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CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA

3.5 Variáveis Ambientais de Input

3.5 Variáveis Ambientais de Input

Na presente pesquisa, as variáveis ambientais que serão utilizadas como dados de entrada (input) no modelo DEA para avaliação da eficiência ambiental, serão aquelas levantadas junto aos portos, dentro do escopo do projeto Implantação do Programa de Conformidade do Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos nos Portos Marítimos Brasileiros, e que compõe uma das metas da segunda fase do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC-II), voltada à melhoria das condições infraestruturais e ambientais do setor portuário brasileiro. São elas, as variáveis:

 Resíduos sólidos gerados;

 Efluentes líquidos (sanitários, pluviais e oleosos);

 Fauna sinantrópica nociva.

Os dados apresentados, referentes aos indicadores ambientais, encontram-se disponíveis na forma de Manuais de Boas Práticas Portuárias publicados em 2014, para cada porto avaliado, exceto para o porto de Santos, cujas informações foram obtidas tendo-se como base o Relatório Diagnóstico do porto de Santos, documento parte integrante da produção do mesmo Programa.

A codificação dos indicadores ambientais não se limita às áreas relativas à operação de movimentação da soja nos portos, mas procura manter o foco em alguns aspectos, tal como de se averiguar o comprometimento das autoridades portuárias com o gerenciamento ambiental, nas áreas sob sua responsabilidade. Conforme o panorama traçado, e atribuição de valores aos parâmetros ambientais, para posterior uso do modelo DEA, busca-se também inferir acerca da capacitação das autoridades portuárias para a fiscalização das áreas arrendadas, no que tange os aspectos ambientais.

Para os portos em questão nesta pesquisa, há diferentes características geográficas, dimensionais, administrativas, e de tipos de cargas movimentadas. No entanto, aplicam-se aos sete portos:

 a legislação portuária na forma da Lei No 12.815 (Lei de Modernização dos Portos);

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 a Resolução CONAMA n° 430/11 (sobre condições e padrões de lançamento de efluentes);

 a Instrução Normativa nº 141 do IBAMA (que regulamenta o controle e manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva).

A seguir, são apresentadas as variáveis ambientais a serem utilizadas como indicadores ambientais:

Resíduos Sólidos Gerados 3.5.1

Os portos marítimos considerados, em sua maioria, possuem um sistema descentralizado de coleta de resíduos, sob a responsabilidade do gerador. A obtenção de dados precisos torna-se complexa, por falta de levantamento detalhado dos resíduos, tanto em áreas arrendadas quanto não arrendadas. Nas áreas arrendadas, nota-se avanço em alguns portos, com contratação de empresas terceirizadas para coleta e destinação. Porém, o recolhimento do resíduo não é realizado por uma empresa única, de forma padronizada, dificultando a contabilização e caracterização dos resíduos.

Desta forma, a coleta de dados de resíduos, gerados em terra, foi feita por meio de um levantamento junto aos portos e empresas coletoras de resíduos, para a criação de estatísticas anuais de geração, a partir de Manifestos ou por meio de inventários que são documentos que resumem a movimentação de retirada de resíduos da área portuária.

Quanto às responsabilidades na geração de resíduos sólidos portuários, deve-se atentar à Lei nº 12.305 (BRASIL, 2010):

Art. 1 Esta lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre

seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

§ 1oEstão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.

34 Deve-se atentar, adicionalmente, à classificação dos resíduos, conforme a Norma Brasileira de Resíduos Sólidos, NBR10004:2004.

A variável „resíduo sólido‟ foi quantificada considerando-se os resíduos gerados nas áreas arrendadas e não arrendadas dos portos avaliados. Leva-se em conta que a autoridade portuária deve ser responsável pela cobrança de práticas adequadas da parte dos arrendatários, pautando-se na lei, mas também na execução de práticas do gerenciamento correto nas áreas não arrendadas, sob sua responsabilidade administrativa direta.

Sendo assim, foram considerados três aspectos aos quais são atribuídos valores, e o somatório desses valores indica o grau de gerenciamento dos resíduos sólidos de cada porto.

Foram utilizadas informações relativas a:

 número de meses em que houve coleta dos dados nas áreas públicas arrendadas e não arrendadas, e fornecidos ao Programa de Conformidade, referentes ao ano de 2013;

Este parâmetro demonstra a frequência com que as autoridades portuárias se mantêm informadas sobre o quantitativo e tipos de resíduos gerados no porto, bem como representa seu grau de responsabilidade no trato com o resíduo, e com a destinação correta dos mesmos;

 representatividade das tipologias dos resíduos sólidos gerados em cada porto, determinada conforme caracterização feita e descrita nos Manuais de Boas Práticas Portuárias (2014);

Para os portos que não coletaram dados referentes a essas áreas, a representatividade assume automaticamente o pior cenário de pontuação. Recicláveis Classe II A e B são considerados, para os propósitos desta pesquisa, resíduos menos danosos ao meio, devido ao caráter „reciclável‟, além de indicarem certo grau de segregação dos resíduos, quando em maior representatividade; lixo comum, nesta classificação, é todo o resíduo que contribui com a geração do passivo ambiental através dos aterros sanitários, uma vez que estes são a destinação final do lixo comum; e perigosos não recicláveis, e resíduos não identificados, são considerados aqueles cuja destinação final é mais onerosa, seja aterro especial ou incineração, além de representar maior risco ambiental;

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 plano de gerenciamento de resíduos (PGRS).

Foram atribuídos valores diferentes para o caso de portos que possuem PGRS, mas que não se encontra implementado; para os que possuem PGRS implementado; e para os que não possuem PGRS. Este parâmetro será pontuado somente para a área não arrendada, e indica a relação de compromisso do setor público com as políticas de qualidade ambiental, e que devem servir de exemplo às áreas arrendadas.

Os parâmetros e pesos atribuídos para as áreas não arrendadas do porto estão representados na Tabela 3.1.

Tabela 3.1.Parâmetros e pesos atribuídos ao gerenciamento dos resíduos sólidos em áreas não

arrendadas.

Parâmetros Classificação por valor atribuído

1 2 3

Frequência de coleta > = 10 meses < 10 meses e > 5 meses < 5 meses

Tipo de resíduo de maior representatividade

Recicláveis

(Classe II A e B) Lixo Comum

Perigosos (Classe I não reciclável) e Não

Identificado

PGRS Está implementado no

porto.

Porto tem, mas não está

implementado Porto não tem

Total 3 6 9

As áreas arrendadas do porto em questão serão avaliadas usando-se os mesmos critérios, exceto para o PGRS. Fica então definido para as áreas não arrendadas o exposto a seguir, na Tabela 3.2.

Tabela 3.2. Parâmetros e pesos atribuídos ao gerenciamento dos resíduos sólidos em áreas arrendadas. Parâmetros Classificação por valor atribuído

1,5 3 4,5

Frequência de coleta > = 10 meses < 10 meses e > 5 meses < 5 meses

Tipo de resíduo de maior representatividade

Recicláveis

(Classe II A e B) Lixo Comum

Perigosos (Classe I não reciclável) e Não

Identificado

Total 3 6 9

Assim, a partir da soma dos valores atribuídos às áreas arrendadas, e às não arrendadas dos portos, os valores totais poderão variar entre o mínimo de 6 e o máximo de 18 pontos, sendo que os portos com melhor gerenciamento de seus resíduos sólidos receberão menor pontuação.

Os valores atribuídos em função do tipo de resíduo de maior representatividade baseia-se nas seguintes premissas, disposta na Lei nº 12.305:

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VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania.

Portanto, os recicláveis Classe II A e B constituem possível fonte geradora de renda desde que segregado de forma correta, seguido de destinação adequada ao reaproveitamento, representando fator de menor prejuízo ambiental.

O lixo comum (ou resíduo comum) é classificado como todo o resíduo proveniente de mistura de resíduos orgânicos como folhas, podas, restos de alimentos, granéis sólidos, papel, madeira, plásticos, vidros, e todo resíduo que não se classifique como reutilizável, reciclável ou perigoso. Com composição semelhante ao resíduo doméstico, implica na destinação ao aterro sanitário, incorrendo em custos ao porto de ordem financeira e ambiental.

Quanto aos resíduos Classe I não recicláveis, segue-se conforme disposto na Lei nº 12.305

Art.13 Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte classificação: II – Quanto à periculosidade:

a) Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;

O tratamento térmico (incineração) é indicado a esses resíduos com posterior deposição em aterro industrial classe I. Esses aterros devem estar em conformidade com a NBR-10.157, que define os critérios para projeto, construção e operação de aterros industriais classe I. O tratamento e destinação final dos resíduos perigosos incorrem em custos elevados, sendo os geradores, responsáveis pela contratação dos serviços correlacionados. Falhas no gerenciamento dos resíduos portuários perigosos podem resultar na disposição incorreta desses resíduos, potencializando o risco à saúde pública e à qualidade ambiental, conforme previsto no Artigo 13, Inciso II da lei supracitada.

37 E para efeito da atribuição de valores, considera-se o resíduo não identificado, como todo aquele cuja destinação final deve ser dada da mesma forma que àqueles da classe I, garantindo-se a segurança ambiental e de saúde pública, já que nestes resíduos podem estar agregados resíduos perigosos, sem a identificação dos mesmos.

Efluentes Líquidos 3.5.2

Serão considerados os aspectos relacionados aos sistemas de coleta e tratamento dos efluentes sanitários, pluviais e oleosos das áreas arrendadas e não arrendadas. Conforme os Manuais de Boas Práticas Portuárias, os efluentes foram categorizados de acordo com a norma NBR 9896:1993 - Glossário de Poluição das Águas.

A destinação ideal dos efluentes líquidos deve estar em conformidade com as condições e padrões de lançamento nos corpos hídricos estabelecidos na Resolução CONAMA n° 430/11, conforme mostrado na Tabela 3.3:

Tabela 3.3. Padrões de lançamento de efluentes líquidos - Resolução CONAMA n° 430/2011 Condições e Padrões de Lançamento de Efluentes

Parâmetros Efluentes de qualquer fonte

poluidora

Efluentes de Sistema de Tratamento de Efluentes Sanitários

pH Entre 5 e 9

Temperatura <40ºC

Materiais sedimentáveis Até1 ml/l

Regime de lançamento Até 1,5 Ǭ (período atividade diária)

Óleos e graxas Até 20 mg/l (mineral) Até 100 mg/l

Materiais flutuantes Ausentes

DBO 5 dias a 20ºC Sistema tratamento com eficiência de

remoção mínima 60%

Até 120 mg/l, ou sistema tratamento com eficiência de remoção mínima 60%

Fonte: BRASIL CONAMA, (2011).

Os padrões regionais, quando existirem, podem ser iguais ou mais restritivos que os correspondentes padrões nacionais, devendo, portanto ser cumpridos os mais restritivos, que devem ser em função do uso previsto para a água (SPERLING, 2005).

Em Santa Catarina, o disposto no Código Estadual do Meio Ambiente, estabelecido pela Lei N° 14.675/09, define o limite máximo de DBO em 60 mg/l ou 80% de remoção do mesmo para o lançamento de efluentes em corpos hídricos (FREITAS, 2014a).

38 Foram estabelecidos parâmetros para pontuação dos portos, baseados no tratamento dos efluentes nas áreas arrendadas e não arrendadas, ou ausência completa de qualquer tipo de tratamento.

Melhor entendimento acerca da valoração desses parâmetros pode ser alcançado com o uso da Tabela 3.4.

Tabela 3.4. Parâmetros e pesos atribuídos aos efluentes pluviais.

Efluentes Classificação por peso

P a met ro s 1 2 3 Sanitário Possui tratamento total Possui tratamento

parcial Não possui tratamento

Pluvial Oleoso

Total 3 6 9

Assim, para a área arrendada, serão atribuídos no mínimo 3 pontos e no máximo 9 pontos, e da mesma forma, separadamente será feito para a área não arrendada de cada porto. O total será resultado da soma contabilizada das pontuações, que poderá variar entre o mínimo de 6 e o máximo de 18 pontos referentes ao gerenciamento dos efluentes. Receberão menor pontuação, os portos com melhor desempenho.

Fauna Sinantrópica Nociva 3.5.3

As informações sobre fauna sinantrópica nociva, também disponíveis nos Manuais de Boas Práticas Portuárias (2014), foram coletadas seguindo metodologia que envolve questionário aplicado aos responsáveis pela área de segurança, meio ambiente e saúde (SMS), das administrações portuárias, e dos seus arrendatários; e em metodologia de quantificação.

Segundo a Instrução Normativa nº 141 do IBAMA (BRASIL, 2006), que regulamenta o controle e manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva (FSN), fica definido:

Art. 2º - Para os efeitos desta Instrução Normativa, entende-se por:

IV - fauna sinantrópica: populações animais de espécies silvestres nativas ou exóticas, que utilizam recursos de áreas antrópicas, de forma transitória em seu deslocamento, como via de passagem ou local de descanso; ou permanente, utilizando-as como área de vida;

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V - fauna sinantrópica nociva: fauna sinantrópica que interage de forma negativa com a população humana, causando-lhe transtornos significativos de ordem econômica ou ambiental, ou que represente riscos à saúde pública.

A fauna estudada nos portos inclue pombos (avifauna), roedores (mastofauna), mosquitos e moscas (entomofauna), e baratas (entomofauna). A ocorrência destas espécies está associada à fartura e disponibilidade de água, abrigo, alimento, além da acessibilidade ao local. São consideradas pragas, já que promovem perdas econômicas provocadas por danos às estruturas, e contaminação de cargas, assim como causam danos à saúde pública.

A fauna sinantrópica nociva (FSN) serve como indicador das condições gerais de gerenciamento ambiental dos portos, já que resíduos acumulados em suas áreas podem servir de abrigo, especialmente resíduos de entulhos, sucatas e materiais abandonados; ou de alimento de fácil disponibilidade, conforme o tipo de armazenamento e operação de movimentação nas áreas do porto. Falhas na drenagem pluvial, com acúmulo de efluentes nos pátios de operação e circulação, representam fonte de dessedentação, e, quando associadas aos granéis sólidos soltos, causam fermentação dos orgânicos, mau cheiro, e constituem mais um atrativo à FSN.

Para esta variável (FSN), foram estabelecidos pesos relativos à implementação de programa de controle integrado da fauna sinantrópica, e ao controle efetivo da FSN de acordo com o estabelecido nos Manuais de Boas Práticas Portuárias, além da adoção de ações de controle em caráter preventivo ou corretivo, considerando pombos e roedores. A distribuição dos valores está ilustrada na Tabela 3.5.

Tabela 3.5. Parâmetros e pesos atribuídos à FSN.

Parâmetros Classificação por peso

3 6 9

Plano de Controle

Porto possui programa de controle integrado da

FSN e há controle efetivo

Porto possui programa de controle integrado da

FSN e não há controle efetivo

Porto não possui programa de controle

integrado da FSN

Ações de Controle da FSN Controle de roedores e

pombos

Controle de roedores ou pombos

Não possui ações de controle de FSN

40 Assim, cada porto contabilizará entre o mínimo de 6 e o máximo de 18 pontos, sendo que receberão menor pontuação os portos com melhor gerenciamento da fauna sinantrópica nociva.

Os valores atribuídos aos portos, referentes às variáveis ambientais de input, conforme o descrito anteriormente, encontram-se apresentados em anexo (ANEXO I).

3.6 Variáveis Ambientais de Output

Impacto Ambiental 3.6.1

O impacto ambiental para avaliação da eficiência ambiental será estimado através de metodologia baseada na Matriz de Leopold, sendo considerado para esta estimativa apenas o aspecto negativo, seguindo consulta a SANCHÉZ (2009).

A abrangência do impacto foi estimada considerando-se dois locais, quais sejam, o porto e a áreas do entorno, levando-se em conta também a distância a que estas se encontram do porto. Buscou-se assim um valor para o impacto negativo causado pela operação de granéis sólidos, pelo derrame de efluentes no corpo hídrico, e pela presença de fauna sinantrópica nociva aplicando-se os seguintes critérios:

 localização do porto em relação à aglomeração populacional mais próxima, bem como sua localização referente à costa;

 análise visual com base nos relatos fotográficos;

 probabilidade de produção de particulados dispersos nas operações do porto, determinada pelo tipo de maquinário disponível para os granéis sólidos (minérios, soja, fertilizantes, etc.) mais movimentados, no porto em questão;

 relatos recentes de perturbação ambiental divulgados na mídia.

Os parâmetros ambientais causadores de impacto nas áreas do porto, e fora do porto, assim como os aspectos considerados para estimativa do impacto ambiental, estão listados na Tabela 3.6.

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Tabela 3.6. Parâmetros para impacto ambiental e aspectos considerados.

Impactos Ambientais

No porto Fora do porto

Resíduos Sólidos

Sem segregação e coleta seletiva Meio físico

Contaminação do solo Aterro sanitário

Atração de FSN Atração de FSN

Odor Odor

Contaminação das águas Contaminação das águas

Contaminação das cargas Congestionamento

Degradação das estruturas Degradação da paisagem

Meio sócio econômico

Degradação do ambiente de trabalho Perdas econômicas (ex. pesca)

Perda econômica (granéis contaminados)

Perda econômica (resíduos podem ter retorno $) Doenças associadas à FSN

Doenças associadas à FSN Perda de valor econômico da área do entorno

Alto custo na destinação final (aterro) Doenças associadas a particulados

Diminuição da capacidade estática Marginalização da população do entorno

Meio biótico

Extinção/diminuição de espécies aquáticas Extinção/diminuição de espécies aquáticas

Alteração da diversidade vegetal Alteração da diversidade vegetal

Migração de aves Migração de aves

Efluentes Pluviais

Sem coleta e tratamento adequados Meio físico

Contaminação do solo Atração de FSN

Atração de FSN Odor

Odor Contaminação das águas

Contaminação das águas

Contaminação das cargas

Meio sócio econômico

Degradação do ambiente de trabalho Perdas econômicas (ex. pesca)

Perda econômica (granéis contaminados) Perda de valor econômico da área do entorno

Marginalização da população do entorno

Manifestação de doenças

Meio biótico

Desaparecimento/diminuição peixes Desaparecimento/diminuição peixes

Atração de FSN Atração de FSN

Alteração da diversidade vegetal Alteração da diversidade vegetal

Fauna Sinantrópica

Nociva

Sem controle dos níveis de infestação Meio físico

Odor (fezes, urina, decomposição) Odor (fezes, urina, decomposição)

Contaminação de cargas orgânicas Degradação da paisagem

Meio sócio econômico

Disseminação de doenças Disseminação de doenças

Degradação do ambiente de trabalho Perda de valor econômico da área do entorno

Perda econômica (granéis contaminados) Marginalização da população do entorno

Meio biótico

Competição entre espécies Competição entre espécies

42 Sendo assim, os elementos do meio natural que serão pontuados a partir dos impactos causados pelo resíduo sólido, efluentes líquidos, e presença de fauna sinantrópica nociva são mostrados na Tabela 3.7:

Tabela 3.7. Elementos do meio que sofrem impacto.

Meio natural Meio Socioambiental

Qualidade do solo Valor patrimonial

Qualidade da água Paisagem

Ecossistema aquático Economia

Qualidade do ar Saúde

Ecossistemas naturais Valorização social

Valor patrimonial diz respeito à desvalorização monetária dos imóveis devido à proximidade com o porto; „economia‟ refere-se a perdas econômicas, como de áreas comerciais e turísticas, também pela proximidade com porto, e influência do impacto causado; e „valorização social‟ nas áreas do porto refere-se à desvalorização do trabalho portuário devido ao ambiente inadequado, enquanto que para áreas fora do porto diz respeito à marginalização destas áreas em função de condições degradadas do ambiente. Para cada item dos meios natural e socioambiental foram atribuídos valores relativos à importância do impacto, à duração e à reversibilidade, tendo-se como base os seguintes valores expostos na Tabela 3.8:

Tabela 3.8. Tabela valorização do impacto.

Valorização do impacto

Importância (I) Alta (3) Média (2) Baixa (1)

Duração (D) Permanente (3) Média (2) Curta (1)

Reversibilidade (R) Irreversível (3) Parcial (2) Reversível (1)

Assim, passa-se à soma do total gerado a partir dos valores atribuídos a cada item, relacionado aos indicadores resíduos sólidos, efluentes e FSN, que receberam valores variando de 1 a 3 (Tabela 3.8) e atribuição de valor 0 quando não há impacto negativo.

Na atribuição de valores associados aos impactos causados pela presença de fauna sinantrópica nociva, este parâmetro recebeu grande peso na análise por constituir fator agravante da saúde de trabalhadores e população, e, uma vez que se tornam pragas urbanas, são de difícil controle. Além do que, algumas doenças associadas à FSN constituem alto risco de morte, como a leptospirose, transmitida pelo contato direto com

43 urina de ratos ou água contaminada, e a criptococose, disseminada pela inalação de detritos de pombos.

A Tabela 3.10 ilustra a valoração do impacto sobre dois elementos do meio,

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