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LINGERIE PARA PRÉ-ADOLESCENTES

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Academic year: 2021

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MICHELLE DEUSCHLE

LINGERIE PARA PRÉ-ADOLESCENTES

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

MICHELLE DEUSCHLE

LINGERIE PARA PRÉ-ADOLESCENTES

O primeiro sutiã de uma menina

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Design de Moda pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú.

Orientador: Renato Buchele.

Balneário Camboriú 2008

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RESUMO

A pré-adolescência é uma fase de muitas mudanças na vida de uma menina. Seu corpo muda, suas atitudes mudam. A escolha do primeiro sutiã ocasiona um certo receio a estas garotas que ainda possuem marcas da infância, mas que de uma forma ou de outra, precisam começar a tomar suas próprias decisões.

O projeto apresenta uma pesquisa sobre o comportamento das meninas pré-adolescentes, e o desenvolvimento de uma coleção de lingeries direcionada a este público, que vem crescendo a cada dia. O foco da coleção para o primeiro sutiã de uma menina, foi a valorização da mudança do corpo feminino neste período, oferecendo conforto, beleza e funcionalidade, através de estudos ergonômicos e modelagens adequadas.

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ABSTRACT

The pre-adolescence is in a girl’s life is a phase which occur lots of changes. She has her body, her attitudes changed. The choose of the first bra make a fear to these girls that live the conflict to be in a phase between childhood and adolescence, but anyway they need to make their own choices.

The project presents a research about the pre-adolescence girl’s behavior, and the development of lingerie’s collection destined to this public, that is growing up day by day. The collection’s focus to the first girl’s bra is to give credit on the changes in the female body in this specific period, offer comfort, beauty and functional, through ergonomics studies and appropriate pattern.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Metodologia de Santos (2005)... 14

Figura 2 Fluxograma ... 16

Figura 3 Espremedor de limão... 20

Figura 4 Roupa de papel, Jum Nakao ... 21

Figura 5 Modelagem ... 22

Figura 6 Linha Fashion Dulóren... 24

Figura 7 Linha True Love Valisère ... 24

Figura 8 Linha Demillus ... 25

Figura 9 Linha Biosenses Liz ... 26

Figura 10 Corpete simples ... 27

Figura 11 Corpete bliaud ... 27

Figura 12 Lingerie com cinta... 29

Figura 13 Lingerie anos 50 com bojo ... 30

Figura 14 Sutiã cone Jean-Paul Gaultier... 30

Figura 15 Lingerie anos 60 ... 31

Figura 16 Painel semântico do público-alvo... 33

Figura 17 Vestido tons de bege ... 36

Figura 18 Estampado floral... 36

Figura 19 Laço em vestido... 37

Figura 20 Cinto de laço ... 37

Figura 21 Tecido transparente ... 37

Figura 22 Bordado e estampa ... 37

Figura 23 Grafismo ... 38

Figura 24 Grafismo fluído ... 38

Figura 25 Drapeado com cinto ... 38

Figura 26 Cinto na cintura ... 38

Figura 27 Lingerie De Chelles... 39

Figura 28 Calcinha larga lacinho... 39

Figura 29 Sutiã com renda ... 39

Figura 30 Alça trabalhada De Chelles ... 40

Figura 31 Mistura de estampas ... 40

Figura 32 Crianças pintando o rosto ... 41

Figura 33 Revista Capricho ... 42

Figura 34 Painel Tribos... 44

Figura 35 Linha Capricho básico ... 46

Figura 36 Tanga microfibra infanto-juvenil ... 46

Figura 37 Sutiã jovem ... 46

Figura 38 Lingerie teen ... 46

Figura 39 Sutiã bege – Hope Teen ... 48

Figura 40 Sutiã branco – Hope Teen... 48

Figura 41 Conjunto verde – Hope Teen... 48

Figura 42 Sutiã rosa – Hope Teen ... 48

Figura 43 Capricho básico ... 49

Figura 44 Capricho Cores – top estilo nadador ... 49

Figura 45 Capricho Cores rosa ... 49

Figura 46 Linha Capricho Festa ... 50

Figura 47 Linha Capricho Balada... 50

Figura 48 Tecido Lycra Black ... 55

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Figura 51 Tecido Supplex com Lycra ... 56

Figura 52 Tecido Malharia Princesa ... 57

Figura 53 Tecido Cetinete com elastano... 58

Figura 54 Tecido Microfibra ... 58

Figura 55 Tecido Baby Power ... 58

Figura 56 Renda Jacquard com elastano... 58

Figura 57 Lingerie Amni e Rhodia... 59

Figura 58 Lingerie Amni e Rhodia rendas... 59

Figura 59 Fechos ... 60

Figura 60 Argolas e reguladores... 60

Figura 61 Lacinhos ... 60

Figura 62 Aplique... 60

Figura 63 Botão ... 60

Figura 64 Elástico... 61

Figura 65 Bojo pré-moldado com bolhas... 61

Figura 66 Colchete ... 61

Figura 67 Fivela... 61

Figura 68 Bojo pré-moldado... 62

Figura 69 Renda com elastano... 62

Figura 70 Os três tipos básicos do corpo humano... 64

Figura 71 Medidas da criança de 9 anos ... 66

Figura 72 Medidas da criança de 10 anos... 66

Figura 73 Medidas da pré-adolescente de 11 anos... 67

Figura 74 Medidas da pré-adolescente de 12 anos... 67

Figura 75 Medidas da adolescente de 13 anos ... 67

Figura 76 Tabela de medidas calcinhas ... 68

Figura 77 Tabela de medidas sutiãs ... 68

Figura 78 Sutiã que aumenta seio... 70

Figura 79 Sutiã meia-taça ... 70

Figura 80 Sutiã com costura transversal ... 70

Figura 81 Sutiã básico com costura transversal... 70

Figura 82 Sutiã top sem bojo ... 71

Figura 83 Sutiã de algodão sem bojo e sem aro ... 71

Figura 84 Sutiã de algodão sem bojo ... 72

Figura 85 Sutiã top de microfibra e renda ... 72

Figura 86 Caleçon Darling... 72

Figura 87 Calcinha lateral larga... 72

Figura 88 Calcinha de lateral estreita... 73

Figura 89 Calcinha tamanho médio... 73

Figura 90 Painel semântico do conceito ... 75

Figura 91 PFFOA ... 77

Figura 92 Diferencial Semântico... 78

Figura 93 Gustav Klimt... 79

Figura 94 Emilie Flöge com vestido de Veraneio ... 80

Figura 95 Emilie Flöge com vestido de Veraneio 1... 80

Figura 96 Emilie Flöge com vestido de Veraneio 2... 80

Figura 97 Emilie Flöge com vestido Concerto... 80

Figura 98 Emilie com vestido Reformista ... 80

Figura 99 O Beijo ... 81

Figura 100 Retrato Baronesa Elisabeth Bachofen-Echt... 81

Figura 101 Hope II ... 81

Figura 102 Retrato de Friederike Maria Beer... 82

Figura 103 Retrato de Maria Primavesi ... 82

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Figura 106 A árvore da vida ... 83

Figura 107 Bluhender Garten ... 83

Figura 108 A Macieira I... 83

Figura 109 Sea Serpents IV (detalhe) ... 84

Figura 110 As três idades da mulher (detalhe) ... 84

Figura 111 Maiden ... 84

Figura 112 Death and life (detalhe)... 84

Figura 113 Painel semântico da temática... 85

Figura 114 Qual a sua idade?... 87

Figura 115 Você mesma escolhe sua lingerie (calcinha e sutiã)? ... 87

Figura 116 Qual o modelo de sutiã que você mais gosta? ... 88

Figura 117 Qual o modelo de calcinha que você mais gosta?... 89

Figura 118 Você prefere peças todas de uma cor ou estampadas?... 89

Figura 119 Qual cor de calcinha e sutiã você prefere? ... 90

Figura 120 Prefere que tipo de cores?... 91

Figura 121 Qual estampa você mais gosta? ... 91

Figura 122 Você gosta de detalhes e enfeites nas lingeries? ... 92

Figura 123 Se sim, que detalhes mais gosta?... 93

Figura 124 Prefere sutiãs com bojo ou sem bojo?... 93

Figura 125 Gosta de alças com enfeites como pedras, rendas e bordados, para deixar aparecendo? ... 94

Figura 126 Você acha difícil encontrar conjunto de calcinha e sutiã que sirva corretamente no seu corpo? .. 95

Figura 127 Sente falta de algo na lingerie?... 96

Figura 128 Alternativas para confecção... 133

Figura 129 Modelo volumétrico Linha Básica ... 134

Figura 130 Modelo volumétrico Linha Fashion ... 135

Figura 131 Modelo volumétrico Linha Vanguarda ... 135

Figura 132 Estampa Linha Fashion... 136

Figura 133 Estampa Linha Vanguarda... 136

Figura 134 Marca Mariazinha Lingeries... 160

Figura 135 Opções de cores para a marca... 161

Figura 136 Tintas brinde ... 162

Figura 137 Alças de sutiãs à venda ... 162

Figura 138 Alças de sutiãs à venda ... 163

Figura 139 Tag... 163

Figura 140 Tag detalhado ... 164

Figura 141 Cartão de visita ... 165

Figura 142 Embalagens... 166

Figura 143 Embalagens dos brindes... 166

Figura 144 Sacola ... 167

Figura 145 Sasha ... 168

Figura 146 Etiquetas... 169

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SUMÁRIO Resumo... 2 Abstract... 3 Lista de figuras ... 4 1 INTRODUÇÃO ... 9 1.1 Problemática ... 9 1.2 Objetivo Geral ... 9 1.3 Objetivos Específicos ... 10

1.4 Justificativa da escolha do tema... 10

2 METODOLOGIA ... 12

2.1 Metodologia de pesquisa ... 12

2.2 Metodologia de projeto... 13

2.3 Sequência de planejamento de coleção ... 15

2.4 Técnicas de Criatividade... 17 2.4.1 Painel Semântico ... 17 2.4.2 MESCRAI... 17 2.4.3 Brainwriting... 18 2.5 Ferramentas de Projeto... 18 2.5.1 PFFOA ... 18 2.5.2 Diferencial Semântico... 19 2.5.3 Briefing ... 19 3 FUNDAMENTAÇÃO... 20 3.1 Design ... 20 3.2 Moda... 21 3.3 Segmento Lingerie... 23 3.4 Histórico Lingerie ... 26 3.5 Público-alvo... 31 3.6 Produto de moda ... 33 3.7 Planejamento de coleção ... 35 3.8 Tendências ... 35

3.8.1 Tendências Moda Verão 2009... 36

3.8.2 Tendências Lingerie Verão 2009 ... 39

3.8.3 Tendências comportamentais ... 40 3.9 Mercado ... 44 3.9.1 Pesquisa de mercado ... 45 3.9.2 Referências de mercado ... 47 3.10 Categorias de lingerie ... 50 3.11 Materiais ... 52 3.11.1 Tecidos ... 52 3.11.2 Aviamentos ... 59 3.12 Ergonomia ... 63 3.13 Antropometria ... 64 3.13.1 Medidas antropométricas ... 66

3.13.2 Tabelas de medidas antropométricas ... 68

3.14 Tipos de lingerie e sua adequação ao tipo físico ... 69

3.14.1 Sutiãs ... 69

3.14.1.1 Sutiãs e seios da adolescente ... 71

3.14.2 Calcinhas... 72

3.14.3 Biotipo magro ... 73

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3.15 Conceito ... 74

3.16 Briefing ... 75

3.17 PFFOA ... 76

3.18 Diferencial Semântico ... 77

3.19 Temática ... 78

4 LEVANTAMENTO DE DADOS E PESQUISA... 86

4.1 Questionário... 86

4.1.1 Análise dos questionários aplicados... 86

5 PORTFÓLIO ... 97 6 ALTERNATIVAS DESENVOLVIDAS ... 133 7 MODELO VOLUMÉTRICO... 134 8 FICHA TÉCNICA ... 137 9 PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA... 159 10 COMPOSTO MERCADOLÓGICO... 160 10.1 Marca ... 161 10.2 Brindes ... 161

10.3 Acessórios e aviamentos complementares ... 162

10.4 Tag ... 163 10.5 Cartão de Visita... 165 10.6 Embalagem... 165 10.7 Sacola... 166 10.8 Preço ... 167 10.9 Promoção ... 167 10.10 Etiqueta... 168 11 CONCLUSÃO... 170 12 REFERÊNCIAS ... 171 13 ANEXOS... 180 13.1 Modelo de questionário ... 115

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1 INTRODUÇÃO

Uma das peças mais interessantes do guarda-roupa feminino é a lingerie. Esta peça de baixo teve sua primeira aparição em 40 A.C, e sua evolução começou desde então. Porém é a partir do século XIX que a história da lingerie passa a ter mudanças notórias, principalmente no que diz respeito à parte superior, devido a criação do primeiro sutiã em 1904. A partir daí, a lingerie passou por fases de “amadurecimento”, que passaram pela veste que escondia o corpo da mulher, para peças que valorizavam suas curvas.

Novos tecidos e materiais surgiram com o tempo, proporcionando segurança e conforto para o dia-a-dia das mulheres, que passaram a ter mais confiança e feminilidade.

As obras do artista Gustav Klimt, são a temática deste projeto. As pinturas possuem formas geométricas e orgânicas, em cores extremamente interessantes, que passam por uma escala desde o cinza até o rosa intenso. São obras que transmitem pureza, delicadeza e emoção, em imagens que demonstram o colorido da vida.

1.1 Problemática

Atualmente no mercado de lingerie, não existem peças adequadas às meninas que desejam adquirir seu primeiro sutiã, pois são ou muito adultas ou muito infantis, não havendo também, lingerie para seu biótipo específico.

1.2 Objetivo Geral

Desenvolver uma coleção de lingeries para pré-adolescentes - entre 9 e 13 anos aproximadamente - que procuram por seu primeiro sutiã, inspirada nas obras de Gustav Klimt.

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1.3 Objetivos Específicos

• Conhecer a lingerie desde sua história até sua utilização nos dias de hoje, para melhor

conhecimento de sua evolução;

• Desenvolver produtos que sejam adequados ao corpo das pré-adolescentes, verificando

sua estrutura física através de pesquisas ergonômicas;

• Verificar as deficiências atuais do mercado de lingerie para este público, para que sejam

analisados seus pontos positivos e negativos;

• Proporcionar uma linguagem e modelagem adequada às pré-adolescentes, para que sejam

desenvolvidas peças exclusivas a este público.

1.4 Justificativa da escolha do tema

O tema de uma pesquisa é o assunto que se deseja provar ou desenvolver. (LAKATOS e MARCONI, 2000, p.139). A utilização de temas e temáticas é de suma importância para o desenvolvimento de um projeto, pois auxilia a geração de alternativas, melhorando o resultado final.

A lingerie é tema deste projeto, tendo como foco principal o sutiã. Mesmo com a indústria de lingerie se tornando a cada dia mais tecnológica, sempre em busca de novos materiais e tecidos ergonômicos e confortáveis, as pré-adolescentes não possuem um mercado destinado à elas. As lingeries encontradas atualmente são destinadas as mulheres adultas, às crianças, ou às meninas já adolescentes, que já possuem busto. Por isso, encontrou-se a necessidade do desenvolvimento de peças para as pré-adolescentes que acabam de entrar na puberdade, e estão em procura de seu primeiro sutiã.

As obras de Gustav Klimt são a temática de inspiração, que buscará juntamente com a lingerie, o desenvolvimento de peças que proporcionem uma linguagem para as meninas pré-adolescentes. As pinturas de suas obras possuem texturas, formas e cores inusitadas, numa beleza

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extravagante e delicada. Ele atua de forma singular, mágica e cativante, em obras pintadas em tinta à óleo. Klimt foi o único capaz de unir arte, reforma e moda em uma unidade. (BRANDSTÄTTER, 2000, p.9).

As inspirações para o desenvolvimento dos produtos desta coleção, serão retiradas das obras deste artista, retratando nas peças de lingerie, as cores que variam de tons mais suaves a cores mais vibrantes, as texturas que os quadros transmitem, e as formas, que apresentam elementos geométricos e orgânicos, possibilitando a criação de uma coleção bastante diversificada.

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2 METODOLOGIA

A metodologia serve como base para seguir uma seqüência de etapas que conduzem à pesquisa, organiza o desenvolvimento e ajudam na conclusão de um determinado projeto. Coelho (2005), diz que os métodos devem ser claros e objetivos, dando preferência a métodos mais simples e de coesão.

Conforme Santos (2000, p.5), durante uma metodologia, algumas outras ferramentas devem ser utilizadas simultaneamente com o objetivo de solucionar problemas para a geração do produto e de organização do trabalho em si.

Um projeto necessita de uma ordem lógica para seu desenvolvimento, para que consiga atingir um melhor resultado com o menor esforço, podendo as regras serem mudadas caso necessário. Podem ser encontradas necessidades de melhoria – devendo ser o foco principal - por isso, o método de projeto não é definitivo. (MUNARI, 1998, p.10).

O planejamento de coleção é parte fundamental para a realização de um projeto, para melhor organiza-lo. Segundo Treptow (2003), o planejamento de coleção necessita de um cronograma para a organização das atividades previstas, um parâmetro de coleção, um mix de produtos e de moda, a dimensão da coleção, o faturamento médio, pesquisas sobre tendências e outros fatores primordiais para a organização do projeto de coleção. O capítulo 3.7 abordará um pouco mais sobre o planejamento de coleção.

2.1 Metodologia de Pesquisa

A palavra pesquisa semanticamente remete a idéia de busca, porém numa metodologia, quando pesquisa compreende uma investigação científica, está se falando de uma busca qualificada, resume Coelho (2005).

A metodologia de pesquisa facilita o desenvolvimento do projeto com o mínimo de falhas, pois se caso haja, pode ser melhorado e refeito, conforme as etapas a serem seguidas, que por

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muitas vezes, podem ir e vir conforme desejo do designer. Para definir o que se deseja, a pesquisa deve proceder de um planejamento, diz Lakatos e Marconi (2000, p.36).

Toda pesquisa deve ser procedida de um vasto levantamento de dados sobre o assunto a ser especificado. Segundo Santos (2000, p.1), um bom projeto está relacionado muito mais à qualidade de seu processo de trabalho – estudos, pesquisa, conhecimento - do que por uma inspiração ocasional.

No planejamento de pesquisa, verificou-se a importância tanto das pesquisas bibliográficas quanto das pesquisas de estado de design e da análise de campo. Pesquisas bibliográficas são encontradas publicadas por autores, em livros, revistas, jornais, artigos e outros, a fim de levantar dados sobre o assunto em questão. No caso presente, foram levantados dados sobre o histórico da lingerie, comportamento do público-alvo, conceitos do produto, tendências de moda e lingerie, estado do design – mercado. Também foi salientada a importância da ergonomia para o conforto e adaptação da moda íntima, tanto quanto seus materiais que serviram de apoio para as etapas seguintes do projeto.

Quanto às pesquisas de campo, foi elaborado um questionário destinado ao público em questão, com o intuito de aprimorar o desenvolvimento da coleção. Logo após, as oportunidades de mercado deixaram claras as necessidades atuais existentes e a melhoria que seria necessária.

Para um melhor desenvolvimento de uma coleção de lingerie focada no primeiro sutiã da menina, optou-se pela metodologia proposta por Santos (2000), para melhor organização do projeto em busca de um produto qualificado pelo público.

2.2 Metodologia de Projeto

A metodologia de projeto, suas ferramentas e técnicas, permitem que o trabalho se torne estruturado e sistemático, gerenciando e melhorando o mesmo. (SANTOS, 2000). Segundo o mesmo autor, cada profissional pode criar seu próprio método de projeto, desde que contenham uma boa estrutura, de forma organizada e prática, a fim de definir um método de seu próprio entendimento.

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Analisando algumas existentes, foi observada que a metodologia de Santos (2000), é a mais adequada, por ser de fácil entendimento para o desenvolvimento. Sua metodologia consiste no Método de desdobramento em três etapas, divido em: Pré-concepção, Concepção e Pós-concepção, como mostra a tabela a seguir:

Figura 1: Metodologia de Santos (2005) Fonte: SANTOS, Flávio; 2005.

Durante a Pré-Concepção será definido o problema, não necessariamente definir o produto do projeto, diz Santos (2000). Também serão definidas as características do produto, as especificações do projeto – prazo, recursos envolvidos, entre outros – e pesquisas, como a de mercado. Na etapa de Concepção são geradas as alternativas de solução do problema conforme as especificações do detalhamento aprofundado, e em seguida, selecionado as alternativas escolhidas. “Somente após a aplicação da metodologia estabelecida, que pressupõe reflexão teórica e experimentação, é que se pode falar em análise e de resultados”. (COELHO, 2005). Feito isso, é chegada a Pós-Concepção, detalhando a alternativa escolhida na etapa anterior, especificando seus componentes (informações técnicas), especificando a produção (maquinário), venda (transporte, embalagem, tag, entre outros). (SANTOS, 2000).

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Visto que este método não especifica detalhes aprofundados das concepções, foi analisada a importância da introdução de testes e adequações do produto realizado. Com base no Método de Planejamento de Coleção de Keller (2004), a metodologia presente foi desestruturada para agregar essa nova função, já que demonstra ser necessário para o desenvolvimento e conclusão do projeto. Cabe então, visar uma nova metodologia aplicada, onde durante a Pós-Concepção será agregado - antes da produção final, testes e adequações no produto para que possa se chegar ao resultado esperado.

As etapas de Pré-concepção e a Concepção continuam sem interferências, sendo que a interação entre as etapas é possível, devido ao processo ser além de contínuo, cíclico.

2.3 Sequência de planejamento de coleção

Para melhor entendimento do projeto, segundo Baxter (1998, p.124), um bom planejamento deve ter uma meta bem definida. Com isso viu-se a necessidade de realizar durante esta fase do projeto, uma seqüência do planejamento de coleção.

Primeiramente, foi escolhido o tema para inspiração do presente projeto. Confeccionou-se um painel de inspiração – tema – para melhor entendimento. Logo após, partiu-se para a pesquisa teórica, com base em livros, sites e revistas, sobre o histórico da lingerie, segmentos e categorias da lingerie, tendências de moda, lingerie e comportamento do público, o público-alvo em si, mercados e materiais, sendo inovadores e tecnológicos.

Esta pesquisa é importante como base de fundamentação de pesquisa para o desenvolvimento e defesa do projeto, que segundo Löbach (2001), é essencial a coleta de informações para se seguir às etapas seguintes.

O público-alvo referido são meninas com faixa etária entre os 9 e 13 anos, que precisam adquirir seu primeiro sutiã.

Em relação à pesquisa de campo, os questionários elaborados foram de grande utilidade para a coleta de dados referente às opiniões do público-alvo. Após todas estas pesquisas, foram elaborados painéis com cartela de cores e materiais, para melhor visualização da qualidade dos

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produtos. O release também foi realizado durante esta parte do Portfólio, contendo informações sobre o tema e inspirações de toda a coleção. Durante esta etapa, ainda foram elaborados painéis da cartela de aviamentos, de tecidos e cores, facilitando a visualização desta coleção.

A geração de alternativas é a fase de produção de idéias, onde a mente precisa trabalhar livremente, sem restrições. (LÖBACH, 2001). Durante o desenvolvimento das alternativas, serão colocadas em prática todas as necessidades encontradas durante todo o processo de pesquisa, e em seqüência, serão escolhidas três alternativas, com base nas pesquisas de campo e de mercado. Com as fichas técnicas prontas, serão feitos os modelos volumétricos para a verificação de alguma falha ou problema. Visto isso, serão confeccionadas as peças e feito todo o composto mercadológico, mostrando as embalagens e o tag possuindo a mesma linguagem visual, para melhor entendimento pelo consumidor.

A seguir, encontra-se um fluxograma indicando, superficialmente, as etapas da seqüência do planejamento de coleção.

Figura 2: Fluxograma Fonte: Arquivo pessoal

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2.4 Técnicas de Criatividade

As técnicas de criatividade são utilizadas como procedimento de auxílio para a criação de nome de marcas, temática de uma coleção, e até mesmo para a confecção de painéis para melhor visualização do projeto. Veja abaixo algumas das técnicas utilizadas neste projeto de coleção de vestuário.

2.4.1 Painel Semântico

Os painéis semânticos servirão para a visualização da coleção de lingeries, mostrando a definição da temática, do conceito e do público-alvo através de imagens que identifiquem as características do projeto proposto. Os painéis de público-alvo, conceito e temática encontram-se respectivamente nos capítulos 3.5, 3.15 e 3.19.

2.4.2 MESCRAI

MESCRAI é a sigla de Modifique, Elimine, Substitua, Combine, Rearranje, Adapte e Inverta, que estimula possíveis modificações num produto existente. (BAXTER, 1998, p.63).

Esta ferramenta foi utilizada no momento da gerações de alternativas, localizada no Portfólio deste projeto, onde a partir de um desenho, foram eliminados ou acrescidos alguns detalhes, rearranjando-os; criando assim, novas propostas.

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2.4.3 Brainwriting

“Brainwriting é uma evolução do brainstorming, procurando conservar as suas vantagens e reduzir as desvantagens”. (BAXTER, 1998).

Segundo King e Schlicksupp (1999), o brainwriting é o compartilhamento de idéias em silêncio, onde são escritas idéias em um papel, sem haver críticas. Uma de suas vantagens é que ela oferece tempo para concentração, para a geração de idéias e pensamentos em grupo.

Esta técnica de criatividade será utilizada na geração de idéias para a geração do nome da marca da coleção proposta.

2.5 Ferramentas de Projeto

As ferramentas de projeto servem para descrever as situações reais do mercado, bem como as do produto em questão. Abaixo seguem algumas das ferramentas utilizadas na realização deste projeto.

2.5.1 PFFOA

A ferramenta PFFOA é necessária para a identificação dos pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades que os produtos terão no mercado, e será utilizada no capítulo 3.17, para auxiliar nos principais quesitos dos produtos da coleção.

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2.5.2 Diferencial Semântico

O diferencial semântico mostrará as qualidades e os defeitos dos produtos oferecidos pelos concorrentes existentes no mercado, identificando as características de um produto ideal.

2.5.3 Briefing

Para melhor definição e especificação do produto a ser criado e confeccionado, surge a necessidade da construção de um briefing, para melhor entendimento de alguns pontos que ainda não foram levantados neste projeto.

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3 FUNDAMENTAÇÃO

Para início de um projeto, é necessário uma pesquisa para ser utilizada como fundamento para a argumentação. Neste capítulo serão abordados os principais conceitos sobre Design, Moda, Tendências, Mercado e Público-alvo, sendo utilizados como principais autores: Lobach (2001), Treptow (2003), Steele (1997), Garcia (2008), entre outros, que serão apresentados a seguir.

3.1 Design

“O design é o emprego econômico de meios estéticos no desenvolvimento de produtos, de modo que estes atraiam a atenção dos possíveis compradores, ao mesmo tempo que se otimizam os valores de uso dos produtos comercializados”. (LÖBACH, 2001, p.12).

Segundo Löbach (2001, p.14), design nada mais é que o processo de adaptação do ambiente artificial às necessidades físicas e psíquicas das pessoas.

O designer necessita de pesquisa de informações para a solução de problemas, com o máximo de criatividade e originalidade. Conforme Treptow (2003), o designer pode agir inconscientemente que esteja fazendo uso do design, porém, o design está presente mesmo quando em forma de negação.

Figura 3: Espremedor de limão Fonte: www.pepper.com.br

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Conforme Santos no site Pucsp (1998), a necessidade que o homem tem de criar códigos acabou criando o design. O termo design implica vários conceitos que necessitam ser abordados, como conforto, ergonomia e beleza, e tem em seu âmbito a tentativa de significar algo, seja no campo da construção de mensagens visuais ou na criação de objetos.

O design tem função na moda como parte primordial e termos de ergonomia e beleza, como ditos anteriormente, por isso, viu-se necessidade de apresentar também o conceito de moda e suas variáveis.

3.2 Moda

Moda não é nada mais que atitude, uma maneira de se expressar. Segundo Braga (2007, p.66), a palavra moda vem do latim “modus”, que significa modo, por isso está relacionada a modo, maneira e comportamento de cada ser humano. O mesmo autor diz ainda, que a palavra

façon vem do francês e também significa “modo”, “maneira”; e disso, surge em inglês a palavra fashion, que possui o mesmo significado.

Segundo Palomino (2003), moda é muito mais do que roupa, é um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, juntamente com um contexto político, social e sociológico. É efêmera e muda praticamente de seis em seis meses.

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A ação de cobrir o corpo mostra que o ser humano deseja demonstrar seu papel social, sendo que moda é o estilo proposto por alguém que foi aceito pelo público e se tornou coletivo. Conforme Braga (2007, p.29), a moda em si, é o registro de um momento que vai e volta conforme o tempo, buscando sempre a inovação, o inusitado e o ineditismo para se diferenciar de alguma forma dos demais.

Figura 5: Modelagem Fonte: http://www.anba.com.br

Atualmente, a moda ganha papel de criadora, liberdade com informação, e está cada vez mais subjetiva, com produtos com estilo. Estilo, segundo Baxter (1998, p.25), “é a qualidade que provoca a sua atração visual”, ou seja, algo que impera sobre os outros pelo visual que chama atenção.

A moda, por Treptow (2003, p.26), diferencia-se de estilo, por este ser pessoal, já que a moda existe por ter quem a siga, já estilo é algo que cada um tem o seu. Simplificando, a autora diz que “a moda é um fenômeno social de caráter temporário que descreve a aceitação e disseminação de um padrão ou estilo, pelo mercado consumidor, até sua massificação e conseqüente obsolescência como diferenciador social”.

A lingerie faz parte do mundo da moda desde muitos anos A.C, como será visto no capítulo 3.4, e desde então passou a ser a peça-chave do guarda-roupa de toda mulher. Bordada, de renda, de cetim, estampada ou lisa, ela varia seu tamanho, textura e tecidos agradando todos os gostos. As peças se adequam a cada estação, conforme as tendências de moda e estilo das consumidoras.

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3.3 Segmento Lingerie

A palavra lingerie é de origem francesa e significa toda peça do vestuário feita em linge. Linge, por sua vez, é todo tecido de fios de linho, algodão, náilon, entre outros, utilizado nas roupas de baixo. (BRAGA, 2007, p.73).

A indústria da lingerie aposta cada vez mais em tecnologia e vem elaborando peças mais confortáveis, utilizando bons materiais e modelagem diferenciada. Apesar deste segmento buscar sempre o conforto, a praticidade e a segurança nos produtos, este não deixa de ser um segmento diferenciado, desde que agregue elementos de desejo e compra do consumidor.

“Com o surgimento da lycra, das microfibras e outros novos tecidos, como rendas e algodões elásticos, cores e estampas, os sutiãs chegaram a um nível de sofisticação, qualidade e

conforto nunca vistos.” (GARCIA, 2008).

A cidade de Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro, é a capital nacional da moda íntima, e hoje se tornou o pólo de moda íntima juntamente com regiões próximas. (INTIMAFRIBURGO apud HOTELOBERLAND, 2008). São cerca de 900 confecções que geram faturamento anual em torno de R$600 milhões. É responsável por 25% da produção nacional, produzindo um total estimado de 114 milhões de peças por ano; onde 14% da empresas deste pólo trabalham no mercado externo, para países como Portugal, EUA, Uruguai e Argentina. Em termos de lingeries nacionais, algumas marcas destacam-se devido a sua qualidade. Uma das mais conhecidas é a Valisère, que produz anualmente 12 milhões de peças. Já a Dulóren produz 1,5 milhão de peças por mês. (EMPRESAS.GLOBO, 2005).

A seguir, algumas das empresas mais reconhecidas no mercado de lingeries, dentre elas, destacam-se as citadas acima, juntamente com a Demillus e a Liz.

o Dulóren: Possui capital 100% nacional e sua unidade têxtil produz todas as

suas peças. Produz tecidos, rendas, colchetes, fitas elásticas e outros acabamentos. (DULÓREN, 2008). Trabalha com as linhas básico e fashion, onde a segurança da consumidora é o alvo principal. Procura criar sempre peças inovadoras e com conforto, materiais diferenciados, (como bojos

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coenizados), tecidos leves, (como a microfibra), e bordados importados, dando um toque de sofisticação às suas peças.

Figura 6: Linha Fashion Dulóren Fonte: www.duloren.com.br

o Valisére: Mantém a qualidade de suas peças devido a qualidade de seus produtos.

Alguns sutiãs possuem bojo pré-moldado e estruturado na base. O bojo é sempre utilizado para enriquecer as peças. Algumas calcinhas possuem a lateral de renda, refletindo modernidade e ousadia. A frente das calças é forrada inteira, proporcionando firmeza ao vestir. Possuem sutiãs com alças de elástico crochet que podem ser usadas aparentes. (VALISÈRE, 2008).

Figura 7: Linha True Love Valisère Fonte: www.valisere.com.br

o Demillus: Marca conhecida em todo o Brasil, é referência também por possuir

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vai desde o básico até o sofisticado, passando pela linha noite e infantil. Possuem peças trabalhadas, que combinam com algodão e renda. A marca tem sutiãs com suporte Utraflex, que realçam os seios, levantando-os e dando sustentação. Segundo o Guia dos Amantes (2008 apud GEOCITIES, 2008), o bustiê tomara-que-caia vem com modelagem anatômica, tecido transpirante e recorte diferenciado, como na foto a seguir:

Figura 8: Linha Demillus Fonte: www.guiadasemana.com.br

o Liz: A empresa de lingerie Liz foi criada para atender o dinamismo e as exigências da

mulher contemporânea, como diz o Liz (2008). Sua coleção é dividida em várias linhas, como a básica e a de maternidade, todas baseadas em sensações. Uma de suas linhas mais conhecidas é a Biosenses, inspirada no sensorial, com peças em microfibra, produtos sem costura e com um toque de aromaterapia. Suas calcinhas garantem conforto e liberdade de movimento. Trabalham com tecidos hidrófilos, que absorvem a transpiração e deixam a pele transpirar.

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Figura 9: Linha Biosenses Liz Fonte: www.liz.com.br

O Brasil não fica atrás de nenhum país quando se fala em lingerie de qualidade, pois as peças brasileiras possuem boa tecnologia e modelagem. (JORNAL DO COMMÉRCIO apud SEBRAE-SC, 2007). Boa parte das indústrias de lingerie atua no mercado nacional e internacional, agregando status ao produto brasileiro.

As marcas citadas neste tópico do projeto já se encontram há alguns anos no mercado da moda, podendo observar que todas possuem linhas parecidas, como a linha básica, que é a mais vendida. Após o segmento deste mercado, como foi visto, é de suma importância - antes de se apresentar os demais tópicos do projeto - o histórico sobre a lingerie, demonstrando como este segmento cresceu ao longo dos tempos, tanto em termos de conforto, quanto de design e materiais.

3.4 Histórico lingerie

Ao longo do tempo, a lingerie passou por uma série de transformações, devido às mudanças culturais. A evolução tecnológica possibilitou o surgimento de novos materiais, que tornou a lingerie mais confortável e durável, sendo estas, exigências da vida moderna.

A lingerie data sua primeira aparição por volta do ano 40 A.C., em Roma. Eram pedaços de algodão amarrados em forma de tiras na altura dos seios, diz Lucitex (2008). As mulheres usavam um corpete que sustentava o busto, projetando os seios – moda inspirada na Deusa com

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Figura 10: Corpete simples Fonte: http://manequim.abril.com.br

A partir da Idade média, era utilizado um corpete conhecido como bliaud, que era amarrado nas laterais e preso à uma saia plissada, parecendo uma couraça. Havia um outro corpete bem justo, o sorquerie, e também o surcot, que era colocado por cima do vestido e amarrado sobre ele. (MANEQUIM.ABRIL, 2008). Veja figura a seguir:

Figura 11: Corpete bliaud Fonte: http://manequim.abril.com.br

Segundo Manequim.abril (2008), chegando ao final da Idade Média, as mulheres mais nobres passaram a usar um cinto largo sob o busto, que os sustentavam e pareciam mais volumosos.

Durante o séc. XV e XVI, no Renascimento, o corpete usado era o corps piqué, mais rígido, que apertava o ventre, afinava a cintura, e deixava os seios em formato de cones. As hastes que sustentavam o corpete eram feitas de madeira, marfim e de metal que podia chegar a pesar um quilo. Eram bem trabalhadas, pois podiam ser retiradas e exibidas durante um jantar aos amigos. Segundo Castro (1997), no fim do séc. XV, as mulheres da corte espanhola introduziram

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as anquinhas, copiadas depois pelas portuguesas. Apesar de ter o nome no diminutivo, as anquinhas eram enormes armações de aros de vime ou osso de baleia, que eram recobertas por várias anáguas. As mulheres ficavam imensas, que quando entravam numa carruagem, haviam que tirar as anáguas para que alguém pudesse sentar ao seu lado.

Segundo Steele (1997, p.127), as cortesãs venezianas usavam ceroulas na versão feminina, porém, o estilo não era adotado por todas as mulheres devido à associação à masculinidade. As ceroulas foram usadas primeiramente por prostitutas, dançarinas e meninas pequenas, pois as mulheres respeitáveis só usaram esta vestimenta a partir do séc. XVIII.

Garcia (2008), destaca que pela ostentação da “cinturinha de vespa”, os espartilhos usados por mais de quatro séculos causava sérios riscos à saúde, pois ele comprimia os órgãos entrelaçando as costelas, ocasionando algumas vezes a morte.

O calção inspirado nos culotes masculinos, foi introduzido por Catarina de Médicis, para montaria, durante o séc. XVI, e a partir daí, a roupa íntima começou a ser mais elaborada e com tecidos claros, diferenciando-se da masculina, pois apertava o seio e a cintura, deixando o quadril feminino mais largo. (LUCITEX, 2008). No século seguinte, surgiu o espartilho. Esta vestimenta feita de tecido rígido disfarçava as formas do corpo feminino e era de uso obrigatório, sendo apertado cada vez mais ao longo do tempo, ocasionando muitos desmaios.

Segundo Steele (1997, p.125), o séc. XVIII foi a grande época da roupa íntima. Manequim.abril (2008), diz que, no séc. XVIII, as mulheres aliviaram-se um pouco, por causa das hastes do corselete, que passaram a ser de barbatanas de baleia. Os decotes aumentaram e a evidência era o seio. Ganharam sofisticação, sendo mais trabalhados com bordados, laços e tecidos adamascados. No séc. XIX, as crinolinas (anáguas rígidas para armação das saias) desapareceram, porém não o corselete. Em 1840, foi lançado o primeiro modelo com cordões elásticos, dando mais liberdade à mulher.

Conforme Moutinho e Valença (2000, p. 14), no final do século XIX, os movimentos feministas começaram a se tornar mais fortes, e elas lutando cada vez mais pelos seus direitos colocam fim ao espartilho. Em 1904, o sutiã entra no mercado da moda francesa, conhecido como soutien-gorge. (MANEQUIM.ABRIL, 2008).

Em 1914 o soutien foi devidamente reconhecido e patenteado nos Estados Unidos pela socialite nova-iorquina Mary Phelps Jacob. Era feito com dois lenços, um pedaço de fita cor-de-rosa e um pouco de cordão. Ela resolveu vender a patente a uma fábrica de

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o início da industrialização do lingerie, porém havia poucas opções de tamanho e o ajuste era feito por presilhas nas alças. (LUCITEX, 2008).

Com a Primeira Guerra Mundial, a mulher necessita de uma lingerie que lhe dê mais movimentação, assim, o espartilho foi substituído pela cinta. Veja figura:

Figura 12: Lingerie com cinta Fonte: http://manequim.abril.com.br

Nos anos 20, a lingerie passou a ter cores diferenciadas, além do tradicional branco. A cinta-liga, criada para segurar as meias 7/8, foi o destaque da década, utilizado muito por dançarinas que exibiam suas cintas-liga quando levantavam suas saias de franjas enquanto dançavam. (GARCIA, 2008). As mulheres não queriam exibir seios opulentos, então usavam sutiãs que achatavam o busto, muitas vezes conhecidos como “corpinhos”. Eram faixas amarradas nas costas, feitas de tecido bem leve (cambraia ou crepe).

Em 1930, foi descoberto o látex e a modelagem passou a reconhecer as formas femininas, quando a silhueta começa novamente a ser valorizada. Garcia (2008), aponta que em 1935, surgiram os bojos com enchimento, para aumentar o seio, e em 1935 o náilon surgiu, juntamente com sutiãs de armação, aparecendo finalmente lingeries de cores inusitadas e com brilho, que aos poucos se tornaram mais populares. Os irmãos Warner criaram vários modelos revolucionários de sutiãs, como também o bojo de profundidade variável e alças elásticas. Em 1939 surgiu um sutiã com bojos mais fundos e pespontos circulares, que deixavam os seios mais torneados. (MANEQUIM.ABRIL, 2008).

O pós-guerra foi marcado pelo New Look de Dior, lançado em 1947, trazendo a valorização do corpo da mulher. Acompanhando a nova silhueta proposta, surgiram os sutiãs que deixavam os seios empinados, conhecidos como “seios globo”, a cintura mais fina e as cintas

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escondiam a barriga. Os anos 50 foi o momento de Sofia Loren traduzir a estética da época. Surgiram sutiãs inusitados, como o “very secret”, feito com almofadas de ar muito finas, que aumentavam o tamanho dos seios. Em 1955 foi criado o sutiã “peito de pombo”, que aproximava os seios, deixando-os estufados, dando a impressão de serem maiores. (GARCIA, 2008). Conforme Castro (1997), foi nesse período que as lingeries passaram a ganhar numeração.

Segundo Steele (1997, p.144), na década de 50, sutiãs com bojos pespontados em espirais eram o destaque do momento, e Jean-Paul Gaultier foi ícone de moda neste período, criando peças ousadas, como vestidos com sutiã em formato de cones, trazendo a história do design do sutiã. Como mostram as figuras 13 e 14:

Figura 13: Lingerie anos 50 com bojo Fonte: http://manequim.abril.com.br

Figura 14: Sutiã cone Jean-Paul Gaultier Fonte: http://image2.sina.com.cn/

Nos anos 60 as formas das vestimentas eram agressivas, onde a liberdade de maneiras se impunha juntamente com a emoção. (LIPOVETSKY, 1989). Manequim.abril (2008) diz que, nos anos 60, os jovens eram o público consumidor mais forte, os modelos de lingerie que surgiram eram mais simples e delicados. Já Moutinho e Valença (2000, p. 15), dá destaque à revolução sexual dessa década, quando em 1970, nos Estados Unidos, algumas feministas queimaram seus sutiãs em praça pública num ato pela liberdade feminina. A moda eram seios pequenos, que trouxeram sutiãs naturais, leves e transparentes, remetendo à nudez. Mesmo neste período feminista, as indústrias continuavam lançando modelos, tentando atrair consumidoras. A Lycra lançou-se com sucesso, dando movimentação para as roupas íntimas, dando um ajuste perfeito no corpo. Nesta época, foram criadas as alças elásticas reguláveis, dando fim aos colchetes – antes

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Os anos 80 foi marcado pela cantora Madonna, que lançou a moda da lingerie não como roupa de baixo, utilizando cintas-liga, corpetes e sutiãs como roupas. (LUCITEX, 2008). Por ter sido adotado o uso da calça, diz Lipovetsky (1989), as mulheres não renunciaram totalmente seu lado feminino, pois a calça não substitui os trajes típicos da mulher, apenas surgiu como opção complementar.

A partir daí, os sutiãs desestruturados com bojo, calcinhas estilo cueca, tecidos naturais e tecnológicos fazem parte do cotidiano, onde a lingerie ganha cada vez mais força e mais destaque no guarda-roupa das mulheres. Atualmente, lingerie feminina para pré-adolescentes é um grande nicho do mercado, e é para este publico em questão, que este projeto será destinado, como mostra o tópico a seguir.

3.5 Público-alvo

Segundo Barbosa, (2008), “a adolescência é definida como a fase de transição entre a infância e a idade adulta, uma passagem que pode durar até dez anos”. Alguns autores dizem que a adolescência começa entre os 11 e 13 anos, como afirma Guia dos Amantes apud Geocities, (2008); já outros, como LIMA (1992), dizem que esta fase não tem idade para começar nem acabar, já que muitas pessoas parecem não sair da adolescência nem quando adultos. Já a puberdade, normalmente começa entre os 10 e 13 anos para a maioria das meninas, porém,

Figura 15: Lingerie anos 60 Fonte: http://manequim.abril.com.br

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algumas podem começar a se desenvolver por volta dos 8 anos e outras só depois dos 16 anos. (GREEN, 1994).

Hoje em dia, a maioria das meninas deixa a infância muito cedo, entre os 11 e 13 anos, quando entram na puberdade. Por volta dos doze anos, a menina menstrua e seu corpo começa a fazer a transição para que ela tome as formas de mulher. (GUIA DOS AMANTES, 2008 apud GEOCITIES, 2008).

Conforme Lima (1992), “as mudanças físicas são bem mais perceptíveis do que as intelectuais, cognitivas...e psicológicas”. Algumas meninas ainda sofrem com o início desta nova fase, devido à diferença no tamanho dos seios que é muito freqüente no início do desenvolvimento das mamas. (BARBOSA, 2008). Algumas começam a nascer uma mama antes da outra, e neste caso, a menina fica ainda mais sensível ao assunto.

Muitas meninas nesta idade ficam com certo receio com essa nova fase, dificultando até mesmo a conversa com a mãe. Mesmo assim, a mãe é a primeira pessoa que é recorrida para pedir auxílio. Agora elas enfrentam um problema maior: a aquisição do primeiro sutiã.

A puberdade não tem idade para começar; variando normalmente entre os 8 e os 14 anos. (FANTÁSTICO.GLOBO, 2005). Muitas garotas percebem o crescimento dos seios e continuam se sentindo à vontade sem o sutiã. Outras se sentem mais seguras com a lingerie e preferem adquiri-las rapidamente, como uma espécie de proteção delas referente às outras pessoas. Segundo Atrevida.uol (2008), cada pessoa reage de forma diferente a este desenvolvimento, porém o sutiã tem uma função muito importante, pois serve de barreira de proteção, pois a pele dos seios é bastante sensível, o que ajuda também na sustentação das mamas.

O primeiro sutiã de uma menina é uma ocasião muito especial na vida de cada uma. Algumas ficam com vergonha dos amigos do colégio, tentando esconder os seios com um sutiã que praticamente “achate” os seios, e outras adoram a novidade e logo pedem ajuda da mãe para adquirir um sutiã. Cada uma com sua atitude, porém, todas necessitando de algo que seja confortável, para conseguirem se acostumar com esta nova peça do guarda-roupa, que ficará para o resto da vida em suas vidas.

O público-alvo deste projeto são meninas que acabam de entrar na puberdade, e que necessitam de seu primeiro sutiã. São meninas agitadas, alegres e que gostam de brincar, passear e se divertir com os amigos. Estão em transição da fase criança para a adolescente, e necessitam

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de um apoio para sua auto-estima. Para melhor visualização do público-alvo, foi elaborado um painel semântico com imagens de meninas entre 9 e 13 anos, aproximadamente. Veja figura a seguir:

Figura 16: Painel semântico do público-alvo Fonte: Arquivo pessoal

3.6 Produto de moda

Produto, segundo Juran (1992, p.162), é um termo amplo para designar um bem ou serviço produzido. Todo produto de moda deve atender as expectativas e necessidades do consumidor, oferecendo qualidade e originalidade. Treptow (2003, p.55), afirma que atualmente a produção de bens é maior que a capacidade do mercado em adquirir esses bens. Todo produto busca atingir o público tendo destaque por sua marca.

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“Produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para atenção, aquisição, uso ou consumo, e que possa satisfazer a um desejo ou necessidade. Os produtos vão além de bens tangíveis. De forma mais ampla, os produtos incluem objetos físicos, serviços, pessoas, locais, organizações, idéias ou combinações desses elementos”. (KOTLER, 1990 apud RECH, 2002).

Segundo Rech (2002, p.37), produto de moda é qualquer elemento ou serviço que tenha propriedades de criação, como design e tendências de moda, qualidade, aparência e preço pelas vontades do público alvo. O produto de moda é destinado à um público específico, conforme seu estilo de vida, inspirado em tendências, com conforto e durabilidade.

Vincent (1989 apud RECH, 2002, p.40), diz que “produto de moda é composto por uma seqüência de diversos estágios: análise, elaboração, criação e difusão”. Os produtos de moda têm um ciclo de vida médio quando são aceitos e popularizados, e possuem um ciclo de vida curto quando são caracterizados por modismos – dura muito pouco e atrai um número limitado de pessoas.

Com relação à opinião dos autores citados, produto de moda identifica-se por ter funções ergonômicas além de estética e funcionalidade. Deve atender as necessidades e desejos do público-alvo e pode ter um ciclo de vida muito curto. Juntamente ao produto de moda, é propício a citação do comportamento dos adolescentes, que, conforme Lima (1992), nos dias de hoje, se um grupo faz alguma coisa, todo o resto segue o mesmo padrão, porém, cada um tenta criar seu próprio estilo, pois suas características tanto física quanto intelectuais e interesses são diversos. (LIMA, 1992). Ou seja, um produto de moda destinado aos adolescentes, persiste no mercado devido à sua influência sobre o usuário, ou melhor dizendo, pelo status que transmite, pois o adolescente se preocupa, e muito, com o que o outro vai pensar, e com o que o outro está usando.

Segue agora, o planejamento de coleção, que contribui para o desenvolvimento de produtos e de uma coleção.

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3.7 Planejamento de coleção

Para Rech (2002, p.68), coleção é um conjunto de produtos com harmonia do ponto de vista estético ou comercial, onde a fabricação e as entregas possuem prazos para determinadas épocas do ano.

Muitas são as etapas que fazem parte do planejamento de uma coleção, exigindo dinamismo no momento do desenvolvimento da mesma. Durante o planejamento, o cronograma pode fazer parte desta etapa, servindo de suporte para a organização das atividades. (TREPTOW, 2003, p.95).

Segundo Treptow (2003, p.43), a coleção deve atender o perfil dos consumidores, possuir a identidade da marca, e seguir o tema da coleção. A autora diz ainda que uma empresa pode desenvolver produtos para quatro temas, por exemplo, porém, estariam produzindo quatro coleções e não apenas uma.

Cabe nesta fase, mostrar a importância da pesquisa de tendência, para verificar informações atuais de elementos que estão em foco, sobre as formas, modelagens, cores e materiais.

3.8 Tendências

As tendências são o denominador comum da moda, diz Palomino (2003, p.36), onde os pesquisadores analisam quais as cores e materiais estarão mais disponíveis, com antecedência de até dois anos para os fios e as cores, e até um ano e meio para os tecidos e um ano de antecedência quanto às formas.

Segundo Treptow (2003, p.81), os comitês setoriais é que identificam as tendências, quando então a informação é seguida pelos estilistas como temas de inspiração. “O painel de tendências é um compilado de informações, agrupadas de maneira agradável e de fácil percepção visual, para auxiliar o designer a identificar tendências para a estação”. (TREPTOW, 2003, p.83).

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Atualmente, devem ser levadas em conta as variantes comportamentais, como por exemplo, os adolescentes, que não gostam de se sentir “manipuladas” para saber o que vão vestir. (PALOMINO, 2003, p.37). Por isso, as tendências comportamentais são tão importantes para a pesquisa, pois busca entender não só o estilo de se vestir, mas o estilo de se viver. Tendências comportamentais do público em questão serão identificadas no tópico 3.8.3 deste projeto, após as tendências de moda e de lingerie verão 2009.

3.8.1 Tendências Moda Verão 2009

O verão 2009 apresenta uma cartela de cores vinda do outono 2008, juntamente com cores mais fortes – notório em tendências de verão. Conforme Sortimentos (2008), os tons mais calmos aparecem nas cores cinza e bege, em novas tonalidades. Tecidos de algodão orgânico colorido também são apostas desta temporada, além dos efeitos de estruturas e acabamentos especiais. As estampas estão grandes e com muito grafismo. Destacam-se as fibras de bambu e de curauá, totalmente naturais.

Figura 17: Vestido tons de bege Fonte: www.usefashion.com

Figura 18: Estampado floral Fonte: http://bystyle.blogspot.com

Ainda na cartela de cores, têm-se tons radiantes e quentes em amarelos, liláses e violetas. (SORTIMENTOS, 2008). A proposta de tons contrastantes se mantém no verão 2009, com as

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sobreposições ou apenas com a mescla de tons suaves com os fortes e vibrantes. Conforme Fontes (2008), a moda aparece romântica, com muitos laços, em tiaras, bolsas, broches, sapato e vestidos. Super femininos, eles dão destaque nas roupas por seu tamanho que agora passa a chamar a atenção da peça. Veja figuras a seguir:

Figura 19: Laço em vestido Fonte: http://capricho.abril.com.br

Figura 20: Cinto de laço Fonte: http://capricho.abril.com.br

Bordados, rendas e brilhos, em tecidos leves com efeitos de novas tecnologias fazem parte das novas tendências, em mangas bufantes, tecidos transparentes e até mesmo bordados por cima de estampados, como mostram as figuras 21 e 22:

Figura 21: Tecido transparente Fonte: www.usefashion.com

Figura 22: Bordado e estampa Fonte: http://bystyle.blogspot.com

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A moda deste verão, conforme Sortimentos (2008), ressalta a necessidade de praticidade e

funcionalidade, se diferenciando pelos tecidos anti-chama, antialérgicos, antiodor,

antimicrobiano, secagem rápida, anti UV entre outros. Vestidos soltos e fluídos, com tecidos que traduzem movimento, dinamismo e grafismo.

Figura 23: Grafismo Fonte: www.usefashion.com

Figura 24: Grafismo fluído Fonte: www.usefashion.com

A cintura continua bem marcada com cintões largos ou estreitos, ou apenas com o recorte da modelagem. Veja figuras a seguir:

Figura 25: Drapeado com cinto Fonte: www.usefashion.com

Figura 26: Cinto na cintura Fonte: http://bystyle.blogspot.com

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3.8.2 Tendências Lingerie Verão 2009

Uma das apostas da coleção de verão da De Chelles, aposta em peças confortáveis, optando por uma linha de sutiãs sem bojo, em estilo romântico e tecido de algodão. Veja figura a seguir:

Figura 27: Lingerie De Chelles Fonte: www.dechelles.com.br

Para as adolescentes, sutiã com decote estilo nadador nas costas continua forte nesta estação, em tecidos de algodão de fios finos e de microfibra, para o máximo de conforto. O que difere é a forte tendência para a calcinha um pouco mais larga nas laterais. Conforme a nova coleção de verão da Valisère, as peças vêm em estilo rendado, que se assemelham às rendas de “Bilro”, como mostram as figuras 28 e 29:

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As alcinhas dos sutiãs estão cada vez mais ganhando detalhes e enfeites, agora entram as argolas e as rendas, na frente e nas costas, conforme apresenta a coleção da De Chelles, que possui peças em. Uma forte tendência será misturar cores fortes - em detalhes ou fundos - com padrões, como o xadrez, a listras e as estampas de bicho, que continuam no verão 2009, conforme mostra a coleção de lingerie da De Chelles. (DECHELLES, 1998). Veja figuras a seguir:

Figura 30: Alça trabalhada De Chelles Fonte: www.dechelles.com.br

Figura 31: Mistura de estampas Fonte: www.dechelles.com.br

3.8.3 Tendências comportamentais

As crianças estão se tornando adolescentes cada dia mais rápido. Hoje, meninas de dez anos de idade já saem sozinhas para ir ao shopping e até em festinhas da escola. Gostam de imitar os adultos, querendo se parecer com eles. Algumas não seguem este estilo, e ainda gostam de brincar de boneca e brincadeiras típicas de criança, porém, este número é muito pequeno.

Segundo Penta2.ufrgs (2008), os adolescentes tem a necessidade de construir suas próprias teorias sobre as coisas que lhe são ensinadas, para conseguirem mais sucesso que seus antecessores. Isto é característico do pensamento dos adolescentes de hoje, onde os patamares de desenvolvimento os levam algumas vezes ao egocentrismo, subordinando o conhecimento sempre a uma constante revisão das perspectivas. Piaget (1976 apud PENTA2.UFRGS, 2008), sugeriu que o desenvolvimento afetivo durante a adolescência é útil para a compreensão de

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muitos aspectos do comportamento do adolescente, até então apenas atribuído à puberdade, quando o desenvolvimento ocorre pelo intelectual e afetivo.

As meninas com faixa etária dos 9 aos 13 anos, gostam de freqüentar clubes de piscina, ir ao shopping, fazer compras e “brincar” de ser adultas. Gostam de estar na moda, de ir ao cinema e praticar esporte, nem que seja apenas na escola. Porém nunca deixam de ser crianças.

Figura 32: Crianças pintando o rosto Fonte: www.poupatempo.sp.gov.br

As adolescentes acessam cada dia mais a internet e ficam informadas sobre tudo, juntamente com as revistas, destinadas a este público, que as deixam sabendo de tudo o que acontece no mundo. Gostam de se manter informadas sobre moda e estilo, sobre meninos e celebridades. Hoje em dia, se um grupo faz alguma coisa, todo o resto segue o mesmo padrão, porém, cada um tentando criar seu próprio estilo, pois suas características tanto físicas quanto intelectuais e interesses são diversos. (LIMA, 1992).

Muitas são as revistas e sites atualizados com o propósito de adquirir novas clientes juvenis. A revista Capricho é um exemplo de mídia impressa – que também possui site – que aborda assuntos que interessam a maioria das “crianças/adolescentes” de hoje, com assuntos que variam de moda, cabelo e maquiagem, à horóscopo e testes sobre os mais variados assuntos, como a puberdade, vestimenta e meninos.

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Figura 33: Revista Capricho Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br

Algumas vezes, as crianças se tornam adolescentes antes mesmo de chegar à puberdade, e começam a decidir suas próprias roupas, sem pedir auxílio aos pais. Mas existem, algumas vezes, meninas que ainda não saíram da infância e começam a ter a formação natural do corpo. Nestes dois casos, não existe lingerie que se adeque ao seu estilo, já que ou são encontradas com estilo adulto, ou com estilo muito infantil, não agradando nenhuma menina dessa idade.

A fase da pré-adolescência e adolescência é uma fase de muitas divergências, onde o adolescente escolhe qual tribo irá aderir. A maioria dos adolescentes fica em dúvida a respeito das tribos, e acaba fazendo parte de várias delas durante toda esta fase. Conforme Mesquita apud Veja.abril, (2003), eles passam de uma tribo para outra, se apropriando de elementos estéticos de algumas, sendo poucas as pessoas que seguem a fundo uma das tribos.

Conforme Elias apud Ferraz (2006),

“Tribos Urbanas são grupos de iguais que se organizam em comunidades para garantir sua sobrevivência afetiva durante a passagem para a vida adulta, dentro das sociedades contemporâneas urbanizadas, em que o elevado valor da sobrevivência, na convivência dos indivíduos, marca o rumo da estrutura do homem singular na história da humanidade”.

Tribo urbana é uma espécie de “gostos” musicais, ídolos, roupas e acessórios, manifestando-se através de seu estilo musical, moda e atitude. Conforme Pitombo (2008), as pessoas se utilizam da aparência como atitude de protesto para com os valores, gostos, hábitos e comportamentos, utilizando uma vestimenta antimoda da imposta pela sociedade.

Algumas são as tribos que podem ser identificadas nos dias de hoje pela sociedade, entre elas encontram-se: eclético, surfista, clubber, roqueiro, esportista, hip-hop, punk, romântico, tecktonik e fruits. Abaixo, segue características de algumas das tribos agora citadas.

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A tribo dos surfistas é constituída de pessoas que curtem sons mais tranqüilos, usam bermuda e camiseta normalmente de marca, tênis e boné. Clubbers normalmente aderem à tatuagens e piercings, gostam de festa Rave e música eletrônica. As meninas gostam de maquiagem colorida, assim como suas roupas, que são sempre muito estampadas e chamativas. Usam saias coloridas com blusas estampadas, pulseiras, colares, anéis, enfim, gostam de um visual com muita informação. Os roqueiros escutam apenas rock e hard rock, e usam a vestimenta com muitos acessórios prateados, roupas escuras, tênis ou botina.

Os punks possuem um visual chamativo, com cabelos estilo porco-espinho, coloridos e bem curtos, roupas neutras, preta ou branca, medalhas, broches, amuletos e anéis; roupas rasgadas e esfarrapadas, maquiagem carregada e escura. (PITOMBO, 2008). A tribo Tecktonik, diz Almeida (2008), começou na Europa como uma marca de roupas e agora é um conjunto de moda e dança. A dança faz movimentos com muito maiores com os braços que as pernas, e na vestimenta é indispensável uma calça ultra-skinny (mega-justa), jaqueta curta estilo biker e cabelos com moicanos mais largos que o usual na cabeça.

A tribo Fruit, nascida no Japão, é uma mistura de elementos típicos japoneses com elementos ocidentais e peças de segunda mão que resultam em ousados modos de se vestir. As roupas são totalmente coloridas e extravagantes, com mistura de padrões e estampas, acesórios em excesso, maquiagem e cabelos enfeitados e coloridos. O estilo visual “kei” significa estilo visual ou visual rock e é um movimento musical que surgiu no Japão na década de 1980 e consiste na mistura de diversas vertentes musicais como rock, metal e até música clássica. Uma das peculiaridades desse movimento é a ênfase no visual de seus artistas, muitas vezes extravagante, outras vezes mais leve, mas quase sempre misturada com a androginia, e shows chamativos. (ALMEIDA, 2008).

“E é assim que pensamos poder ser possível abordar as modas das tribos urbanas como a moda dos grupos de iguais, ou seja, moda de iguais tribalizados. Iguais porque pensam e sentem uns como os outros, dentro de uma ambiência que os torna solidários”. (NURCHIS, 2008).

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Figura 34: Painel Tribos Fonte: Arquivo pessoal

Como foi visto, cada tribo tem uma peculiaridade que a difere da outra. Sendo assim, nota-se que este projeto não possui apenas uma tribo como público-alvo, pois se adapta a várias delas, pois meninas de tribos diferentes poderão fazer seu uso.

No tópico seguinte, será analisado o mercado de lingerie com ênfase no mercado para adolescentes, observando as características positivas que serão pertinentes ao trabalho posteriormente.

3.9 Mercado

Mercado (concorrente) são aqueles que possuem produtos que visam o mercado e satisfazer os mesmos clientes. (TREPTOW, 2003, p.80). A concorrência também pode servir como padrão de preços, onde se deve sempre pesquisar no mercado, os preços atuais dos

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concorrentes, para possíveis comparações. Estas informações são essenciais para que se possa atingir o público com competência e sem erros. No mercado competitivo, há necessidade de ressaltar um produto, por isso, a função estética é incorporada ao mesmo, para influenciar na decisão de compra, pois é o fator de primeiro destaque do produto, o que chama mais atenção. (LÖBACH, 2001, p.63).

“O mercado nacional de lingerie movimenta cerca de R$ 2 bilhões por ano e reúne mais de seis mil confecções de faturamento total”. (FEGHALI e DWYER, 2001, p.88). Existem muitas empresas de pequeno porte, onde a moda íntima tem potencial para se tornar grande exportador.

3.9.1 Pesquisa de mercado

Quando se pensa em lingerie para meninas adolescentes, logo vem a imagem de peças simples e sem detalhes, onde se pensa apenas o conforto das peças. A lingerie para este público é muito pouco explorada, pois quando as tecnologias em materiais e formas se inovam, as lingeries femininas confeccionadas são destinadas as mulheres adultas, ou na maioria dos casos, para meninas já adolescentes, que já possuem bastante busto, e não o caso do presente projeto, que se destina à meninas que estão começando a entrar na puberdade e ter o crescimento dos seios.

O mercado de adolescentes é um dos mais promissores dentro da moda. Segundo Feghali e Dwyer (2001, p.85), o campo dos mais jovens é enorme, onde eles estão se organizando cada vez mais com ideologia em aspectos de figurino e comportamento definidos, garantindo um público forte e com grandes oportunidades de fidelização.

Segundo Sdr (1998), os pré-adolescentes, com idades entre 10 e 14 anos, resultam num mercado com boas oportunidades de negócio para os empreendedores. Como eles estão próximos a abandonar sua fase criança para adentrar-se na adolescência, são uns consumidores particulares, onde o empreendedor que souber conquistá-lo receberá bons ganhos. Conforme o mesmo autor, constituem um importante nicho de mercado, pois são excelentes consumidores de produtos de moda, música e entretenimento, tecnologia, esportes e alimentos.

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Para auxiliar nas gerações das alternativas, foi realizada uma pesquisa com marcas de lingeries existentes no mercado, que atuam na moda adolescente, infantil e infanto-juvenil, visto que foi optado por abranger a pesquisa estes públicos, devido a falta de produtos para o público em questão.

As peças infanto-juvenis que existem são simples e nada atraentes, visto que a maioria das marcas atuantes desenvolve produtos, ou com jeito de adulto, ou muito infantis, como mostram as figuras a seguir:

Figura 35: Linha Capricho básico Fonte: www.marcyn.com.br

Figura 36: Tanga microfibra infanto-juvenil Fonte: www.intimitat.com.br

Figura 37: Sutiã jovem Fonte: www.marisa.com.br

Figura 38: Lingerie teen Fonte: www.hopelingerie.com.br

Juntamente à pesquisa de mercado, é de grande importância a realização de pesquisa de possíveis concorrentes, em relação às empresas atuantes no mercado de peças íntimas referente ao público-alvo.

Referências

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