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Vantagens e Desvantagens do e-learning

2.1 ASPECTOS GERAIS DO E-LEARNING

2.1.6 Vantagens e Desvantagens do e-learning

Muitos autores afirmam que uma das principais vantagens do e-learning é a flexibilidade do local e do horário (Oakes 2002, Valley et al 1996) e a economia proporcionada quando comparada aos métodos tradicionais de ensino em sala de aula (Shute 2004, Nisar 2002).

Outras vantagens citadas com bastante freqüência é o conforto proporcionado e a eliminação de certos constrangimentos (Tham e Werner 2005, Schank e Cleary 1995), o fato do treinando poder estudar no seu próprio ritmo (Knox 1996, Shute 2004), a flexibilidade na aprendizagem (Masie 2003, Shute 2004) e a melhor retenção do aprendizado (Shute 2004). Essas e outras vantagens são detalhadas a seguir.

2.1.6.1 Flexibilidade de Local e Horário

Apesar da possibilidade de se criar uma lista enorme de benefícios do

e-learning, Oakes (2002) afirma que sua mais importante vantagem é a

independência de local e horário. Valley et al (1996, p. 78) complementa que a flexibilidade de local e horário possibilita que os treinandos tenham acesso às matérias e à expertise do professor, onde e quando eles necessitarem.

Os autores analisam que um importante efeito é o acesso à educação por pessoas que de outra forma estariam excluídas, como funcionários para o qual o orçamento de treinamento seria restrito e para aqueles que desejam assumir mais

controle sobre seu aprendizado, não querendo ficar presos a horários pré- determinados.

Oakes (op. cit) afirma que, apesar da flexibilidade de local e horário ser considerada uma das principais vantagens do e-learning, o uso do método síncrono, que justamente reduz essa flexibilidade, é atualmente uma das formas mais populares de e-learning.

O método síncrono é utilizado para possibilitar comunicação e interação em tempo real, ou seja, apesar do local continuar a ser um fator independente, o horário passa a ser fixado. As interações em tempo real incluem aquelas entre treinandos e o instrutor e também as entre os próprios treinandos.

Segundo Oakes, uma razão para o e-learning síncrono continuar ganhando popularidade é o fato de ele copiar o formato com a que a maior parte das pessoas está acostumada, com a tradicional sala de aula e um instrutor liderando o treinamento, o que está relacionado com interações em tempo real.

A habilidade de aprender por meio de uma interação direta com o instrutor e com os outros treinandos é usualmente visto como uma das formas mais efetivas de obter conhecimento. Como foi apresentado por Clementino e Kenski (2006), existe uma série de tipos de cursos em educação a distância, com diferentes níveis de mediação, entre os quais se destacam o interativo cooperativo-colaborativo e o

blended learning.

Não obstante, como afirmou Filatro (2004), mesmo nos modelos informacionais, menos colaborativos, também é possível garantir a manutenção do interesse e a aprendizagem dos treinandos.

Para as empresas, a flexibilidade de local e horário pode ampliar consideravelmente a possibilidade de treinar seus funcionários. Com a utilização do

cursos poderão ser realizados em frações de tempo menor, como uma ou duas horas por dia.

Algumas empresas negociam com seus funcionários combinando que façam uma parte do curso fora do horário do expediente ou até mesmo em casa. Isso permite que haja uma preocupação menor por parte da empresa em relação ao aumento do tempo de trabalho dedicado a treinamento e dos recursos destinados para tal. No entanto, deve ser averiguado quais práticas realmente se enquadram na legislação trabalhista vigente.

2.1.6.2 Economia de Tempo e Dinheiro

Outro benefício importante oferecido pelo e-learning, segundo Shute (2004, p.46), é a economia proporcionada e os ganhos de produtividade. Ele afirma que, ao comparar o e-learning com o treinamento tradicional presencial, verifica-se que o primeiro economiza tempo. Essa redução do tempo de treinamento se traduz em economias relacionadas com o período em que o funcionário poderia estar realizando outras tarefas.

Utilizando a mesma linha de raciocínio de Shute (2004), Nisar (2002, p. 256) observa que o e-learning também ajuda a reduzir custos diretos de treinamento. Isto é, além da redução de custos obtida por meio do aumento do desempenho no emprego, uma vez que o funcionário não precisa ausentar-se do local de trabalho, também não ocorrem despesas de viagens e hospedagens.

O mesmo autor complementa que assim como o e-learning possibilita aos empregadores treinar funcionários sem que eles se ausentem do trabalho para participar de um curso presencial, os cursos nessa modalidade geralmente são mais baratos que os cursos convencionais. Além disso, os empregadores podem adaptar mais facilmente esses treinamentos de acordo com as necessidades profissionais.

Dependendo do contrato que a empresa que irá utilizar o e-learning fizer com a empresa fornecedora, os cursos adquiridos poderão ser replicados quantas vezes

isso for necessário: maximizando o investimento em treinamento, sem precisar pagar novamente a todas as partes envolvidas no desenvolvimento do curso (como conteudista, instrucional designer e outros profissionais envolvidos) cada vez que o curso for disponibilizado/ aplicado.

Esse ganho de escala em função de um único curso poder ser realizado por uma grande quantidade de profissionais em períodos e épocas diferentes representa uma enorme redução de custos quando comparada ao método presencial, em que cada nova turma representa novo aumento considerável nos gastos.

2.1.6.3 Uniformização e Rápida Atualização

Outra importante vantagem do e-learning é a uniformização, pois permite que todos os profissionais que fizerem o curso recebam o mesmo conteúdo, o que pode não ocorrer quando é utilizado o formato presencial.

A possibilidade de atualizar o conteúdo e os recursos disponíveis nos cursos rapidamente, em função da velocidade de mudança proporcionada pelo ambiente virtual, é outra vantagem que faz com que o e-learning esteja tornando-se uma alternativa cada vez mais considerada nos programas de treinamento e desenvolvimento das empresas.

2.1.6.4 Maior Controle dos Treinandos e dos Cursos

Os cursos na modalidade e-learning geralmente são disponibilizados numa plataforma de gerenciamento de aprendizagem chamada LMS (Learning

Management System). Uma das funções do LMS é mediar a educação corporativa,

estimulando a interação entre os colaboradores e a ampliação do conhecimento nas empresas. Para isso, geralmente oferece ferramentas adequadas e precisas para controlar os treinamentos corporativos.

Muitas LMS disponibilizam ferramentas como: mural de notas; relação de cursos concluídos, em andamento e por realizar; freqüência e tempo de dedicação do

funcionário por módulo. Isso possibilita que o próprio treinando e o responsável pelo programa de treinamento e desenvolvimento daquele profissional gerenciem seu desempenho.

Existem LMS que possibilitam envio de mensagens a grupos de treinandos com desempenho similar. Por exemplo, se um grupo de treinandos está atrasado, poderá ser enviada uma mensagem avisando-lhes a sua situação e os estimulando a avançar. Da mesma forma, treinandos que já concluíram os cursos poderão receber uma mensagem de congratulação e ser convidados a escolher um novo curso, ou participar de um evento presencial sobre os temas estudados.

Várias LMS possibilitam a geração de tabelas e gráficos de desempenho, comparando o aproveitamento dos treinandos e avaliando os cursos aplicados. Isso pode colaborar na avaliação da política e na definição de novas estratégias de treinamento da empresa.

Além dessas vantagens diretas da utilização dos cursos na modalidade

e-learning pelas empresas, existe uma série de vantagens para o treinando que, com

certeza, auxiliarão seu processo de aprendizagem, trazendo também benefícios para as empresas. A seguir serão apresentadas algumas dessas vantagens.

2.1.6.5 Conforto e Eliminação de Certos Constrangimentos

Para Tham e Werner (2005), aprender numa “sala de aula invisível” possibilita o acesso a uma quantidade ilimitada de informações. Além disso, deixa os treinandos numa situação mais igualitária, podendo todos, independentemente da distância e do seu perfil, contribuir com o processo de aprendizagem, possibilitando também que treinandos mais tímidos se expressem.

Complementando essa análise, Schank e Cleary (1995, p. 171) afirmam que quando um treinando assiste a um curso presencial, e o instrutor se refere a algo de que ele não tem conhecimento, a única forma de elucidar sua dúvida é interromper o

instrutor e expor sua ignorância perante todos os outros treinandos, o que pode ser constrangedor.

Dependendo do sistema de ensino a distância adotado, o treinando poderá perguntar de maneira privada, sem interromper o aprendizado dos outros treinandos. Mesmo que isso não seja possível, o treinando poderá sentir-se mais à vontade dirigindo suas perguntas utilizando o meio virtual, do que presencialmente, quando ficaria mais exposto. Com isso, resolverá mais facilmente suas dúvidas, podendo avançar no curso sem deixar questionamentos em aberto.

2.1.6.6 Poder Estudar no seu Próprio Ritmo

O fato dos treinandos poderem avançar em seu próprio ritmo e a possibilidade de estudar utilizando diversos modelos de treinamento são analisados por Knox (1996, p.46) como formas de poder aumentar ou reduzir a quantidade de estudo em função das demandas de sua carreira e suas próprias necessidades de treinamento. Para o autor, os treinandos devem selecionar programas de treinamento baseado nos seus interesses pessoais e profissionais.

Tanto Knox (1996) quanto Shute (2004) afirmam que cada pessoa aprende de um modo diferente: em seu estilo, com seu próprio ritmo e muito do que ela aprende é filtrado pela suas experiências de vida. O e-learning não obriga as pessoas a aprenderem de uma forma única e inflexível, o que facilita seu aprendizado. Na maioria das vezes será o treinando quem determinará o ritmo do seu processo de aprendizagem.

Com isso, os treinandos que estiverem num estágio mais avançado não serão prejudicados por aqueles que necessitarão de mais tempo para absorver o conteúdo apresentado. Da mesma forma, os que estão num estágio inicial de aprendizagem não estarão pressionados, nem deixarão de obter a base necessária para avançar.

Dependendo da modalidade adotada, poderá haver uma forte contribuição entre os que possuem mais conhecimentos e aqueles que possuem menos, facilitando o processo de aprendizagem e aumentando o aproveitamento geral dos treinandos.

2.1.6.7 Flexibilidade da Aprendizagem

Sobre a questão do conteúdo dos cursos, Masie (2003, p.8) comenta que, se o conteúdo do curso é rei, então o contexto é rainha. Masie afirma que os treinandos querem saber o contexto em que o conteúdo apresentado será aplicado. Eles querem exemplos, conhecer as melhores práticas e saber como utilizá-las no dia-a-dia das empresas onde trabalham.

Seguindo o raciocínio da flexibilidade do aprendizado, Shute afirma que o

e-learning é conveniente para os funcionários. Eles estudam as lições mais

importantes para suas necessidades, de forma interativa e entregue diretamente em seu posto de trabalho, no seu computador. Podem concentrar-se nos seus principais interesses, aprofundando os módulos do curso mais relacionados com suas atividades profissionais e beneficiando-se do “aprender fazendo”.

Num curso presencial, isso seria mais difícil de ocorrer, pois o treinando, para gozar da mesma flexibilidade, teria de chegar exatamente no horário em que o conteúdo de interesse estivesse sendo ministrado.

No caso do e-learning, dependendo da modalidade adotada, o treinando poderá acessar diretamente o conteúdo do seu interesse, participando mais das discussões que dizem respeito às suas preocupações profissionais e não tendo de envolver-se tão profundamente em questões não relacionadas com suas atividades naquele momento.

Essa flexibilidade do treinando também dependerá da política de treinamento da empresa, da forma como são realizadas e consideradas as avaliações e do formato de colaboração exigido para cada um dos cursos.

2.1.6.8 Melhor Retenção do Aprendizado

Shute (op. cit) analisa que enquanto a possibilidade de economia do

e-learning é bastante visível e representa um argumento tangível para as empresas o

adotarem, os resultados atingidos com sua utilização são ainda mais importantes.

Segundo o autor, as experiências com a aplicação do e-learning, além de mais rápidas do que as de sala de aula tradicional, são também melhores. Os participantes se lembram melhor do que estudaram e retêm o aprendizado por mais tempo, sendo capazes de aplicar esse aprendizado com eficiência para incrementar seu desempenho.

O autor conclui que o e-learning irá suprir a necessidade de treinamento de profissionais de uma forma nunca realizada antes.

É importante ressaltar, no entanto, que o fato de haver diversos tipos de cursos na modalidade e-learning e fornecedores que apresentam produtos com diferentes níveis de qualidade, faz com que o exposto por Shute nem sempre seja verdadeiro. Além disso, a modalidade de ensino adotada não é o único fator que influencia os resultados obtidos. Devem ser considerados também: o tipo de e-learning, as mídias utilizadas, entre outros aspectos.

2.1.6.9 Outras Vantagens do e-learning

Cornachione et al (2002) apontam algumas vantagens adicionais do

e-learning, como a disseminação de conhecimento mais abrangente, ou seja, acesso a

uma quantidade imensa de informações a uma velocidade inexistente alguns anos atrás e a integração do maior número de pessoas, possibilitando formar uma grande comunidade de aprendizagem, em que grupos maiores de treinandos podem interagir.

Embora o e-learning apresente inúmeras vantagens, Raatikainen (2003, p. 35) alerta de que também possui diversas limitações. Segundo o autor, uma grande

evidência dessa afirmação é a enorme taxa de abandono dos cursos, quando comparado à sala de aula tradicional.

Ele, no entanto, afirma que isso não deve necessariamente ser considerado algo negativo, uma vez que boa parte dos treinandos se inscreve nesses cursos apenas para buscar alguma informação específica que lhe despertou interesse, o que talvez possa explicar essa alta taxa de abandono.

Isso pode ocorrer nos casos onde o acesso ao curso é livre, não havendo compromisso com a empresa para concluí-lo, na qual o treinando o utiliza apenas para estudar alguns conteúdos, com objetivo de satisfazer suas necessidades do momento; como por exemplo, um profissional da área administrativa que precisa contratar alguém e necessita saber mais sobre processos de admissão, registrando-se num curso sobre departamento pessoal apenas para conhecer mais sobre essa tarefa.

De qualquer forma, apesar desse tipo de situação apresentado por Raatikainen (op. cit.), a taxa de abandono dos cursos é algo que ainda merece preocupação. As principais desvantagens do e-learning, que podem ser consideradas algumas das causas pelas quais os treinandos não concluem os cursos, são apresentadas nos subtópicos a seguir.

No entanto, é importante observar que com o avanço possibilitado pela evolução das modalidades de e-learning, dos níveis de interação e comunicação, da tecnologia e do design instrucional utilizado, a porcentagem dos treinandos que concluem os cursos tem aumentado.

Além disso, vale a pena ressaltar que a qualidade do curso em termos do seu

design instrucional e a forma como é realizado o acompanhamento e a avaliação dos

treinandos, possuem importante influência quanto a sua taxa de conclusão; tendo-se observado bons resultados quando a avaliação do processo está atrelada à avaliação final do curso.

2.1.6.10 Isolamento dos Treinandos

Um aspecto negativo, observado por Tham e Werner (2005, p. 15), consiste em que, no ambiente virtual, os treinandos estão geralmente mais isolados. Com isso, eles têm menos chance de se socializar com os participantes do que num treinamento presencial, exceto quando eles estão participando de um ambiente síncrono, o que aumenta consideravelmente essa possibilidade.

Com a falta da comunicação “face a face”, muitas vezes os treinandos podem sentir-se isolados, a maior parte do tempo, exceto quando se comunicam com o instrutor e colegas, recebendo prontamente as respostas. A preocupação apresentada por Tham e Werner (op. cit) ressalta a importância da atuação de um integrador, que aumenta assim a confiança do treinando no processo de aprendizagem.

Para Almeida (2003), há um baixo aproveitamento do potencial de interatividade das TIC (tecnologias de informação e comunicação) na criação de condições que concretizem a interação entre as pessoas, na troca de experiências e informações, na resolução de problemas, na análise colaborativa de cenários e nos estudos de casos específicos. Isso faz com que profissionais envolvidos com o

e-learning denunciem a falta de interação entre os participantes como fator de

desmotivação, de altos índices de desistência e da baixa produtividade.

Tomando como base os resultados de uma pesquisa realizada com treinandos, sobre os fatores levados em consideração para avaliar uma oferta de curso on line, Ikeda e Cavalheiro (2005) sugerem que as empresas que adotam a modalidade on line deveriam valorizar e promover cada vez mais a interação entre os treinandos e entre eles e os instrutores.

Para que a interação realmente ocorra, recomendam que não basta apenas criar canais de comunicação pouco utilizados e controlados, tornando-se necessária uma séria estratégia de integração e troca de informações, que devem ser constantemente monitoradas e incentivadas.

Uma das opções que apontaram para atingir esse objetivo seria a prefixação de horários para que ocorram essas interações, no entanto, alertam que essa prefixação de horários contrasta com um dos principais benefícios dos cursos on-line que é justamente a flexibilidade do horário.

Recomendam encontrar um meio termo, em que essa flexibilidade não seja abandonada e, ao mesmo tempo, possibilite que essas interações possam ocorrer. Sugerem a possibilidade de criar diversas opções de horários, nas quais os treinandos se comprometeriam a participar de um número mínimo predeterminado de sessões.

Ikeda e Cavalheiro (2005a) afirmam que a interação entre os treinandos e instrutores e entre os próprios treinandos, reduziria a sensação de frieza, a falta de contato pessoal e a dificuldade no esclarecimento das dúvidas.

Em contrapartida, lembram que uma das vantagens do e-learning é a redução do efeito timidez e sugerem que poderia ser criado um mecanismo para preservar o anonimato daqueles que querem perguntar sem ser identificados permitindo, ao mesmo tempo, que outros treinandos se beneficiassem do esclarecimento das dúvidas encaminhadas.

Com a evolução das modalidades de e-learning, dos tutoriais, dos design de apresentação de conteúdos, dos design de formação de comunidades de aprendizagem e da atenção cada vez maior dada à atividade de tutoria e monitoria, uma porcentagem cada vez maior dos treinandos conclui os cursos on line, aumentando também sua adesão a essa forma de aprendizagem.

As modalidades mais colaborativas, como a utilizada nos cursos “interativo cooperativo-colaborativos” apresentadas por Clementino e Kenski (op. cit.), com o uso de ambientes virtuais de aprendizagem, possibilitam a interação síncrona e assíncrona com outros participantes visando ao alcance de soluções comuns e reduzindo a sensação de isolamento.

2.1.6.11 Falta de Disciplina dos Treinandos

Ikeda e Cavalheiro (2005a) analisam que uma outra barreira que precisa ser superada é a falta de disciplina da maioria dos treinandos, a qual impede um aproveitamento maior ao realizar um curso on line. Afirmam que, além de melhor interação entre os treinandos e deles com os instrutores, a implementação de um modelo mais rígido para delegar tarefas aos treinandos e monitorar o seu cumprimento também poderá proporcionar melhores resultados no processo de aprendizagem.

Nesse modelo mais rígido, conhecido como mandatório, são definidas datas- limite para a conclusão de etapas, entrega de trabalhos e realização de provas, havendo monitoramento constante de uma pessoa ou equipe da instituição fornecedora do curso, da empresa cliente, ou do próprio instrutor.

Os autores observam, entretanto, que seria essencial encontrar a dose correta de cobrança pois, se for exagerada, também poderá contrapor a flexibilidade de horário e o ritmo individual de aprendizagem. Eles aludem àqueles que participam de um curso on line apenas para obter informações pontuais, não se interessando por aprofundar seu conhecimento sobre o conteúdo completo do curso.

Nesse caso, tratando-se de um cliente de uma empresa fornecedora de cursos

on line, aconselha-se perguntar ao gestor da empresa cliente, e algumas vezes ao

próprio treinando, o grau de acompanhamento que considera adequado. O mesmo não ocorreria no caso de universidades e demais instituições de ensino, onde seria muito estranho facultar essa abertura, sendo nesse caso aconselhável a existência de um padrão para ser seguido e respeitado por todos.

Os autores observam que, aparentemente, as empresas e instituições mais bem sucedidas na implementação de e-learning são aquelas que estão conseguindo manter um canal eficiente de comunicação entre os treinandos e entre eles e os instrutores, cobrando o cumprimento de tarefas e prazos e ainda assim conseguindo respeitar a flexibilidade de horário de estudo dos treinandos.

2.1.6.12 Falta de Preparo dos Instrutores

Rooney e Scott (2003, p. 4) afirmam que, conquanto haja algumas atividades similares, trabalhar como instrutor de um treinamento a distância não é exatamente o mesmo que ser um instrutor numa sala de aula tradicional.

Segundo o autor, muitas empresas imaginam que seu atual grupo de instrutores dos cursos presenciais está automaticamente habilitado para coordenar cursos a distância, servir como tutor e preencher adequadamente outras regras associadas com os e-learning. Infelizmente, entanto, isso pode representar perda de