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Tema 2: Definição dos principais conceitos para os sujeitos da

4.3 TEMAS E SUBTEMAS DO DATA CORPUS

4.3.2 Tema 2: Definição dos principais conceitos para os sujeitos da

Nesta categoria foram agrupados, por unidade de análise, os entendimentos de cada entrevistado com relação à definição de “ideia”. Para ambas as empresas a primeira diferenciação que fazem é entre aquelas ideias que consideram radicais e as que consideram incrementais. Além dessa definição as empresas entendem ideias como simples descrições que surgem dos funcionários ou são passadas por clientes ou outras fontes externas a empresa.

a) Empresa A

Observa-se que na empresa A, o Entrevistado Alfa tem o conhecimento prévio do que significa uma ideia. Para ele, é um conceito de algo novo na empresa, que possa dar resultado. Mesmo reconhecendo que não precisa ser inédito no mercado.

Uma ideia nova é tudo aquilo que a gente não faz internamente que ela vem para ser implantada. [...] não precisa ser inédita para o mercado, mas para a empresa sim. [...] Tudo que vem de ideias que seja aplicado e dê resultado (Entrevistado Alfa, Empresa A). O Entrevistado Alfa ainda complementa que é necessário deixar os colaboradores com tempo livre para que a ideia flua, pois nos momentos de descontração, ou com uma liberdade de comunicação faz com que os mesmos sintam-se capazes de criar algo.

[...] deixar livre para a ideia chegar (Entrevistado Alfa, Empresa A).

Observa-se que além de deixar os colaboradores livres, a empresa também tem a política de não colocar barreiras para a descrição de uma ideia ou colocar pontos que ela deva atingir.

Eles não caracterizam como se compõe uma ideia, podendo vir de forma bem simples desde um cliente ou internamente de um funcionário. Entretanto aponta que podem trabalhar em uma ideia e ela não chegar a ponto de ser comercializado. Salienta que algumas ideias podem ser rejeitadas.

Desenvolvemos e não foi comercializado, para nós não é uma ideia, porque foi rejeitado, independente se nós atingimos o objetivo proposto do cliente ou não (Entrevistado Alfa, Empresa A).

O entrevistado esclarece que a maioria das ideias são incrementais, sendo 99,99% do total. As ideias radicais, segundo ele, não passam de uma ou duas por ano, enquanto que as incrementais são aproximadamente 500 por ano.

b) Empresa B

Uma ideia segundo as palavras do Entrevistado Beta, para a empresa é tudo que se pode transformar em uma oportunidade ou ter uma utilidade.

[...] tudo aquilo que pode ser concebido como uma potencial oportunidade. Que pode ser

transformada numa potencial utilidade (Entrevistado Beta, Empresa B).

Na visão do entrevistado Beta, existe uma confusão sobre o tema ideia e oportunidade e ainda é um pouco indistinto se surge primeiro uma ideia ou uma oportunidade. Entretanto tem clareza que pode acontecer de ambas as formas.

Da mesma maneira separam inovações incrementais e radicais e por isso entendem que existe ideias potenciais para esses dois tipos. Porém, no momento apenas trabalharam com ideias de inovações incrementais.

c) Empresa C

O entrevistado Beta colocou a diferença de entendimento sobre o que a organização está tentando definir sobre uma ideia e o que as pessoas da organização realmente entendem.

Segundo ele, o entendimento do conceito de ideia que as pessoas da organização têm é de um produto ou processo novo, não a vendo como um processo mais relacionado a forma de trabalho ou algo de fábrica. Entretanto os funcionários do departamento de inovação querem difundir o conceito de ideia como sendo:

Toda e qualquer coisa que seja nova para empresa. Não necessariamente para o mercado (Entrevistado Gama, Empresa C).

Por fim, o entrevistado entende que, não é porque o mercado já tem algo a respeito de uma ideia, que deixa de ser uma inovação para a empresa. Aponta ainda que a descrição da ideia não precisa ser muito detalhada. Outro fato evidenciado pelo entrevistado é que não existem ideias ruins e nenhuma é descartada.

4.3.2.1 Subtema 2.1: Origem das ideias na organização

Neste subtema foram agrupados, por unidade de análise, os entendimentos de cada sujeito com relação a origem das ideias na organização.

Com ele pode-se perceber que referente a origem as ideias vem de fontes internas e externas para as três empresas. A empresa A e C possuem maior fonte de ideias vindas externamente, na empresa A a

principal fonte é das reclamações dos clientes e na empresa C da plataforma de inovação aberta. Já a empresa B a maior fonte de ideias é interna, vinda de um programa institucional de geração de ideias.

a) Empresa A

Como observado no processo de inovação, descrito nesta sessão no item 4.3.1, a maioria das ideias desta empresa originam-se do próprio cliente, através do setor de reclamação e atendimento ao cliente e estas são na sua maioria incrementais.

Outra fonte de origem das ideias é internamente através dos grupos de melhorias e as discussões para resolução de problemas. A visita a feiras e a percepção dos funcionários, principalmente do setor comercial também é fonte de ideias para a empresa.

b) Empresa B

Esta empresa apresenta o processo de geração de ideias mais formalizado, mesmo estando na fase inicial. Assim sendo, a origem das ideias partem, a sua maioria, dos próprios funcionários da organização. A partir do processo de inovação transformam-se em potenciais oportunidades. Além de surgirem de dentro da empresa elas podem surgirem da interação com o cliente ou até mesmo do próprio cliente através do canal de comunicação com ele. O Entrevistado Beta destaca ainda que muitas ideias saem da “cabeça do dono”.

Independente da origem todas essas ideias são levadas ao setor de novos negócios e entram no backlog, ou seja, ficam armazenadas em uma planilha eletrônica.

Além disso, na empresa existiu por um tempo específico, um programa corporativo ao estímulo e fomento de ideias chamado “ideias em ação”. Foi um programa estruturado, no qual toda diretoria foi envolvida. Este programa tinha processos, métricas e ferramentas, estímulos benefícios e recompensas, entretanto não teve uma longa duração. O processo foi um sucesso, entretanto ele resultou em muitas ideias, não sendo possível trabalhar em todas. Então optou-se por terminar o programa, para não gerar frustações aos colaboradores e desafogar o início do processo e o backlog de ideias. O Entrevistado Beta menciona que:

[...] entrou em standby porque começou a gerar muitas ideias só que a empresa não conseguia transformar essas ideias em

projetos então começava a frustrar as pessoas (Entrevistado Beta, Empresa B).

Assim, existia um volume muito grande de ideias sem dar vazão a elas, o volume foi expressivo, tanto que até hoje a empresa ainda trabalha com base nas ideias geradas nesse programa. Por isso, a geração não é estimulada atualmente, visto que a empresa não considera que o problema seja a geração de ideias, mas sim em transformar em projeto e gerar retorno.

c) Empresa C

A Empresa C se considera uma empresa que foca no cliente e nas demandas do mercado, portanto as ideias apontadas por eles são entendidas como uma oportunidade de inovação para a empresa.

Além da demanda dos clientes, tem-se também a demanda interna, no qual partem dos funcionários. Tanto os funcionários da parte técnica, do comercial e do marketing. O entrevistado Gama colocou que nem sempre as ideias que vêm do comercial são atribuídas aos clientes, pois é uma visão interna que a equipe teve e partiu da pró-atividade da organização.

Como oportunidade de recolha e geração de ideias também tem a plataforma virtual de inovação aberta, onde os clientes, ou qualquer outro tipo de pessoa pode indicar uma ideia.

Conclui-se que esta empresa então, trabalha com três formas de gerar ideias: os processos internos, a demanda de mercado/cliente e a plataforma aberta.