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TABELA N° 4 EVOLUÇÃO DO PERCENTUAL DAS MATRÍCULAS DAS IES PRIVADAS COM RELAÇÃO AO TOTAL DE MATRÍCULAS (1970-1991)

País 1970 1980/82 1989/91 Argentina 17 22 15 Brasil 55 63 60 Chile 34 37 52 Colômbia 46 59 57 México 15 15 17

Quadro elaborado a partir de dados de Carmen Garcia Guadilha.

Estimativas do Departamento Nacional de Planejamento (DNP), afirmaram que para o ano 1989 existiam 236 IES, das quais 30% eram públicas e 70% privadas. Cabe alertar que a proliferação de cursos originou uma duvidosa qualidade em instituições particulares de pouco reconhecimento.

Pode-se ressaltar que a Colômbia lidera a alta privatização na região durante a década dos setentas, o equivalente a 45% de matrículas no setor privado, mas a porcentagem continua em ascensão, chegando à década do noventa a um 64%, quase um 20% a mais (ver próxima tabela).

Tais indicadores, segundo Levy (1986), levaram à “Colômbia a se constituir no exemplo elitista mais típico de toda América Latina”. Ele recopila dados de um estudo do ano 1974 e se depara com que um 20% da população com ingressos mais altos aproveitava 60% dos subsídios públicos destinados à educação superior, no entanto o 40% da população mais pobre, aproveitava só um 6% de dito subsídio.

O ensino público na maioria das IES é considerado de melhor qualidade, se comparado com grande numero de universidades privadas. Cabe alertar que universidades privadas de excelente reconhecimento e tradição continuam na vanguarda. Entre elas a Universidade dos

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Andes, a Javeriana, a del Rosário, a U Militar, a Julio Arboleda, a Santo Tomás, etc. Mas do total de IES, um número pequeno cumprem com os requisitos de qualidade, segundo o atual Conselho Nacional de Credenciamento (CNA); as outras precisarão de implementar medidas de emergência para garantir sua qualidade. Um exemplo dessas medidas é o vestibular oficial, denominado “Prova do ICFES” que serve de porta de entrada ao ensino superior público. Algumas das IES públicas também organizam seus próprios vestibulares.

TABELA N° 5. ALTA PRIVATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NA AMÉRICA LATINA

Quadro elaborado a partir de dados de Carmen Garcia Guadilha

Na pós-graduação, existem diversas formas de admissão, desde exames escritos, entrevistas, proficiência em inglês (geralmente), ou apenas, entrevistas. A escala de dificuldade varia segundo o prestígio da instituição. É de salientar que, para o ano de 1980, a matrícula total no ensino superior na Colômbia alcançava o número de 271.630 estudantes, porém os estudantes de pós-graduação representavam um minúsculo 1,6%. Entretanto, dados mais confiáveis relacionados com o número real de estudantes que concluíram seus estudos não foram encontrados.

A modernização da Educação Superior teve seus entraves. O movimento universitário organizado contra ela foi ganhando força no inicio da década e deu origem a um conflito muito maior no ano de 1971. O ensino superior parou por completo e o movimento expandiu-se para o

Alta Privatização 1970 1994 Colômbia 45 % 64% Brasil 50% 65% Chile 34% 53% República Dominicana 23% 71.2 % El Salvador 25,7% 69,1% Baixa Privatização México 14,5 % 25% Argentina 17,4% 20,3% Venezuela 10,8 35,6% Uruguai 00 6 %

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ensino fundamental e médio. Professores e grupos de camponeses aderiram ao movimento contra as reformas e o país se debatia num processo de tendências contraditórias.

Três tendências emergiram e colocaram numa saia justa a educação superior entre 1960 e 1980 (9). A primeira foi a modernizadora, baixo o guia de grupos nacionais e estrangeiros os quais buscavam ajustar a universidade às necessidades de um capitalismo dependente. Estes setores buscavam a eficiência interna e externa, a racionalização a tecnocracia e a despolitização da universidade. A segunda tendência que pretendeu se impor foi a democratização, a qual demandava ampliação da classe media, maior justiça social, traduzida em aumento dos ingressos na universidade pública. Os grupos que militavam nessa postura pediam também maior participação, autonomia e existência de governos democráticos ao interior das universidades. A terceira tendência foi à radial, a qual assumia como principal desafio a desigualdade social. Os grupos pertencentes a esta tendência consideraram a reforma universitária como sucessivos movimentos táticos e parte de um amplo processo revolucionário que levaria à mudança estrutural da Colômbia. Na época referida, todas as forças atuaram simultaneamente dentro da universidade colombiana, afundando-lha num estado de profunda crise (BRICEÑO, 1991)

No Departamento Nacional de Planejamento, a proposta do governo Turbay determinou que,

[...] Na educação superior se considera importante que uma maior proporção dos custos de funcionalismo dos estabelecimentos oficiais seja financiada pelas matrículas. Para criar condições de equidade no acesso ao nível superior segundo as capacidades intelectuais e acadêmicas de cada individuo. O Estado ampliara o sistema de credito educativo e criara um fundo de apoio que beneficie os estudantes de menores recursos econômicos (DNP, 1978).

Ainda durante o governo Turbay a pós-graduação carecia de importância e de investimentos.

[...] en veinticinco años, el ingreso per-cápita se ha elevado hasta sobrepasar la barrera de los mil dólares. Son innegables los esfuerzos para ordenar el crecimiento poblacional, para extender la educación primaria y mejorar los servicios de salud, principalmente a través de la estrategia de atención primaria. Una creación de la sociedad colombiana como es el SENA ha ganado justo reconocimiento en el ámbito internacional, y Colombia fue pionera en el mundo en materia de crédito educativo con la fundación del ICETEX.

Em abril de 2005 por meio da Resolução 6215 do MEN, foi reconhecida a Universidad Nacional Abierta y a Distancia (UNAD). Com ela se criaram 200 mil vagas adicionais algumas para cursos de pós-graduação lato sensu e em maior número para graduação. No campo da

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ciência e da tecnologia se pretendeu proteger o talento nacional e fortalecer a comunidade cientifica.

Em 1983 a UNAD tinha cursos em 94 municípios do País, e uma oferta de 238.044 vagas, com expectativas para formar estudantes em uma profissão ou em um curso profissionalizante. O programa se converteu em prioridade do governo, como eixo fundamental na expansão do ensino superior e de alguns cursos de pós-graduação.

Em 1986 eram oferecidos 198 cursos, dos quais dois em ensino técnico, 50 em tecnologias (duração de dois anos), 43 cursos de graduação e três em educação avançada (mas os registros não determinam quais). No auge deste tipo de formação, 38 IES, 21 oficiais e 17 privadas tinham oferta de cursos, em todo o território nacional.

Um crédito do BID de 37,7 milhões de dólares e um aporte nacional de 28 milhões de dólares garantiram o desenvolvimento do sistema, com a criação da Universidade do Sul (UNISUR), como centro piloto. Nos dois primeiros anos de funcionamento essa instituição abriu 7.800 vagas, em 327 municípios com uma infraestrutura de nove centros regionais de educação a distancia, 30 unidades operativas e convênios com empresas privadas, comunidades religiosas e governos locais.

Na atualidade oferecem 20 cursos profissionais, 21 cursos técnicos e nove cursos de pós- graduação (especializações). Recentemente a UNAD, criou o curso de mestrado em Administração de Organizações. Esse curso utiliza ferramentas metodológicas baseadas na tecnologia da Informática (TIC), tais como simuladoras bases de dados e bibliotecas digitais direcionadas desde aulas e ambientes virtuais. No final do curso o estudante terá que elaborar uma dissertação.

No País, ainda não existem profissionais suficientes para responder às exigências de assimilação da ciência e da tecnologia, é de salientar que se existiu pesquisa de alto padrão, foi mérito de indivíduos ou de grupos isolados e com escasso reconhecimento social. Em consequência, o aporte dos cientistas para a renovação de conteúdos e métodos educacionais tem sido limitado até hoje.

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Segundo dados do Fondo Colombiano de Investigaciones Científicas e Proyetos Especiales (COLCIENCIAS), nas universidades colombianas no ano de 1983 trabalharam 2592 pesquisadores, os quais participaram de 1140 pesquisas. Tais pesquisadores estavam disseminados nas ciências da saúde 31,3%, nas ciências básicas 25,4%, nas ciências sociais 20,2%, na engenharia 14,6 % e nas ciências agrícolas 8.6%. Incumbe falar que as pesquisas se desenvolviam nas mesmas áreas e em proporções similares.

De acordo com Brunner (1980), a produção de artigos científicos publicados (mainstrean

science), nesse mesmo período na Colômbia, segundo dados do BID, entre 1973 e 1984, foram

52 por ano, estatísticas distantes dos 878 do Brasil, 709 da Argentina, 428 de Cuba e 212 da Venezuela.

Para o período, a expansão no Ensino Superior favoreceu no País, a incursão da mulher, que no ano de 1985 era de 48.5%, mais essa cifra beneficia mais o ensino particular que o público. As áreas de conhecimento mais freqüentadas por elas eram as agropecuárias em 20%, engenharia 24.6%, ciências exatas e naturais 42%, administração e contadoria 47%, humanidades 49%, ciências da saúde 56.3%, ciências sociais 57% e belas Artes 65.8%. As áreas mais requisitadas eram as artes, ciências sociais e saúde (OROSCO et. al., 1989).

Em palavras de Mejia (1994), o panorama da pesquisa cientifica e o desenvolvimento tecnológico na educação superior colombiana é desolador. O Plano Nacional “Cambio com Equidad, 1982 – 1986” reconhece que a pesquisa é marginal. O investimento nacional nessa rubrica era de 0.15% do PIB e o número de pesquisadores se reduzia a um pesquisador por cada 12,000 habitantes em 1983. Segundo o plano mencionado, a educação universitária nesta época não se tinha constituído no cérebro da sociedade colombiana.

No programa de “Economia Social”, Virgilio Barco (1986-1990) avança na integração do ensino médio com o ensino superior, através da revisão do sistema atual de formação de docentes e da reorientação dos programas em função das necessidades educativas do país. Esse era o objetivo no papel, bem diferente das ações feitas nesse patamar. Estimulou uma maior integração da educação superior com a sociedade e o desenvolvimento da ciência e da tecnologia com um programa em longo prazo. Culmina seu programa com ações de avaliação de todos os cursos atuais de pós-graduação e fomenta a criação de doutorados de alto nível cientifico e para isso adiciona mais recursos.

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A reestruturação do financiamento da educação superior teve várias ações, entre elas: transformar o sistema de ingressos na universidade pública, combinando diferentes estratégias: a racionalização dos recursos existentes; o incremento nas rendas próprias das instituições e os aportes dos municípios e dos estados (departamentos); a ampliação do crédito nas universidades públicas e privadas e a criação e consolidação de linhas de crédito estudantil no setor privado; a criação de um fundo para bolsas, dirigido exclusivamente para estudantes pobres, e a redefinição do sistema de aportes públicos à universidade.

O governo Barco e seu programa de “economia social” deram início a um período totalmente agressivo contra a educação como serviço público gratuito e para todos. Incrementa-se a privatização e elitização da educação superior e com mais impacto na pós-graduação.

Alguns dados são esclarecedores. Por exemplo, o orçamento para investimento na educação superior em 1987 foi de 3.024 milhões de pesos, –equivalente em reais a três milhões aproximadamente–. Essa soma vai caindo quando na verdade deveria aumentar, mas para 1990 fica zerada, não houve investimento nenhum. A novidade esta na inclusão da Educação a Distancia, que além dos custos serem altos a qualidade nem sempre foi a melhor.

A educação presencial resultava igualmente cara e com um agravante, que muitos colombianos tinham que trabalhar em período integral, longe das universidades, o que dificultava o acompanhamento diário dos estudos. Assim, estavam frente a uma encruzilhada. Trabalhavam para conseguir bancar com as despesas da sua educação, ou ficavam fora do sistema, e sem possibilidades de ascender na escala salarial e de obter outras garantias sociais.

A oferta é grande, há cursos de graduação, quase em todas as áreas do conhecimento, uma modalidade bem comum são os diplomados, especializações, mestrados e ultimamente apareceram cursos de doutorado, de universidades do exterior, principalmente da Espanha. Os governos têm correspondido às metas da privatização da educação no país, seguindo as diretrizes do BM/BID.

No item de desenvolvimento científico e tecnológico, nota-se que a cifra permanece quase igual no período, aparentemente um valor significativo, mas provém de empréstimos do BID. O dinheiro num porcentual alto vai para pagamento de burocracia, não para os fins propostos.

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Segundo o Anuário Estatístico da UNESCO 1988 e 1985, existiam 4.769 pesquisadores no País, que correspondiam a 184 pesquisadores para cada milhão de habitantes. Do total deles 63,4% trabalhavam nas IES. Cabe explicitar que um número reduzido teria doutorado.

Para o período presidencial de 1990- 1994 foi eleito o liberal César Augusto Gaviria Trujillo, quem após o mandato foi secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). Gaviria incrementou inúmeras reformas que mudaram a estrutura econômica, social, e de certa forma a cultura do país. Dentro de suas políticas educativas de ordem neoliberal, instituiu um fundo de crédito para estudos de pós-graduação que denominou COLFUTURO. O governo com a colaboração do setor privado promoveu e financiou (através do crédito e bolsas), estudos no exterior e no país, dos profissionais que tivessem demonstrado excelência acadêmica ou papel destacado na pesquisa. Esperava-se que dessa forma se formasse um pessoal altamente qualificado para o desenvolvimento cientifico e tecnológico do País. Além disso, nas universidades de excelência acadêmica se apoiaria a criação e o fortalecimento de programas de doutorado nas áreas estratégicas para o desenvolvimento nacional.

TABELA N° 6. EDUCAÇÃO SUPERIOR INVESTIMENTOS POR ANO