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Tecnologias Assistivas

No documento Redes sociais temáticas inclusivas (páginas 51-55)

1 INTRODUÇÃO

1.4 INTERDISCIPLINARIDADE E ADERÊNCIA AO OBJETO

2.1.5 Tecnologias Assistivas

As tecnologias assistivas são elementos fundamentais na interação das PcD com a Internet. No entanto, antes de investigar como as PcD utilizam a web, é útil refletir sobre algumas questões e suas correspondentes dificuldades (CLARK, 2002):

- Se a PcD é cega ou com baixa visão, como ela pode ler ou interpretar textos, gráficos, menus, caixas de diálogo e outros elementos visuais na tela do computador?

- Se a PcD é surda ou com déficit auditivo como ela pode perceber os alertas sonoros? Como ela

pode se beneficiar das trilhas sonoras encontradas em arquivos multimídia?

- Se a PcD tem um déficit de mobilidade que evita que ela utilize o mouse ou o teclado, o que pode ser feito?

- Se a PcD tem um déficit de aprendizado como a dislexia, como ela pode ler e decifrar toda aquela quantidade de cores no decorrer de um texto na tela?

As tecnologias assistivas (TAs), que são software ou hardware que possibilitam a interface homem-computador, buscam dar conta de responder as perguntas acima, tornando possível que PcD realizem suas atividades de navegação na web (LIMA, 2003). Vale lembrar que as TAs precisam que as aplicações web tragam as diretrizes de acessibilidade implementadas, para que o funcionamento das próprias TAs não seja prejudicado. Para cada tipo de deficiência existe uma série de tecnologias assistivas. As TAs, portanto, assumem um papel de relevância no processo de navegação na web pelas PcD. Abaixo, seguem alguns exemplos de TAs (ABOU-ZAHRA, 2012):

- Ampliadores de tela e outros assistentes de leitura para deficientes visuais: mudam a fonte do texto, tamanho, espaçamento, cor.

- Leitores tela para deficientes visuais: sintetizam a informação textual em fala ou braile.

- Software de reconhecimento de fala: podem ser utilizados por PcD física.

- Dispositivos de apontamento: simulam o clique do mouse ou ativação de botões e que as PcD física utilizam quando não possuem a destreza do uso do mouse ou do teclado.

Os deficientes visuais necessitam de TAs para várias ações sob os componentes de uma página web, tais como: ampliar e reduzir imagens e textos; customizar fontes, cores e espaçamento; ouvir por meio de sintetizadores de voz a conversão do texto em áudio; ouvir descrições em áudio de vídeos; ler textos por meio de dispositivos em braile. Isso porque um deficiente visual pode ter as seguintes deficiências (ABOU- ZAHRA, 2012):

- Dificuldade de visualizar determinados tipos de cores.

- Baixa visão, visão de vultos ou pontos luminosos.

- Cegueira ou perda toda da visão. - Cegueira e surdez.

Para os usuários com deficiência visual, ainda existem inúmeras barreiras na web. Os conteúdos para essas pessoas devem atender a questões mais direcionadas às tecnologias assistivas que eles utilizam. Dentre as barreiras existentes, algumas podem ser listadas a seguir (ABOU-ZAHRA, 2012):

- Imagens, controles e outros componentes do layout que não possuem equivalentes textuais. - Textos, imagens e layout que não podem ser redimensionados ou que perdem informação quando são ampliados, por exemplo.

- Falta de orientação visual ou não visual de prováveis caminhos de navegação pela estrutura. - Conteúdo de vídeo que não tem texto ou alternativas em áudio, ou uma faixa de descrição em áudio.

- Mecanismos de navegação pouco intuitivos e inconsistentes.

- Textos e imagens com contrastes insuficientes. - Sites, browsers e ferramentas de autoria que não suportam certas customizações de cores ou acesso apenas via teclado.

As TAs da PcD visual mais comuns são os leitores de tela, mas existem também browsers especializados, que é um software que faz a leitura do código-fonte de uma página web ou aplicação e converte para voz textos e imagens. Além disso, auxiliam o usuário na navegação pela estrutura de links ou menus, possibilitando que o mesmo efetue alguns comandos, como saltar de uma página para outra ou navegar pelos menus existentes (YESILADA et al, 2004). O seu acionamento é feito pelo usuário apenas via teclado. O mouse geralmente é deixado de lado, principalmente pelas PcD visual total. Já os usuários com baixa visão, além do ampliador de tela também utilizam o leitor de tela no primeiro acesso, para compreender toda a estrutura da página web e para facilitar posteriormente o ponto exato de ampliação.

Com relação ao ampliador de tela, seu uso pode ser comprometido se a página não utiliza as folhas de estilo adequadamente ao separar a estrutura do layout do conteúdo do site. Pois, no ponto exato de ampliação onde o usuário com baixa visão amplia até o alcance de sua visão, podem ocorrer distorções do layout. Colunas da página podem desaparecer. Tabelas podem ficar comprometidas ao misturar as linhas com colunas. Um menu pode não ser utilizado, porque o seu modo ampliado dificulta o seu acesso e, como consequência, a sua ativação (PUPO et al, 2006).

O deficiente auditivo necessita de transcrições ou legendas para todo áudio inserido na web. Além disso, alguns deficientes auditivos são fluentes apenas em LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, e não possuem fluência na língua portuguesa, por exemplo, o que dificulta a leitura e compreensão do texto escrito. Com isso, é necessária a utilização de outros meios de conversão do texto escrito para LIBRAS. Além de existirem PcD auditiva que entendem o texto escrito, mas não compreendem o LIBRAS. Portanto, é essencial oferecer a estes usuários conteúdos alternativos com opções de escolha. Sendo que para utilizar a

web efetivamente, as PcD auditiva necessitam das TAs e estratégias

adaptativas (ABOU-ZAHRA, 2012):

- Transcrições e legendas do conteúdo disponibilizado em áudio.

- Media players que exibem as legendas de áudio, também devem possuir opções para as configurações de aumento de fonte e alterações das cores das legendas.

- Opções para parar ou ajustar o volume do conteúdo em áudio, independente dos controles de volume existentes no sistema.

- Alta qualidade do áudio principal utilizado nas narrações em comparação com os áudios secundários utilizados. Para os usuários com deficiência auditiva, também existem barreiras que devem ser minimizadas com a aplicabilidade do WCAG na elaboração dos conteúdos mais direcionados a esse público. Algumas dessas barreiras são citadas a seguir (ABOU-ZAHRA, 2012):

- Conteúdo em áudio sem legendas ou transcrições.

- Media players que não dispõem de exibição de legendas e controles de volume.

- Media players que não disponibilizam opções de ajuste do tamanho de texto e cores das legendas.

- Serviços web, incluindo aplicações web, que dependem apenas da interação por meio de voz. - Textos escritos que dificultam a legibilidade e compreensão. E, além disso, que não oferecem o recurso de conversão para a língua de sinais para facilitar o entendimento de informações importantes.

Alguns usuários precisam de TAs que suportem PcD múltiplas, como por exemplo, deficiências visual e auditiva. Para isso, existe a possibilidade do uso de um hardware específico, denominado de display Braille, que dispara pinos que são identificados pela via tátil. Os caracteres Braille são acionados por esses pinos que se movimentam verticalmente em celas, geralmente dispostas em uma placa metálica (INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT, 2012).

No documento Redes sociais temáticas inclusivas (páginas 51-55)