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As principais formas de transmissão do HIV são: sexual, sanguínea e vertical. Também pode ocorrer a transmissão ocupacional, ocasionada por acidente de trabalho, em profissionais de saúde. Embora o HIV tenha sido isolado de vários fluidos corporais que contenham células inflamatórias, somente o contato com sangue, sêmen, secreções vaginais e leite materno contaminado tem sido implicado como fontes de infecção desse vírus.

Conclui-se, pela experiência cumulativa e suficientemente ampla, que não há qualquer justificativa para restringir o convívio de

indivíduos infectados pelo HIV de seus ambientes domésticos, escolares, sociais ou profissionais.

Transmissão sexual

É essa a principal forma de transmissão do HIV no Brasil e no Mundo, sendo a transmissão heterossexual considerada pela OMS, como a mais frequente do ponto de vista global.

Os fatores que aumentam o risco de transmissão do HIV numa relação são:

- Alta viremia (durante a fase da infecção primária e na imunodeficiência avançada).

- Relação anal receptiva.

- Relação sexual durante a menstruação.

- Presença de outra DST. Sabe-se hoje que as úlceras resultantes de infecções por agentes sexualmente transmissíveis, como cancro mole, sífilis e herpes genital, aumentam muito o risco de transmissão do HIV.

Prevenção

- Preservativos: os preservativos masculinos ou femininos são as únicas barreiras comprovadamente efetivas contra o HIV e outras DST, quando usados de forma correta e sistemática.

Os estudos demonstram que o uso do preservativo masculino pode reduzir o risco de transmissão do HIV e de outras DST em até 95%. - Espermicidas: são substâncias químicas utilizadas para recobrir a vagina e colo do útero, com o objetivo de impedir a penetração dos espermatozóides no canal cervical e, bioquimicamente, imobilizar ou destruir os espermatozóides.

O produto espermicida à base de nonoxinol-9 (N-9) a 2% é o mais amplamente utilizado no Brasil e no mundo. Entretanto, o uso de alguns métodos contraceptivos contendo N-9 pode aumentar o risco de transmissão sexual do HIV e outras DST‟s.

Isso foi demonstrado em um ensaio clínico que observou risco acrescido entre usuárias/os desse produto. A razão desse risco acrescido reside no fato de o N-9 provocar lesões (fissuras/microfissuras) na mucosa vaginal e retal, dependendo da frequência de uso e do volume aplicado.

Transmissão sanguínea

A transmissão, por meio da transfusão de sangue e derivados, tem apresentado importância decrescente nos países industrializados e naqueles que adotaram medidas de controle de qualidade do sangue utilizado, como é o caso do Brasil.

O uso de drogas injetáveis, associado ao compartilhamento de seringas e agulhas, apresenta alta probabilidade de transmissão sanguínea do HIV. Esse tipo de transmissão vem crescendo em várias partes do mundo, como Ásia, América Latina e Caribe.

Prevenção

A transmissão pela transfusão de sangue e derivados deve ser prevenida por meio do controle da qualidade pelos bancos de sangue. Os profissionais de saúde devem estar atentos e denunciar as irregularidades às autoridades sanitárias.

Estarão, dessa forma, desempenhando papel de grande relevância na prevenção e controle da transmissão do HIV, hepatites e outras doenças que podem ser transmitidas pelo sangue.

Prevenção em usuários de drogas injetáveis (UDI) – Os UDI‟s representam uma população particularmente importante, em virtude da alta prevalência do HIV nesse grupo.

Consequentemente representam risco de transmissão para os parceiros sexuais e para os que compartilham agulhas e seringas. Ressalta-se, também, o risco da transmissão vertical quando ocorre a infecção da parceira.

A disseminação da infecção pelo HIV entre UDI em vários países levantou importantes questões sobre a natureza de seu comportamento e sobre a possibilidade de modificá-lo por meio de intervenções preventivas, reduzindo o risco de transmissão do HIV.

Em locais onde a política de redução de danos foi implantada observou-se a redução da incidência de transmissão do HIV nessa população.

A vulnerabilidade dos UDI‟s para o HIV, aliada à exclusão social vivenciada por eles, apontam para a necessidade da realização de ações de prevenção nas unidades de saúde destinadas a essa população, tais como:

- facilitar o acesso dessas pessoas à unidade de saúde e aos serviços de tratamento da dependência de drogas, quando indicado.

- realizar o acompanhamento clínico dessa população.

- disponibilizar a testagem sorológica, com aconselhamento.

- Articulação com programas de redução de danos, incluindo ações de redução de danos com os usuários de drogas: orientação para uso seguro de drogas injetáveis (troca de seringas e agulhas) e para a prática de sexo seguro.

Transmissão Vertical

Entre os exames essenciais do pré-natal inclui-se a obrigatoriedade da oferta do teste anti-HIV a todas as gestantes, com aconselhamento pré e pós-teste. O diagnóstico precoce permite o controle da doença materna e a prevenção da transmissão vertical do HIV.

Transmissão Ocupacional

A transmissão ocupacional ocorre quando profissionais da área da saúde se ferem acidentalmente com instrumentos perfuro cortantes contaminados com sangue de pacientes portadores do HIV.

Estima-se que o risco médio de contrair o HIV, após uma exposição percutânea ao sangue contaminado, seja de aproximadamente 0,03%, aumentando esse risco para aproximadamente 0,1% no caso de exposição de mucosas.

Os fatores de risco identificados como favorecedores deste tipo de transmissão, são:

- A profundidade e extensão do ferimento.

- A presença de sangue visível no instrumento que produziu o ferimento.

- A exposição envolvendo agulha inserida diretamente na veia ou artéria de paciente portador de HIV.

- O paciente, fonte da infecção, ter evidências de imunodeficiência avançada.

Boa parte dos acidentes ocorre ao se manusear sangue e secreções em pacientes com sorologia desconhecida. Ocorrendo o acidente, aliado aos esforços de diagnóstico do paciente-fonte, recomenda-se observar manejo idêntico ao realizado nos casos sabidamente em portadores do HIV.

Prevenção

O meio mais eficiente de reduzir-se tanto a transmissão profissional- paciente quanto à paciente–profissional baseia-se: - Na utilização sistemática das normas de biossegurança.

- Na determinação dos fatores de risco associados e na sua eliminação.

- Na implantação de novas tecnologias da instrumentação usadas na rotina de procedimentos invasivos.

O profissional de saúde acidentado com risco de infecção pelo HIV deverá ser encaminhado nas primeiras horas (idealmente dentro de 1 a 2 horas), após o acidente, para a quimioprofilaxia com antirretrovirais. A duração da quimioprofilaxia é de quatro semanas. Estudos em animais sugerem que a quimioprofilaxia não é eficaz quando iniciada de 24 a 36 horas após o acidente.