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Um pouco da história da Biblioteca “Professor Severino Francisco”

4.2 A Biblioteca Professor Severino Francisco, do Câmpus de Araguaína

4.2.1 Um pouco da história da Biblioteca “Professor Severino Francisco”

A biblioteca “Professor Severino Francisco” passou por três grandes momentos que marcaram a sua existência, passando de biblioteca de licenciatura da UNITINS para biblioteca da UFT, mudando de espaço físico. A sua estrutura saiu do antigo prédio da UNITINS e foi para o prédio da unidade cimba e, por fim, sua mudança para uma estrutura definitiva, pensada e construída, especificamente, para funcionar como tal.

O primeiro momento está relacionado à organização e à estruturação da biblioteca da UFT, em que, mesmo que já existisse uma biblioteca da UNITINS, ela ainda não tinha uma total organização e parâmetros para atender uma universidade de nível federal; sem

contar a falta de servidores para atender toda a demanda que passou a existir com a mudança de UNITINS para UFT.

Logo no início dos trabalhos na então biblioteca de licenciaturas da UFT, vários foram os problemas encontrados que precisavam ser resolvidos para melhor atender seus usuários. Segundo Gracelynne Santos (2007), em um Relatório Técnico apresentado para o conselho diretor do câmpus no ano de 2007, os problemas encontrados, nesta biblioteca, apresentavam proporções maiores em comparação com a biblioteca da EMVZ, que se encontrava bem mais organizada.

Os primeiros problemas estavam relacionados à falta de catálogos com informações sobre o acervo; à ausência de um sistema e de planilhas organizadas para fomentar uma possível informatização do acervo; à disponibilidade de apenas um computador para todas as necessidades da biblioteca; à desorganização das revistas; a obras iguais com classificações diferentes e a outros problemas decorrentes da falta de um serviço de processamento técnico adequado. Esses problemas exigiram que no início da UFT fosse necessário um empenho na organização do acervo e de toda a estrutura da biblioteca.

Um fato interessante, neste processo de reorganização da biblioteca, aconteceu no período de inventário2, em que descobriram que muitos livros da biblioteca estavam

guardados no setor de almoxarifado da instituição, o que comprova a total falta de organização e de conhecimento do acervo existente.

Santos (2007), em seu relatório, ainda apresenta diversas razões, que, mesmo com o esforço da equipe, impossibilitaram que se pudesse atender plenamente as necessidades acadêmicas no início das aulas naquele momento. O processo de organização aconteceu, concomitantemente, aos preparativos para a informatização e para o cadastro de novas aquisições que não paravam de chegar devido à nova realidade da universidade.

É relevante dizer que, mesmo atrasando a abertura da biblioteca para ser utilizada pela comunidade, este processo foi fundamental, pois permitiu que a biblioteca estivesse mais organizada, com acervo e com estantes sinalizadas, com livros catalogados e com etiquetas impressas. Tudo isso permitiu que, ao ser aberta ao público de forma organizada, sua utilização fosse mais adequada e mais eficaz.

2 Ação de contagem de todo material informacional da biblioteca, devendo ser realizada, de acordo com o regimento do SISBIB anualmente, tendo como finalidade verificar como se encontra o acervo da biblioteca.

No ano de 2007, a UFT aderiu ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais Brasileiras (REUNI)3, sendo, então, criados seis

novos cursos na UFT, sendo três licenciaturas (Biologia, Física e Química) e três tecnológicos (Gestão de Turismo, Gestão de Cooperativas e Logística). O advento desses cursos fez com que o acervo, também, aumentasse, pois foram comprados novos livros para atender essas demandas, iniciando mais um novo desafio de preparar esse novo acervo para colocar à disposição na biblioteca. É importante frisar, que com o REUNI, assim como a UFT em geral, as bibliotecas, também, receberam diversas melhorias, principalmente com investimentos em matérias e aumento de quadro de pessoal.

Também, no ano de 2007, teve início um importante passo para todas as bibliotecas do SISBIB, que traria mais facilidade e eficiência na forma de gerir e de disponibilizar a informação. Neste ano, o acervo passou a ser informatizado, em que todos os livros foram cadastrados no Sistema de Informação para o Ensino – SIE. A partir desta informatização, mudou-se a forma de emprestar e de devolver livros nas bibliotecas, sem contar a melhoria na busca por informações, que agora informatizadas poderiam ser recuperadas com mais agilidade. No ano seguinte, com a informatização, o processo de circulação (empréstimo e devolução) passou a ser automatizado, trazendo mais segurança para o acervo e facilidade no serviço de referência4.

Ainda neste processo de estruturação da biblioteca, no ano de 2008, foi realizado o primeiro projeto de incentivo à leitura sob a responsabilidade da equipe da biblioteca. A ação aconteceu com alunos de uma escola pública da cidade, que foram levadas para a biblioteca, momento em que foi realizado uma “Contação de Histórias” com base no livro “Fiz o que pude”, de Lucília Junqueira Prado. Neste contexto, deu-se início ao processo efetivo de interação biblioteca versus comunidade externa, por meio da promoção de ações de incentivo à leitura.

Neste período, já era uma necessidade à mudança para um espaço maior, que acomodasse melhor tanto o acervo, que não parava de crescer, como os técnicos- administrativos que precisavam exercer suas funções de processamento e de atendimento à comunidade. Era de conhecimento de todos a existência de uma nova unidade que seria construída no setor cimba, contudo sem previsão de mudança para este local.

No ano de 2009, finalmente, a unidade Cimba passou a funcionar, contudo, para revolta de alunos e de professores, a biblioteca permaneceria no antigo prédio do bairro

3 O REUNI foi um programa de governo, que tinha como principal objetivo oferecer condições para o acesso e a permanência de alunos na universidade.

São João, o que seria, totalmente, inviável, pois os alunos teriam que se deslocar num percurso grande para realizar suas pesquisas. Em resposta à insatisfação geral, o diretor do câmpus da época, Professor Luiz Eduardo Bovolato, convocou a bibliotecária responsável, para juntos analisarem o prédio do novo anfiteatro, para acolher, temporariamente, a biblioteca, com a promessa que tão logo seria construído um prédio próprio para aquela, o que veio acontecer após dez anos do ocorrido.

No final do ano de 2009 e início de 2010, finalmente, a biblioteca foi transferida para a unidade Cimba, sendo instalada no espaço que deveria ser anfiteatro, apesar de a estrutura não ser adequada. Todavia, a biblioteca estaria no mesmo espaço que os cursos e os demais setores administrativos da UFT. Boa parte do espaço foi tomado pelo acervo, sobrando um espaço pequeno para estudo e para pesquisa, o que geraria constantes reclamações dos alunos. A outra parte foi dividida entre processamento técnico e coordenação da biblioteca, dando um espaço melhor para gestão da biblioteca e tratamento das novas obras que continuavam chegando.

Ainda no ano de 2010, estando a biblioteca instalada na nova unidade, é realizada a primeira semana do livro e da biblioteca, momento em que, por ocasião do dia do livro, foram realizadas atividades para dar visibilidade às bibliotecas e aos livros, além de oferecer ações de incentivo à leitura. É importante ressaltar que a Semana do Livro foi realizada, em sua primeira versão, apenas no câmpus de Araguaína, mas a ação foi tão bem aceita que, no ano de 2014, passou a ser uma atividade de todo o SISBIB, acontecendo, concomitantemente, em todas as bibliotecas do sistema. No ano de 2018, foi realizada a terceira versão do Evento, novamente em todos os câmpus da universidade. Falaremos mais destas atividades mais à frente.

Um marco importante para a biblioteca aconteceu no ano de 2011, em que após o falecimento do professor do curso de geografia, Severino Francisco de Oliveira, muito estimado na UFT, após aprovação em reunião do Conselho Diretor do Câmpus de Araguaína – CDA, foi solicitado e aprovado na 70ª Reunião do CONSUNI, a mudança do nome da biblioteca central de Araguaína para Biblioteca “Professor Severino Francisco”, como homenagem a este docente que era muito querido pela comunidade acadêmica e deixou sua marca na instituição.

Em 2013, uma nova demanda passou a fazer parte da rotina das bibliotecas, estava surgindo o RiUFT, primeiramente com Banco de Dissertações e Teses – BDT, que deveriam ser alimentados com todas as produções pertencentes à instituição. Desta forma foram necessários o tratamento e o processamento de todas as dissertações e as teses que já existiam na biblioteca, bem como as novas para serem enviadas para o SISBIB em

Palmas, passando a virar rotina, permitindo com que todas as produções da universidade estivessem disponíveis online para que todos possam ter acesso.

Dez anos depois da promessa de que a biblioteca teria um prédio exclusivo para seu funcionamento, finalmente, no ano de 2019, a biblioteca passou para o prédio que foi construído, especificamente, para seu fim (figura 3), pensado e preparado para atender as necessidades informacionais e educacionais exigidas; sem contar que oferece um espaço maior e mais digno para estudos e pesquisas. Consideremos, a seguir, a Figura 3, com uma foto panorâmica do novo prédio da biblioteca.

Figura 3 – Novo Prédio da Biblioteca Professor Severino Francisco.

Fonte: Acervo Biblioteca “Professor Severino Francisco”

Nas novas dependências da Biblioteca Professor Severino Francisco, além de acomodar o amplo acervo de aproximadamente 40 mil títulos (UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, 2018), também, é possível encontrar diversos espaços, como sala de estudos individuais e em grupo, sala de extensão, espaço de leitura, sala de projeção, acervo da pós-graduação e salas de estudo de pós, além de outros pensados e preparados para oferecer diversos serviços e atividades que colaborem com a formação e o desenvolvimento de toda a comunidade acadêmica e comunidade externa.

Aos poucos, a Biblioteca Professor Severino Francisco, bem como as demais bibliotecas do SISBIB foram se desenvolvendo e procurando, de acordo com as condições apresentadas, melhorar e ampliar seus serviços para atender cada vez melhor seus usuários. Infelizmente, como já foi mencionado, devido à crise financeira que o país tem enfrentado, a biblioteca também tem sofrido algumas dificuldades, como a demora para

finalização do prédio e a falta de verba para a compra de materiais para equipar os espaços.

Exemplo disso é o fato de a biblioteca, mesmo tendo dois pavimentos, ter sido inaugurada com apenas o pavimento inferior funcionando, pois o orçamento não conseguiu contemplar a instalação de ar-condicionado e compra de materiais para compor os espaços do pavimento superior. Além da parte estrutural, ainda não há pessoal suficiente para atender totalmente os serviços que a biblioteca em sua nova estrutura pode oferecer.