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3. Enquadramento Da Prática Profissional

3.3. Enquadramento Funcional

3.3.1. Um Oásis Escolar

A escolha da Escola Básica do 2º e 3º ciclo de Gondomar como local para efetuar o meu estágio foi, devo confessar, algo fácil de decidir, muito devido às referências dadas por antigos colegas e conhecidos sobre o clima vivenciado. De acordo com um estudo realizado por Brookover et al. (1979) e citado por Lima (2008), o clima e estrutura social da escola são igualmente importantes nos níveis de sucesso académicos obtidos pelos alunos. Ora, a meu ver, um professor apenas obtém sucesso quando os seus alunos o conseguem, algo que sempre pretendi inculcar nos alunos. Para tal, foi fundamental conhecer as características da escola e o meio envolvente.

A escola está situada em Gondomar, considerado o terceiro maior concelho da Área Metropolitana do Porto, possuindo uma população com cerca de 174 000 habitantes. A freguesia onde esta se encontra, São Cosme, é caraterizada por ainda deter algumas marcas rurais, fazendo fronteira com freguesias como: Baguim do Monte, Fânzeres, Jovim, Rio Tinto, São Pedro da Cova e Valbom, tornando a E,B, 2 e 3 de Gondomar numa escola central e requisitada por variadas famílias do concelho de Gondomar, sendo frequentada por alunos de diversos estratos sociais.

Com o desenvolvimento económico do país, este concelho tem sido alvo de um grande impulsionamento económico, cultural e artístico, visível através da edificação de uma Biblioteca, de um Pavilhão Multiusos, de Piscinas e Auditório, todos estes municipais, bem como serviços públicos: Tribunal, Centro de Emprego e Segurança Social, Indústria, Comércio, entre outros e também nos seus acessos à atual IC29, com ligação à VCI, A3 e às principais cidades da Grande Área Metropolitana do Porto (Projeto Educativo do Agrupamento de Escolas de Gondomar, 2013).

Relativamente ao nível académico dos Encarregados de Educação, estes apresentam um nível médio baixo de escolarização (3º ciclo e Secundário), o que pressupõe alguma preocupação com o desempenho dos seus educandos. Em termos de subsídios escolares atribuídos, não existe grande diferença entre os alunos contemplados e os restantes, o que retrata e revela uma grande carência económica das famílias do concelho, aliás até comentado em conversas com o PC.

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No que diz respeito ao edifício da escola, este foi alvo de uma reestruturação total, iniciada há dois anos. Assim, a escola foi reedificada num só edifício, albergando todas as salas de aulas, serviços administrativos e outros serviços, como biblioteca, reprografia, bar, entre outros ao invés de pavilhões com várias salas de aulas. (Projeto Educativo do Agrupamento de Escolas de Gondomar, 2013-2017).

No tocante ao pavilhão polidesportivo destinado às aulas de EF, como já referido, sofreu um ligeiro atraso na conclusão de obras, devido, ao que consta, a burocracias entre a escola e a Câmara. Em consequência, o início do ano letivo foi marcado pela lecionação das aulas de EF no espaço exterior desportivo, sendo que este também foi alvo de obras de requalificação ao longo das férias letivas de verão. Este espaço é constituído por uma pista de atletismo e um campo de futebol de 5x5, devidamente marcado, com dois campos de basquetebol marcados perpendicularmente, um em cada meio campo, e um campo reduzido (ringue) onde é possível realizar as modalidades de Futebol e Basquetebol. Tais condições permitiram-nos realizar uma rotação normal das turmas pelos diferentes espaços, com a possibilidade de, em simultâneo, 3 turmas terem aula. Após a resolução de todas as questões burocráticas do pavilhão polidesportivo, foi possível constatar a melhoria das condições, quer em termos estruturais (piso, balneários e acómodos) quer em termos de materiais e equipamentos escolar (bolas, raquetes, pesos), importantes para a lecionação das diferentes modalidades. À semelhança do espaço exterior, no pavilhão polidesportivo foi possível realizar a rotação normal das turmas, no caso de serem três, existindo ainda uma sala em anexo, concebida para a lecionação das modalidades de ginástica e ténis de mesa, facilitando, assim, situações de rotatividade em horários onde existiam quatro turmas a funcionar, simultaneamente.

Outro aspeto alvo de atenção, prende-se com a preocupação por parte da escola nos projetos de desenvolvimento educativo. A sua criação tem como finalidade dar resposta às “mutações sociais desempenhando funções

tradicionalmente familiares, nomeadamente as relacionadas com a

socialização, educação cívica e ecológica e a ocupação de tempos livres”, através da formação de projetos, grupos e clubes para esse efeito.

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No que concerne ao corpo docente, no ano letivo 2013/2014, totalizava 166 profissionais, traduzindo-se numa redução de 19 profissionais, em comparação com o ano anterior. No que respeita ao GEF, este conta com oito professores, seis deles efetivos, o que revela um número extremamente baixo de vagas a preencher no ensino, isto tendo em conta o exemplo desta escola. Contudo, em termos de clima, quer em reuniões do GEF, quer do grupo de expressões artísticas, foi sempre sentida uma harmonia e disposição particulares na resolução de questões, de forma simples e com menor desgaste possível.

Por fim, mas não menos importante, relativamente ao NE, ficou demonstrado ter sido um grupo coeso e reflexivo, contribuindo imenso para a evolução da minha prática profissional. Devo confessar que o facto de ter concorrido para esta escola em primeiro lugar conjuntamente com uma colega, facilitou imenso a minha integração. No entanto, quer o PC quer o outro elemento constituinte do NE apresentaram-se sempre de forma positiva e entusiasta, principalmente o PC que, com o passar do tempo, foi criando laços de grande afeto e preocupação, demonstrando sempre compreensão pela nossa situação (EE).