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F ONTE : E LABORAÇÃO PRÓPRIA , BASEADA EM M AGALHÃES (2003)

4. B INÓMIO TURISMO / ECOMUSEUS

1.2. V ILA F RANCA DA B EIRA

Sameice, Seixo do Ervedal, Pedras Ruivas, Travancinha, Várzea de Meruge.

Em 1840, Ervedal é concelho e julgado, com 1.782 fogos, na comarca e cabeça de círculo de Gouveia, distrito da Relação do Porto. Em 1841, era também capital de distrito de juízo de paz, do qual faziam parte as cinco freguesias do concelho, que pertenciam também ao julgado do Ervedal.

Pelo decreto de 24 de outubro de 1855, o concelho e o julgado do Ervedal, no distrito administrativo da Guarda e comarca de Gouveia, na província da Beira Baixa, foi extinto, sendo integrado, como freguesia e distrito de juízo de paz, ao distrito administrativo de Coimbra, ao concelho de Oliveira do Hospital e comar- ca de Tábua e à província do Douro. Mas, manteve o honroso título de vila. (Júnior, 2003)

Geografia: esta freguesia é constituída por várias anexas: Fiais da Beira, Póvoa de S. Cosme, Quinta do Pisão, Quinta dos Amiais, Quinta dos Cortinhais, Vale de Ferro e Vieiro (esta última totalmente desabita- da).

Toponímia: de origem vegetal, resta a dúvida se estará ligada ao termo erva (do étimo latino herba) ou ao termo medronheiro (do étimo latino arbutum ou arbutus). Segundo Neves (2007: 296-297), e dada a abundância do medronheiro nesta região, a segunda hipótese ganha importância. Tal conclusão é partilhada por Júnior (2003: 15), que refere que o medronheiro é conhecido em muitas regiões do país como érvedo ou

érvodo. Das pesquisas realizadas, o e-

(Neves, 2007: 296-297), por ser a hipótese mais consensual entre os autores consultados. Heráldica16

Brasão - escudo de ouro, medronheiro arrancado de verde e florido de vermelho; em chefe, vaso de púrpura entre duas liras de vermelho, cordoadas de negro e realçadas de prata. Coroa mural de prata de qua- tro torres: Listel branco, com a legenda a negro: «ERVEDAL - OLIVEIRA DO HOSPITAL».

Bandeira - esquartelada de púrpura e amarelo. Cordão e borlas de ouro e púrpura. Haste e lança de ouro.

Selo - -

1.2.

V

ILA

F

RANCA DA

B

EIRA

Resenha histórica:

A origem de Vila Franca remonta à pré-história, facto comprovado pelos vários monumentos megalíti- cos antas ou dólmens que se encontram nas áreas circundantes. Provavelmente, foi uma povoação castre- ja, erguida sobre uma pequena colina, rodeada de prados, zonas de mato e lameiros, indispensáveis à sobre- vivência da população pastoril.

Esta teoria parece ser atestada pelo tipo de construção de algumas casas do Cimo do Povo, em granito rústico, umas sem reboco, outras rebocadas a barro vermelho do Outeiro de Santa Margarida. Estas casas

tinham uma única entrada (porta ou janelo) virada para o pátio ou terreiro comum, de modo a facilitar a co- municação entre os moradores e a defesa dos ataques dos lobos, então muito frequentes.

O seu espólio arqueológico foi sendo destruído ao longo dos tempos. O último vestígio conhecido, um monumento megalítico existente no cabeço denominado arcainha , local onde atualmente se encontra a escola primária, foi destruído para a plantação de uma vinha.

Vila Franca e Ervedal foram comprados, a vilãos-herdadores que então a povoavam, pela Rainha D. Dulce, esposa de D. Sancho I, em 1190 e que, posteriormente, as doou à Albergaria de Poiares. Nos séculos XIII / XIV, esteve incluída na "Honra do Couto do Ervedal ". Julga-se que esta aquisição foi feita por causa do então Bispo da Corte, D. Martim Gonçalves, ser natural de Vila Franca. Na Idade Média, os povos mar- cados por estas características adquiriam direitos (franquias), traduzidos alguns por isenção de pagamentos de dízimos eclesiásticos e à nobreza, assim como de impostos comerciais.

Situada a 2,5 km do Ervedal, Vila Franca, que era "Terra de Ninguém" e "Livre", esteve, no entanto, sempre ligada a esta freguesia desde a sua compra (cerca de 800 anos). Daí a inclusão, no seu nome, dos termos "do Ervedal da Beira". Aparece com a denominação de Urrais no Censo da População do Reino de 1527, mandado fazer por D. João III. Na altura, a povoação era constituída por 31 moradores. De 1606 até ao século XIX, Vila Franca passou do domínio do Mosteiro de Santa Cruz para o poder da Universidade de Coimbra, época em que passou para a Coroa. Só em 1682, ficou com o nome definitivo de Vila Franca, devido à genero- sidade e nobreza dos seus habitantes, sempre hospitaleiros.

Na primeira metade do século XX, acompanhando a tendência nacional, verificou-se um surto de emi- gração para a América, Brasil e África (ex-colónias e Congos). Depois de 1950, estes movimentos dirigiram- se especialmente para a Europa central e do norte. A migração para os grandes centros urbanos litorais tam- bém intensificou o fenómeno do despovoamento.

Em 1978, tornou-se onomasticamente individualizada, passando a ser tratada como Vila Franca da Beira, o que foi considerado pelas gentes da aldeia como um sinal de carta de pré-alforria. Uma década mais tarde foi elevada à categoria de freguesia.

Com a recente reorganização administrativa das freguesias o território de Vila Franca da beira foi ane- xado à vizinha freguesia do Ervedal da Beira, dando origem à União das freguesias de Ervedal e Vila Franca da Beira.

Toponímia: a origem do nome não é consensual. Neves (2007: 433) revela a hipótese de na zona te- -romano ou arqueológico, ou seja, uma unidade de exploração agríco- la apetrechada, pelo que, dos séculos XII ao XV se referissem à localidade como vila.

Heráldica17

Brasão:

Bandeira: azul, com cordão azul, borlas de ouro e azul e haste e lança de ouro. Os motivos que a ilus- tram são a Ovelha, que representa a pastorícia e o queijo, fabricado nas várias queijarias artesanais da freguesia, o monte e o dragão engolindo cruz que simbolizam o orago da freguesia, Santa Margarida, cuja história conta ter sido engolida por Satanás, sob a forma de um dragão.