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Tendências comportamentais

No documento LINGERIE PARA PRÉ-ADOLESCENTES (páginas 41-69)

2 METODOLOGIA

2.4 Técnicas de Criatividade

3.8.3 Tendências comportamentais

As crianças estão se tornando adolescentes cada dia mais rápido. Hoje, meninas de dez anos de idade já saem sozinhas para ir ao shopping e até em festinhas da escola. Gostam de imitar os adultos, querendo se parecer com eles. Algumas não seguem este estilo, e ainda gostam de brincar de boneca e brincadeiras típicas de criança, porém, este número é muito pequeno.

Segundo Penta2.ufrgs (2008), os adolescentes tem a necessidade de construir suas próprias teorias sobre as coisas que lhe são ensinadas, para conseguirem mais sucesso que seus antecessores. Isto é característico do pensamento dos adolescentes de hoje, onde os patamares de desenvolvimento os levam algumas vezes ao egocentrismo, subordinando o conhecimento sempre a uma constante revisão das perspectivas. Piaget (1976 apud PENTA2.UFRGS, 2008), sugeriu que o desenvolvimento afetivo durante a adolescência é útil para a compreensão de

muitos aspectos do comportamento do adolescente, até então apenas atribuído à puberdade, quando o desenvolvimento ocorre pelo intelectual e afetivo.

As meninas com faixa etária dos 9 aos 13 anos, gostam de freqüentar clubes de piscina, ir ao shopping, fazer compras e “brincar” de ser adultas. Gostam de estar na moda, de ir ao cinema e praticar esporte, nem que seja apenas na escola. Porém nunca deixam de ser crianças.

Figura 32: Crianças pintando o rosto Fonte: www.poupatempo.sp.gov.br

As adolescentes acessam cada dia mais a internet e ficam informadas sobre tudo, juntamente com as revistas, destinadas a este público, que as deixam sabendo de tudo o que acontece no mundo. Gostam de se manter informadas sobre moda e estilo, sobre meninos e celebridades. Hoje em dia, se um grupo faz alguma coisa, todo o resto segue o mesmo padrão, porém, cada um tentando criar seu próprio estilo, pois suas características tanto físicas quanto intelectuais e interesses são diversos. (LIMA, 1992).

Muitas são as revistas e sites atualizados com o propósito de adquirir novas clientes juvenis. A revista Capricho é um exemplo de mídia impressa – que também possui site – que aborda assuntos que interessam a maioria das “crianças/adolescentes” de hoje, com assuntos que variam de moda, cabelo e maquiagem, à horóscopo e testes sobre os mais variados assuntos, como a puberdade, vestimenta e meninos.

Figura 33: Revista Capricho Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br

Algumas vezes, as crianças se tornam adolescentes antes mesmo de chegar à puberdade, e começam a decidir suas próprias roupas, sem pedir auxílio aos pais. Mas existem, algumas vezes, meninas que ainda não saíram da infância e começam a ter a formação natural do corpo. Nestes dois casos, não existe lingerie que se adeque ao seu estilo, já que ou são encontradas com estilo adulto, ou com estilo muito infantil, não agradando nenhuma menina dessa idade.

A fase da pré-adolescência e adolescência é uma fase de muitas divergências, onde o adolescente escolhe qual tribo irá aderir. A maioria dos adolescentes fica em dúvida a respeito das tribos, e acaba fazendo parte de várias delas durante toda esta fase. Conforme Mesquita apud Veja.abril, (2003), eles passam de uma tribo para outra, se apropriando de elementos estéticos de algumas, sendo poucas as pessoas que seguem a fundo uma das tribos.

Conforme Elias apud Ferraz (2006),

“Tribos Urbanas são grupos de iguais que se organizam em comunidades para garantir sua sobrevivência afetiva durante a passagem para a vida adulta, dentro das sociedades contemporâneas urbanizadas, em que o elevado valor da sobrevivência, na convivência dos indivíduos, marca o rumo da estrutura do homem singular na história da humanidade”.

Tribo urbana é uma espécie de “gostos” musicais, ídolos, roupas e acessórios, manifestando-se através de seu estilo musical, moda e atitude. Conforme Pitombo (2008), as pessoas se utilizam da aparência como atitude de protesto para com os valores, gostos, hábitos e comportamentos, utilizando uma vestimenta antimoda da imposta pela sociedade.

Algumas são as tribos que podem ser identificadas nos dias de hoje pela sociedade, entre elas encontram-se: eclético, surfista, clubber, roqueiro, esportista, hip-hop, punk, romântico, tecktonik e fruits. Abaixo, segue características de algumas das tribos agora citadas.

A tribo dos surfistas é constituída de pessoas que curtem sons mais tranqüilos, usam bermuda e camiseta normalmente de marca, tênis e boné. Clubbers normalmente aderem à tatuagens e piercings, gostam de festa Rave e música eletrônica. As meninas gostam de maquiagem colorida, assim como suas roupas, que são sempre muito estampadas e chamativas. Usam saias coloridas com blusas estampadas, pulseiras, colares, anéis, enfim, gostam de um visual com muita informação. Os roqueiros escutam apenas rock e hard rock, e usam a vestimenta com muitos acessórios prateados, roupas escuras, tênis ou botina.

Os punks possuem um visual chamativo, com cabelos estilo porco-espinho, coloridos e bem curtos, roupas neutras, preta ou branca, medalhas, broches, amuletos e anéis; roupas rasgadas e esfarrapadas, maquiagem carregada e escura. (PITOMBO, 2008). A tribo Tecktonik, diz Almeida (2008), começou na Europa como uma marca de roupas e agora é um conjunto de moda e dança. A dança faz movimentos com muito maiores com os braços que as pernas, e na vestimenta é indispensável uma calça ultra-skinny (mega-justa), jaqueta curta estilo biker e cabelos com moicanos mais largos que o usual na cabeça.

A tribo Fruit, nascida no Japão, é uma mistura de elementos típicos japoneses com elementos ocidentais e peças de segunda mão que resultam em ousados modos de se vestir. As roupas são totalmente coloridas e extravagantes, com mistura de padrões e estampas, acesórios em excesso, maquiagem e cabelos enfeitados e coloridos. O estilo visual “kei” significa estilo visual ou visual rock e é um movimento musical que surgiu no Japão na década de 1980 e consiste na mistura de diversas vertentes musicais como rock, metal e até música clássica. Uma das peculiaridades desse movimento é a ênfase no visual de seus artistas, muitas vezes extravagante, outras vezes mais leve, mas quase sempre misturada com a androginia, e shows chamativos. (ALMEIDA, 2008).

“E é assim que pensamos poder ser possível abordar as modas das tribos urbanas como a moda dos grupos de iguais, ou seja, moda de iguais tribalizados. Iguais porque pensam e sentem uns como os outros, dentro de uma ambiência que os torna solidários”. (NURCHIS, 2008).

Figura 34: Painel Tribos Fonte: Arquivo pessoal

Como foi visto, cada tribo tem uma peculiaridade que a difere da outra. Sendo assim, nota-se que este projeto não possui apenas uma tribo como público-alvo, pois se adapta a várias delas, pois meninas de tribos diferentes poderão fazer seu uso.

No tópico seguinte, será analisado o mercado de lingerie com ênfase no mercado para adolescentes, observando as características positivas que serão pertinentes ao trabalho posteriormente.

3.9 Mercado

Mercado (concorrente) são aqueles que possuem produtos que visam o mercado e satisfazer os mesmos clientes. (TREPTOW, 2003, p.80). A concorrência também pode servir como padrão de preços, onde se deve sempre pesquisar no mercado, os preços atuais dos

concorrentes, para possíveis comparações. Estas informações são essenciais para que se possa atingir o público com competência e sem erros. No mercado competitivo, há necessidade de ressaltar um produto, por isso, a função estética é incorporada ao mesmo, para influenciar na decisão de compra, pois é o fator de primeiro destaque do produto, o que chama mais atenção. (LÖBACH, 2001, p.63).

“O mercado nacional de lingerie movimenta cerca de R$ 2 bilhões por ano e reúne mais de seis mil confecções de faturamento total”. (FEGHALI e DWYER, 2001, p.88). Existem muitas empresas de pequeno porte, onde a moda íntima tem potencial para se tornar grande exportador.

3.9.1 Pesquisa de mercado

Quando se pensa em lingerie para meninas adolescentes, logo vem a imagem de peças simples e sem detalhes, onde se pensa apenas o conforto das peças. A lingerie para este público é muito pouco explorada, pois quando as tecnologias em materiais e formas se inovam, as lingeries femininas confeccionadas são destinadas as mulheres adultas, ou na maioria dos casos, para meninas já adolescentes, que já possuem bastante busto, e não o caso do presente projeto, que se destina à meninas que estão começando a entrar na puberdade e ter o crescimento dos seios.

O mercado de adolescentes é um dos mais promissores dentro da moda. Segundo Feghali e Dwyer (2001, p.85), o campo dos mais jovens é enorme, onde eles estão se organizando cada vez mais com ideologia em aspectos de figurino e comportamento definidos, garantindo um público forte e com grandes oportunidades de fidelização.

Segundo Sdr (1998), os pré-adolescentes, com idades entre 10 e 14 anos, resultam num mercado com boas oportunidades de negócio para os empreendedores. Como eles estão próximos a abandonar sua fase criança para adentrar-se na adolescência, são uns consumidores particulares, onde o empreendedor que souber conquistá-lo receberá bons ganhos. Conforme o mesmo autor, constituem um importante nicho de mercado, pois são excelentes consumidores de produtos de moda, música e entretenimento, tecnologia, esportes e alimentos.

Para auxiliar nas gerações das alternativas, foi realizada uma pesquisa com marcas de lingeries existentes no mercado, que atuam na moda adolescente, infantil e infanto-juvenil, visto que foi optado por abranger a pesquisa estes públicos, devido a falta de produtos para o público em questão.

As peças infanto-juvenis que existem são simples e nada atraentes, visto que a maioria das marcas atuantes desenvolve produtos, ou com jeito de adulto, ou muito infantis, como mostram as figuras a seguir:

Figura 35: Linha Capricho básico Fonte: www.marcyn.com.br

Figura 36: Tanga microfibra infanto-juvenil Fonte: www.intimitat.com.br

Figura 37: Sutiã jovem Fonte: www.marisa.com.br

Figura 38: Lingerie teen Fonte: www.hopelingerie.com.br

Juntamente à pesquisa de mercado, é de grande importância a realização de pesquisa de possíveis concorrentes, em relação às empresas atuantes no mercado de peças íntimas referente ao público-alvo.

3.9.2 Referências de mercado

Conforme pesquisas e análises, foi percebido que algumas marcas podem ser futuros concorrentes dos produtos do presente projeto, devido a algum dos fatores, ora relacionados a modelagem, ora a tecidos, e algumas em relação à padronagens, porém, nenhuma se destacou como tendo todos os requisitos necessários para ser forte concorrente. As marcas referentes de mercado encontradas são marcas que produzem peças para várias idades, com linhas que variam do adolescente ao adulto. São elas: Hope Lingerie e Lingerie Marcyn Capricho.

A Hope Lingerie já está a 40 anos no mercado e suas peças são símbolos de conforto, durabilidade e qualidade. Fazem constantes investimentos em materiais, tecnologias e acabamentos de vanguarda e produção de ponta. Sua tecnologia é 100 % brasileira e exporta para dezoito países, dando um toque brasileiro para mulheres de todo o mundo. São realizadas pesquisas de campo constantes para elaborar peças perfeitas, do gosto da consumidora. O que garante a qualidade das peças da Hope é a dupla checagem, garantindo lingeries impecáveis. (HOPELINGERIE, 2008).

Suas lingeries dividem-se em linhas como a linha algodão, com peças em jeans e cotton; linha Nude, com a tecnologia Vo. VPL (Visual Pant Lines) que são calcinhas que não marcam sob a roupa; e a linha teen, (foco da concorrência), confeccionada toda sem costura, feitos com super microfibra touch, cotton lycra, ou 100% algodão.

A linha Teen da Hope Lingerie possui modelos de calcinhas com laterais mais largas sem tirar a delicadeza das peças. Os sutiãs são modelados, onde alguns modelos são sem costura e alças do mesmo tecido, porém todos com regulagem e simplicidade.

Figura 39: Sutiã bege – Hope Teen Fonte: www.hopelingerie.com.br

Figura 40: Sutiã branco – Hope Teen Fonte: www.hopelingerie.com.br

Figura 41: Conjunto verde – Hope Teen Fonte: www.hopelingerie.com.br

Figura 42: Sutiã rosa – Hope Teen Fonte: www.hopelingerie.com.br

A Lingerie Marcyn está no mercado desde 1983 e trabalha com peças com modelagens exclusivas e novas tecnologias. A Lingerie Marcyn Capricho investe em peças de modelos tradicionais, alças reguláveis e modelos de top e decote nadador nas costas, todos em modelagem confortável e seguindo as tendências atuais. Possuem quatro linhas: Linha básica; linha cores, linha festa e linha balada. (MARCYN, 2008).

A linha básica possui peças com sutiãs pré-moldados, com bojo e sem bojo; calcinhas largas tipo short e também as mais estreitas, em cores pálidas e neutras, como segue na figura 43:

Figura 43: Capricho básico Fonte: www.marcyn.com.br

A linha Cores traz lingeries em cores fortes, com sutiãs em formatos pré-moldados em estilo push-up, sutiãs em estilo nadador diferenciado, calcinhas mais estreitas (como a string), como também as mais largas, todas em estilo moderno e casual. Segue figura abaixo:

Figura 44: Capricho Cores – top estilo nadador Fonte: www.marcyn.com.br

Figura 45: Capricho Cores rosa Fonte: www.marcyn.com.br

A linha Festa da Marcyn segue as mesmas propostas das outras linhas, porém muito mais colorida e irreverente, trazendo estampas de listras e desenhos modernos em cores muito fortes, com decotes na parte de trás diferentes com alças transversais, conforme figura a seguir:

Figura 46: Linha Capricho Festa Fonte: www.marcyn.com.br

A linha balada contém peças mais provocantes e sensuais, porém ainda para o público adolescente. Segue referências de estampas de onça e modelagem menor, tanto na calcinha quanto no sutiã. Veja figura a seguir:

Figura 47: Linha Capricho Balada Fonte: www.marcyn.com.br

3.10 Categorias de lingerie

Várias são as opções de lingerie e se dividem em diversas categorias. Segundo Braga (2007, p.73), as roupas íntimas são também chamadas de roupas de baixo (sous-vêtement, em

francês) e nesta categoria se enquadram o sutiã, a calcinha, a tanga, o espartilho, a cinta, a liga, o modelador entre outros.

As empresas de lingerie denominam nomes para cada tipo de lingerie como sendo linhas da marca. Porém, esta classificação denomina apenas o estilo de cada peça, como a linha básica, que existe em praticamente todas as marcas, e são conhecidas como peças mais simples, para o dia-a-dia. Normalmente são peças em algodão, sem muita estampa e detalhes. Atualmente, as peças da linha básica estão mais sofisticadas em relação a seus tecidos e modelagens, como mostra a linha básica da Dulóren. Algumas lingeries apresentam desenhos em alto relevo, bojos pré-moldados, elásticos de alta qualidade, que proporcionam um toque macio nas peças. (DULÓREN, 2008).

As linha romântica, é assim chamada por possuir detalhes delicados, laços e fitas, como na coleção TrueLove, da Valisère, que apresenta lingeries de tecido macio e com suave transparência brilhante, e bordados sobre os tecidos, em trabalho artesanal. (VALISÈRE, 2008). A linha clássica é parecida com a básica, pois geralmente tem formato simples, porém com tecidos tecnológicos, Os sutiãs podem acompanhar bojo ou não, dependendo da linha da marca. A Hope Lingeries possui modelos tradicionais sem bojo, com tecido 100% algodão ou microfibra em modelagens da linha clássica. (HOPELINGERIE, 2008).

Cada peça é destinada à seu público, em relação a tamanho, cor, formato e modelagem. As calcinhas modeladores de quadril e os sutiãs modeladores fazem parte de algumas marcas e são referidas como linhas, como também as linhas maternidade e gestante que são referidas como linhas, porém todas elas têm conexão. Algumas peças que são referidas como calcinhas modeladoras são as mesmas referidas de gestante em outra marca. Todas cumprem a mesma função, que servem para mudar (diminuir) a forma da silhueta feminina, ou aumentar o seio da mulher, por exemplo. Com tecidos tecnológicos, elas garantem firmeza e flexibilidade, com recortes engenhosos e enchimentos estratégicos, escondendo qualquer tipo de excesso. (MARIECLAIRE, 2000). Todos oferecem conforto e normalmente são confeccionados sem costura. Alguns possuem auto-massagem de drenagem linfática, que acelera a redução de medidas. (RUMO, 2008).

A linha de gestante são peças feitas com o máximo de conforto, confeccionadas com modelagens que não sobrecarregam a coluna, calcinhas que não apertem a barriga, e sutiãs com

abertura frontal para a amamentação. A coleção Maternity, da Delcotton, possui produtos em cotton tratado, tecido anti-bactericida, garantindo maior maciez e higiene para com o bebê. A abertura parcial no sutiã facilita na amamentação, e os fechos podem ser colocados com apenas uma das mãos, ajudando a mãe a abrir e fechar sozinha. (DELCOTTON, 2008).

Várias outras linhas ainda são classificadas pelas marcas, como as linhas sensual, erótica e funcional, esta última, vista na marca Ella, que possui peças que modelam o corpo, com efeito redutor e firmador do corpo, disfarçando a celulite e auxiliando a postura. Seus tecidos possuem ingredientes de origem natural, como a manteiga de shea, óleo de amêndoas doces, óleo de Lupinus albus, óleo de gérmen de trigo, óleo de argania e vitamina E. (ELLA, 2008).

Contudo, este projeto levará em consideração várias linhas, visando cada uma de suas qualidades, fazendo uma mescla, por assim dizer, dos estilos romântico, básico e funcional, buscando um estilo, e não uma linha.

Após as categorias de lingeries, segue alguns materiais utilizados na confecção de lingeries e, no caso dos aviamentos, serão apresentadas suas funções. Algumas empresas que fornecem estes materiais serão apresentadas nos tópicos a seguir.

3.11 Materiais

Os materiais são a peça-chave para a confecção de um produto. A seguir, encontram-se os tecidos e os aviamentos que normalmente são utilizados na confecção de lingeries.

3.11.1 Tecidos

Todo profissional de moda precisa conhecer os tecidos, suas classificações e propriedades de caimento para poder realizar produtos com adequação. O tecido é a matéria-prima de criação,

e segundo Treptow (2003, p.123), a escolha dos tecidos não depende apenas da estética que eles proporcionam, e sim, à sua adequação com o tipo de produto que se quer confeccionar.

Desenvolver tecidos mais leves que possuam propriedades anti-bactericidas são as principais preocupações do mercado atualmente. Os acabamentos que dispensam o ferro de passar também não ficam de fora. O maior desafio, no entanto, é incorporar ao tecido sintético características de fios naturais, dificuldade essa, devido ao alto grau de rejeição dos sintéticos. (FEGHALI e DAWYER, 2001, p.68).

Produtos ecologicamente corretos utilizam fibras sintéticas, que são produzidas em laboratório e permitem maior controle da emissão e reaproveitamento de resíduos químicos. As empresas estão a cada dia mais investindo na área em pesquisas de novos materiais e tecidos tecnológicos. De acordo com Feghali e Dwyer (2001, p.68), alguns dos novos tecidos e suas marcas são:

o Tecido térmico: Criado pela agência espacial norte-americana e utilizado pelo estilista

Carlos Miele, para a grife M. Officer. Contém microcápsulas de parafina em sua trama e o tecido muda de acordo com a temperatura do corpo, fazendo com que a parafina se liquidifique quando o corpo esfrie.

o Tecido Sorona: Desenvolvido pela DuPont, o tecido Sorona, que é biodegradável, é um

fio de poliéster produzido a partir da síntese do milho.

o Tecido de Cânhamo: Sendo ecológico e muito quente, o tecido feito com fibras de

cânhamo mistura seda e algodão com fios de ervas.

o Tecido Halosource: Tecido que contém um composto de cloro em suas fibras, que mata

bactérias e fungos, não deixando que a roupa fique com mau-cheiro.

o Tecido anti-celulite: O tecido contém partículas que massageiam o corpo constantemente,

O tecido mais utilizado na confecção de lingerie é de origem sintética, e, segundo Advancetextil (2008), os mais utilizados são as rendas, o cetinete, o tule - tecidos que possuem poliamida e elastano em sua composição. Os tecidos 100% algodão também são utilizados, proporcionando maior conforto e casualidade.

A maioria dos sutiãs possui a Lycra junto a seus tecidos, já que ela por si só, não existe. Lycra é a marca registrada do fio elastano da Invista (maior fabricante mundial de fibras sintéticas). A Invista é dona de marcas muito conhecidas; além da Lycra, possui as marcas: Supplex, a Tactel e a Coolmax. Em 2004, a Invista foi fundada, quando a empresa Koch adquiriu a DuPont Têxtil.

O fio da Lycra garante liberdade de movimento, por isso está associada à maioria das peças do vestuário íntimo. Não existe um tecido com 100% de LYCRA® em sua composição. O fio está sempre acompanhado de outra matéria-prima como poliamida e o algodão. (LYCRANAMODA, 2008).

Abaixo segue algumas inovações tecnológicas de fibras, que juntamente à Lycra, conforme o Lycranamoda (2008), proporcionam leveza e qualidade aos produtos. São elas:

o COOLMAX® com LYCRA: COOLMAX® gerencia a umidade do corpo, fazendo o suor

espalhar-se para a superfície do tecido propiciando mais rapidez em sua evaporação. A tecnologia desenvolvida no fio faz com que o usuário sinta mais frescor. É ideal para a prática de esportes, pois permite maior liberdade de movimento. Pode ser lavado em máquinas e secam rapidamente.

o LYCRA® Black: É o primeiro elastano tingido em massa, uma inovação na área dos fios.

Este fio permite o preto total, ou seja, a cor mais intensa e profunda sem brilho quando o tecido estica. Além disso, com ele é possível produzir artigos diferenciados, bicolores ou mesclados. Veja figura:

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