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TAB X EMPRESAS EM ATIVIDADES NO DISTRITO INDUSTRIAL DE RIO BRANCO 1996.

Foto I ASPECTOS DE ABANDONO E FALÊNCIA DE ALGUMAS MICROEMPRESAS DO DISTRITO INDUSTRIAL-AC.

TAB X EMPRESAS EM ATIVIDADES NO DISTRITO INDUSTRIAL DE RIO BRANCO 1996.

Indústrias Ramo de A tividade Empresas em

A tividades

01 -'Madeireiras Beneficiamento e Fábrica de Móveis

Beneficiamento de Madeira j

04 12

02 -Alimentares ^Fibricação de Refrigerantes

rRestaurante

02 01

03 -'Cerâífíicas Fabricação de Tijolos e Similares 09

04 -^Marcenarias Fabricação de Móveis

Fabricação de Casas Pré-Fabricadas Fabricação de Brinquedos

Fabricação de Móveis e Esquadrias

12 01 01 01

05 - Metalúrgicas Serviços em Máquinas

Artefatos de Alumínio Artefatos em Ferro

02 01 01

06 -Confecções Fabricação de Uniformes Militares 01

07 -'Vassóuras Fabricação de Vassouras e Similares 01

08 --Cimentados Fabricação de Tubos 02

09 ÇlPÍásticos Fabricação de Embalagens 01

10 - Curtume Curtição de Couro Bovino 01

11 - Comerciais Distribuidora de Gás (GLP) 01

TOTAIS 55

destes, indiscriminadamente ao empresariado, favorecendo o surgimento da especulação imobiliária influindo atualmente na retenção e supervalorização dos lotes industriais, pela indisponibilidade da CODISACRE de lotes a novos empreendimentos.

III.I - O local de Trabalho.

O DIRB, em sua estrutura de área industrial, carece de melhor aparelhamento para que se possa considerar que exista um conforto do trabalhador e consequentemente que isso se reflita num maior nível de rendimento e de maior produtividade.

Nos trabalhos de pesquisa, realizados nesta área industrial, foi identificado apenas 01 (um) restaurante com condições de espaço e de higiene para atender a classe de trabalhadores ou parte desta em suas refeições diárias.

A prática mais comum empregada pelas empresas industriais do DIRB, é a instalação de estruturas próprias de restaurantes, dotando suas empresas de condições necessárias, embora alguns em níveis não ideais, para que, além de proporcionar a alimentação do trabalhador, assegurar cada vez mais a sua retenção física no seu local de trabalho. Esta alimentação diária que é fornecida ao trabalhador é subsidiada e feita sob consignação pela própria empresa, descontados ao final do mês de seus vencimentos.

O nível médio de salários da classe de trabalhadores das indústrias do Distrito Industrial de Rio Branco flutua em pouco mais de 1,3 salário mínimo entre os trabalhadores considerados braçais, das indústrias madeireiras e cerâmicas; 2,5 salários mínimos entre os empregados na industrialização de

móveis e esquadrias de madeiras e alumínio; e entre 3,0 e 3,5 salários mínimos nas indústrias de refrigerantess.

III.II - O Transporte do Trabalhador.

Os tipos característicos de transportes oferecidos aos trabalhadores por estas empresas do DIRB são dos mais precários e inadequados, salvo raras exceções. Estes vão desde os caminhões de carrocerías de madeira até o uso indiscriminado de caminhões caçambas, que no horário normal de expediente fazem as entregas de barro, tijolos, etc. Desta maneira, seus trabalhadores são submetidos às piores condições possíveis, caracterizado pela falta de conforto e de segurança.

Os itinerários desses caminhões utilizados para esse tipo de transporte são feitos sempre a partir de pontos pré-determinados de paradas nos bairros de maior concentração de trabalhadores.

A necessidade do empresário em oferecer a seu funcionário esse tipo de transporte diário está condicionada a dois pontos: primeiro, livrá-lo do transporte coletivo pago, pois isso se transformaria em despesas para o trabalhador e, em segundo lugar como forma de livrar-se de problemas de atrasos nos horários das jornadas de trabalho em sua empresa.

Este tipo de deslocamento diário feito pelo trabalhador, porém, caracteriza-se como migração diária, também conhecida como migração pendular, ou seja, pela distância entre a casa do trabalhador e o seu local de trabalho, é comum esse tipo de movimento migratório, para evitar dispêndio de tempo útil de trabalho durante o trajeto (Nakata, 1986).

Desta maneira, o trabalhador parte para o trabalho, ainda por volta de seis horas da manhã e retoma somente após sua jomada de trabalho, no final

da tarde, ainda nas carrocerías de caminhões, como se fossem produtos de entregas.

Algumas empresas do DIRB, com raríssimas exceções, e dentre elas a Indústria de Refrigerantes do Acre S.A. e Madeireira Floresta Ltda possuem ônibus, que realizam este tipo de transporte do trabalhador com mais comodidade e segurança.

Outras deficiências são visíveis no tocante à qualidade de conforto e segurança do trabalhador do DIRB. Algumas empresas não oferecem, nem sequer, equipamentos mínimos de segurança a seus trabalhadores, como botas e vestimentas específicas. Seus locais de trabalho, muitas vezes, se transformam em locais de descanso. Numa maior incidência, estes locais não oferecem, nem ao menos, as condições mínimas necessárias para o descanso deste trabalhador no intervalo de almoço entre suas jornadas de trabalho. São percebidos ainda os mais variados tipos de opções pouco adequadas de descanso, desde sentar-se no piso da fábrica até deitar-se sob e sobre algumas máquinas sem funcionamento.

Se observarmos porém, são poucas as empresas dotadas de algumas opções de lazer a seus trabalhadores. Dentro destas opções, por iniciativa dos próprios trabalhadores, são percebidos pequenos campos de futebol sobre pó de serragem. Ali são reunidos trabalhadores de algumas empresas próximas para a prática das chamadas "peladas" do meio-dia. Durante essas partidas são disputados os "troféus" - as cervejas do final da semana.

II.III - A Procedência Urbana do Trabalhador do DIRB.

O Distrito Industrial está localizado no setor noroeste da cidade de Rio Branco, inversamente aos bairros de maior expansão e crescimento nos últimos tempos.

Os bairros de maiores fluxos deste contingente de trabalhadores que integram essa mão-de-obra de migração diária do Distrito Industrial de Rio Branco, por ordem de importância são: Aeroporto Velho (com quatro pontos de embarque de trabalhadores - situado no setor sudoeste da cidade), Cidade Nova (dois pontos - no segundo Distrito da cidade, também no setor sudoeste), Nova Estação (dois pontos - no setor meio-norte), Conjunto Esperança (dois pontos - situado no setor meio-oeste da cidade) e outros bairros que aparecem em menor freqüência nas verificações de locais de residência da mão-de-obra dessas empresas industriais (fig. XXII).

Porém se partirmos para uma análise mais consistente deste movimento migratório, vamos observar que a maior parte deste contingente que forma a mão-de-obra de trabalhadores das indústrias do Distrito Industrial de Rio Branco, principalmente das madeireiras, cerâmicas e marcenarias, tem sua origem basicamente de bairros cuja origem vai resultar de ex-seringueiros, ex- colonos e ex-coletores de Castanha da Amazônia.

Esta análise também observa que esta procedência de origem vem de encontro ao aproveitamento, pela oferta de emprego, a uma mão-de-obra disponível não qualificada, pelas indústrias do DIRB.

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f i g . XXII - A PROCEDÊNCIA URBANA DA MÃO-DE-OBRA