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4.1 AS DILIGÊNCIAS ESTABELECIDAS PARA ESTA PESQUISA: A

4.1.1 Os encontros formativos

4.1.1.1 Traçando um caminho: o plano formativo

Desde a minha chegada à referida unidade escolar em 2010, havia indicações para que fosse realizada a revisão da proposta curricular do município abarcando uma discussão em rede sobre as DCNEI (2009). Constantemente, este era um apontamento em nossas reuniões com representantes da Secretaria de Educação (SE), porém essa pauta não era assumida como prioridade. Em 2016, houve dois marcos que considero importantes para que me sentisse mais segura e levasse a proposta do plano formativo para a equipe: o primeiro foi o convite para participar de um grupo de estudos, organizado por algumas orientadoras pedagógicas (OPs) com a proposta de estudarmos o livro: “Campos de experiências na escola da infância:

contribuições italianas para inventar um currículo de educação infantil brasileiro”; o segundo,

uma palestra ministrada pela professora Maria Carmem Silveira Barbosa, que abordou os campos de experiência. Decidi que não deveria mais aguardar decisões da SE. Faria os estudos, mesmo com as minhas limitações, com a perspectiva de romper com as áreas de conhecimento. Estes dois marcos fomentaram o desejo, a necessidade e me deram um pouco de segurança para me lançar a este desafio. Foi quando propus, juntamente com a diretora da época, e juntas levamos para o grupo de educadoras a proposta, ressaltando que iríamos acolher o que o grupo colocasse como desejo de estudo; porém seria contemplado como campo de experiência e iniciaríamos conceituando o que é experiência na escola da infância. O grupo de educadores acolheu a indicação da dupla gestora, o que resultou no plano de formação a seguir:

Quadro 11 – Plano formativo de 2017 da creche “Grumixameira”5 Plano de formação 2017

No levantamento feito sobre quais seriam as necessidades de formação dos educadores para 2017 surgiu uma variedade razoável de conteúdos, impossibilitando, assim, as possibilidades de escolha de um único assunto. Além disso, nós da gestão entendemos que é urgente refletir sobre a abordagem presente nos documentos oficiais, tais como as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) e também a Base Nacional Comum Curricular (BCNN), que propõem uma Pedagogia por Campos de Experiência.

Considerando nosso lugar de escola pública, avaliamos que é fundamental que nossos educadores conheçam quais são os indicativos desta pedagogia e em que concepção ela está sustentada. Não podemos negar nossa responsabilidade em iniciar o processo de compreensão e implantação dessa proposta, mesmo que isto nos pareça difícil.

Esta situação nos levou a propor que o plano de formação se iniciasse com esta demanda de discussão sobre o que significam os Campos de Experiência e que práticas educativas esta proposta indica. Este caminho sugerido apoia-se na ideia de que antes de elaborarmos um plano para tratar das “áreas de conhecimento” apontadas pelos educadores

5 O plano formativo está como foi colocado no PPP de 2017. Não consta as etapas do 2º módulo, pois foram inseridas posteriormente, considerando o percurso do 1º módulo.

para estudo, na qual Arte aparece com maior número de indicações, é preciso estudar sobre os Campos de Experiência porque esta pedagogia diverge da ideia de áreas de conteúdos, ou seja, propõe uma nova maneira de pensar os planejamentos e práticas na educação infantil e também nas outras modalidades de ensino.

Apoiados nessas afirmações, iniciamos os estudos de 2017 refletindo sobre o que nos indica os documentos oficiais e depois estudamos as diferentes linguagens, como constam na BNCC, começando por “Traços, cores e imagens”, que se aproxima da sugestão mais apontada pelos educadores.

Objetivo geral:

Adequar as práticas desta escola para que se aproximem daquilo que é indicado na BNCC para a Educação Infantil e que isto aconteça com a compreensão e envolvimento de todos os educadores.

Objetivos de aprendizagem:

● Verificar se os educadores compreenderam o que significa a Pedagogia por Campos de Experiência;

● Verificar se os educadores compreenderam o que significa “ter experiência” na educação infantil;

● Verificar se os educadores conseguiram desenvolver seu trabalho considerando e respeitando o grande desejo das crianças conhecerem o mundo que se expressa na enorme curiosidade que têm sobre tudo, e que seus planejamentos sejam guiados por isto;

● Verificar se os educadores entenderam a importância da observação atenta dos interesses das crianças para, a partir deles, criar condições para que a experiência educativa expanda os conhecimentos e significação das crianças;

● Verificar se os educadores ampliaram suas práticas oferecendo diferentes experiências para que as crianças aprendam mais sobre imagens, cores, e as diversas linguagens artísticas.

Desenvolvimento do plano

Desdobramos este plano em dois módulos que serão trabalhados em sequência, sendo que o segundo depende do desenvolvimento do primeiro:

Módulo 1 – Conceituação da Pedagogia por Campos de Experiência; Módulo 2 – Campo de Experiência: traços, sons, cores e imagens. ETAPAS 1º MÓDULO:

1ª Etapa:

Situar historicamente o surgimento da Pedagogia dos Campos de Experiência. 2ª Etapa:

Conhecer e compreender a concepção envolvida nesta pedagogia e refletir sobre os conceitos que envolvem os Campos de Experiência.

3ª Etapa:

Levantar quais são os desdobramentos dessa proposta na prática educativa desta escola.

4ª Etapa:

Discutir a prática sob esta perspectiva. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brasília, DF, 2017. BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica. Brasília, DF, 2013.

BRASIL. Ministério da Educação. Parecer CNE/CEB nº 20/2009. Conselho Nacional de Educação. Brasília, DF, 2009.

EDWARDS, C. As cem linguagens da criança. Porto Alegre: Artmed, 1999.

FARIA, A. L. G. de; MELLO, S. A. (org.). Territórios da infância: linguagens, tempos e relações para uma pedagogia para as crianças pequenas. 2. ed. Araraquara: Junqueira & Marin, 2009.

FINCO, D.; BARBOSA, M. C. S.; FARIA, A. L. G. de (org.). Campos de experiência na escola da infância: contribuições italianas para inventar um currículo de educação infantil brasileiro. Campinas: Leitura Crítica, 2015.

GOBBI, M. A.; PINAZZA, M. A. (org.). Infância e suas linguagens. São Paulo: Cortez, 2014. LARROSA, J. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Tradução de J. W. Geraldi. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 19, p. 20-28, jan./abr. 2002.

OLIVEIRA, Z. R. de (org.). O trabalho do professor na educação infantil. São Paulo: Biruta, 2012.

Fonte: PPP 2017 da creche “Grumixameira”.