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2. R ELATÓRIO DE A CTIVIDADES

2.7. E XPERIÊNCIA A DQUIRIDA NO B ADOCA S AFARI P ARK

2.7.2. O UTRAS EXPERIÊNCIAS ADQUIRIDAS

Além das actividades realizadas no dia-a-dia, foi possível experienciar e participar noutras actividades, como se pode verificar na descrição que se segue:

✓ Presenciou-se o nascimento de onze animais de diferentes espécies, entre elas, póneis, sitatungas, elandes (figura 105), zebras, cabras de leque e gnus-azuis (figura 106). Uns dias após o nascimento, estes animais são identificados electronicamente, com um chip, que é inserido na zona do pescoço, como está representado na figura 107.

✓ Acompanhou-se a chegada e introdução em manada de dois kudus (figura 108), três palancas negras, um elande, uma girafa (figura 109) e dez flamingos. Todo este processo demorou várias semanas, para uma correcta adaptação dos animais a outros indivíduos, ao novo habitat e ao novo maneio alimentar. A chegada da nova girafa, de uma subespécie diferente das existentes no Badoca, o Santiago teve um grande impacto no maneio diário do Safari.

Figura 105- Elande recém-nascido. Fonte: Marcos Sousa.

Figura 106 - Gnu-azul a mamar. Fonte: Marcos Sousa.

Figura 107- Imobilização de elande para se proceder à colocação do chip

identificativo. Fonte: João Folgado.

Figura 108 - Jovem kudu recém-chegado nas quarentenas.

Figura 109 - Girafa instalada recentemente no parque. De realçar que as instalações foram reforçadas com

✓ Assistiu-se a uma castração de um exemplar de zebra masculino (figura 110). A castração foi feita para evitar conflitos com outros machos durante a época de acasalamento.

✓ Auxiliou-se em necrópsias de um muflão (figura 111) e de uma fêmea de cobo-de-leche. Quando são encontrados animais mortos, estes são analisados pelos médicos veterinários para averiguar a causa da morte e garantir a continuação da sanidade dos outros animais.

✓ Realizou-se palpação rectal (figura 112) e diagnóstico de gestação a um elande fêmea. O resultado do teste foi positivo.

✓ Presenciou-se provas de intradermotuberculinização de comparação em várias espécies (figura 113). Este exame é utilizado para detectar nos animais a presença de tuberculose bovina. O teste baseia-se na inoculação intradérmica de

tuberculina aviária e bovina e o diagnóstico é positivo se o aumento da espessura da prega de pele dos pontos de inoculação for igual ou superior a 4mm (Direcção Geral de Veterinária, 2005).

Figura 110 - Castração de exemplar de zebra macho.

Figura 111 - Necrópsia a uma cria de muflão.

Figura 112 - Palpação rectal a um elande fêmea. Fonte: Marcos Sousa.

✓ Assistiu-se à transferência de instalação de dois caimões (figura 114). Durante o Inverno, estes encontravam-se, numa recolha coberta com um pequeno lago e uma luz de aquecimento. Foram transferidos para o recinto exterior, com relvado, um lago e um pequeno abrigo.

✓ Auxiliou-se na manutenção e alteração de instalações, tais como as instalações para avestruzes jovens, a instalação dos tigres, das girafas, dos mandris, e a instalação dos flamingos, como se pode verificar pelos exemplos representados na figura 115.

Todos os alojamentos necessitam de manutenção frequente, como limpezas profundas, e, por vezes, existe necessidade de uma alteração maior, devido à chegada de novos animais ou de incorporação de novos elementos na instalação.

Figura 114 - Transferência de instalação dos caimões. (a) Cuidado no transporte dos animais. (b) Observação dos caimões na nova instalação.

Figura 115 - Exemplos de manutenção/alteração de algumas instalações. (a) Inserção de um poste de enriquecimento na instalação das girafas.

(b) Preparação da instalação para a chegada dos flamingos. (c) Limpeza profunda do lago dos tigres.

(d) Limpeza profunda de instalações.

114a 114b

115a 115b

✓ Participou-se em enriquecimentos ambientais em diferentes animais como:

MANDRIS – Para ajudar a combater as temperaturas altas, preparou-se gelado de frutas para a família dos primatas (figuras 116 e 117). Além disso, colocou-se uma árvore seca no parque exterior onde se aplicou fruta nos ramos da mesma (figura 118).

CHIMPANZÉS – o recinto destes animais encontra-se enriquecido com troncos com orifícios particularmente pensados para colocar frutos secos. Uma vez que os dedos dos chimpanzés não conseguem alcançar os frutos, o objectivo deste enriquecimento cognitivo, é fazer com que eles utilizem outros utensílios, como paus para retirar o alimento. Além disso, auxiliei também na construção de uma cama feita com mangueira de bombeiro para colocação no recinto interior (figura 119).

GIRAFAS – o poste de enriquecimento do recinto das girafas foi valorizado com um pneu modificado com grade de diferentes tamanhos de aberturas para colocação de luzerna (figura 120).

Figura 116 - Gelados de fruta. Figura 117 - Resultado do enriquecimento. Fonte: Ricardo Cid.

Figura 118 - Fruta espetada nos ramos de uma árvore.

Figura 119 - Cama feita com mangueira de bombeiro para chimpanzés. Fonte: Ricardo Cid

✓ Assistiu-se e auxiliou-se em capturas e anestesias de babuínos, mandris, palancas negras, kudus, zebras, muflões, cobos-de-leche, gamos, chitais, elandes, búfalos afro-asiáticos, gnus- azuis e órix cimitarra (figura 121). A captura pode ter diferentes motivos e objectivos, tais como transferir animais e realizar procedimentos médico-veterinários.

Figura 121 - Exemplos de inúmeras capturas que se assistiu e auxiliou no Badoca Safari Park.

(a) Sedação de kudu. (b) Sedação de palanca. (c) Sedação de babuíno. (d) Captura e sedação de dois muflões. (e) Monitorização de sedação de cobo-de-leche. (f) Captura e sedação de cobo-de-leche. (g) Disparo de dardo anestesiante na instalação dos babuínos. (h) Sedação de búfalo afro-asiático. (i) Captura e sedação

de muflão. (j) Captura e sedação de gamo. (k) Captura e sedação de chital. 121a 121b 121c 121d 121e 121f 121f 121g 121h 121i 121j 121k

✓ Realizou-se uma sessão de pequenos tratadores para cerca de 70 alunos. Esta sessão consiste em mostrar as espécies presentes na zona pedestre e fazer uma pequena descrição sobre as mesmas.

✓ Auxiliou-se em algumas visitas aos bastidores. Nestas visitas os participantes tem oportunidade de conhecer a rotina diária da equipa de tratadores do Badoca, aprender as principais características de diferentes espécies e ainda instruir-se sobre as melhores condições de bem-estar, alimentação e saúde animal.

✓ Participou-se na tosquia das ovelhas anãs (figura 122) e aparo de cascos das cabras girgentanas (figura 123), e no tratamento de herpes que uma das cabras apresentava (figura 124).

✓ Assistiu-se a uma cirurgia ocular realizada a um pónei (figura 125) e realizou-se um tratamento que estava a ser feito nos burros devido a um problema dérmico (figura 126). Este tratamento era feito quatro vezes por semana e consistia em limpar a área e colocar uma solução medicamentosa.

Figura 122 - Tosquia das ovelhas anãs.

Figura 123 - Aparo de cascos das cabras girgentanas.

Figura 124 - Tratamento de herpes de uma cabra.

Figura 125 - Cirurgia ocular a um pónei.

✓ Palestrou-se sobre o enriquecimento ambiental que foi realizado nos tigres para os visitantes do Badoca Safari Park que percorriam o Safari de manhã (figuras 127 e 128). Durante esta palestra explicava o significado de enriquecimento ambiental, descrevia o enriquecimento que tinha realizado nesse dia e falava sobre resultados e objectivos do mesmo.

✓ Participou-se em várias sessões de alimentação de lémures. Nestas enquanto o tratador discursava para os visitantes, eu encarregava-me de alimentar os animais (figura 129).

✓ O chefe dos tratadores, Rui Cunha e o médico veterinário, Nuno Siqueira, atribuíram-me a responsabilidade de cuidar de uma cria de cobo-de-leche fêmea que foi encontrada no Safari gravemente doente.

Esta, no início de Julho, com cerca de dois meses de idade, foi encontrada muito debilitada, e com um prognóstico pouco favorável. Durante as primeiras semanas o maneio

Figura 127 - Apresentação aos visitantes sobre enriquecimento ambiental.

Fonte: Marcos Sousa.

Figura 129 - Participação na sessão de alimentação dos lémures. Fonte: Marcos Sousa.

Figura 128 - Apresentação aos visitantes, onde se pode ver a quantidade de pessoas a assistir.

alimentar foi muito complicado, pois a adaptação à amamentação artificial foi demorada, e praticamente todos os dias recebia uma dose elevada de um complexo vitamínico.

Após muito paciência e tempo despendido, a cria começou a mamar muito bem, mamando quatro a cinco vezes ao dia, perfazendo um total de 10-15% do seu peso.

Inicialmente ingeria leite de cabra, passando depois lentamente e após adaptação progressiva a ingerir leite artificial para vitelos (figura 130).

As tarefas diárias que tinha de realizar passavam por amamenta-la artificialmente (figuras 132 e 133), administrar-lhe complexo de vitaminas, soro ou qualquer outro fármaco que precisasse, pesá-la (figura 131), limpar a sua instalação e dar-lhe banho, sempre que necessário.

Apesar de todas as probabilidades e obstáculos, a Khaleesi, encontra-se muito saudável.

Figura 130 - Leite artificial para vitelos utilizado para amamentar a cria.

Figuras 132 a 133 - Tarefa de amamentação artificial da cria. Fontes: Marcos Sousa.

Figura 131 - Procedimento diário de pesagem da cria. Fonte: Marcos Sousa.

3. O

TIGRE

-

DE

-B

ENGALA

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