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4 ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA

4.3 UM OLHAR SOBRE O ALUNO NO PROCESSO DE

patamar.

4.3 UM OLHAR SOBRE O ALUNO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA

Segundo Carvalho (2010, p. 10), a Matemática “conduz as pessoas a analisar, organizar e resolver problemas do dia a dia”, o que justifica a importância da criança ser alfabetizada, na complexidade que é a aquisição de novos códigos, para a propagação o ensino da leitura. Seu texto aborda a Alfabetização, ainda como organização das representações de um sistema. Sistema este que Carvalho (2010) anuncia como socialmente decadente e cheio de paradigmas como o de que Matemática é para poucos. Paradigmas estes, que, por sua vez, precisam ser quebrados. Segundo o autor, os anos iniciais são a base para que a Alfabetização Matemática aconteça, e esta, precisa ser concomitante ao processo de aquisição da Linguagem escrita da língua mãe.

Swanson e Parrot (2013) apresentam um conceito inovador ao tratarem que os alunos precisam estar proficientes matematicamente. De modo que possam agir de maneira relevante frente a situações Matemáticas, que entendam o propósito do que estão fazendo, pensem criticamente e questionem quando estiverem incertos. Alunos, inseridos em um ambiente de

contextualização e com o entendimento profundo do que está sendo trabalhado. Capazes de, como matemáticos, resolver problemas, construir conexões e demonstrar proficiência. Especialmente sobre o resolver problemas, Swanson e Parrot (2013) enfatizam que envolvem o uso de experiências óbvias. Como o uso de estratégias múltiplas: visuais (gráficos), tabelas e diagramas na resolução aritmética do problema. Não obstante que adicionado a este composto se encontra a criatividade.

Dentro deste âmbito, encontramos Goodman (2013) que muito fala do desafio para os professores de Matemática engajarem seus alunos. Uma solução, conforme o autor está no uso de exemplos do mundo real explicando como a Matemática se conecta com o mundo ao nosso redor. Pois, do mesmo modo que a criança aprende uma nova língua seguindo com a prática de vocabulário, leitura e escrita, a mesma eficiência deve ser aplicada à Matemática a fim de fazer os alunos fluentes para utilizar fora de sala de aula: ler, escrever e pensar matematicamente. No entanto, é necessária a “incorporação em lições/atividade de Alfabetização Matemática.” (GOODMAN, 2013, p.2).

Ao nos apropriarmos das ideias de Meira et. Al (2015) referentes à leitura e escrita na Matemática, o que chamamos de Alfabetização Matemática, identificamos que os autores reforçam que o desenvolvimento matemático por parte dos alunos deve ser uma aquisição natural, assim como o é a língua materna. O pensamento matemático deve ser objetivado “de forma a adquirir um grau de competência comunicativa que permita usá-la adequadamente quando requerida.” (p. 72). Convergindo para o emprego de símbolos, estilos, linguagens matemáticas próprias, e, universais (mesma Matemática usada na maior parte do mundo e que não precisa de tradução). A Alfabetização ocorre através da exposição a diversas linguagens.

Esta leitura de mundo que inclui a Alfabetização Matemática apresenta os ideais de uma pedagogia libertadora como bem nos propõe Freire (1982). Tornar a criança a fazer associações Matemáticas além das paredes escolares. Levar em conta a realidade social e características do aluno como sujeito inserido em convívio familiar e comunitário cuja relação sociocultural interfere na interação e relação deste aluno com a tal Alfabetização Matemática. Fica claro, então, que o aprender Matemática não se restringe apenas à escola, mas também, “por representações estruturadas de conhecimentos, consideradas pelas necessidades de interseções do ser humano com o ambiente natural e cultural do qual faz parte.” (OLIVEIRA; LUCENA, 2014, p. 98).

No Caderno de Apresentação do material de formação do PNAIC encontramos que além de ler e escrever para atender as demandas sociais é preciso também possuir conhecimento matemático. Coloca-se que embora não sejam os únicos que devem ser

abordados na escola, os números e o sistema de numeração decimal são essenciais. Na verdade, o que o documento aponta é que a Alfabetização Matemática é um instrumento que auxilia a leitura do mundo. As crianças precisam se sentir confiantes em sua aprendizagem e ser alfabetizado em Matemática significa ter a confiança de forma efetiva ao usar conceitos e usar suas habilidades para resolver problemas. Superando “a simples decodificação dos números e a resolução das quatro operações básicas.” (BRASIL, 2014, p. 5).

Porém, é preciso que o processo educativo faça sentido na vida das crianças. A linguagem matemática com seus símbolos, signos e significados precisa ser “decifrada”, ou melhor, decodificada pela criança dentro e fora do contexto escolar. Possibilitar que as crianças se relacionem bem com a Matemática desde seus primeiros anos de escolarização, entendendo-a. Tornando o ensino significativo e de aproximação do educando-educador. Isso perpassa o objeto de estudo deste trabalho: a prática do professor em Matemática.

Encontramos nos estudos de Bellemain e Lima (2010) um grande foco no esforço necessário em tentar aproximar a Matemática à realidade das crianças. Embora defendam neste estudo abordagens referentes às Grandezas e Medidas, exemplificando situações didáticas, a exemplo, colocar uma colher de achocolatado, duas colheres de açúcar, em uma xícara de leite ou comprar com as crianças o tamanho das roupas; ou mesmo através da observação a fim de verificar qual a camisa é mais comprida, mais larga, ou menor; de certa forma conversam com os pesquisadores dantes citados ao olharem a criança e a possibilidade de tornar a Matemática acessível e próxima ao mundo real/de vida, como deve ser.

Bellemain e Lima (2010) justificam que as crianças vivenciam diariamente questões que podem ser contextualizadas para a sistematização do aprendizado trazendo “o conhecimento da vida” para a sala de aula. De fato, a Matemática está em todo lugar em nosso entorno ficando fácil ao professor perceber e usar dessas situações para construir, alcançar o saber científico, estratégias de ensino efetivo na Alfabetização das crianças. Supomos que as crianças, desde cedo, são capazes de desenvolver um entendimento, mesmo que informal a primórdio, de importantes conceitos matemáticos seja quanto à quantidade, raciocínio lógico, números e operações, formas geométricas e espaço.

O mesmo que descreve Chick e Pierce (2008) ao contextualizarem a importância da estatística, especialmente para a vida cotidiana, como instrumento presente nas disciplinas das diferentes áreas do conhecimento e no desenvolvimento do raciocínio crítico. Que diz respeito ao letramento estatístico. Ainda para estes estudiosos, há uma particular preocupação a respeito da capacidade dos professores em reconhecer e tomar vantagem de situações provindas do cotidiano e utilizar para o ensino. Assim, pensar no ensino da Matemática,

independente do bloco de conteúdos em questão, esta deve ser explorada e levar em consideração a realidade do sujeito.

Em suma, as crianças precisam se sentir confiantes em sua aprendizagem e ser alfabetizado em Matemática significa ter a confiança de forma efetiva ao usar conceitos e usar suas habilidades para resolver problemas. “Não se pode falar que o aluno é alfabetizado se ele não tiver conceitos matemáticos básicos construídos [...] processo de resolução de problemas, em que a situação-problema faz parte da ação pedagógica que conduz o conceito.”, em resumo, é o superar a simples decodificação dos números e a resolução das quatro operações básicas como afirma (BRASIL, 2014, p. 5).

Avaliamos que os alunos devem participar de atividades e que possam desenvolver habilidades e conceitos matemáticos. Nas quais a Matemática seja vista como algo prazeroso e que oportunize práticas responsáveis de experimentação em diferentes contextos.

4.4 O CONCEITO DA ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA, O PAPEL DO PROFESSOR E