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No tocante a formação de conceitos na perspectiva histórico cultural de Lev Semenovick Vygotsky (1896-1934) também conhecido por ser o principal expoente e fundador da Teoria Histórico Cultural. Nuñez (2009) em seus estudos sobre Vygotsky aponta que “as ideias dele são bastante sugestivas, pois fala sobre a relação entre aprendizagem e desenvolvimento, ideias essas que podem vir a constituir o fundamento de uma nova linha e prática pedagógica capaz de dar respostas aos caminhos que a escola moderna enfrenta nos dias atuais”.

De acordo com Nuñez e Pacheco (2013), o conceito cientifico geralmente começa por sua definição verbal, pelo esclarecimento dos atributos essenciais e com sua aplicação alcança a variedade de objetos que representa, facilitando ao aluno ter uma clara consciência dos conceitos trabalhados. Conforme seus estudos:

Prioriza a função da linguagem no processo de formação de conceito e não o papel decisivo da atividade prática material no desenvolvimento psíquico. A comunicação se converteu para Vygotsky no elemento de primeiro plano no desenvolvimento da consciência. A criança se mostra então, essencialmente, como um ser dotado de comunicabilidade (NUÑEZ e PACHECO, 2013, p.95)

Tendo por base, as investigações de Vygotsky, Piaget e entre outros psicólogos concluíram que as crianças com idade inferior a adolescência eram totalmente desprovidas e descapacitadas para com o pensamento conceitual, ou seja, com outras palavras, essas crianças desprovidas intelectualmente de racionalização e consciência no tocante a formação de conceitos científicos, utilizando portanto apenas algumas das diferentes formações intelectuais que substituem funcionalmente os conceitos.

Porém, mais tarde surge os trabalhos fundamentalmente realizados de acordo com a teoria da formação planejada das ações mentais e dos conceitos de P. Ya. Galperin, as quais mostram simplesmente que, as crianças são capazes de assimilar conhecimentos abstratos, generalizados, desde os seus primeiros anos da escola.

Surge então, as contribuições através dos fundamentos da Didática Desenvolvimental por Galperin, embora ele não tenha exatamente desenvolvido uma teoria de ensino, porém suas pesquisas tiveram como preocupação as implicações da Psicologia na aprendizagem, mais especificamente no contexto escolar. Na realidade de acordo com Núñez e Ramalho (2017) Galperin pertencia a um grupo de psicólogos comprometidos com uma psicologia que estava centrada com as necessidades do projeto da sociedade socialista na antiga União Soviética, a chamada psicologia pedagógica soviética, que era fundamentada em investigações experimentais e aliada à Didática Geral e às Didáticas Específicas, que tinha como objetivo influenciar as atividades de aprendizagem e as do ensino orientadas para pleno desenvolvimento integral dos estudantes.

Além disso, Piotr Yákolevich Galperin, (1902-1988), “foi eminente psicólogo soviético, continuador das ideias de Vygotsky, foi professor da Cátedra de Psicologia da Universidade Estadual de Moscou (UEM), personalidade emérita das Ciências da RSFSR, chefe da Cátedra de Psicologia Evolutiva da Faculdade de Psicologia da UEM” (NUÑEZ e RAMALHO, 2017).

Temos que nos atentar que nesse processo de formação de conceitos, ele não se restringe apenas ao ponto final do conhecimento. E faz-se necessário que, haja uma solução

de tarefas especificas para que mais tarde venham a assumir extraordinária passagem do plano abstrato para o concreto de maneira que os dois sejam móveis e ativos.

Galperin (1976/1979), em seus estudos já afirmam há muitos anos que para se aprender conceitos, generalizações, conhecimentos e habilidades, a criança necessita nesse processo vir a assimilar ações mentais que sejam adequadas a sua realidade e para a formação de sua psique, para que isso venha a acontecer, as ações realizadas nesse processo deve-se organizar-se ativamente. De início assumem a forma de ações externas, passando a se formar em colaboração, e mais tarde se transformam em ações mentais internas. Processo esse foi estudado periodicamente por Galperin, o mecanismo de interiorização da ações externas em internas.

Esta teoria de Galperin, conforme é enfatizado por (Núñez e Pacheco, 2013, p. 97), percebe-se que:

A teoria de Galperin explica a assimilação do conhecimento em etapas de sua formação como passagem do plano da experiência social para o da experiência individua. Sua essência consiste em que primeiro deve-se a forma adequada da ação; segundo, encontrar a forma material da representação da ação, e, terceiro, transformar essa ação eterna em interna. Nessa transformação, que passa por três momentos, são produzidas mudanças na forma da ação, pois o conteúdo e o mesmo, segundo a teoria. Quando a se estrutura uma ação completamente nova, a forma da ação é primeiro material, em seguida, verbal e, por último, mental.

Nesta teoria de Galperin, abriu-se o caminho para o estudo psicológico concreto da própria atividade psíquica, transformando-se em um instrumento de estruturação de suas formas e de tipos dados, o mérito deste grande teórico consiste em que não só se limitou a teses gerais no tocante a atividade.

Este grande teórico Galperin, tem como pressuposto a natureza social da atividade psíquica do homem, que é transmitida e reforçada através pelas diferentes gerações, nem mediante a herança biológica, mas ela aprendizagem que se dá nesse processo com a interação social.

Assim, a atividade à luz de alguns pesquisadores da Didática Desenvolvimental tem como objetivo o desenvolvimento do aluno rumo a novos conhecimentos e hábitos.

Desta maneira, para que esse processo de internalização da atividade externa em interna seja concebido como um ciclo cognoscitivo, destacando-se os seus momentos funcionais, necessitar-se-á, de etapas como:

 Etapa de estabelecimento do esquema da base orientadora da ação (BOA);

 Etapa de formação da ação no plano material ou materializado;

 Etapa de formação da ação no plano da linguagem externa e etapa mental (NÚÑEZ, 2009; NÚÑEZ E PACHECO, 2013).

Tendo em vista os preceitos da teoria de Galperin, temos que nos atentar que esses momentos funcionais não podem ser interpretados como uma forma linear, podendo acontecer de maneira também separada metodologicamente, essas etapas ainda se caracterizam por suas capacidades de mudanças operadas em cada umas das características da ações, como: (a forma, o grau de generalização, de independência, de consciência e entre outras).

3. A ELABORAÇÃO DO ESQUEMA DA BASE ORIENTADORA COMPLETA DA

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