ponderação os limites temporais para a realização deste (Anexo 5).

(4) Resultados finais das avaliações realizadas

De uma forma geral, a avaliação dos alunos permite deduzir algumas inferências sobre os desempenhos dos respetivos sujeitos, na unidade curricular, ao nível das aprendizagens (Anexo 8).

Desta forma verificou-se necessidade de conjugar os registos da avaliação com os restantes dados recolhidos, que se repercutirá numa análise conjunta no próximo capítulo.

4.8. Articulação das questões de investigação/instrumentos de recolha de dados