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Para trabalhos futuros sugere-se que seja desenvolvido um estudo contendo a percepção da e-participação dos legisladores municipais das cidades deste trabalho. Possibilitando assim a comparação entre as opiniões e pontos de vista do vereador e a população já contemplada aqui. Para que assim possam ser complementados os requisitos para aplicação contemplando os dois principais atores do sistema.

Como possibilidade para um possível trabalho pode-se realizar o estudo para prototipação do sistema seguindo os princípios de usabilidade de sistemas. Focando na experiência do usuário realizando testes de usabilidade gerando modelos de baixa e alta fidelidade para validação junto aos usuários da aplicação. Para assim obter um sistema que proporcione ainda mais adesão dos cidadãos.

Por fim, como sugestão de trabalhos futuros propõe-se a implementação do sistema a partir dos requisitos funcionais levantados no presente trabalho. Também como verificando os requisitos não funcionais para se poder realizar o correto desen- volvimento. Proporcionando assim validar o modelo teórico aqui sugerido junto aos cidadãos.

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Tecnologias proporcionando visibilidade na política. Technologies providing visibility in politics.

Leonardo Martins Machado1 Professor Dr. José Leomar Todesco2

12 de novembro 2019 Resumo

Com o grande desenvolvimento tecnológico dos últimos anos, a computação tornou-se essencial na sociedade, tanto no mercado de trabalho como na vida dos cidadãos. Para as atividades políticas não têm sido diferente, com o intuito de promover maior participação da população no decorrer do mandato. Em diversas culturas em diferentes continentes e inclusive no Brasil tem se optado por mandatos compartilhados aonde o político eleito compartilha o seu poder de decisão com a sociedade ou grupo de pessoas as tornando assim “co-legisladores”. Poucos sistemas oferecem um suporte e acompanhamento para este modelo de gestão. Principalmente, voltado a um suporte abrangente deste tipo de política. Possibilitando a parametrização e a transparência nas consultas.

Deste modo, este trabalho analisa as principais funcionalidades dos sistemas de e-participação. Validando junto a população de algumas cidades o interesse na e-participação bem como quais funcionalidades encontradas nos sistemas pesquisados eram mais relevantes. Tendo como objetivo do trabalho a sugestão de um conjunto de funcionalidades avaliadas e refinadas para o perfil e relevâncias dos cidadãos pesquisados, como painel para votações prévias, indicadores para acompanhamento das atividades dos vereadores entre outras funcionalidades.

Palavras-chaves: e-Participação, mandato compartilhado, política, voto, Projetos de Lei, software politica.

Palavras-chaves: e-Participação, mandato compartilhado, política, voto, Projetos de Lei, soft- ware politica.

Abstract

With the great technological development of recent years, computing has become essential in society, both in the labor market and in the lives of citizens. For the political activities they have not been different, in order to promote greater participation of the population during the mandate. In different cultures on different continents and even in Brazil, shared mandates have been chosen where elected politicians share their decision-making power with society or groups of people, thus making them “co-legislators”. Few systems offer support and follow up for this

1 Departamento de Informática e Estatística – Universidade Federal de Santa Catarina – leo- nardo.machado@programmer.net

2 Departamento de Informática e Estatística – Universidade Federal de Santa Catarina – titeto- desco@gmail.com

management model. Mainly, focused on a comprehensive support of this type of policy. Enabling parameterization and transparency in queries.

Thus, this paper analyzes the main features of e-participation systems. Validating with the population of some cities the interest in e-participation as well as which features found in the systems surveyed were most relevant. With the objective of the work the suggestion of a set of evaluated and refined features for the profile and relevance of the citizens surveyed, as a panel for previous voting, indicators for monitoring the activities of councilors among other features. Keywords: e-Participation, shared mandate, politics, voting, Bills, political software.

Keywords: Abnt. Artigo Científico. FastFormat.

1 Introdução

A contribuição do cidadão na construção de um governo mais eficiente de- pende essencialmente do seu acesso à informação pública. É a partir dela que pode instrumentar-se para propor ações, expor criticas, acompanhar o cumprimento de me- tas, e fiscalizar as ações do governo e a gerenciamento dos recursos do município. Os governantes necessitam manter seus gerenciamentos em permanente transparência e assegurar dispositivos que possibilitem e estimulem a participação da população. Com isso os legisladores podem aumentar: a eficiência administrativa, podendo assim ter um espaço virtual de modo a debater ideias para elaboração de proposições, deli- berar sobre os assuntos de pauta existente, mas sempre ouvindo a necessidade dos cidadãos.

Atualmente existem poucos sistemas de e-participação existentes que tratam de forma muito generalista as funcionalidades atendendo de forma superficial as necessida- des da população e legisladores, ainda especializadas ou construídas especificamente para atender as necessidades de uma única região de acordo com suas leis.

Foram realizados um levantamento das principais ferramentas para participação popular no legislativo, de modo a realizar um comparativo entre estas aplicações. De modo a verificar o interesse do cidadão em utilizar e participar das atividades dos vereadores. Aplicado um questionário para população residente nas cidades de Biguaçu, Florianópolis, Palhoça e São José e seus vereadores. De modo a verificar a adesão a uma ferramenta, bem como as funcionalidades mais adequadas à população pesquisada.

Propondo ao final do trabalho um conjunto de funcionalidades que foram re- finadas ou repensandas para atender as necessidades da população pesquisada. Possibilitando assim a obtenção de um maior participação e inclusão do cidadão no processo de tomada de decisão.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta seção foram levantada a estrutura política do Brasil de modo justificar o foco no poder legislativo, bem como o conceito de governo aberto e algumas moda- lidades. Uma revisão sobre engenharia de software e modelos de desenvolvimento subsidiando assim a forma para o levantamento das funcionalidades para a aplicação de e-participação.

2.1 ESTRUTURA POLÍTICA BRASILEIRA

A atual CF/88 estabelece a estrutura política do Estado. A partir do preâmbulo e dos primeiros artigos, é definido o escopo da organização política e suas características, bem como as instituições que o alicerçam o Estado Brasileiro os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O Legislativo tem implicação direta no funcionamento do Estado e no processo de formação das leis.

O poder executivo tem como objetivo auxiliar na resolução dos problemas do povo e do estado. Na esfera federal quem o exerce o papel de representante é o presidente e o vice-presidente da república. No âmbito estadual quem desempenha esse papel é governador e o vice- governador do estado. No espaço municipal quem o representa é o prefeito e o vice prefeito. Em todas as esferas os chefes do executivo são eleitos pelo voto popular direto.

No legislativo primazia como objetivo elaborar as leis que regulam o Estado. É formado pela Câmara dos Deputados e o Senado na esfera federal, nos estados as câmaras dos deputados, e nos municípios as câmaras de vereadores. Entre as funções elementares do poder legislativo está a de fiscalizar o poder executivo, votar leis relativas aos orçamentos e, em situações específicas, julgar determinadas pessoas, como os representantes do executivo ou os próprios membros da assembleia.

Judiciário é formado por ministros, desembargadores e juízes, os quais têm a função de julgar, de acordo com as leis criadas pelo Poder Legislativo e de acordo com as regras constitucionais do país. Cabe-lhe a função de aplicar as Leis. Para solucionar conflitos resultantes das relações interpessoais da vida humana. O Poder Judiciário utiliza mecanismos, como o processo judicial, para resolver determinadas situações com base nas leis vigentes. Considerando os costumes vigentes na sociedade e as decisões anteriores tomadas pelo próprio Poder Judiciário em situações iguais ou semelhantes à situação em questão.

O artigo 18 da CF/88 estabelece a segmentação politico-administrativa Brasil, revelando que o país é uma República Federativa Presidencialista, compreendido pela União, estados e municípios, onde a atividade de poder é atribuída a cada esfera de forma autônoma regidos pela CF/88.

Os representantes do executivo e legislativo são eleitos pelo povo de forma direta o que representa o Brasil como sendo uma República. Em ambas esferas o mandato é por um período determinado. Presidencialista, porque o presidente da República é Chefe de Estado e também Chefe de governo. Por sua uma República Federativa devido à autonomia politica dos estados.

Para efeitos do estudo foi delimitada a esfera legislativa uma vez que é nela que são geradas as leis e políticas públicas que impactam diretamente o cidadão.

2.2 GOVERNO ABERTO

A publicação de informações e seu acesso permitem o monitoramento da sociedade nos investimentos públicos, e gera um fenômeno caracterizado por autoali- mentação: a informação disponibilizada para a sociedade produz uma demanda por informação adicional e obriga os governos a divulgarem mais conteúdo e de melhor qualidade (ABRAMO, 2011).

Dados acessíveis ao público, representados em meio digital, estruturados em formato aberto, processáveis por máquina, referenciados na internet e disponibilizados sob licença aberta que permita sua livre utilização, consumo ou cruzamento, limitando-se a creditar a autoria ou a fonte(BRASIL, 2012).

Oito princípios norteiam o conceito dos dados abertos de governo3: completo, primário, atual, acessível, legível ou processado por máquinas, acesso não discrimina- tório, formato não proprietário e com licença livre (United Nations, 2016), baseado nas três Leis de Dados Abertos:

i) se um dado não pode ser encontrado ou indexado na Web, então ele não existe; ii) se o dado não estiver aberto e disponível em formato compreensível por máquina, ele não pode ser reaproveitado; por fim, iii) se algum dispositivo legal não permitir sua replicação, então o dado não é útil (EAVES, 2009).

Da definição de dados abertos, nasce o conceito de Governo aberto4, iniciativa americana do governo de Obama, que se espalhou pelo Canadá e por países europeus, principalmente de língua germânica (KRABINA, 2012).

O governo aberto é baseado em dois elementos: dados governamentais e dados abertos, e tem por objetivo aumentar a transparência e accountability e trazer inovação, eficiência e flexibilidade ao governo (UBALDI, 2013). Mais recentemente, este conceito ganhou ênfase à abertura e participação para cidadãos atuarem nos governos numa perspectiva de “visão” e “voz”, onde o Estado cria condições para a sociedade “ver” 3 Disponível em: <https://opengovdata.org/>. Acesso em 08/05/2018.

4 Faria (2016) comenta que o conceito tem estrapolado os limites do poder executivo, e ganhado força também no legislativo, com iniciativas voltadas à transparência da atuação parlamentar e ampliação da voz do cidadão, o que faz o autor defeni-la como “Estado aberto”.

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melhor as ações governamentais, ao mesmo tempo que dá “voz” para uma participação efetiva e interativa da população. Sob estes dois pontos de vista, o governo aberto levaria a um Estado mais responsivo e consonante com a vontade da sociedade (FARIA, 2016).

O governo aberto promove assim transparência e controle sobre investimentos públicos, que refletem em ações mais assertivas por parte dos governos. Serviços públicos digitais contribuem para uma gestão pública voltada a atender às necessida- des da população, principalmente quando esta participa da formulação escolhendo democraticamente quais serviços devem ser disponibilizados on-line.

2.2.1 Participação popular

No presente trabalho designada como participação popular, mas também tra- dada como participação cidadã5por outros autores, consiste no processo de atuação do povo na esfera pública de um Estado; traduz-se na intervenção do povo nas ins- tâncias de poder, seja por meio da ação conjunta nos processos decisórios, seja por intermédio do planejamento e da atividade fiscalizadora.

Adota-se, pois, um conceito amplo de participação, representado pela influência do povo em tudo o que diz respeito às suas necessidades sociais. Consiste em um processo de conquista, inerente à natureza política do homem – entendendo-se política como todo e qualquer ato voltado à satisfação dos interesses da coletividade, ou seja, “a conjugação das ações de indivíduos e grupos humanos, dirigindo-as a um fim comum” (DALLARI, 2004, 10)

A participação não é somente um instrumento para a solução de problemas mas, sobretudo, uma necessidade fundamental do ser humano [. . . ] A participação é o caminho natural para o homem exprimir sua tendência inata de realizar, fazer coisas, afirmar-se a si mesmo e dominar a natureza e o mundo(BORDENAVE, 1994, 16)

(JACOBI, 2002, 25) define a participação como um novo partilhar do processo decisório. Carole Pateman analisa as teorias de Rousseau, Stuart Mill e G. D. H. Cole para delinear os contornos de uma teoria da democracia participativa em que a participação é tida como a tomada de decisões em todas as áreas, desde que assegurada a “igualdade de poder na determinação das consequências das decisões” (PATEMAN, 1992, 62), ressaltando-a como elemento essencial à democratização do sistema político.

Sendo assim, os conceitos aqui abordados consideram participação popular como um processo por meio do qual o povo, de forma livre e consciente, toma parte 5 Discorda-se do posicionamento de TEIXEIRA, op. cit., 31-32, onde é feita uma correção para participação cidadã, haja vista que participação popular estaria vinculada apenas aos movimentos reivindicativos.

nas decisões políticas do Estado. 2.2.2 Mandato compartilhado

Com a transparência dos dados e o acesso à informação aumentou o inte- ressante dos cidadãos estarem inclusos nos processos decisórios e deliberativo das políticas públicas com isso tem crescido nas últimas eleições as candidaturas onde a legislatura não fica na mão de um candidato, mas sim em um compartilhado de pessoas.

Sendo uma modalidade de representação legislativa delegada em que o par- lamentar compartilha o poder político com um grupo de pessoas. Significando que o mandato não é uma propriedade individual, mas sim é exercido junto às pessoas que o ajudaram a eleger. Tendo como compromisso dar transparência às ações, abrir

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