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Nesta seção, é apresentado um panorama do tráfego aéreo no Brasil. É levantado um breve resumo histórico e é feita a apresentação das organizações responsáveis

8Fonte: CGNA [41].

pela sadia manutenção da navegação aérea no país, juntamente com a descrição da configuração do espaço aéreo brasileiro. É mostrado também um sumário da movimentação de passageiros nos principais aeroportos do país e as expectativas no aumento da demanda para os próximos anos.

4.7.1

Histórico

No ano de 1990, foi instituído o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), conduzido pelo Comando da Aeronáutica através de seu órgão cen- tral, o DECEA (Departamento de Controle do Tráfego Aéreo), visando integrar o Sistema de Proteção ao voo (SPV), Sistema de Telecomunicações do Ministério da Aeronáutica (STMA), Sistema de Busca e Salvamento (SISSAR) e Sistema de De- fesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (SISDACTA). Os CINDACTAs são elos do SISDACTA que têm a responsabilidade de assegurar a confiabilidade e segurança do fluxo do tráfego aéreo nas áreas sob sua jurisdição [1], que são o território conti- nental brasileiro e a parte ocidental do Oceano Atlântico.

4.7.2

Órgãos competentes

A distribuição de deveres e responsabilidades entre as entidades que gerenciam o espaço aéreo brasileiro são muito bem definidas e distribuídas, tendo caráter legal [42].

1. Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA

O DECEA é o órgão subordinado ao Ministério da Defesa e ao Comando da Aeronáutica que tem a atribuição de coordenar os serviços de navegação aé- rea e o Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, garantindo assim a segurança do transporte aéreo e a soberania do país [43]. A missão deste órgão é pla- nejar, implantar, integrar, normatizar, coordenar e fiscalizar as atividades de controle do espaço aéreo brasileiro, de telecomunicações aeronáuticas e de in- formática. Para tal, o DECEA conta com um complexo sistema de controle do espaço aéreo, distribuído como segue:

• quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA)

• um Serviço Regional de Proteção ao Voo (SRPV)

• cinco Centros de Controle de Área (ACC - Area Control Center) • 46 Controles de Aproximação (APP)

• 60 Torres de Controle de Aeródromo (TWR - Tower) • 79 Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA)

• Estações de Telecomunicações Aeronáuticas, em número superior a 90.

2. Serviço Regional de Proteção ao Voo/CINDACTA

Informar ao CGNA (ver adiante) os eventos sazonais que possam alterar a de- manda de tráfego aéreo que venham a comprometer a circulação aérea geral.

Figura 4.5: Aeroportos coordenados no Brasil. Fonte: CGNA.

3. Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea

O CGNA conta com todas as Células de Gerenciamento de Fluxo (FMC - Flux Management Cells), usuários, ANAC e Infraero para dirigir a operação do sistema de gerenciamento do tráfego. Para isso, utiliza-se de informações me- teorológicas e informações sobre inoperâncias no sistema de gerenciamento de tráfego. As principais responsabilidades do CGNA são a implementação de programas nacionais de ATFM, alocação e monitoração do uso dos slots ATC para os aeroportos coordenados e a realização de projeções e de balance- amento entre demanda e capacidade, tanto em aeroportos quanto em setores ATC.

4. Órgãos de Controle de Tráfego Aéreo

Fornecer ao CGNA ou às FMC dados técnicos e/ou operacionais referentes às respectivas áreas de jurisdição, quando solicitados. As FMC são respon- sáveis pelo apoio ao Órgão ATC, abastecendo-o, com antecedência de 12 ho- ras, com as informações da análise de demanda, operacionalidade dos órgãos ATS, dos meios técnicos da infraestrutura aeronáutica e/ou aeroportuária e dos fenômenos meteorológicos que afetam a navegação aérea em sua área de jurisdição. Elas coordenam inclusive as aplicações das medidas táticas de gerenciamento de fluxo.

5. Órgãos de Meteorologia

Fornecer ao CGNA ou às FMC dados de previsão e/ou de observação dos fenô- menos meteorológicos referentes às respectivas áreas de jurisdição, quando solicitados.

Ao receber um Plano de Voo (PLN) envolvendo um aeroporto coordenado, ve- rificar a existência do código referente ao slot ATC alocado. Caso não exista o código, o procedimento previsto para slot ATC de oportunidade deverá ser seguido.

4.7.3

Regiões de Informação de Voo

Uma FIR, ou Região de Informação de Voo, é dimensionada da seguinte maneira [34]: • limite vertical superior: ilimitado;

• limite vertical inferior: solo ou água; • limites laterais: indicados nas ERC;

Figura 4.6: Regiões de Informação de Voo no Brasil

A jurisdição do espaço aéreo brasileiro é distribuída por quatro CINDACTAs. Este espaço é dividido em cinco FIRs, somando um total de 22 milhões de km2 [44].

A figura 4.6 ilustra as FIRs do Brasil:

• FIR Brasília (FIR-BS), de responsabilidade do CINDACTA I, compreendendo a região Centroeste, a parte ocidental de Minas Gerais, o norte de São Paulo e a costa do estado do Espírito Santo. Esta FIR comporta cerca de 45% do tráfego aéreo do Brasil [43];

• FIR Curitiba (FIR-CW), de responsabilidade do CINDACTA II, compreen- dendo a região Sul, o estado do Rio de Janeiro, partes de São Paulo e Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e a costa sul brasileira;

• FIR Recife (FIR-RE), de responsabilidade do CINDACTA III, compreendendo a região Nordeste e sua costa. O CINDACTA III também é responsável pela FIR Atlântico (FIR-AO), que é a área oceânica entre Brasil, África e Europa. Praticamente todos os voos provenientes da América do Sul com estes desti- nos cruzam o espaço aéreo sob a tutela do órgão.

• FIR Amazônia (FIR-AM), de responsabilidade do CINDACTA IV (Manaus), compreendendo a região amazônica e parte dos estados de Mato Grosso e Ma- ranhão.