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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Utilização do método IAPI

Para a obtenção da trilha interpretativa foi selecionado o quadrante oeste. Os motivos para sua escolha já foram apresentados anteriormente no tópico 3.3.1. Após o estabelecimento dessa área, foram realizadas visitas a fim de reconhecimento das características do ambiente, filmagens dos caminhos do parque e seleção dos temas que irão compor os pontos para interpretação.

O tema central selecionado pela pesquisadora foi “no meio ambiente tudo se relaciona”, que vai ao encontro do que preceitua Tilden (1977), ao afirmar que “a interpretação deve tratar do todo, mais do que de partes isoladas e deve ser feita para a pessoa como um todo, mais do que apenas a uma de suas facetas” (VASCONCELLOS, 2006, p. 24). A temática escolhida converge ainda com o pensamento de Sauvé (1997), para quem o ambiente e as relações pessoa-sociedade-natureza devem ser percebidos de forma global e não de maneira parcial.

Os 11 (onze) temas escolhidos foram Epífitas, Palmeira Imperial, Bambu, Musgos, Mata fechada, Lagoa, Residência do Olivo Gomes, Plantas aquáticas, Árvore Angiosperma, Tigre d’água e Araucárias. Como esses temas poderiam ser explorados em vários locais, uma vez que existiam pontos semelhantes no parque, foi necessário selecionar e avaliar todos esses pontos, de forma a se obter os locais de parada para interpretação. Para isso, foram realizadas as seguintes etapas:

Foram selecionados os 27 pontos potenciais, os quais foram fotografados como documentação. As figuras foram organizadas segundo os temas: Epífitas, Palmeira imperial, Musgos, Bambu, Árvore Angiosperma, Araucárias, Lagoa, Tigre d’água, Mata fechada, Residência do Olivo Gomes e Plantas aquáticas.

Tema – Epífitas.

A presença de epífitas é vista em praticamente todo o parque (seja com grande predominância ou em pequenas quantidades), portanto, foi selecionado como o primeiro tema a ser abordado (figura 15). Para tanto, foram selecionados quatro (4) pontos em que elas aparecem com maior incidência, numerados como 1, 2, 3 e 27 (respectivamente indicados nas figuras 16 a 19). Apesar do ponto potencial 26 apresentar grande incidência de epífitas, assim como os demais pontos selecionados, foi feita a opção de colocar esse ponto juntamente com o tema musgos, pela sua grande predominância.

Figura 16 – Vista geral do ponto potencial 1.

Figura 17 – Vista geral do ponto potencial 2.

Figura 19 – Vista geral do ponto potencial 27.

Além de incluirmos as epífitas como tema, fez-se a opção de incluí-las também como indicador de atratividade pelo fato de encontrarmos em muitos pontos no parque sua presença, seja em pequenos fragmentos ou em grandes quantidades. No trabalho de Garcia et al. (2011) também verificamos que as epífitas foram usadas como um indicador de atratividade, porém diferentemente dessa dissertação elas foram incluídas em vários pontos interpretativos como fatores a serem considerados. Magro e Freixêdas (1998) também fizeram a inclusão dessas plantas como indicador de atratividade. Já em Vasconcellos (2006), as epífitas foram utilizadas somente como subtema, mas foi agrupada com o fator “Luz” e ainda em Ikemoto (2008) podemos observar que as epífitas foram incluídas como tópicos possíveis de serem abordados nas temáticas, de maneira a mostrar aos visitantes as relações estabelecidas entre estas plantas e a luz e ainda mostrar alguns representantes destes tipos de plantas.

Como há a presença de muitas epífitas em todo o parque, o guia deverá incluir informações a respeito desse tema desde o início da trilha, pois os estudantes poderiam facilmente detectar a presença dessas plantas nos demais pontos interpretativos e se conscientizarem da importância de se preservá-las, não efetuando a sua retirada ou a destruição. As informações são importantes, mas

somente ela, sem tratar os significados e as inter-relações, não constitui interpretação de acordo com um dos princípios da interpretação (TILDEN, 1977 apud VASCONCELLOS, 2006). Assim, os visitantes poderão com esta parada observar algumas epífitas e as relações ecológicas de comensalismo estabelecidas entre elas e outras plantas (ODUM; BARRETT, 2011; TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006), além de conhecer a importância dos recursos abióticos no controle das atividades dos organismos vivos (ODUM; BARRETT, 2011), como exemplo a energia solar, pois sem ela o ritmo de vida em nosso planeta iria diminuir e até mesmo cessar (RAVEN et al., 2006). Poderão ainda associar a presença de alguns tipos de epífitas, como os líquens (BRASIL, 1994), com a qualidade do ar (IKEMOTO, 2008; GONÇALVES et al., 2007; DONHA, 2003) e conhecer as estratégias reprodutivas destes seres vivos (SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 2012).

O guia poderá neste ponto, entregar uma lupa para cada visitante e instruir cada um a utilizar este instrumento para observar os líquens e as plantas de perto (MENGHINI, 2005).

Tema: Palmeira Imperial.

Para a temática Palmeira imperial (figura 20 e 21), foi selecionado o ponto potencial 4 (figura 22). Este ponto por ser o único selecionado foi avaliado apenas para se saber o total de sua atratividade, pois independente do valor encontrado, este será o ponto interpretativo para a referida temática.

Acredita-se que o alinhamento das Palmeiras Imperiais tenha mais de 100 anos de existência e que Olivo Gomes aproveitou esse traçado para conectar a escola da tecelagem à fabrica do Complexo Têxtil (JORGE, 2007). Assim, o guia deverá conduzir neste ponto os visitantes ao conhecimento da história do parque e destas plantas, pois todo e qualquer lugar tem uma história, tem um passado e revivê-la trará momentos mais agradáveis e tornará o futuro mais significativo (BECK e CABLE, 1998 apud VASCONCELLOS, 2006).

Figura 20– Palmeira imperial.

Além dos aspectos históricos do parque, torna-se importante conhecer as diferenças de plantas nativas e exóticas. Abordar a presença de plantas exóticas como as Palmeiras Imperiais - Roystonea regia (CORRÊA, 1984, p. 353), sua utilização para ornamentação e os aspectos históricos torna-se significativo, uma vez que os visitantes caminham por um corredor dessas árvores até a chegada desse ponto. Resultados semelhantes a este foram obtidos por Barcellos et al. (2013), que em seu trabalho fez a inclusão de um ponto interpretativo com a presença de uma planta exótica para subsidiar as discussões sobre o processo de ocupação e os prejuízos que esses tipos de plantas podem ocasionar no ecossistema, como empobrecimento dos ambientes e extinção de espécies nativas (BRASIL, 201?). Ikemoto (2008) também julgou importante utilizar plantas exóticas em seu trabalho com trilhas interpretativas. Lorenzi (2000) também em sua obra faz discussões sobre a importância das plantas nativas, uma vez que elas passaram milhares de anos interagindo com o ambiente em que se encontravam e sofreram um rigoroso processo de seleção natural, gerando espécies adaptadas ao meio e geneticamente resistentes, enquanto que as plantas exóticas foram introduzidas e trazidas de outros países e que em hipótese alguma são um substituto para a vegetação nativa.

O guia nesse ponto interpretativo poderá oportunizar discussões sobre as transformações ocorridas nos ambientes naturais provocadas pela ação humana (SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 2012).

Tema – Bambu.

No parque da cidade existem alguns locais que contam com a presença de uma planta ornamental e exótica - Bambu imperial (figura 23) - pertencente ao gênero Bambusa (SHIRASUNA, 2013). Entre esses locais, os pontos numerados como 5 e 24 (indicados respectivamente pelas figuras 24 e 25) foram selecionados para se observar o tema Bambu. A exclusão dos demais pontos (quatro no total) se deu devido a uma pequena presença de bambuzal comparada aos pontos selecionados.

Figura 23 – Detalhe de bambu.

Figura 25 – Vista geral do ponto potencial 24.

Apesar desse tipo de bambu não oferecer risco de se tornar invasor (SHIRASUNA, 2013), sua inclusão nas discussões do guia levará o grupo a conhecer esses tipos de plantas e sua introdução no ambiente, estimando seu valor cultural e paisagístico, “onde fatos históricos e sociais permearam sua existência” (ALMEIDA, 2004, p. 3). Nesse ponto pode ser explorado o bambu imperial e suas características morfológicas, além de se conhecer a história do parque e os trabalhos paisagísticos de Burle Marx, aproveitando-se o momento para descanso e utilização dos sanitários do parque.

Tema Musgos.

Para o tema Musgos (figura 26) foram selecionados dois pontos potenciais (6 e 26). Ambos os pontos (figuras 27 a 29) contavam com grande presença desses representantes, principalmente o ponto 26. Já no restante do parque encontramos a presença de musgos, mas não na mesma quantidade expressiva que nesses dois pontos selecionados.

Há risco deste ponto ser excluído da interpretação caso os musgos não sejam encontrados no ponto interpretativo devido a sazonalidade.

Figura 26 – Detalhe do tronco de flamboyant com a presença de musgos e outras espécies vegetais.

Figura 27 – Detalhe de flamboyant com apresentação de musgos no tronco e nas raízes do ponto potencial 6.

Figura 28 – Detalhe do ponto potencial 26.

Figura 29 – Vista geral do ponto potencial 26.

O guia deverá conduzir as discussões neste tema, de forma que permita aos visitantes conhecerem as plantas pertencentes ao grupo das Briófitas, onde pode apresentar as suas principais características (ausência de tecidos condutores xilema e floema), sua importante colonização em rochas e superfícies nuas e ainda sua sensibilidade à poluição (RAVEN et al., 2001).

Ele deverá se apropriar do uso dos sentidos para que sejam construídos conceitos e para provocar reações nos indivíduos (TILDEN, 1977 apud VASCONCELLOS, 2006), orientando cada visitante a passar a mão nos musgos para perceber a textura e observar de perto estas plantas, com o uso de lupas. A utilização deste instrumento foi feito também por Menghini (2005), para observar

pequenos animais, plantas e folhas em decomposição durante a realização de uma trilha.

As sensações captadas pelos sentidos determinam a qualidade, o significado e o valor que cada individuo atribui ao meio (MELAZO, 2005), assim, são importantes de serem incluídas na sensibilização dos visitantes, tendo em vista que a sensibilização ambiental é fundamental para a tomada de consciência e mudança comportamental dos cidadãos (OLIVEIRA et al., 201?)

Tema – Mata fechada.

Para o tema Mata fechada (figura 30) foram selecionados os pontos potenciais numerados como 7, 8, 9 e 22 (figuras 31 a 34). Esses quatro pontos apresentavam semelhanças entre si, o que torna de fundamental importância a avaliação segundo o método IAPI para se obter apenas um ponto para interpretação.

Figura 31 – Vista lateral do ponto potencial 7.

Figura 32 - Vista geral do ponto potencial 8.

Figura 34 – Vista geral do ponto potencial 22.

Nesse tema o monitor poderá oportunizar o entendimento da importância da luz para a fotossíntese e a observação da diversidade de plantas, comparando a coloração de vegetação de sombra com a de pleno sol. Ele poderá também falar sobre a mata, suas características e a presença de serapilheiras.

Poderá ainda abordar a presença de sementes no chão e da interdependência alimentar entre os seres vivos ali presentes (relações ecológicas), mostrando que existem inter-relações entre a fauna e a flora e que tratar tais informações são essenciais para a interpretação ambiental (TILDEN, 1977 apud VASCONCELLOS, 2006).

Incluir no currículo do Ensino de Ciências para o Ensino Fundamental II a transferência de energia e ciclo de matéria(SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 2012) faz-se necessário e isto pode ser alcançado neste ponto interpretativo.

Tema – Lagoa (figuras 35 e 36).

Para o tema lagoa (figuras 35 e 36) foram selecionados os pontos potenciais numerados como 10, 11, 12 e 13 (que podem ser vistos nas figuras 37 a 40). Estes pontos foram escolhidos com base nas proximidades das lagoas em relação à trilha,

mesmo havendo para esse tema outros pontos existentes no parque. A exclusão desses outros pontos se deu pela existência de outros temas escolhidos como plantas aquáticas e tigre d’água que estavam presentes justamente na lagoa.

Figura 35- Vista da Lagoa.

Figura 37 – Vista geral do ponto potencial 10.

Figura 38 – Vista geral do ponto potencial 11.

Figura 40 – Vista geral do ponto potencial 13.

O guia poderá utilizar a lagoa durante a interpretação ambiental para conduzir discussões sobre as características deste ecossistema aquático, o ciclo da água e sua importância (SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 2012). Ele poderá sensibilizar os estudantes sobre a necessidade de se preservar a água, uma vez que dependemos dela em nossas funções básicas. Ele deverá chamar a atenção para que os visitantes observem e contemplem a vista, pois a interpretação ambiental deve despertar “a capacidade e o desejo de sentir a beleza ao seu redor, possibilitando elevação espiritual e estimulando a conservação dos recursos” (BECK; CABLE, 1998 apud VASCONCELLOS, 2006, p. 24).

Tema- Residência de Olivo Gomes (figura 44).

Os pontos potenciais 14, 15 e 20 (figuras 41 a 43) tem visão para a Residência do Olivo Gomes (figura 44), selecionado como um dos temas de observação. Sua escolha foi feita pela importância dessa residência para o parque e por sua história. O projeto da residência foi solicitado pela família Gomes inicialmente para o arquiteto amigo da família Carlos Millan, mas como este não se sentia preparado para executar o projeto, sugeriu o arquiteto modernista Rino Levi para tal empreitada, que aceitou o convite e convidou seu parceiro de muitos projetos, Burle Marx (JORGE, 2007).

Figura 41 – Vista geral do ponto potencial 14.

Figura 42 – Vista geral do ponto potencial 15.

Figura 44 – Visão da residência de Olivo Gomes.

Nesse ponto interpretativo, os visitantes poderão conhecer a história do Parque da Cidade e da Residência Olivo Gomes. Diversos autores utilizam os aspectos históricos, pois a história faz parte do ambiente cultural e os pontos interpretativos não devem se limitar somente ao ambiente natural. Isso atende um dos princípios para a interpretação citados por Beck e Cable (1998 apud VASCONCELLOS, 2006), que todo lugar tem uma história e revivê-la é fundamental.

Este ponto serve também para descanso e alimentação; enquanto os visitantes descansam podem contemplar o local.

É importante nos trabalhos de EA considerar “o aspecto lúdico e criativo das atividades e dos procedimentos” para envolver o educando (GUIMARÃES, 2001, p. 46), assim, o guia deverá incluir nesse ponto algumas dinâmicas com jogos, o que favorece maior envolvimento dos jovens estudantes. Ele poderá ainda neste ponto trabalhar os temas vistos até esse momento da trilha.

Segundo Dias (2001), o monitor pode realizar atividades que envolvam o olfato, de forma que os estudantes devam se concentrar por 2 minutos e procurar identificar quantos cheiros podem ser sentidos no local. Este é um momento que

permite verificar a dificuldade em se distinguir cheiros, devido às influências do ar poluído da cidade. Se houver a presença de flores no ponto interpretativo, os estudantes devem observar os tipos, as cores predominantes, se há presença de insetos ou de pássaros, e se estes ainda apresentam algumas preferências quanto as flores. Ainda segundo este autor o guia poderá também observar juntamente com os estudantes a transparência de um corpo d’água utilizando o “Disco de Secchi”, uma vez que quanto mais matéria houver em suspensão, mais interferência haverá na passagem dos raios solares e consequentemente o disco estará menos visível. Ele também poderá realizar no local com os estudantes análise do pH da água.

Tema- Plantas aquáticas (figuras 45 e 46).

Para a interpretação do tema Plantas aquáticas (figuras 45 e 46), foram selecionados apenas dois locais, os quais foram numerados como 16 e 19 (figura 47 a 48). Não foram incluídos mais pontos com essa temática, pois apenas a lagoa B (figura 49) apresentava uma quantidade considerável de plantas aquáticas.

Figura 46 – Visão geral das plantas aquáticas na lagoa B.

Figura 47 – Visão geral do ponto potencial 16.

O guia poderá explorar a temática “plantas aquáticas” e sensibilizar os visitantes sobre a necessidade de se preservar estas plantas, pois elas possuem importante papel de proteção e abrigo para outros seres (TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006).

Os visitantes terão a oportunidade de comparar os seres vivos que habitam esse ambiente, segundo suas características ecológicas, sua diversidade e suas características adaptativas (SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 2012) ao ambiente aquático, como a presença de reservatórios de ar em seus tecidos, o que lhes propicia a capacidade de flutuabilidade (PEREIRA et al., 200?).

Figura 49 – Vista das lagoa A e B.

Fonte: Plano de manejo da prefeitura de São José dos Campos (adaptado).

Tema- Árvore Angiosperma.

Para essa temática (figura 50) foram escolhidos os pontos 17 e 18 (figuras 51 e 52). O guia poderá conduzir os visitantes a conhecerem as plantas pertencentes às Angiospermas e suas características, tais como a presença de flores, de sementes e ainda de frutos. Poderá ainda chamar atenção dos adolescentes para que os mesmos observem que esse grupo de plantas domina aquele ambiente e ainda a face da Terra(RAVEN et al., 2001).

O ideal seria trabalhar com plantas identificadas, porém, nesta trilha a maior parte das plantas não encontram-se identificadas, o que dificultará o trabalho do guia. Os responsáveis pela gestão deverão realizar um trabalho de identificação das espécies vegetais ocorrentes no parque como um todo, porém não há previsão para sua realização.

Figura 50 – Árvore Mangifera indica pertencente às Angiospermas.

Figura 52 – Vista geral do ponto potencial 18.

Tema- Tigre d’água.

Nas proximidades da casa da ilha existe uma grande quantidade de peixes e de tartarugas tigre d’água (Trachemys sp) (figura 53). Para que o estudante pudesse ter o contato com as espécies animais foi decidido pela inclusão desse ponto potencial que foi numerado como 21 (figura 54). Esse ponto potencial, assim como o de número 4 é único e foi avaliado também somente para se saber o total de atratividade do ponto, mas independente deste, será o ponto interpretativo 8.

O guia poderá com este tema conduzir os visitantes a estabelecerem contato visual com estes vertebrados. Poderá também conduzi-los a conhecer as características destes répteis, como a presença de sangue frio, de pulmões, pele seca, recoberta por escamas epidérmicas e sem glândulas (ORR, 2000).

Garcia et al. (2011, p. 333) acredita que incluir a presença ou vestígios de animais para explorar a fauna traz uma “maior possibilidade de despertar os sentimentos e emoções do visitante”.

Figura 53 – Visão da tartaruga Tigre d’água.

Figura 54 – Vista geral do ponto potencial 21.

Como é muito comum no Parque da Cidade o abandono desse quelônio nascido e criado em cativeiro e que muitas vezes não está preparado para sobreviver na natureza, o guia poderá explorar a sensibilização e conscientização dos visitantes quanto à aquisição destes animais ou ao seu abandono, uma vez que esse animal não sabe como pode se proteger e como buscar seu alimento. Poderá também sensibilizar estes jovens para a responsabilidade ambiental, pois muitos desses animais abandonados são de espécies exóticas, o que pode afetar o

equilíbrio da fauna silvestre ao ocorrer uma competição entre espécies (São José dos Campos, 2013).

Tema – Araucárias (figura 55).

Nos pontos 23 e 25 (figuras 55 e 56) foi observada a presença de Araucárias (figura 57), sendo incluídas como pontos potenciais para essa temática. No ponto potencial 8 foi também observada a presença de apenas uma dessas plantas, sendo assim, pelo número nada expressivo, a inclusão desse ponto com essa temática não teria sido tão rica como nos pontos potenciais 23 e 25.

Figura 55 – Visão geral do ponto potencial 23.

Figura 56 – Visão geral do ponto potencial 25, onde se localizam Araucárias.

Figura 57- Visão geral das Araucárias (Araucaria angustifolia).

Conhecer as espécies é uma maneira de estimular a interpretação ambiental ao se traduzir a linguagem da natureza para a linguagem comum (AMARAL; MUNHOZ, 2007).

As discussões oportunizadas nesta parada irão fazer com que o visitante conheça uma planta nativa encontrada de Minas Gerais e Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul, a Araucaria angustifolia e seu fruto “pinhão” comestível por várias espécies de fauna (LORENZI, 2000, p. 35). Também irá oportunizar o conhecimento das características do grupo das Gimnospermas, como a presença de sementes “nuas”, ou seja, aquelas que não contam como uma estrutura ao seu redor para protegê-las (RAVEN et al., 2001). O guia poderá também utilizar a Araucária para subsidiar discussões sobre o risco de extinção desta espécie de planta, dado o uso de sua madeira na construção de casas e móveis, levando a conscientização dos jovens estudantes.

Alguns autores fazem uso de algumas plantas características do Bioma para subsidiar discussões (BARCELLOS et al., 2013) e levar ao conhecimento dos visitantes como as espécies nativas habitam de forma natural a região em que vivem por ser própria deste ambiente.

Etapa 2- Seleção de indicadores.

Após o levantamento dos 27 (vinte e sete) pontos potenciais, foi feita a avaliação desses utilizando os 6 (seis) indicadores de atratividade (quadro 5).

Indicador Característica

Água Visual- Cursos d’água são visualizados a partir do ponto.

Presença/ vestígios de fauna Presença, pegadas, fezes ou vestígios de animais.

Epífitas Presença de epífitas.

Beleza cênica Beleza única – A beleza do local por ser subjetiva deve ser avaliada por mais de um avaliador.

Conforto Conforto do ponto quanto à sombra, ausência de insetos e quaisquer eventos que despertem incomodo por parte dos visitantes.

Diversidade Diversidade de seres.

Quadro 5 - Indicadores utilizados para avaliação da atratividade e seleção dos pontos interpretativos e de descanso.

Fonte: Magro e Freixêdas (1998) adaptado; Vasconcellos (2006); Garcia et al. (2011).

Haviam inicialmente 7 (sete) indicadores de atratividade, porém optou-se pela exclusão do indicador – Posição – uma vez que a visualização do horizonte em

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