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Apresentam-se a seguir, segundo MONTSERRAT e col. (2006), alguns aspectos sobre as vantagens do software livre:

Inovação tecnológica: o software livre busca como objetivo principal

compartilhar informação trabalhando de maneira cooperativa. Este é principalmente o modelo sobre o qual a humanidade tem inovado e avançado. A ideologia cultivada e praticada pelo membros do movimento do software livre é que o conhecimento pertence a toda a humanidade, sem distinções. Para tanto, os usuários têm um destacado papel de influenciar decisivamente no direcionamento e na evolução dos softwares: participando nas atividades de correção de erros, propondo novas funcionalidades aos programas e quando possível contribuindo eles mesmos para o desenvolvimento do software.

Menores requisitos de hardware e durabilidade das soluções: ainda que não

seja possível generalizar, existem casos documentados que demonstram que as soluções de software livre têm requisitos de hardware menor e que portanto são menos custosas de implantar. Assim, é possível utilizar durante mais tempo o hardware mais antigo protelando a necessidade de adquirir novos computadores com mais memória e com mais velocidade de processamento.

Auditabilidade pública: o processo de revisão pública a que está submetido o

desenvolvimento de software livre imprime um grande dinamismo ao processo de correção de erros. Os usuários de programa de qualquer lugar do mundo podem detectar os possíveis erros, em função do acesso ao código fonte, podem corrigir esses erros e contribuir para o desenvolvimento e para a melhoria do software.

Independência de provedor: o software livre oferece garantias de

independência em relação ao provedor de software graças à disponibilidade do código- fonte. Qualquer pessoa física ou empresa, com os conhecimentos adequados e necessários, pode oferecer desenvolvimento ou serviços de suporte para uma aplicação. No mundo do software proprietário somente o desenvolvedor da aplicação pode oferecer todos os serviços; com o software livre, seu uso é livre. Todo aquele que o desejar pode usá-lo quantas vezes queira, em quantas máquinas quiser, para quaisquer objetivos que assim o desejar. Dessa forma, o usuário se liberta de toda a dependência de um provedor único e pode administrar seu crescimento e operação com total

autonomia, sem temor de custos altos e ocultos. Um dos grandes problemas do software proprietário é a dependência que se cria entre o fabricante e o cliente. Com o código- fonte de um software a sua inteira disponibilidade, um programador pode continuar o desenvolvimento e suas atualizações de versão até que o cliente decida qual é o momento adequado para migrar a um novo sistema.

Indústria Local: Como o software livre não possui alto custo e ao disponibilizar

código-fonte da aplicação é possível desenvolver internamente as melhorarias ou modificações necessárias, ao invés de requisitar de empresas de outros países que desenvolvem sistemas proprietários. Desta forma se contribui para a formação de profissionais em novas tecnologias e com o desenvolvimento local. Todas as alterações e aperfeiçoamentos realizados nos programas podem ser compartilhados e utilizados entre empresas, administração pública ou qualquer outra instituição que necessite.

Dados pessoais, privacidade, segurança e segurança nacional: para cumprir

com suas funções, o Estado deve armazenar e processar informação relativa a seus cidadãos. A relação entre o indivíduo e o Estado depende da privacidade e integridade de esses dados, que devem ser adequadamente resguardados contra três riscos específicos: a) riscos de filtros, isto é, os dados devem ser tratados de tal maneira que o acesso seja possível exclusivamente para as pessoas e instituições autorizadas; b) risco de impossibilidade de acesso, ou os dados devem ser armazenados de tal forma que o acesso por parte de pessoas e instituições autorizadas está garantido durante toda a vida útil da informação; c) riscos de manipulação, ou a modificação dos dados deve estar restrita novamente a pessoas e instituições autorizadas. A concretização de qualquer dessas três ameaças pode ter conseqüências graves tanto para o Estado como para o indivíduo. Alguns fabricantes de software proprietário têm colaborado com agencias governamentais para incluir acessos secretos, viabilizando a visualização de dados confidenciais. Desse modo, se comprometem aspectos de segurança nacional quando esses sistemas se utilizam para ameaçar dados críticos de governos. Quando os dados são processados eletronicamente, sua vulnerabilidade a estes riscos está dada pelo

software que processa. O software livre ao disponibilizar o código-fonte melhora

diversos aspectos relacionados com a perenidade dos dados e com sua segurança. O

software proprietário trabalha habitualmente com formatos de armazenamento de dados

dificuldades quando da migração de sistemas de informação, para recuperação e posterior armazenamento dos dados migrados. É necessário se precaver com relação aos sistemas de informação para evitar ao máximo, a introdução de portas traseiras e códigos maliciosos nos códigos-fonte com os mais diversos objetivos: desde objetivos publicitários, comerciais, ou quaisquer formas com objetivos de realizar atos ilícitos, transformando os dados em uma mercadoria, sem o devido conhecimento dos titulares, violando a segurança e a privacidade dos cidadãos. No mundo do software livre, qualquer programador ou empresa com competência adequada e com a devida autorização, pode realizar uma auditoria para comprovar que não foi introduzido nenhum código malicioso e, por sua vez, qualquer entidade por agregar livremente encriptação adicional à aplicação que utilize para proteger seus dados. A utilização de

software livre amplia os horizontes de medidas de segurança, de correção de erros que

envolvem segurança dos dados, sem depender exclusivamente de um provedor externo.

Adaptação de software: software proprietário habitualmente é vendido na forma

de pacotes padrão, que muitas vezes não se adaptam às necessidades específicas de empresas e administrações. Uma grande parte da indústria de software desenvolve projetos para atender a necessidades específicas e personalizadas para seus clientes. O

software livre permite personalizar os programas graças ao fato do código-fonte estar

disponível. A personalização é uma área muito importante em que o software livre pode oferecer respostas melhores do que o software proprietário a custos muito mais razoáveis. Uma grande porcentagem de uso de software nos países é de uso interno para empresas e nas dependências da administração pública, que requer um alto grau de personalização e onde o software pode proporcionar desenvolvimentos mais econômicos. Na administração pública, o software proprietário é utilizado conforme os limites que a licença de uso do software estabeleça. Em geral, o que ocorre é que a licença do software proprietário permite apenas que a administração pública execute o programa.

As licenças de uso de um programa específico regulam as formas de utilização dos programas. A variedade de licenças abarca um conjunto de possibilidades, desde condições extremamente restritivas até as mais liberais, mas, pode-se classificá-las em duas grandes categorias: de um lado, as licenças livres e de outro as proprietárias. A grande diferença entre estes dois tipos de licença consiste em que um software

licenciado no modelo proprietário, em geral, outorga ao usuário somente o direito de executar o programa, tal como ele é, em um único computador, proibindo expressamente qualquer outro uso. Com as licenças livres, é permitido ao usuário não só executar o programa em quantos computadores deseje, como também copiar, inspecionar, modificar, melhorar, corrigir erros e distribuir o programa. Esses direitos adicionais são instrumentos-chave e indispensáveis para todo o software que é utilizado no âmbito da administração pública.

Software e Estado: Se para o setor privado o software pode ser conveniente,

para a administração pública deveria ser uma necessidade. O Estado administra informação pública e privada sobre os cidadãos, simultaneamente propriedade dos cidadãos. A insegurança na operação secreta do software proprietário implica expor esses dados um risco injustificável sobre a integridade, privacidade e segurança dos dados.