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2.4 O LEVATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS: 4ª FASE

2.4.4 Triangulação para análise dos dados

A finalidade de uma pesquisa qualitativa é explorar as opiniões e as diferentes formas de representação de um determinado assunto (BAUER, GASKELL, 2008). Dessa maneira é formada por Dados Informacionais, ou seja, aqueles gerados no impulso do momento, podendo ou não serem influenciados pelo pesquisador. No caso dessa pesquisa a própria constituição das ferramentas de pesquisa geram esses tipos de dados. Para Gil (2002) na pesquisa qualitativa os dados podem ser coletados de diversas formas, por isso, a sua interpretação envolve diferentes e variados modelos de análise. Além disso, o pesquisador deve estar aberto às possibilidades no decorrer da pesquisa.

Bauer e Gaskell (2008), salientam que não há “o” método mais eficiente para a interpretação dos dados, uma vez que exigem tempo e esforço do pesquisador em um processo de imersão no corpus da pesquisa. Nesse aspecto Creswell (1994, p. 155) apresenta uma sistematização de análise que pode ser resumido em:

1. ter uma noção holística do corpus, através de uma leitura cuidadosa das transcrições e dados;

2. interpretar as informações levantadas nos documentos de coleta buscando seus significados implícitos;

3. organizar as informações por temas. Possibilitando o cruzamento dos dados.

Com base nesta sistemática e contemplando as várias ferramentas para levantamento de dados, se utilizará a Triangulação de Métodos para

a análise da pesquisa. Para Minayo, Assis e Souza (2010) a utilização da triangulação exige a combinação de várias estratégias de pesquisa. De forma similar, Azevedo, Oliveira, Gonzalez e Abdalla (2013) compreendem que a triangulação relaciona diferentes formas e fontes para a coleta de dados, e da mesma maneira variados métodos para a análise destes. Assim, cruzou-se os dados obtidos das ferramentas descritas anteriormente: a) perfil dos voluntários; b) resultado dos exercícios sobre sólidos; c) as médias ponderadas do grau de motivação dos indivíduos; d) as narrativas do grupo focal.

Para a análise dos dados foi utilizado os passos indicados por Gomes, Souza, Minayo, Malaquias e Silva (2005) e Marcondes e Bisola (2014), que se pautam na preparação do material e articulação em três estágios para se fazer análise: o primeiro diz respeito aos dados empíricos levantados – principalmente obtidos do grupo focal, grau de motivação e resultados dos exercícios; o segundo contempla o diálogo dessas dados com os autores pesquisados – grau motivacional dos indivíduos surdos e gamificação; e terceiro a análise de conjuntura, contemplando um contexto amplo da realidade e gerando a conclusão final da análise – onde todos estes dados serão analisados com o suporte o perfil de cada voluntário ou grupo destes.

1º Passo do Processo Interpretativo: se divide cronologicamente nas seguintes etapas:

a) Transcrição dos dados: que consta em transcrever os dados qualitativos obtidos tomando nota de tudo o que é relevante nas narrativas. Nesta etapa se transcreve: o perfil dos voluntários, os resultados dos exercícios ao fim da leitura do objeto, os resultados do grau de motivação dos indivíduos e as narrativas obtidas nos grupos focais; b) Pré-análise dos dados: corresponde à primeira análise dos

dados transcritos, iniciando a discussão e criação de categorias de análise. Nesta fase se fará a média ponderada dos resultados de motivação dos indivíduos;

c) Elaboração de categorias de análise: nesta etapa os dados serão contextualizados e elucidados, e o pesquisador deve refletir sobre as diversas variáveis e tópicos discutidos nos processos anteriores. De forma geral os dados serão tratados para se obter as primeiras conclusões.

2º Passo do Processo Interpretativo: realiza uma análise contextualizada e triangulada dos dados, com o objetivo de se construir ou reconstruir a teoria. Esta divide-se nas etapas:

a) Leitura aprofundada do material selecionado: e previamente já analisado nos primeiros passos, contextualizando-o com a realidade no qual está inserido. Nesta etapa a utilização de um roteiro de questões auxilia na análise e no aprofundamento dos tópicos trabalhados, como: quais são os elementos comuns ou divergentes entre os dados analisados; se os dados respondem à questão de pesquisa original; quais as novas contribuições e tópicos inéditos às premissas do pesquisador; quais os resultados da relação dos dados levantados e pré-analisados; quais são as relações entre o perfil de cada voluntário, como sua fala, motivação e resultado no exercício; quais são os padrões de repostas e comportamentos encontrados;

b) Investigação ancorada no diálogo com os autores: onde se relaciona o conjunto de dados analisados com as teorias estudadas nesta tese;

c) Macro Análise: será feita uma análise de conjuntura entre os dados levantados dos voluntários e o contexto e ambiente de aprendizagem, foco do objeto de estudo. Esta etapa busca ir além das informações coletadas, onde deve- se interpretar as ideias e informações dentro dos contextos onde foram coletadas. Neste caso, não apenas elementos da cultura surda irão influenciar na etapa, como também o perfil dos voluntários – levantados em questionário – e a formação dos grupos e instituições que esses indivíduos frequentam. Esta fase gera um texto de pré-conclusão da análise.

3º Passo do Processo Interpretativo: corresponde a última fase do processo. Nela é realizada a reinterpretação de todos os dados tratados nas etapas anteriores. Constroem-se, desta forma, uma síntese relacionando os dados empíricos, as teorias e a análise de conjuntura. O objetivo é fazer uma análise crítica dos dados, onde, se redige o texto final com as conclusões e interpretações advindas da análise dos dados dessa pesquisa.