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Validação do Modelo de Mensuração

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.2 Análises com o Segundo Estudo

4.2.5 Validação do Modelo de Mensuração

Para validação de conteúdo e do modelo de mensuração são verificadas a confiabilidade composta, a validade convergente e validade discriminante das variáveis manifestas ou indicadoras dos construtos latentes.

O software utilizado para a realização da validação do modelo de mensuração desse estudo foi o SmartPLS 2.0 M3, empregando como método de estimação os “Mínimos Quadrados Parciais” (PLS – Partial Least Squares). Primeiramente, foi construído o modelo de mensuração dos construtos Felicidade no Consumo Experiencial (1), Felicidade no Consumo Material (2) e Materialismo (3), a fim de verificar suas variáveis indicadoras (Figura 5).

Figura 5. Estimativas PLS dos construtos 1, 2 e 3

Fonte: Elaboração própria com base no SmartPLS Report

Segundo essa modelagem efetuada, é possível observar que há correlações fortes entre os itens dos construtos, mas não entre os construtos, ou seja, foi observada pouca ou nenhuma correlação entre si. Por esse motivo que se considera um modelo de mensuração dos construtos e não um modelo estrutural. Adiante serão discutidas as etapas de confiabilidade composta, validade convergente e discriminante do modelo.

4.2.5.1 Confiabilidade Composta e Validade Convergente

A confiabilidade composta é determinada a partir das cargas (coeficientes padronizados), ou seja, das correlações simples nas trajetórias dos construtos em direção aos respectivos indicadores no modelo de mensuração. A confiabilidade composta de cada construto deve ser acima de 0,70 (HAIR et al., 2009). Seguindo este critério, pode-se verificar que todos os construtos considerados possuem confiabilidade composta, ou seja, acima do valor estabelecido como parâmetro (Tabela 42), onde o Construto 1 – “Felicidade no Consumo Experiencial” obteve carga de 0,940, enquanto o Construto 2 – “Felicidade no Consumo Material” obteve 0,923, e o Construto 3 – “Materialismo”, nas dimensões Sucesso, com 0,861, Centralidade, com 0,775 e Felicidade, com 0,888. Com relação à confiabilidade

Materialismo_FELICIDADE 1 – Felicidade no Consumo Experiencial 2 FEL1 FEL1A FELINV1 FELINV1A FEL2 FEL2A FELINV2 FELINV2A 2 – Felicidade no Consumo Material Materialismo_CENTRALIDADE Materialismo_SUCESSO

dos construtos, o menor valor do coeficiente do Alpha de Cronbach foi 0,605, obtido na dimensão Centralidade do Construto 3, ao passo que as dimensões Sucesso e Felicidade e o Construto 2 situaram-se em torno de 0,80 e o do construto 1 foi superior a 0,90. Entende-se que a consistência interna dos itens da escala pode ser considerada satisfatória, visto que, de acordo com Hair et al. (2009), apesar do valor mínimo 0,70 ser o ideal para esse critério, 0,60 é considerado aceitável.

De acordo com critério proposto por Steenkamp e Van Trijp (1991), verifica-se a validade convergente de um construto por meio do exame das cargas fatoriais dos indicadores na variável ou construto latente correspondente. Se as cargas fatoriais forem fortes (> 0,50) e significativas – isto é, se a razão crítica (CR – Critic Ratio) tiver significância p < 0,01 –, considera-se que o construto possui validade convergente (HAIR et al., 2009).

Tabela 42. Modelo de mensuração dos construtos 1, 2 e 3, resultado da modelagem pelo SmartPLS MODELO DE MENSURAÇÃO (Confiabilidade e Validade) Indicadores ←←←← Construtos C.R. (t)3 Erro Padrão (t)* Cargas (Estima -tiva Padrão) Sig. p3

Confiab. Composta1: 0,940 FEL1 FEL_EXPERENC 9,266 0,0979 0,907 *** Variância extraída2: 0,796 FEL1A FEL_EXPERENC 7,903 0,1087 0,860 ***

Alpha de Cronbach: 0,914 FELINV1 FEL_EXPERENC 9,174 0,0998 0,915 *** FELINV1A FEL_EXPERENC 8,565 0,1035 0,886 *** Confiab. Composta1: 0,913 FEL2 FEL_MATERIAL 16,327 0,0515 0,840 ***

Variância extraída2: 0,723 FEL2A FEL_MATERIAL 20,372 0,0418 0,851 *** Alpha de Cronbach: 0,874 FELINV2 FEL_MATERIAL 20,357 0,0423 0,862 *** FELINV2A FEL_MATERIAL 14,975 0,0567 0,849 *** Confiab. Composta1: 0,861 M1 MAT_SUCESSO 3,952 0,1863 0,736 ***

Variância extraída2: 0,560 M2 MAT_SUCESSO 3,728 0,2118 0,790 *** Alpha de Cronbach: 0,816 M3 MAT_SUCESSO 4,181 0,1838 0,768 *** M4 MAT_SUCESSO 4,301 0,2035 0,875 *** M6 MAT_SUCESSO 2,380 0,2222 0,529 *** Confiab. Composta1: 0,775 M7 MAT_CENTRAL 6,297 0,1425 0,898 ***

Variância extraída2: 0,547 M8 MAT_CENTRAL 2,387 0,2169 0,518 ***

Alpha de Cronbach: 0,605 M10 MAT_CENTRAL 4,982 0,1510 0,752 *** Confiab. Composta1: 0,888 M14 MAT_FELICID 5,124 0,1571 0,805 ***

Variância extraída2: 0,621 M15 MAT_FELICID 5,305 0,1672 0,887 ***

Alpha de Cronbach: 0,860 M16 MAT_FELICID 5,322 0,1583 0,842 *** M17 MAT_FELICID 5,541 0,1524 0,844 *** M18 MAT_FELICID 2,493 0,2005 0,500 *** Fonte: Elaboração própria com base no SmartPLS Report

(1) Consideram-se aceitáveis valores superiores a 0,70 (Hair et al., 2009) (2) Consideram-se aceitáveis valores superiores a 0,50 (Hair et al., 2009)

(3) Valores da razão crítica (C.R. = valor t > 1,96 , implica pelo teste t, *** Sig. p < 0,05 (resultados significativos))

OBS: As variáveis indicadoras ou manifestas M5, M11 e M12 foram retiradas desse modelo por não atenderem

ao valor de referência para atendimento à variância média extraída dos construtos.

De acordo com critério citado, observa-se que a ocorrência de validade convergente para os construtos 1, 2 e 3, onde todas as variáveis indicadoras apresentam cargas fatoriais fortes (maiores que 0,50) e significativas (p < 0,01). Já erro padrão (t) se refere ao desvio padrão de variáveis aleatórias obtidas a partir de uma amostra aleatória, resultado por meio do

Bootstrapping, que é o processo de reamostragem que utilizou 500 estimativas da média para fazer sua distribuição.

4.2.5.2 Validade Discriminante

A validade discriminante verifica se as escalas que foram desenvolvidas para medir diferentes construtos estão, de fato, medindo-os (GARVER; MENTZER, 1999). Fornell e Larcker (1981) sugerem como critério para conferir a validade discriminante, a comparação da variância média extraída (Average Variance Extracted – AVE) do construto com a

variância compartilhada (o quadrado da correlação múltipla, R2) dos construtos. Só possui

validade discriminante o construto que possuir variância extraída superior à compartilhada

e, segundo Chin (1998), o valor da AVE deve ser superior a 0,50. De acordo com este critério, pode-se verificar que o valor das variâncias extraídas dos construtos foram superiores ao das variâncias compartilhadas, conferindo, assim, evidências da validade discriminante para os construtos estudados (Tabela 43).

Tabela 43. Validade discriminante dos construtos – matriz das variâncias extraídas (AVE) e

variâncias combinadas (R2) dos construtos 1, 2 e 3

11 22 33_SUCESSO 3_CENTRALIDADE 3_FELICIDADE

1 0,796a

2 0,007 0,723a

3_SUCESSO 0,020 0,016 0,560a

3_CENTRALIDADE 0,013 0,023 0,084 0,547a

3_FELICIDADE 0,010 0,018 0,259 0,050 0,621a

Fonte: elaboração própria com base no SmartPLS Report (1) Construto “Felicidade no Consumo Experiencial” (2) Construto “Felicidade no Consumo Material” (3) Construto “Materialismo”

a Valores na diagonal são as variâncias extraídas (AVE)

Por fim, verifica-se que todos os construtos apresentaram valores satisfatórios e, em sua totalidade, superiores ao recomendado, o que indica que as escalas utilizadas para verificação dos construtos Felicidade no Consumo Experiencial, Felicidade no Consumo Material e Materialismo são válidas e confiáveis. Após a validação dos construtos, procede-se a seguir a comparação das médias dos construtos “Felicidade no Consumo Experiencial” e “Felicidade no Consumo Material” nos dois grupos do construto “Materialismo”.