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2.4 TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

2.4.2 Tecnologias na Educação

Segundo VAN’T HOF (2003), a implementação de um programa para adquirir conhecimento requer a garantia de que as pessoas aceitem culturalmente a necessidade de compartilhar conhecimento e que as ferramentas tecnológicas sejam amigáveis e permanentemente disponíveis.

As pessoas trabalham em conjunto através de um sistema para fornecer um bem ou serviço. As pessoas são o centro de atenção e o motivo pelo qual se implementa um programas de aquisição do conhecimento. São elas que detêm o conhecimento, elas que o criam, validam-no, usam-no e distribuem-no pela organização, fazendo uso de diversos artefatos, incluindo máquinas, equipamentos, instrumentos, computadores, telefones, anotações, entre outros.

Quando se procuram informação e conhecimento tende-se a encontrar e estabelecer contato com colegas e/ou especialistas que possuem habilidades, competência ou experiências relevantes (FRANKE, 2000). Logo, é importante saber onde procurar informação, conhecimento e especialistas. Assim sendo, o autor sugere a utilização de sistemas computacionais, como a internet, que seja atrativo, fácil de utilizar, confiável, preciso e moderno. Alem disso, sugere que cada item seja organizado por uma hierarquia de temas ou uma taxonomia. Caso tenha que ser criada uma taxonomia, deve-se prestar atenção em uma

ontologia que garanta o mesmo entendimento para todos. Cada item de informação incluído na intranet deve ser orgânico, isto é, ser capaz de aceitar a inclusão de novos comentários feitos pelos usuários durante sua utilização, com o intuito de contribuir com as suas próprias experiências(FRANKE, 2000). Desta forma, o conhecimento tácito é continuamente capturado enquanto o valor da informação aumenta permanentemente.

Para VAN’T HOF (2003) o conhecimento que tem maior valor para uma organização reside nas pessoas, não nos documentos. A disseminação deste conhecimento é importante em uma organização para estimular a inovação. Em organizações de pequeno ou médio porte, a disseminação do conhecimento se dá através da interação (conversação) entre as pessoas, o que permite identificar, eventualmente, o detentor do conhecimento buscado. Para organizações maiores isto não é mais possível, fazendo-se necessário recorrer à utilização de ferramentas computacionais. A tecnologia pode ajudar a encontrar o conhecimento procurado (os especialistas sobre um determinado tema) propiciando, ao mesmo tempo, um ambiente de comunicação e interação amigável.

As tecnologias estão presentes na área da informação, da adaptação de conteúdos em meios digitais e das possibilidades que permite a internet e nela os ambientes virtuais de aprendizagem que apresentam formas de produção e construção do conhecimento.

Conforme MORAES (1998, p.29):

(...) a busca de novos ambientes de aprendizagem, mais adequados às necessidades dos alunos e ao mundo como ele hoje se apresenta, levou-nos a procurar um novo referencial para a educação, tendo em vista a gravidade dos problemas enfrentados não apenas no setor educacional, mas também, nas mais diferentes áreas do conhecimento humano. ... na busca de soluções possíveis para os problemas enfrentados pela humanidade, com base em novas compreensões a respeito da natureza e do homem.

A evolução e revolução causada pelas tecnologias, especialmente as tecnologias da informação e da comunicação, é inquestionável. Esta evolução potencializa cada vez mais diversos aspectos das atividades da sociedade, entre elas a educação.

BEHRENS (2006, p. 61) relaciona prática pedagógica com o termo tecnologia inovadora, ou seja, a forma como o homem utiliza os meios e técnicas para facilitar seu trabalho:

Uma prática competente que dê conta dos desafios da sociedade moderna exige a inter-relação e a instrumentalização da tecnologia inovadora, tendo como instrumentos a rede de informações como suporte à prática docente, porém inovadora no sentido de interconexão entre os sujeitos produtores de seus conhecimentos.

O uso das tecnologias na educação proporciona novas relações na prática pedagógica e, por meio da utilização de metodologias, ferramentas e conceitos, busca desenvolver valores coerentes e oportuniza a melhoria contínua no processo educacional. A educação a distância, os ambientes virtuais de aprendizagem e a aprendizagem colaborativa on-line estão contribuindo para a educação

(DUDERSTADT, 2007).

Esses processos de ensino-aprendizagem, auxiliados pela tecnologia, vêm mostrando um alcance considerável da melhoria do compasso entre a educação e as necessidades econômicas e culturais da sociedade.

Esta utilização da tecnologia na educação representa uma nova forma de aprendizagem, que obtém maior intensidade no processo interativo docente-discente e também discente-discente, facilita a troca de informações propiciando formação de opiniões e estimulando o crescimento do indivíduo, preocupando-se com a aquisição de conhecimento efetivo e não com a simples tarefa de repassar informação, induzindo a uma aprendizagem autônoma e emancipadora, de responsabilidade de cada sujeito, proporcionando a consciência do aprender a aprender e a construção do próprio conhecimento. Estas características também estão nas abordagens do paradigma educacional inovador. (BEHRENS, 2005).

Deste modo, o aluno é capaz tanto de aprender e assimilar o mundo complexo em que vive, quanto de desenvolver condições de transformá-lo, ao invés de reproduzi-lo, através de um processo de ensino-aprendizagem que tenha o compromisso com o desenvolvimento do próprio homem, com o objetivo de ensinar para transformar, que valorize o aprender a aprender, a capacidade de decisão e iniciativa, de cooperação, de colaboração, de autonomia, de responsabilidade, de participação e de criatividade (DUDERSTADT, 2007).

Entre os impactos mais importantes da aplicação de tecnologias de comunicação e informação na educação pode-se destacar: o acesso a informações, a forma com que as pessoas se comunicam e a facilidade de interação entre pessoas e entre pessoas e conteúdos a serem

aprendidos, uma nova concepção de tempo, a inexistência de distâncias e outras barreiras que impedem a comunicação, a atualização de informações, a representação do conhecimento, etc. A partir destas transformações, a educação deve adaptar-se não apenas para a formação de pessoas visando o mercado de trabalho, mas também na formação de pessoas criativas, críticas, disciplinadas para a auto-aprendizagem, que solucionem problemas e estejam preparadas tanto para imprevistos como para o trabalho em equipe (BEHRENS, 2006).

A interação no âmbito educacional possibilita trocar experiências, conhecer outros pontos de vista, refletir e questionar sobre diversos assuntos. Uma das ferramentas disponíveis na maioria dos ambientes virtuais de aprendizagem, que possibilita exatamente esta troca e discussões de experiências, a comunicação mediada por computador, são os fóruns de discussão (BEHRENS, 2006).

Para BEHRENS (2005, p. 55 e 56) “a produção de conhecimento com autonomia, com criatividade, com criticidade e espírito investigativo provoca a interpretação do conhecimento e não apenas a sua aceitação”. E a demanda da sociedade atualmente é para um profissional com estas características, e para isso o papel da educação deve ser o de preparar para a realidade como um todo.

Transformações sempre ocorreram na sociedade; a novidade é a crescente velocidade com que elas ocorrem desde a Revolução Industrial. As mudanças tecnológicas recentes aumentaram as necessidades de modernização e produtividade em todos os setores, e, em conseqüência, a busca de maior eficiência e eficácia nos processos de ensino-aprendizagem, capaz de acompanhar essa evolução (BEHRENS, 2006).

Desta forma, o uso das tecnologias na educação proporciona novas relações na prática pedagógica e, por meio da utilização de metodologias, ferramentas e conceitos, busca desenvolver valores coerentes e oportuniza a melhoria contínua no processo educacional. Uma das principais e mais abrangentes tecnologias da qual a educação vem usufruindo é a internet.