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no nordeste algarvio e estamos a falar de há 25 anos atrás foi, e eu posso fazer essa comparação porque uma parte do concelho de Tavira, estava dentro do projeto integrado de desenvolvimento regional do nordeste algarvio e a outra parte não, portanto, a única parte do concelho de Tavira que estava no Projeto era a freguesia de Cachopo e nós tínhamos muitos cursos de alfabetização, mas se compararmos as duas realidades, a que estava integrada no Projeto e a que não estava, o trabalho foi completamente diferente, porque no outro lado que não estava no Projeto Integrado o nosso trabalho resumia-se só aos cursos de alfabetização e a orientar pedagogicamente os monitores, enquanto em Cachopo só aí nós tínhamos 5 ou 6 cursos de alfabetização, para além disso, com as parcerias, com a In Loco, com a Agricultura, coma Saúde e, sobretudo, de muito perto com a Junta de Freguesia que foi o grande motor deste trabalho, porque as pessoas “olhavam” muito bem para o presidente da Junta. E isso era muito importante, as parcerias com a In Loco e com a autarquia local fez com que nós vivêssemos uma experiência do melhor que se possa imaginar que foi o renascimento, por exemplo, da tecelagem que depois deu origem a uma oficina de tecedeiras onde se faziam mantas, panos, cortinados, os sacos de pão, os naperons, quando se deu a recuperação dos teares, lembro-me muito bem desse tempo (…) pronto recuperar todo o processo, o linho, a forma como se plantava, o ciclo do linho até chegar ao tear, a forma como se tingia e depois fazer “daquilo” uma Oficina, as próprias mulheres que trabalhavam lá eram o motor quer como trabalhadoras quer como empresárias. Para mim, ter vivido de perto tudo isto foi para mim uma experiência fabulosa que ainda hoje recordo com alguma saudade (…) ver aquelas mulheres a trabalhar naqueles teares e as horas que passei conversando com elas. Tenho saudades desse tempo [E o teu papel?..] Acho que tive um papel

importante como coordenadora concelhia, porque nas primeiras reuniões eu é que fui falar com o presidente da Junta por causa do espaço e eu conhecia algumas das mulheres através dos cursos de alfabetização. Claro que em termos económicos e financeiros eu aí não fiz nada, eu era só coordenadora concelhia, acho que isso era mais com a coordenação distrital através do PIDR, mas a coordenação distrital também não deve ter ajudado, numa fase mais avançada quem acho que ajudou foi a In Loco, através de projetos de (de…) que eles tinham a nível internacional conseguiam ajudar a financiar este projeto das mulheres de Cachopo. O meu papel era diferente, eu tentava fazer a ligação entre as várias pessoas (…) pronto, o nosso trabalho em Cachopo já estava mais ou menos implementado quando este projeto, quando este projeto começou em força, foi fazer a ligação entre os agentes locais, as pessoas que nós já conhecíamos (…) isto passou muito, não pelas relações formais, mas pelas relações informais, as pessoas que nós já conhecíamos através dos nosso bolseiros nos cursos de alfabetização, quem seriam as pessoas que iriam querer aprender a trabalhar o linho, a querer aprender a tear, quem é que poderia estar interessado, lembro-me perfeitamente de falar isto com as monitoras de alfabetização para falarem nos cursos e saberem quem estaria interessado. Lembro-me muito bem de uma moça, a Salomé que fez parte do grupo da tecelagem, uma moça com muita força, prometia muito, era muito dinâmica, muito determinada, que estava perdida para lá no meio do monte das Mealhas que nem a luz lá chegava, ela foi uma pessoa muito importante para o grupo da tecelagem (…) e como é que chegámos a ela?, através de uma das nossas monitoras de alfabetização. O nosso trabalho como educação de adultos foi muito a partir daquilo que já tínhamos implementado, daquilo que já estava a ser feito, da articulação com a junta de freguesia e da vontade que tínhamos de fazer coisas, de mudar (…) A educação de adultos era isso, fazer coisas junto das pessoas, ajudar aquela gente, participar em projetos que servissem para dinamizar a freguesia e fazer com que as pessoas participassem. Antes da educação de adultos abrir os cursos de alfabetização não acontecia nada naquela freguesia e o que a junta de freguesia queria era que houvesse cursos que houvesse ações que animassem aquela gente que as tirasse de casa (….) acho que a educação de adultos fez isso e o que veio a acontecer depois (…) a In Loco e as atividades que aconteceram depois, só tiveram o sucesso que tiveram porque nós já tínhamos feito o trabalho inicial e quem chegou depois, a In Loco, que até fez um bom trabalho, beneficiou do nosso trabalho, do conhecimento que tínhamos da freguesia, por isso é

que inicialmente lhes interessou trabalhar em parceria connosco (…) e acabaram por aproveitar também algumas das nossas monitoras de alfabetização. Através das monitoras nós tínhamos o conhecimento da freguesia e depois tínhamos muito boa relação com o presidente da Junta, eu sempre me dei muito bem com o sr José do Seixo, era um bom homem, muito estimado pela população (…) por muita gente, porque havia outros, de outra cor política que já não gostavam assim tanto dele mas isso é sempre assim (...) e depois também havia a Câmara de Tavira que também era PS e que sempre me apoiou muito, sobretudo, o vereador da cultura. Aliás se não fosse ele eu nem teria ido para Educação de Adultos [Porquê?] Porquê…porque eu encontrava o vereador da cultura da Câmara de Tavira todos os dias comboio, eu morava na Fuzeta e fui colocada na escola primária em Tavira e fazia aquele percurso e o vereador da cultura também vinha todos os dias no comboio para Tavira. Tínhamos andado juntos no liceu de Faro e um dia, estávamos a conversar e ele disse que ia abrir uma vaga para coordenadora concelhia de educação de adultos em Tavira, a ideia era começara apostar nos cursos de alfabetização a exemplo do que estava acontecer um pouco por todo o Algarve. Em Faro já havia a coordenação distrital, era o Francisco Zambujal o coordenador distrital (….) lembras-te dele? Olha, soube que ia ser inaugurado um mural na escola de S. Luís em Faro em memória do Zambujal e também li que ia haver um polivalente como nome dele. Acho bem (…) Mas, como tava (sic) dizendo, o vereador da cultura da Câmara de Tavira convidou-me se eu queria ir para educação de adultos em Tavira e eu (…) olha aceitei e fui, foi assim (risos). Pronto, foi assim (…) [Isso foi em?], Foi em 1983 (…) Eu não sabia nada de educação de adultos mas aceitei o convite porquê?, primeiro era novinha na profissão e tinha medo de ir para longe, esta é uma das primeiras razões, depois, primeiro disse-lhe que não, que não sabia nada de educação de adultos, mas ele disse-me que eu era uma pessoa decidida, que tinha qualidades para isso e que seria capaz de dar conta do recado, que tudo se aprende etc…e depois o Franscisco Zambujal, nunca percebi como nem porquê, foi a Tavira, à minha escola e conseguiu convencer-me a aceitar o lugar de coordenadora concelhia, aliás, eu lembro-me que a candidatura para coordenadora concelhia esperou dois dias que eu me decidisse, portanto, o prazo da candidatura fechava dentro de poucos dias e eles aguardaram que eu me decidisse. Pronto, era um desafio eu sempre gostei de desafios e lá fui, fui a primeira coordenadora concelhia de educação de adultos em Tavira. Pronto, aquilo foi um trabalho a começar do zero, eu não sabia nada, não

sabia como se fazia, tive de aprender tudo por mim, na Coordenação Distrital também não ajudaram muito, eles também não sabiam, estava tudo muito no princípio (…) não sabia nada de educação de adultos, e de ensino também não sabia muito, tinha acabado o curso em 1979, nos anos seguintes andei a “tapar buracos”. Em 1983 eu ainda mal sabia o que era ser professora primária quanto mais de educação de adultos, foi um pouco partir pedra e aprender, aprender com os adultos, aprender com as pessoas com quem lidava, com as pessoas da Câmara, da Coordenação Distrital, com as minhas colegas coordenadoras concelhias, aprendia, aprendia com toda a gente. Foi uma das experiências de vida mais ricas de vida que eu tive, foram aprendizagens únicas (…) foi, foi uma aprendizagem, foi uma vivência riquíssima. Estive na educação de adultos até 1989. Foram seis anitos muito bem passados, adorei a experiência, foi um dos melhores períodos da minha vida profissional, foram anos muito, muito interessantes, eu quando saí já tinha aquela noção de que já tinha feito tudo o que tinha a fazer em educação de adultos, que já tinha aprendido tudo o que tinha aprender, percebes, achei que aqueles seis anos me deram quase tudo o que tinha a aprender sobre educação de adultos e como as coisas estavam, muito pouco iria ganhar se continuasse…achei que era o momento de sair, foi muito por aí, (…) também, mudei de residência, deixei a Fuzeta e vim morar para S. Brás, mas não foi por isso, foi porque já não me sentia tão feliz na educação de adultos como nos anos anteriores. Foi mais por isso, tanto que quando vim morar aqui para S. Brás me ofereceram o lugar de coordenadora concelhia aqui de S. Brás e eu não aceitei, achava que era tempo de virar a página. Depois S. Brás era muito diferente de Tavira [Porque?], Porque Tavira teve o PIDR, tinha Cachopo. Sabes, a experiência em Cachopo marcou-me muito, sabes o que é começar uma experiência em que muitas vezes chegas desanimado a casa, que tudo parece muito difícil. Depois tudo mudou, o trabalho começou a aparecer, as bolseiras, aquela gente da serra, as parcerias (…) olha, depois de tudo aquilo que eu já falei que era “mexer” com as coisas locais, de ajudar a lançar um projeto novo em Cachopo, uma das coisas em educação de adultos que eu gostei imenso foi o orientar, o ensinar a ensinar, porque ao ensinar a ensinar tu tens de te questionar o que é ensinar e isso era o que eu tinha de fazer, pensar o que era ensinar quer aos adultos quer aos próprios bolseiros que estavam à minha responsabilidade (…) e depois era muito giro ir aqueles cursos de alfabetização ver aqueles “velhotes” a aprender, a tentar fazer o nome e quando eles já sabiam fazer o nome era uma festa para eles, “Olhe, senhora

professora já sei fazer o meu nome”. Aquilo era qualquer coisa de fantástico, depois contactar ali com as pessoas, perceber o que era mais importante para elas, ali in loco, perceber como era importante para elas fazer o nome, aprenderem a escrever “umas palavrinhas”. Às vezes, ver a alegria das pessoas valia mais que tudo, mais que a experiência, mais do que o sacrifício de ir à noite a caminho de Cachopo, de correr aqueles montes, de fazer aquele caminho Tavira – Cachopo. Era ver a alegria na cara das pessoas, a satisfação que sentiam e isso era muito gratificante, só por isso valia a pena o nosso trabalho. Eram pessoas com setenta e tais anos e já sabiam escrever o nome, já eram capazes de ler o nome de uma rua (…) já eram capazes de ler uma carta, não precisavam da ajuda do vizinho que sabia ler (…) por aí fora uma série de coisas que nos incentivavam. Para além de que havia sempre coisas novas, não é como estar na escola, na escola as coisas são mais previsíveis, em educação de adultos não, há sempre coisas novas, hoje estavas a falar com adultos e depois estavas a falar com crianças, depois tinhas uma reunião na Câmara ou tinhas uma reunião com uma Associação, ou tinhas que preparar material para um curso de alfabetização ou (…) sei lá, tinhas de ir falar com uma artesã por causa de uma exposição (…) tanta coisa diferente. Era um pouco assim, lembro-me uma vez uma cena que aconteceu giríssima que foi, logo que comecei a trabalhar em educação de adultos fui falar com o vereador da Câmara de Tavira e disse-lhe que tinha uma ideia para, hoje cada vez que me lembro disto farto-me de rir, tinha uma ideia para chamar as pessoas aos cursos de alfabetização de Tavira e então a minha ideia era pedir as direções das pessoas e escrever às pessoas, a resposta dele logo pronta (risos), “pois, muito giro, como é que para chamar analfabetos ao curso se escreve uma carta?” (risos) Só naquele momento é que eu me apercebi do disparate que estava a dizer, ainda hoje me rio muito disso, porque mostrava a minha ingenuidade quando fui para a educação de adultos, tinha começado a trabalhar naquela altura e não sabia nada, nada de educação de adultos, não fazia a mínima ideia do que era trabalhar com pessoas adultas. Outra coisa que me faz (…) que ainda me lembro bem, tu lembras- te? Quando organizámos uma sessão de teatro na casa do povo de Cachopo, chovia como Deus mandava e eram nove horas e não havia ninguém na sala e Cachopo estava deserta, não havia vivalma nas ruas, lembras-te? A gente pensava que aquilo ia ser um fiasco, ainda andámos pela rua a ver se víamos alguém (risos), o tempo a passar, a gente a falar que o grupo de teatro tinha vindo de Faro e era uma vergonha porque não ia aparecer ninguém e de, repente, a sala encheu, não havia lugar nem

para uma agulha, lembras-te? Era o teatro do “Luís Aguilar” Teatro Laboratório de Faro, acho eu (…) [Confirmo] Desta vez foi o Teatro, aliás foi a única vez que levámos o Teatro a Cachopo, o que nós passámos várias vezes foi cinema, lembras- te? Organizámos um ciclo de cinema, umas vezes ias tu outras vezes ia o Rui da Coordenação Distrital. Eh pá! Lembras-te quando fostes passar o filme da Almadraba Atuneira a Stª Luzia? Isso foi cá uma noite, a sala cheia e tiveste de passar o filme três vezes, as pessoas não nos deixaram ir embora, tu dizias que a máquina tinha de arrefecer por causa das lâmpadas de alógeneo, nunca mais me esqueci dessa cena e costumo contar esse episódio, porque aquela malta de Stª Luzia era brava. Eles não te deixavam ir embora, tu já não querias passar a terceira vez, mas os que vieram depois e não conseguiram assistir às sessões anteriores diziam que tinhas de passar e passaste mesmo o filme, foi impressionante. As pessoas adoraram o filme Sabes que anos mais tarde acabei por ver esse filme no canal 2 da televisão? Foi uma experiência (…), nessa noite cheguei às tantas da madrugada a casa. O meu marido estava levantado, estava preocupado comigo pensando que tinha acontecido alguma coisa, não havia telemóveis naquele tempo. Foram tempos muito bons, são essas experiências de vida, essas estórias, que ainda hoje recordo com saudade

[Lembras-te de mais algum episódio?] Eh pá! São tantas as estórias, lembro-me

quando comecei a vir para Cachopo ainda não havia ainda a estrada alcatroada, aquilo, eram uns 20 ou 30 Km de estrada má, fazer aquela estrada de Tavira até Cachopo era uma autêntica aventura. E quando chovia? Fazer aquele caminho era uma tortura, a princípio ia com os fiscais das Câmara, aquilo era uma 4 L, dançava na estrada que era uma coisa, sem segurança nenhuma, de noite, era uma loucura (risos), depois comecei a fazer aquele caminho sozinha, fazia aquele caminho às tantas da noite, escuro como breu, às vezes metia medo, não se via um carro, uma pessoa, se acontecesse alguma coisa (…) acho que nem pensava nisso, também não era uma pessoa muito medrosa. E estava tão envolvida naquele trabalho que não pensava no pior (...) Uma coisa engraçada (…) quando penso no trabalho da educação de adultos em Cachopo, nós chegávamos aos sítios mais recônditos, aos sítios mais isolados que se possa imaginar, a Câmara e a autarquia estavam no terreno há muito mais tempo que nós, mas nos chegávamos junto das pessoas com muito mais facilidade e muitas vezes, nas alturas das eleições quer o presidente da Junta quer os vereadores da Câmara iam na carrinha da Câmara junto comigo aos cursos de alfabetização, porque era uma maneira de fazerem campanha e esta

resultava melhor porque iam lá e estavam eles, os políticos, eu a bolseira, era uma forma de chegarem mesmo muito perto das pessoas dos sítios mais isolados da freguesia e depois claro, havia festa (risos) havia chouriçada, havia vinho, depois que o pessoal viesse de lá, “tá quieto”, eram duas três da manhã. A princípio o meu marido estranhava, achava aquilo esquisito, de eu ir para a serra e vir tão tarde, eu, a princípio ainda o desafiei a ir comigo mas ele nunca quis ir, portanto não tinha de se queixar, eu estava a fazer o meu trabalho. Ele não entendia muito bem porque ia para Cachopo e vinha tão tarde, porque nos dias em que ia para Tavira, eu chegava normalmente primeiro que ele a casa, menos quando visitava os cursos à noite, mas nunca chegava tão tarde como quando ia para Cachopo. Cachopo estava no Projeto do PIDR e estava a uma distância de cerca de 45 Km de Tavira, era isso (…) E o trabalho o Projeto Integrado era diferente, não era só alfabetização, havia também outras atividades que organizávamos e havia mais reuniões, quando não era na Junta de freguesia, era na Câmara de Tavira, eles queriam estar sempre a par de tudo o que se fazia, até porque o presidente da Câmara de Tavira vinha a Faro à CCRA para as reuniões do PIDR e antes disso gostava de estar bem informado para dizer na reunião o trabalho que se estava a desenvolver em Cachopo, que pertencia ao Projeto (…). Eu acredito que a Educação de Adultos sem a articulação com as Câmaras não teria qualquer sentido, não conseguiria fazer o que fez junto das comunidades, as autarquias locais são um aliado poderoso da educação de adultos, mas o contrário também é verdade, a educação de adultos é um parceiro muito importante porque serve os interesses das autarquias, trabalha com as populações mais desfavorecidas e ajuda no desenvolvimento do concelho. Ora isso também interessa à autarquia que deve estar ao serviço das populações do concelho. Nós “fazíamos” cursos de alfabetização, organizávamos sessões temáticas, ciclos de cinema, mas também nos preocupávamos em divulgar a arte local, os artesãos. Nós fazíamos exposições de artesanato no concelho e a nível distrital, chegámos a ir para a FIL em Lisboa e levar trabalhos dos nossos artesãos, expor aquilo que nós descobríamos em termos de artesanato e que estava “escondido” um pouco por toda a parte. Lembro-me de ter organizado a primeira exposição de artesanato em Cachopo com artesãos ao vivo, com artesãos que ninguém fazia a mínima ideia que existiam, nós descobríamos as pessoas. Através dos cursos de alfabetização que estavam espalhados pelo concelho era uma forma de sabermos da existência dessas pessoas. É claro que tínhamos de ir lá falar com elas, duas, três, as vezes que fossem necessárias, eram pessoas idosas,

eram muito reservadas, e nós tínhamos de ir lá convencê-las (…) tirávamos fotografias, falávamos com as pessoas. Deu muito trabalhinho [Hum…Hum] Quando começaram a aparecer as exposições de artesanato com artesãos ao vivo, já nós tínhamos iniciado e para muitas dessas exposições nós é que tínhamos a chave, porque nós é que conhecíamos os artesãos. Mas aqui também é importante falar na Junta de Freguesia de Cachopo que também nos apoiava muito, às vezes, também nos emprestava o carro, uma 4 L, para irmos aos montes e depois (…) tinham a relação das pessoas que viviam na freguesia. O Sr. José do Seixo foi um parceiro fundamental (…) para aquelas pessoas que viviam na freguesia o presidente da junta era a pessoa mais importante para elas e em quem confiavam cegamente. Portanto a primeira coisa que eu senti foi que não conseguindo ter o aval da Junta de freguesia não se conseguiria fazer rigorosamente nada. Ali, aliás, houve alguns conflitos com a In Loco que nós tivemos de servir de intermediários porque houve alturas em que o Sr. Presidente da Junta dizia que não queria vez, x, y, z, não interessa dizer os nomes, contam-se os milagres mas não se diz o nome dos santos, né?, (sic), e depois éramos nós que tínhamos que fazer a articulação entre aquilo tudo, tentar remediar as coisas, apontar caminhos, se calhar é melhor ir por aqui, não ir por ali, e depois vamos tentar

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