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Como o foco do presente estudo será entender as modificações dos centros de compras e do comportamento do consumidor organizacional proporcionada pela utilização de ferramentas de tecnologia da informação, faz-se necessária a definição de alguns termos. Desta forma este capítulo tem como objetivo a contextualização e a definição de tais termos.

Benbunah-Fich (2002) apontou que o termo tecnologia da informação ou TI foi utilizado pela primeira vez por Leavitt e Whisler (1958), os quais definiram o termo como composto por várias partes relacionadas, as técnicas para processar rapidamente grandes quantidades de informação (por meio de computadores de alta velocidade), a aplicação de métodos matemáticos e estatísticos aos problemas de tomada de decisão (por meio de técnicas como a pesquisa operacional) e simulações de pensamento por meio de programas de computador.

Posteriormente o termo foi ampliado conforme a evolução da tecnologia. Applegate, McFarlan e McKenneY (1996) definem a tecnologia da informação como tecnologias de computadores e telecomunicações que incluem dados, voz, gráficos e vídeos. Lucas (1997), por sua vez, define como todas formas de tecnologia que são aplicadas ao processamento, armazenamento e transmissão de informações eletronicamente. Há alguns contrapontos a tal definição, como, por exemplo, aquela proposta por Bawden (2001), que discute que esta definição aumenta muito a amplitude do termo, haja visto que tecnologias para registrar e transmitir informações existem desde muito tempo atrás, por exemplo, as pinturas nas paredes das cavernas do período paleolítico poderiam ser considerados exemplos de tecnologias rudimentares.

Para o presente estudo será utilizada a definição concluída por Souza (2004), que aborda que a tecnologia da informação engloba os computadores de diversos portes, os sistemas operacionais necessários ao funcionamento destes, as linguagens de programação, os aplicativos de automação de escritórios, as tecnologias de armazenamento de dados, as tecnologias de comunicação de dados, bem como os dispositivos relacionados à coleta desses dados.

Como pode ser observado, na definição proposta por Souza (2004) dentro da tecnologia da informação estão as tecnologias de comunicação de dados, entre elas

está a internet, ou seja, a internet é considerada um tipo de tecnologia da informação.

Em relação à internet, seus primórdios datam de 1958, com a Advanced

Research Projects Agendy (ARPA), que trata-se de um segmento do ministério da

defesa americano que visava garantir a liderança na ciência e na tecnologia com aplicações militares nos EUA. Em 1969 a ARPA criou a ARPANET, que é considerada uma precursora da internet, conectando os principais computadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, à mesma universidade, em Santa Bárbara, ao Instituto de Pesquisa de Stanford e à Universidade de Utah. Entretanto, a world wide web, criada por TIM Berners-Lee, em 1980, que possibilitou o grande crescimento da internet, por meio da definição e implementação do software que obtinha e acrescentava informação de qualquer computador pela internet (TERRA, 2010). Desta forma a internet passa a ser definida como uma rede mundial que interliga milhões de computadores em todo o mundo. Kalakota e Robinson (2002) apontam que a internet, considerada a “rede das redes” é uma das principais ferramentas da tecnologia da informação, viabilizando modificações na estrutura organizacional das empresas por meio da plataforma tecnológica do e-business.

Lemos (2008) aponta que nos anos 1970 e 1980 a internet era essencialmente colaborativa, com o propósito de cooperação entre universidades, centros de pesquisa e estudantes.

Com o passar dos anos a internet passou a fazer parte da economia e da sociedade, como apontaram Tapscott (1997) e Benkler (2006), que abordaram o conceito de economia em rede e a colaboração e os elementos sociais da vida em rede, envolvendo contribuição, participação e compartilhamento. Ainda, conforme aborda Livingstone (2005), inúmeras pesquisas interdisciplinares sobre a internet têm sido realizadas, suas influências sociais, econômicas e políticas, no contexto mundial e regional.

Definidos os termos tecnologia da informação e internet, finalmente chega-se ao conceito de e-procurement. Tal termo é muitas vezes traduzido como “compras eletrônicas”, levando a uma confusão com o termo e-commerce. E-procurement está relacionado à automação de processos de compras por meio de sistemas eletrônicos, principalmente internet. O e-commerce, por sua vez, é simplesmente uma transação de compra e venda conduzida de maneira eletrônica (VAIDYA; SAJEEV; CALLENDER, 2006).

Há controvérsias em relação à definição de e-procurement. Os autores Graeml e Moron (2009) abordam que alguns autores definem o termo como automação do processo de compras, oferecendo informações de pedidos e requisições ao longo da cadeia de suprimentos. Em contrapartida, apontam que outros autores definem o termo como a aquisição de materiais que podem ser obtidos por meio de um grande número de possíveis fornecedores, sendo que o comprador visa garantir os preços mais favoráveis entre eles.

Fernandes (2004) aponta impactos diretos que a utilização do e-procurement causam nas empresas, são eles: aumento do poder de compra, melhoria do acesso a informações de mercado e maior facilidade de comparação de preços, melhoria do acesso a informações sobre as compras pelos fornecedores, maior conveniência para participação dos fornecedores, melhoria da eficiência de procedimentos, menor custo de cumprimento dos procedimentos burocráticos e melhoria da gestão das compras.

Os impactos apontados por Fernandes (2004) são gerais para as organizações envolvidas com em processos de compras, especificamente para o presente estudo, visa-se um trabalho empírico para verificar as influências da tecnologia da informação, da internet e, mais especificamente, da utilização do e-

procurement no centro de compras sob o ponto de vista de diversas variáveis.

Entretanto, no decorrer da pesquisa o termo geral a ser empregado será tecnologia da informação.