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VARIÁVEIS DOS INDIVÍDUOS: IDADE, SEXO E RAÇA

TÓPICO 3 – CONCEITOS DE EPIDEMIOLOGIA E SUA APLICAÇÃO

4.3 VARIÁVEIS DOS INDIVÍDUOS: IDADE, SEXO E RAÇA

As variáveis individuais são indubitavelmente importantes para caracterizar grupos pesquisados. Para construir o perfil de uma população com estas variáveis, desenha-se o que é tecnicamente chamado de pirâmide

populacional, assim se poderá observar o conjunto da população: se há mais

idosos ou jovens, se há muitos nascimentos, se há mais brancos ou negros e pardos, se há homens ou mulheres. Pirâmides de países pobres costumam ter o desenho bem diferente daquelas dos países ricos.

5 EVENTO SENTINELA – O QUE VEM A SER ISTO?

Eventos sentinela são acontecimentos a princípio isolados, mas que servem de alarme para a possível ocorrência de eventos semelhantes em um mesmo contexto. São aqueles eventos que requerem uma investigação mais detalhada, pois se ocorreram, podem existir circunstâncias semelhantes que levem outros casos a aparecer. Um exemplo de evento sentinela seria o suicídio de um trabalhador de uma determinada empresa, onde estão ocorrendo mudanças, demissões ou sobrecarga de trabalho. O primeiro caso acionará um alarme, exatamente como uma sentinela em seu posto faria. Pode ser que este seja um caso único, mas não é bom arriscar a deixar o assunto sem investigação epidemiológica.

O evento sentinela também se presta à investigação em áreas onde não exista sistema de saúde bem estruturado e laboratórios à disposição para confirmar se determinadas manifestações clínicas e sintomas pertencem àquela doença específica de que todos tenham medo, pelo risco de se espalhar, ou sua letalidade ou sua magnitude. Um exemplo para isto é o ebola, outro é o hantavírus. Ambas são doenças bastante perigosas e a ocorrência de um único caso suspeito em uma região vai deixar todos em alerta.

O que seria um caso suspeito para ebola e hantavirose? A síndrome febril íctero-hemorrágica pode significar a presença de uma destas doenças: a pessoa fica amarelada, olhos amarelados, febre alta, e apresenta hemorragias na pele tipo manchas arroxeadas. Em área de risco é o suficiente para colocar todo o sistema de saúde em alerta, porque pode ser um caso destas duas doenças. Lembre-se de que o ebola agora aparece bastante nos jornais, mas existia já há muitos anos como uma doença com surtos autolimitados. Começa e desaparece depois de alguns casos. O comportamento epidemiológico do ebola mudou e hoje é uma

epidemia, que ameaça se tornar em uma pandemia, se os devidos cuidados sanitários internacionais não forem realizados e se não houver tratamento

LEITURA COMPLEMENTAR

Para a leitura complementar deste tópico escolhemos um recorte jornalístico do G1, sinalizando para a taxa de mortalidade, que para esta autora é a mais emblemática e significativa das condições de vida (e governo) de um país.

Taxa de mortalidade infantil cai para 15 a cada mil nascimentos, diz IBGE

Em 1980 havia 69 óbitos a cada mil, 78% a mais. Mortalidade na infância (até cinco anos) foi de 17,4 por mil nascidos vivos.

A taxa de mortalidade infantil voltou a cair no Brasil, segundo dados das Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil de 2013, divulgados nesta segunda- feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Centro do Rio de Janeiro. De acordo com os números, houve 15 mortes de crianças até um ano para cada mil nascimentos, contra 15,7 em 2012.

De acordo com Fernando Albuquerque, gerente do Projeto Componentes da Dinâmica Demográfica do instituto, houve redução de 54 mortes de crianças até um ano para cada mil nascidas vivas em 2013. O dado já foi de 69 óbitos em 1980, o que representa uma queda de 78% em 34 anos.

Infância

A mortalidade na infância – do nascimento até os cinco anos – também apresentou redução. Para cada mil nascidos vivos em 1980, 84 não completavam os cinco anos de idade. Em 2013, essa taxa atingiu 17 por mil, um declínio de 79%.

Segundo o especialista do IBGE, entre os motivos dessa redução estão o aumento da cobertura vacinal, o uso de terapia de reidratação oral, o programa nacional de atenção ao pré-natal e de aleitamento materno, além do crescimento do número de estabelecimentos de saúde.

Albuquerque explicou ainda que melhorias nas condições ambientais – saneamento básico e higiene pública –, redução da fecundidade, aumento do grau de escolaridade das mães e aumento da renda familiar também impactaram na redução dessa taxa.

FONTE: Disponível em: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/12/taxa-de- mortalidade-infantil-cai-para-15-cada-mil-nascimentos-diz-ibge.html>. Acesso em: 18 mar. 2015.

RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico discutimos:

• A constituição dos indicadores de saúde e a importância dos índices de mortalidade.

• Alguns conceitos fundamentais da epidemiologia. • As variáveis que entram na composição dos indicadores.

Este caderno foi escrito em um momento de profunda crise no governo e de protestos da população em geral. Baseados na Leitura Complementar e no relatório Ripsa já citado algumas vezes no Tópico 3 desta unidade, propomos uma discussão de como está a situação de saúde em nosso país. E que a turma discuta virtualmente as seguintes questões:

• O que causou a diminuição das mortes de crianças?

• Estas estatísticas seriam melhores em outras situações de governo (a resposta é hipotética!)?

• Como está o Brasil na questão da mortalidade infantil perante o mundo? E na questão da mortalidade materna?

Lembramos que esta discussão será eminentemente política, como muitas questões da epidemiologia, e que uma discussão política não significa uma discussão partidária. E como todos que vão participar são universitários e esclarecidos, vamos nos ater apenas aos fatos da saúde, nosso âmbito de atuação e de onde podemos opinar com alguma propriedade. Vamos manter o bom senso e a racionalidade e respeitar todas as opiniões – nós vivemos em uma democracia!

UNIDADE 2