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Todos se reconhecem no outro: A interdependência

No documento brunamilheirosilva (páginas 156-168)

Parte II: Perspectivas ético-religiosas em Mohandas Karanchand Gandhi e Martin Luther

Capítulo 4: A busca por uma verdade: Vivências ético-religiosas

4.4 Todos se reconhecem no outro: A interdependência

Para finalizar o presente capítulo, cabe tratar também de uma questão que é muito cara às religiões e que muitas vezes é pouco falada ou ignorada: A noção de interdependência em diversos níveis: Seja do homem para com o Planeta, seja das pessoas em relação umas às outras. Em primeira instância, existe uma dependência do ser humano para com o meio-ambiente que não pode ser minimizada e muito menos negada, pois a própria existência do homem depende dos recursos naturais e de sua interação com os mesmos. O futuro da vida humana não pode estar desvinculado das preocupações com a vida dos outros seres vivos, uma vez que todos fazem parte de um mesmo continuum de existência:

Nós somos todos interdependentes. Cada um de nós depende do bom funcionamento do todo e, portanto, devemos respeitar a comunidade de seres vivos: As pessoas, os animais, as plantas e zelar pela preservação do Planeta, do ar, da água e do solo. Cada um de nós tem

213 CARSON, Clayborne. A Autobiografia de Martin Luther King (1929-1968). Tradução Carlos Alberto

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responsabilidade por tudo o que faz. Todas as nossas decisões, ações e falhas têm consequências.214

Além dessa relação do homem com o meio natural, existe a interação com seus semelhantes. Ninguém pode viver sozinho, a identidade de cada um é criada com base nas experiências que tem no contato com outros indivíduos, sejam eles vividos no ambiente familiar, escolar e em outros círculos de convívio social. As relações travadas na família e na escola estão bem em destaque por tratarem-se dos primeiros ambientes de convívio da criança, onde se forma a sua personalidade e a partir dos quais ela desenvolve seu contato com o restante do mundo. Consequentemente, são nesses convívios que a criança inicia seu processo de aprendizado de como se relacionar com os outros, como se colocar no mundo e como encarar a sua sexualidade. Alguns estudiosos da formação humana na infância, entre eles Jean William Fritz Piaget215 defendem que todo conhecimento provém das ações, ou seja, é através da interação entre o ser humano e o ambiente que a criança desenvolve as suas estruturas cognitivas e cria sua visão de mundo. Essa visão é corroborada por Luckmann e Berger quando discutem o trato social das crises de sentido:

Nossa primeira preocupação foi com a identidade pessoal, o ponto de referência pessoal do sentido da vida e do agir. A identidade pessoal da criança se forma ao perceber o reflexo de seu comportamento na ação das pessoas que lhe estão mais próximas. Por isso uma certa coerência no agir dessas pessoas é o pressuposto mais importante para o desenvolvimento de certa forma imperturbável da pessoa. Não se verificando este pressuposto, aumenta a possibilidade de surgirem crises subjetivas de sentido.216

Um tema aparentemente inofensivo que pode ter desdobramentos críticos na construção de um país. A formação do indivíduo desde os seus primeiros anos de vida é o que define como será sua inserção na sociedade e em que medida esse indivíduo estará disposto a trabalhar pela construção de um mundo melhor ou se estará apenas preocupado em suprir suas próprias necessidades. Para a formação de uma sociedade justa e igualitária, como prevê o projeto para uma ética mundial, é importante que as crianças sejam educadas numa perspectiva de trabalhar em prol da comunidade tendo em

214 KÜNG, Hans; GEBHARDT, Günther and SCHLENSOG, Stephan. Global Ethic, a Handbook: A Vision

and its Realisation. Manuscrito. p.122

215 PIAGET, Jean W. F. O nascimento da inteligência na criança. Publicações Dom Quixote, 4ª edição,

Lisboa, 1986.

216 BERGER, Peter L e LUCKMANN, Thomas. Modernidade, pluralismo e crise de sentido: A orientação

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vista o alcance do bem comum e não somente seus interesses particulares. Quando desde a infância se ensina as crianças a viverem em conjunto, a tendência é que se crie um ambiente social favorável entre as pessoas, gerando situações de trabalho coletivo e divisão das responsabilidades.

Sobre esse tema das relações interpessoais emerge a questão da geração biológica do ser, a partir do contato entre homens e mulheres que somente dessa forma podem perpetuar a vida humana. Nesse sentido, o projeto também enfatiza a atenção que deve ser dispensada às relações entre os sexos, que ainda hoje se organizam de maneira diferenciada em cada sociedade. Não importa de que cultura se esteja falando, toda família promove a educação sexual dos filhos, mesmo aquelas que não conversam sobre o assunto com eles. Para Piaget e outros estudiosos do desenvolvimento infantil, a sexualidade é muito mais aprendida através das ações que a criança presencia ao longo de sua vida que por meio de ideias, por isso diz-se que elas tendem a assimilar não aquilo que os adultos falam, mas sim a maneira como os observam agir. Por exemplo, se existem demonstrações ou não de afeto entre os pais ou entre os adultos com os quais têm contato diário, isso inclui a maneira como se relacionam, através mesmo de olhares ou agressões físicas e verbais. Tudo isso representa um papel educativo para as crianças e elas tendem a reproduzir no seu dia a dia aquilo que aprendem em casa. Além disso, a maneira como os adultos orientam seus dependentes, os cuidados dirigidos a eles, assim como as proibições, os valores, os tabus e obviamente a existência ou não de crenças religiosas entre os mesmos, tudo influencia na maneira como a sexualidade será encarada e posteriormente vivenciada pelas crianças na fase adulta.

A escola também coloca a sua influência nesse tópico. Intencionalmente ou não, ela intervém de várias formas no processo de formação e expressão da sexualidade nas crianças e jovens. Todos os funcionários da escola desde os professores e corpos gestores aos agentes educacionais são também referências quanto à percepção da sexualidade dos alunos, que os tem como parâmetros de comportamento e muitas vezes como exemplo comportamental. Há presença clara da sexualidade nos adultos que estão presentes na escola representada por seu vestuário, expressões, a maneira como lidam com as situações do cotidiano e é claro como se relacionam entre si. Para além disso, a escola enquanto local de construção do conhecimento deve atuar diretamente na discussão de temas como esse, oferecendo aos alunos meios de se expressar sobre o tema. Por outro lado, por ser um assunto de foro delicado é preciso que se tenha cautela na hora de

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abordá-lo para que ele não acabe reforçando preconceitos ou gerando polêmicas que não vão contribuir para o processo educativo das crianças e jovens. Entretanto, tanto a escola, quanto as Universidades são locais onde a realização de pesquisas nessa área e a discussão devem ser incentivados, permitindo uma ampliação do debate e do conhecimento dos estudantes.

Não só a família e a escola, mas também outros convívios sociais oferecem a sua participação nesse tópico, contribuindo para a construção do caráter e da maneira como os indivíduos encaram a formação do próprio corpo. As crianças que são educadas dentro de círculos religiosos, por exemplo, tendem a seguir determinados padrões de comportamento bastante delimitados por aspectos doutrinais. Isso se expressa no comportamento do dia a dia, na maneira de vestir e até mesmo nas práticas matrimoniais, já que muitos grupos religiosos optam pelo casamento com pessoas que seguem a mesma religião, buscando com isso a continuidade da prática dentro do novo núcleo familiar. Alguns grupos determinam o tipo de vestimenta para as mulheres que não podem exibir nem braços nem pernas, outros exigem doações em dinheiro como condição para a participação, outras determinam uma idade limite para que os fiéis se casem e assim por diante. Os ambientes religiosos são um bom exemplo de organização das relações interpessoais responsáveis pela promoção de um determinado tipo de educação, inclusive no que se refere ao desenvolvimento da sexualidade. Porém, existem outros ambientes de convívio como empresas, clubes, academias e até mesmo grupos virtuais onde as pessoas travam relações e influenciam-se mutuamente. Os indivíduos tendem a unir-se buscando aqueles com quem possuem maior afinidade de gostos e objetivos de vida e assim compartilhando relações e ideais comportamentais.

O teólogo Hans Küng dirige, no texto da declaração, um destaque às relações que acontecem a partir do contato entre homem e mulher com objetivo de geração de filhos. Ele discute a temática da sexualidade com base nos ideais do projeto, ressaltando a proposta presente na regra de ouro, além de falar em defesa do papel da educação na formação da sexualidade dos jovens:

Hoje dizemos: importa ‘não abusar da sexualidade’. Ou, em nossa formulação positiva: ‘Respeitem e amem uns aos outros’. Isso significa claramente que nenhum ser humano tem o direito de rebaixar um outro a mero objeto da sua sexualidade, de levá-lo à dependência sexual e de mantê-lo nesse estado. Naturalmente, é possível avançar mais nesse campo, tendo sempre em vista o que se repete em todas as normas da declaração do ethos mundial: os jovens já deveriam aprender que a sexualidade não é, basicamente, uma força negativa, destruidora ou

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exploradora e, sim, uma força criadora e formadora, cabendo-lhe, portanto, a função de constituir comunidade numa atitude positiva diante da vida, e que a sexualidade só consegue desenvolver-se quando é vivida na responsabilidade pela felicidade também do parceiro.217

A proposta central do projeto no que se refere ao relacionamento com os outros se baseia na premissa da regra de ouro: Não faça aos outros o que não gostaria que fizessem com você. A maneira como se trata um semelhante, seja essa pessoa um colega de trabalho ou alguém que acabou de conhecer deve pautar-se em como gostaria de ser tratado. Isso se estende ao relacionamento conjugal entre homens e mulheres, onde situações de coisificação são corriqueiras, através da visão do outro como alguém que deve satisfazer aos desejos pessoais do parceiro, e não como um ser autônomo com escolhas próprias. Esse tipo de desequilíbrio ocorre principalmente entre mulheres, pois existe uma tendência de patriarcalismo em uma grande maioria das sociedades. A proposta apresentada na citação acima a ideia é a de que nenhuma das partes deve estar em posição inferior, pois a relação deve ser vivida de forma a promover a dignidade do casal. Ele se refere à sexualidade como uma força criadora, capaz de gerar a vida, ao mesmo tempo capaz de estreitar os laços entre as pessoas, tendo como desdobramento a felicidade do casal e também dos filhos a serem gerados naquela relação.

No que se refere a essa ideia da interdependência, Gandhi também foi confrontado por muitos desafios nesse sentido. Claro que o espaço aqui não permitirá abordar todas as situações, porém um destaque importante pode ser colocado na questão surgida entre hindus e muçulmanos na Índia, que até hoje ainda mostra suas consequências. Sobre isso, o próprio Gandhi escreveu demonstrando sua profunda frustração diante da sua incapacidade de encontrar uma solução definitiva para o problema. Ele afirma em sua autobiografia que: a questão proporcionou o mais amplo campo para as experiências dele com o ahimsa.218

Eu não deveria entrar no mérito da questão, pois não havia nada de imoral em suas reinvindicações. Em matéria religiosa as crenças diferem, e cada uma é a suprema para quem nela crê. Se todos tivessem a mesma crença religiosa, existiria uma religião única. Com o passar do tempo, descobri que as reinvindicações dos muçulmanos sobre Khilafat não se opunham a nenhum princípio ético. Além disso, o Primeiro- ministro britânico havia admitido a justiça das demandas muçulmanas.219

217 KÜNG, Hans. Para que um ethos mundial? Religião e ética em tempos de globalização, conversando

com Jurgen Hoeren. Edições Loyola, São Paulo, 2005. p.31 e 32

218 GANDHI, Mohandas Karanchandi. Autobiografia: Minha vida e minhas experiências com a verdade.

São Paulo, Palas Athena, 1999. p. 377

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Gandhi aprendeu a reconhecer nas outras religiões demandas justas e passou a apoiar a causa de outros grupos que não unicamente aqueles que adotavam a mesma religião ou que se juntaram a ele no Ashram. Entre os princípios adotados por ele durante sua busca espiritual estava a aceitação do valor das outras religiões, entendendo que muitas vezes elas também possuíam demandas válidas, além é claro de defenderem a credibilidade de sua própria crença e lançarem mão de princípios éticos tão pertinentes quanto qualquer outro. Durante o movimento de não-cooperação na Índia antes da independência, houve uma parceria entre hindus e muçulmanos, uma vez que ambos os grupos estavam submetidos ao Império britânico e lutavam pelo direito de participar das decisões políticas e manter seus costumes e crenças. Entretanto, a história narra um desequilíbrio de forças e a aliança não terminou de forma positiva para ambos os lados, gerando conflitos na região da Caxemira220 que ainda hoje se estendem. Quanto a essa questão, as opiniões são controversas em relação à postura adotada por Gandhi no sentido de cooperar para que conflitos futuros fossem evitados. Alguns defendem que ele não teve participação efetiva na situação e que apenas não tinha condições de interferir na situação, já uma outra parte define que ele não agiu decisivamente e não procurou intervir para ajudar na solução do problema.

De todas as formas, no que se refere ao tema da interdependência, Gandhi parece demonstrar em sua autobiografia uma preocupação com a situação dos conflitos religiosos na Índia, inclusive participando da liga muçulmana de Calcutá e iniciando uma correspondência com o governo pela libertação dos irmãos Ali. Eles ficaram conhecidos por terem defendido a manutenção dos califados uma vez que esses possuíam uma função sagrada na sua religião e por isso acabaram sendo presos após oporem-se as políticas contrárias a sua tradição adotadas pelo Império Britânico.

Já no caso de Martin Luther King, um destaque importante é oferecido à sua experiência familiar. Em seu diário ele anotou o seguinte: “Acho que minha profunda obstinação por justiça vem da personalidade dinâmica, muito enérgica, de meu pai. E

220 A região da Caxemira está hoje dividida entre a Índia, o Paquistão e a China, apesar de ser habitada por

maioria da população muçulmana. O conflito teve início durante o processo de independência da Índia e se relaciona à extinção dos califados após a derrota do Império turco na primeira guerra mundial, furtando aos muçulmanos suas referências territoriais e espirituais. Mesmo após tentativas de minimizar os conflitos, vem crescendo um movimento pela independência da região que engendra conflitos armados e causa instabilidade para a população local.

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imagino que os traços gentis venham de uma mãe muito doce e gentil”221. Essa influência da educação representou um papel muito significativo, influenciando sua forma de pensar o mundo e de agir. Oriundo de uma família integrada aos princípios religiosos cristãos, cresceu consciente da importância da união no seu contexto de atividade e muito por isso incentivou seus colegas a valorizarem o apoio de pessoas brancas que não fossem favoráveis a segregação. Assim como Gandhi, ele não defendia a punição para os seus opositores, mas procurava despertar neles uma consciência sobre suas atitudes, acreditando que poderia sensibilizá-los por seus atos, crendo que seria possível cativá-los para suas causas caso usassem as armas certas.

Exortei os alunos a continuarem na luta no mais alto nível de dignidade. Eles escolheram corretamente seguir o caminho da não- violência. Nosso objetivo final não era derrotar nem humilhar o branco, mas ganhar sua amizade e compreensão. Tínhamos a obrigação moral de relembrá-lo de que a segregação era errada. Protestávamos tendo por objetivo final conciliar-nos com nossos irmãos brancos.222

Ao fim de tudo que foi apresentado no presente capítulo, pode-se inferir que todos os aspectos analisados apresentaram em comum um ponto bastante importante: As relações humanas. O trato com o outro é um aspecto fundamental para a vida do ser humano no mundo, uma vez que o homem é um ser relacional, que cria sua identidade a partir de sua relação com outros indivíduos. A maneira como essas relações se desenrolam é o que qualifica a vida de cada um, a aceitação pelo grupo, os valores apreendidos, as ações a serem desenvolvidas, ou seja, a própria organização da vivência em sociedade. Os desentendimentos são inerentes ao ser humano, porém, quando o outro é tratado de forma digna e as pessoas residem num ambiente favorável ao desenvolvimento saudável com acesso aos meios básicos de sobrevivência, a existência de conflitos é minimizada e a tendência é implantar-se um terreno fértil para a promoção da paz.

Aprender a viver um com o outro: Significa que quando nos relacionamos com os outros, devemos tratá-los com estima e respeito, mostrando disponibilidade, apesar de todas as diferenças procurando maneiras de cooperar para o sucesso conjunto. Mas tal cooperação não terá êxito ou acontecerá por si só, é necessário considerar cuidadosamente as condições prévias e as fundações para que ela ocorra. Uma cooperação bem sucedida deve ser aprendida além de requerer uma prática contínua para que seja perpetuada de forma

221 CARSON, Clayborne. A Autobiografia de Martin Luther King (1929-1968). Tradução Carlos Alberto

Medeiros, 1ª edição, Rio de Janeiro, editora Zahar, 2014. p. 15

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eficaz. E, portanto, "aprender a viver com o outro" significa: vivendo juntos harmoniosamente como parte de um processo de aprendizagem, como um projeto "pedagógico". Isto é mais uma maneira de parafrasear os objetivos do projeto de ética global. A tarefa da Fundação Ética Mundial é traduzir esses objetivos para a vida diária das pessoas e fornecer respostas para diferentes desafios que os seres humanos enfrentam hoje.223

O projeto reconhece que ainda se deve percorrer um longo caminho para se chegar a isso, a criação de uma cultura da conciliação e do respeito, como os próprios personagens Mohandas Gandhi e Martin Luther King demonstraram, esbarra na fragilidade humana que muitas vezes interpõe barreiras para a concretização desses ideais. Mesmo dois líderes religiosos que incorporaram papeis importantes reconheceram sua limitação nesse sentido e aceitaram que ainda teriam um longo caminho a trilhar no sentido de viver plenamente suas propostas de relação com os outros. Tomar consciência de todas essas questões é um passo importante, proporcionando que se criem discussões sobre esses assuntos ao mesmo tempo facilitando que todos reflitam sobre eles. As soluções para os desafios devem ser conquistadas através do diálogo entre as pessoas e da crença verdadeira de que é possível colocá-las em prática, conforme tentaram e de uma certa forma conseguiram, os líderes religiosos em destaque.

223 KÜNG, Hans; GEBHARDT, Günther and SCHLENSOG, Stephan. Global Ethic, a Handbook: A Vision

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Parte III

Uma apreciação do ethos em Mohandas Karanchand Gandhi e Martin Luther King Jr.

Introdução

As religiões como edificadoras de compreensão e entendimento

Nos capítulos anteriores buscou-se oferecer um panorama geral da proposta da tese, delimitando inicialmente a proposição teórica na qual ela está baseada, em seguida apresentando Mahatma Gandhi e Martin Luther King Jr., assim como sua conexão com a ideia do projeto para uma ética mundial. Nessa última parte, a proposta é avançar na análise informando quais contribuições específicas podem ser retiradas do que foi retratado nas partes anteriores. Dessa forma, a terceira parte justifica-se por buscar lançar e interpretar um olhar sobre as religiões como elementos de significação e transformação social a partir de vários vieses. O elemento religioso pode inclusive favorecer visões multifacetadas do ser humano e da sociedade, dependendo de como se pretende lê-lo.

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Em qualquer segmento da vida humana, a utilização de métodos sempre foi importante para o alcance dos vários objetivos almejados, sejam estes aplicados de forma consciente ou não. No que se refere ao ambiente acadêmico, essa questão alcança um destaque ainda maior, pois o esclarecimento do método tornou-se essencial na credibilidade do que está sendo apresentado. Na vida prática e cotidiana, o tempo demandou a adoção de metodologias mais complexas, acompanhadas de diversas

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