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Primeira Adriana 16/07/2009 Natália Laura

Segunda Adriana 24/07/2009 Natália Laura

Terceira Adriana 04/08/2009 Natália Laura

Quarta Adriana 17/08/2009 Natália Laura

Quinta Natália 25/08/2009 Laura Adriana

Sexta Laura 07/10/2009 Adriana Natália

Quadro 4 – Cronograma de produção dos relatos reflexivos

É interessante notar em relação ao quadro acima que as quatro primeiras interações foram propostas por esta pesquisadora, mas começamos a perceber que o processo estava mecanizado. Os relatos eram enviados e respondidos pelas professoras, e não havia uma iniciativa por parte delas para proporem os mesmos.

Ao observarmos isto, optamos por esclarecer às professoras participantes quanto à possibilidade de elas iniciarem a “conversa”, ou seja, que a elas também era poderiam propor a interação, pois, tal atitude provavelmente deixaria o processo mais dinâmico.

Dessa forma, foi enviado às professoras um e-mail sugerindo que elas poderiam também fazer seus comentários e contar suas experiências vividas. Elas aceitaram a sugestão dada, visto que as duas deram início aos relatos seguintes. Mas o que se pode perceber é que o fluxo de troca ficou bem mais lento a partir do momento que esta pesquisadora deixou de encetar as trocas.

Além de tratar do contexto físico da situação de produção do corpus desta pesquisa, é válido ressaltar também o contexto social no qual se inserem as participantes da mesma, visto que dentro dos discursos proferidos por elas, pode-se identificar papéis diferenciados através de vozes distintas. Para Bronckart (2003 [1999]; 2008):

Quando empreende uma ação de linguagem, o autor mobiliza, do vasto conjunto de conhecimentos que a sede, subconjuntos de representações que se referem, especialmente, ao contexto físico e social de sua intervenção, ao conteúdo temático que nela será mobilizado e a seu próprio estatuto de agente (capacidade de ação, intenções, motivos) (BRONCKART, op.cit., p. 321).

Antes de partirmos para o capítulo de análise propriamente dito, demonstraremos nessa subseção a maneira pela Sendo assim, foi possível verificar neste contexto de vozes três posturas enunciativas21 distintas: da enunciadora-professora dentro de contextos particulares e coletivos de produção, e da enunciadora-assessora. Ao enunciarem como assessoras, as professoras participantes também demonstram suas representações, a partir de exposições autônomas, através de discursos teóricos, deixando explicitar as vozes do Expert.

Segundo Mazzillo (2006), a voz do Expert é aquela “[...] que, de um modo geral, se apresenta sob a forma de um discurso teórico avaliativo, e que pode representar também vozes profissionais” (op.cit., p.86). Exporemos detalhadamente esta constatação no capítulo em que realizarmos a análise dos dados.

4.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE

Para tornar nossa análise mais pertinente, optamos por nos valer dos dois instrumentos utilizados na coleta de dados em um só momento. Sendo assim, a entrevista e os relatos reflexivos serão avaliados simultaneamente à medida que representações discursivas das professoras mostrarem notoriedade.

Nossa análise será realizada a partir da identificação das vozes e modalizações categorizadas por Bronckart (2003 [1999]; 2008), conforme mencionamos no capítulo teórico. É válido lembrar que, identificaremos também os diferentes lugares dos quais as professoras enunciaram, assumindo posturas e responsabilidades enunciativas diversas, que chamaremos aqui de posições enunciativas.

No decorrer de nossa explanação, faremos a exposição de quadros e gráficos baseados nos resultados de nossas análises. Esses têm como objetivo ilustrar e facilitar a compreensão do leitor em relação aos resultados encontrados. Ressaltamos que o detalhamento desses dados se encontra no apêndice E do presente trabalho.

21 As identificações dessas posturas enunciativas foram feitas com base em Mazzillo (2006). Faremos a

5. TECENDO A TRAMA DO TRABALHO DOCENTE:

REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS

Neste capítulo, tentaremos, a partir da análise de nossos dados, compreender se as representações discursivas sobre o agir docente de duas professoras de Ensino Médio do Estado do Tocantins foram influenciadas, a partir do momento em que elas se tornaram assessoras de currículo.

Dessa forma, realizaremos nossa análise, levando em consideração a Semântica do Agir (BRONCKART e MACHADO, 2004), evidenciando, principalmente, as relações predicativas nos discursos das professoras Natália e Laura, sistematizando as instâncias enunciativas presentes nas suas representações sobre o trabalho educacional.

5.1 LEITURA DO AGIR NAS ENTREVISTAS E RELATOS REFLEXIVOS

Primeiramente, gostaríamos de ressaltar que estaremos considerando três instâncias enunciativas, uma vez que em nosso trabalho, constatamos no discurso analisado das duas professoras, que elas enunciavam assumindo posturas diferenciadas. Tanto nas entrevistas quanto nos relatos reflexivos, elas se posicionaram de maneiras distintas, como: 1. Enunciadora-Professora em Contexto Particular (EPCP); 2. Enunciadora-Professora em Contexto Coletivo (EPCC); e, finalmente, 3. Enunciadora-Assessora (EA)22.

Como dissemos anteriormente, ao enunciarem como professoras, as participantes da pesquisa assumem dois posicionamentos. Às vezes relatam, por exemplo, situações particulares, tais como suas trajetórias acadêmicas e circunstâncias vivenciadas em suas salas de aula, mas também expõem problemas relacionados aos contextos coletivos de trabalho, como a falta de interação entre os educadores. Temos ainda, a enunciadora-assessora, que demonstra a partir de suas ponderações, essa nova função que estão exercendo na assessoria de currículo do Estado, deixando transparecer em discurso teórico-avaliativo, a voz da Expert, realizando declarações de verdade sobre o conteúdo temático por elas apresentados.

Discorreremos nas subseções seguintes sobre cada posição enunciativa acima citada, a partir de análise de fragmentos dos relatos reflexivos e da entrevista.

22 Estes três posicionamentos enunciativos serão detalhadamente expostos e exemplificados no decorrer desse

5.1.1 Posição de enunciadora-professora em contexto particular: EPCP

Esta postura enunciativa pode ser considerada a segunda mais utilizada pelas professoras nos dados por nós analisados. Assim, a posição de enunciadora-professora em contexto particular foi evidenciada no primeiro e no último relato reflexivo, e também nas entrevistas das participantes da pesquisa. Apresentaremos, a seguir, segmentos que ilustram a nossa constatação.

Fragmento 1: (EPCP)