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O tema liderança se tornou um dos temas mais estudados nos últimos anos, este tema tem despertado o interesse de vários estudiosos e dirigentes, pois, a capacidade de liderar, influencia diretamente o comportamento das pes-soas, a liderança tornou-se uma palavra corrente na linguagem administrativa moderna. Muitos a desejam, principalmente os dirigentes que a veem como um instrumento poderoso para influenciar pessoas e preservar o poder (MOTTA, 1997).

Alguns autores consideravam que o líder já nascia líder e que a liderança não poderia ser ensinada; mas ao longo dos anos verificou-se que a liderança pode ser ensinada e que o líder possui uma influência direta na equipe. Robbins (1999) define que a liderança é a capacidade de influenciar um grupo em direção à realização de metas e que nem todos os líderes são gerentes; assim como nem todos os gerentes são líderes.

No passado os estudos sobre liderança, propunham que os líderes pos-suíam certas características de personalidade especiais que seriam basica-mente as principais facilitadoras no desempenho do papel de liderança, desta forma os líderes passaram a ser vistos como pessoas diferentes das outras.

Bergamini (1994), afirma que embora o termo liderança seja utilizado há mais de duzentos anos na língua inglesa, ele acredita que tenha aparecido por volta do ano 1.300 da era cristã.

Os problemas centrais para uma motivação efetiva pouco mudaram nos últimos 3.000 anos, Bergamini (1994) retrata que esses problemas foram enfren-tados pelos egípcios na construção das pirâmides, por Alexandre quando criou seu império e pelos gregos quando lutaram contra os troianos. A liderança sem-pre lidou com o contraditório e o que hoje pode ser coerente, em algum momento poderá ser incoerente.

39 Segundo Freidler (1981, apud Bergamini, 1994, p. 24), a República de Platão constitui um bom exemplo dessas preocupações iniciais ao falar da ade-quada educação e treinamento dos líderes políticos, assim como da grande parte dos filósofos políticos que desde essa época procuram lidar com esse problema.

O enfoque ou teoria dos traços que enfatiza as qualidades pessoais do líder foi o primeiro estudo sistematizado sobre liderança, até a década de qua-renta, o enfoque dos traços predominou, tendo como contribuinte para o sucesso as pesquisas desenvolvidas pelos testes psicológicos incrementados a partir de 1920 até 1950.

Após a II Grande Guerra Mundial, um grande esforço foi feito para deter-minar mais precisamente como caracterizar um comportamento eficaz de lide-rança, o trabalho se desenvolveu em ambientes mais reais procurando estudar pessoas que ocupassem posição de liderança, segundo (BERGAMINI, 1994).

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Estudos feitos sobre liderança no final dos anos 40 pelo Centro de Levan-tamento e Pesquisa da Michigan University e Ohio State University nos Estados Unidos, Segundo Robbins (1999), tinham objetivos de pesquisa similares:

loca-40 lizar características comportamentais de líderes relacionadas à eficácia de de-sempenho e foi rotulado como orientação para o empregado e orientação para produção.

Infelizmente, não somente no Brasil, mas também no mundo todo es-pecialmente nos Estados Unidos, muitos programas de treinamento e desenvolvimento de pessoal visavam criar e formar verdadeiros bons líderes. Com esses programas esperou-se que pessoas posicionadas em cargos de chefia, dentro das empresas, se transformassem da noite para o dia em grandes líderes. Na grande maioria dos casos isso não ocorreu (BERGAMINI, 1994, p. 26).

As qualidades pessoais do líder, na proposta da teoria dos traços, permi-tiam supor que os líderes já nasceram como tal, mas agora se passa a aceitar que, uma vez sendo conhecido o comportamento responsável pela liderança efi-caz, às pessoas poderiam ser treinadas.

Os relacionamentos interpessoais são difíceis para as pessoas em todos os seguimentos de suas vidas, hora nas organizações, hora em seu convívio pessoal, por esse motivo existem ainda muitas crenças referentes ao tema lide-rança.

Como por exemplo, se ela pode ser aprendida então por que muitos não conseguem desenvolvê-la? Se for uma prerrogativa da função gerencial então porque insistir com os treinamentos em equipes para melhorar os relacionamen-tos? No quadro a seguir iremos nos deparar com algumas dessas crenças co-muns, segundo Motta (1997):

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Quadro 1 Extraído do livro de Motta (1997, p. 209), contraposição das características do líder por universalidade e possibilidade de aprendizado.

De acordo com o quadro acima podemos sintetizar que a liderança, pode ser ensinada e aprendida por qualquer indivíduo, como qualquer outra função dentro de uma organização. O autor afirma ainda que, “Reconhece-se que exis-tem qualidades individuais que ajudam um indivíduo a se ajustar melhor a uma função do que outro. Mas essa, contudo não é uma característica particular da liderança, mas sim de todas as outras funções ou profissões” (MOTTA,1997, p.

209).

De uma maneira específica, o objetivo da investigação dos traços do líder era determinar com precisão o que os líderes são e, como descrevê-lo ou retratá-lo. Mas conforme mostrado por Bergamini (1994), esses pesquisadores estavam particularmente interessados na identificação do tipo de comportamento do líder que é responsável para dirigir seus seguidores, então passaram a dirigir sua atenção para aquilo que o líder faz.

Dentre os traços que diferenciam os líderes dos não-líderes são a ambi-ção e energia, desejo de liderar, honestidade e integridade, autoconfiança, inte-ligência e conhecimento relevante ao cargo. Segundo Robbins (1999), a falha

INATAS

NÃO-INA-TAS

(Podem ser aprendidas)

UNIVERSAIS NÃO-UNIVERSAIS (SITUACIONAIS)

42 em esclarecer a importância relativa de vários traços, não separa a causa do efeito (por exemplo, líderes são autoconfiantes ou o sucesso como líder desen-volve a autoconfiança) e ignora fatores situacionais.

Algumas pessoas acreditam que a liderança seja uma prerrogativa ligada diretamente a função gerencial. E que só os gerentes ou dirigentes podem liderar as pessoas, se assim fosse não teríamos a necessidade de tanto investimento em palestras ou treinamento.

CARACTERÍSTICAS DO PERFIL DO