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Capítulo 3 – Metodologia

3.5 Variáveis do estudo

3.5.1 Variável Resposta: Óbitos

Para inclusão na análise dos óbitos em questão foram escolhidas as seguintes variáveis de interesse:

 Identificação dos Casos (ID): Refere-se à numeração dos casos, identificados na planilha original do grupo de pesquisa. Apesar de não ser utilizada para fins estatísticos, facilita na organização dos dados e permite localizar o caso na planilha original no caso de precisar eliminar ou inserir variáveis de interesse de acordo com o enfoque da pesquisa.

 Idade: Corresponde à idade da vítima à época do óbito. 

 Sexo: Sexo da vítima, a variável foi codificada para melhoria do tratamento 

dos dados da seguinte forma: 1-Masculino; 2-Feminino. 

 Dados de localização: Dados numéricos em notação decimal referentes às coordenadas geográficas de latitude (LAT) e longitude (LONG) do ponto ‗x,y‘ referentes ao local de moradia dos falecidos.

 Tipo do óbito: Causa da morte, segundo as informações da D.O. e história dos casos. Foram agrupados para este trabalho, da seguinte forma:

 1-Homicídio  2-Suicídio  3-Acidente de Transito 

4-Acidente (queda, afogamento, etc) 

5-Outras causas (causa indeterminada e envenenamento)

Estas variáveis representam informações básicas sobre os óbitos ocorridos e auxiliaram na descrição do perfil dos atingidos, com base nas histórias e

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3.5.2 Controles

Foram amostrados para o estudo 524 controles, obtidos digitalmente pelo pacote AmostraBrasil(35), desenvolvido pelo EpiGeo. Este pacote é um componente do software livre R(36) que realiza amostragem aleatória com base no cadastro nacional de endereços do censo demográfico de 2010, disponível no portal do IBGE (37).

As coordenadas geográficas dos endereços foram obtidas tendo como parâmetro os limites do distrito de saúde, que, segundo procedimento computacional descrito por (38), gerou amostra aleatória suficiente para abranger toda a área de estudo.

"A existência de um cadastro universal de domicílios, de fácil acesso, cobrindo a área do estudo, viabiliza o planejamento de amostras aleatórias nos inquéritos populacionais"(38).

Algumas limitações observadas, no que tange a amostragem dos controles, dizem respeito à qualidade das informações dos endereços. Por se tratarem de informações sobre ruas e numeração de domicílios, podem haver imprecisões na coleta e no tratamento destas, bem como dificuldades relacionadas ao acesso das informações (38).

3.5.3 Variáveis explicativas: Território e indicadores socioeconômicos.

O Atlas da Vulnerabilidade Social no Brasil (39), disponível no portal do IPEA, dispõe de uma série de indicadores socioeconômicos para regiões delimitadas como Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH). Esses estratos do território agregam um conjunto de informações em formas de variáveis levantadas em

41 pesquisas do IPEA e a Fundação João Pinheiro (FJP), atribuindo assim ao território definido dados numéricos que viabilizam uma análise ecológica aprofundada sobre as condições de vida e desenvolvimento humano naquela área.

“São construídas com o objetivo de melhor captar a diversidade de situações relacionadas com o desenvolvimento humano que ocorre no interior dos espaços intrametropolitanos, para desvendar o que é escondido pelas médias municipais agregadas” (40).

A divisão territorial específica em agregados - as UDHs - foi elaborada com o objetivo de melhor caracterizar regiões no que diz respeito às disparidades e

as ―desigualdades intra-urbanas‖ (39). A partir desta fonte de dados obteve-se as variáveis de interesse que, por meio de arquivo digital, foram selecionadas para o

presente estudo. A sobreposição das UDHs e o limite do DSN de campinas resultaram, assim, na área de estudo representada na Figura 5, indexada com os dados socioeconômicos para cada UDH.

FIGURA 5: Unidades de Desenvolvimento Humano do Distrito de Saúde Norte (Campinas) FONTE: Elaborado pelo autor, 2017.

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Foram selecionadas para o estudo as variáveis apresentadas a seguir, adaptando o nome da variável, porém obedecendo a sua descrição conforme o dicionário do Atlas (39):

 Espvida (Esperança de Vida): Número médio de anos que as pessoas deverão viver a partir do nascimento, se permanecerem constantes ao longo da vida o nível e o padrão de mortalidade por idade prevalecentes no ano do Censo.

 Mort_inf (Mortalidade Infantil): Número de crianças que não deverão sobreviver ao primeiro ano de vida em cada 1000 crianças nascidas vivas. 

 AnosEstudo: Expectativa de anos de estudo aos 18 anos de idade. "Número médio de anos de estudo que uma geração de crianças que ingressa na escola deverá completar ao atingir 18 anos de idade, se os padrões atuais se mantiverem ao longo de sua vida escolar" (39).

 T_analf (Analfabetismo): Média das taxas de analfabetos por faixas etárias. Multiplicado por 100.

 I_esco (Subíndice de escolaridade da população adulta - IDHM Educação): ―Subíndice que compõe o IDHM Educação, representando o nível de escolaridade da população adulta. É obtido a partir do indicador % de 18 anos ou mais com fundamental completo‖(39).

 Gini (Índice de Gini): Mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita.

“Seu valor é 0 quando não há desigualdade (a renda domiciliar per capita de todos os indivíduos têm o mesmo valor) e tende a 1 à medida que a desigualdade aumenta.O universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios

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 T_vuln: (Percentual de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e são vulneráveis à pobreza, na população total dessa faixa etária);

"Razão entre as pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e são vulneráveis à pobreza e a população total nesta faixa etária, multiplicada por 100. Definem-se como vulneráveis à pobreza as pessoas que moram em domicílios com renda per capita inferior a 1/2 salário mínimo de agosto de 2010. São considerados apenas os domicílios particulares permanentes"(39).

 IDHM(Índice de Desenvolvimento Humano Municipal): Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, que leva em conta as médias dos índices das dimensões Renda, Educação e Longevidade, com pesos iguais(39).

Feminino (População residente na UDH feminina em 2010): População do sexo feminino.

Masculino (População residente na UDH masculina em 2010): População do sexo masculino.

 Pop Total (População total): População residente na UDH em 2010.

Fonte: Dicionário dos indicadores do Atlas da Vulnerabilidade Social 2015 (39)

Os softwares utilizados para a construção do banco de dados, importação das variáveis, manejo e organização dos dados, bem como mapeamento para a

análise espacial foram: Software R (versão 3.4.3); Global Mapper ® (Versão 18.2.1);

Quantum Gis (Versão Desktop 2.8.2); ESRI ArcGis ® (Versão 10) e Microsoft Excel ®

(versão 2003).

O presente trabalho contou com a utilização de dados públicos, sem entrevistas ou procedimentos envolvendo seres humanos, dispensando apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – Parecer número 2.995.916 (CAAE:

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