• Nenhum resultado encontrado

METODOLOGIA DA PESQUISA

3.2 Técnicas e Instrumentos de Coleta de dados

Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: teste inicial, observação, diário de campo do pesquisador, gravações em áudio e vídeo, relatórios escritos dos alunos, teste final e relatório final dos alunos.

As observações se constituem como um instrumento de produção de dados bastante utilizado em pesquisas na área de Ciências Humanas. De acordo com Fernandes (2011), trata-se de uma técnica de levantamento de informações que pressupõe convívio, compartilhamento de uma base comum de comunicação e intercâmbio de experiências com o(s) outro(s) primordialmente através dos sentidos humanos: olhar, falar, sentir, vivenciar, raciocinar dentre outros e entre o pesquisador, os sujeitos . Os sujeitos) observados e o contexto dinâmico de relações no qual os sujeitos vivem e que é por todos construído e reconstruído a cada momento.

Portanto, essa técnica implica em estar e observar a ação tendo em vista o objetivo de pesquisa. Assim sendo, é necessária a presença do pesquisador no campo, no momento e nas condições em que as relações se manifestam.

Segundo Fernandes (2011) há quatro elementos relacionados à capacidade de raciocínio dos quais um pesquisador não pode abrir mão em qualquer pesquisa: curiosidade, criatividade, rigor teórico-metodológico e observância da ética. Quanto a esse último, ele ressalta a necessidade da adequação comportamental do pesquisador aos sujeitos observados, isto é, a necessidade do pesquisador respeitar os ethos ou códigos de condutas, dele próprio e dos sujeitos observados.

Para Marconi e Lakatos (2005), as observações podem ser realizadas em diferentes momentos do andamento da pesquisa. Na presente investigação, optou- se por observar os participantes durante as atividades desenvolvidas com os alunos em sala de aula. As observações foram registradas por meio de dois instrumentos: a) diário de campo, no qual o pesquisador registrou suas observações para análise posterior; b) recurso tecnológico (câmera de vídeo) cujas gravações foram, posteriormente, transcritas para análise. Houve o cuidado de usar tais recursos de acordo com os ditames éticos de pesquisa com seres humanos.

O diário de campo é um instrumento utilizado pelos investigadores para registar/anotar os dados recolhidos susceptíveis de serem interpretados. Nesse

sentido, o diário de campo é uma ferramenta que permite sistematizar as experiências para depois analisar os resultados. Cada investigador tem a sua própria metodologia na hora de levar a cabo o seu diário de campo. Nele, pode-se incluir ideias desenvolvidas, frases isoladas, transcrições, mapas e esquemas, por exemplo. O que importa mesmo é que o investigador possa apontar no diário aquilo que vê/observa ao longo do seu processo de investigação para depois analisar e estudar.

De acordo com as recomendações dos especialistas, nesta pesquisa, o diário de campo foi dividido em duas colunas. Num lado, o investigador incluiu tudo o que dizia respeito às observações realizadas por si; no outro, as suas impressões ou conclusões sobre as situações observadas.

As gravações em áudio e vídeo constituíram-se em importantes recursos que permitiram verificar, analisar e identificar situações ocorridas durante a aplicação das atividades, oferecendo ao pesquisador condições de levantar as questões e pormenores ocorridos durante cada atividade realizada e, assim, poder relatá-las de forma fidedigna.

Os relatórios dos grupos de alunos também foram usados como instrumentos de coleta de dados da investigação. Durante a aplicação das atividades em sala de aula, os alunos trabalharam em grupo. Ao final de cada aula, foi solicitado aos grupos que discutissem e expressassem, por escrito, suas opiniões sobre as situações vivenciadas. Nos relatórios constava, de forma sucinta e objetiva, o desenvolvimento das atividades, além da manifestação espontânea deles sobre o trabalho realizado em cada aula. Para isso, cada grupo usou um caderno, onde em que anotaram suas observações.

Durante a realização de atividades sobre razão áurea, os alunos fizeram anotações em folhas de atividades. Elas, também, foram objeto de análise para a pesquisa.

No início desta pesquisa, foi aplicado um teste com doze questões sobre proporcionalidade direta e inversa (vide Apêndice 1).Esse teste, que foi denominado teste inicial, tinha por objetivo verificar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o objeto de estudo, qual seja a proporcionalidade. Para efeito da pesquisa, o teste inicial foi corrigido e analisado.

Também foi usado como instrumento de coleta de dados um teste escrito para verificar os conhecimentos adquiridos pelos alunos sobre os conceitos e

procedimentos relativos à proporcionalidade. O teste, denominado teste final, constou de 12 questões envolvendo razão, proporção e semelhança, conforme se pode observar no Apêndice 1. Ao final do teste era solicitado aos participantes que tecessem comentários sobre o teste respondido Ele foi aplicado ao término das atividades programadas na pesquisa e corrigido pelo professor/pesquisador.

Por último, foi solicitado aos grupos de alunos um relatório final, emitindo opiniões e críticas sobre o estudo desenvolvido, sendo-lhes garantida total liberdade de expressão.

3.3 Procedimentos

Foi aplicado em sala de aula um conjunto de quatorze atividades relacionadas com a razão áurea, tendo em vista a aprendizagem da proporcionalidade pelos alunos do 9o ano da escola escolhida para o desenvolvimento da pesquisa. O conjunto apresentava quatorze (14) atividades que foram desenvolvidas em vinte e quatro (24) horas/aulas.

Para realizar as atividades programadas, os alunos foram divididos em grupos de 4 ou 5 pessoas. Cada atividade era apresentada em uma folha impressa, na qual os alunos do grupo deveriam registrar o caminho usado para resolvê-la. Ao final da aula, essas produções escritas eram recolhidas para análise, e devolvidas aos alunos na aula seguinte. Foram recolhidos, também, os relatórios produzidos pelos grupos sobre a atividade por eles realizada.

Durante a aplicação das atividades, o pesquisador buscou observar as manifestações orais dos grupos, tendo como focos: a) a aprendizagem da proporcionalidade; b) a percepção dos alunos acerca da importância da Matemática e de sua aplicação em outras áreas de conhecimento. As observações foram anotadas em seu diário de campo.

Para complementar tais observações, gravações em vídeo e áudio foram feitas com o auxílio de uma professora observadora. Para tanto, ela foi previamente instruída sobre as manifestações dos alunos, que deveriam ser filmadas, de acordo com os objetivos da pesquisa.

Os alunos foram informados sobre as filmagens e sobre o fato de que poderiam se recusar a participar delas a qualquer momento. Com o intuito de minimizar a interferência das filmagens no desenvolvimento das atividades aplicadas

em sala de aula, houve uma pré-experimentação com a câmera, até que os alunos se acostumassem com ela.

Ao final das atividades, foi aplicado o teste já mencionado no item anterior. Ele foi respondido pelos grupos de alunos, teve a duração de duas aulas e foi recolhido para correção e análise dos procedimentos utilizados pelos grupos.

Os relatórios finais foram elaborados pelos grupos de alunos na última aula destinada à pesquisa. Foram entregues ao pesquisador para análise.