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100 = 03/01/06 / dados até 31/12/07 Fonte: CMA

1T06 2T06 3T06 4T06

Algodão

Os preços futuros do algodão negociados na ICE/NYBOT (ICE Futures U.S) apresentaram cotação média de US¢ 57,16/lb em 2007 com valorização de 9,6% em relação a 2006 quando o preço médio foi de US¢ 52,16/lb. O aumento de preços no mercado internacional foi impulsionado principalmente pela demanda aquecida, pela produção mundial menor que o consumo e a conjuntura favorável em outras commodities agrícolas como soja, o milho e o trigo, que concorrem diretamente com o algodão por áreas de cultivo.

De acordo com o USDA (United States Department of Agriculture) o consumo de algodão cresceu em média 5,6% nos últimos 5 anos. Para ano-safra 2007/08 o USDA projeta um crescimento de 3,6% no consumo mundial de algodão, passando para 128,0 milhões de fardos. Por outro lado, enquanto o consumo mundial de algodão aumenta, a produção mundial deverá recuar em 3,1% em 2007/08 passando para 118,3 milhões de fardos em comparação com os 122,1 milhões de fardos produzidos em 2006/07.

O avanço significativo do consumo sobre a produção resulta na queda nos estoques mundiais. A redução está projetada em 9,9% pelo USDA, passando de 60,8 milhões de fardos em 2006/07 para 54,8 milhões em 2007/08.

A queda dos estoques mundiais é resultado principalmente da redução de área de produção nos Estados Unidos, maior exportador mundial de algodão. Segundo o USDA a área plantada nos Estados Unidos teve uma redução de 29% em 2007/08 em relação à 2006/07. Com essa redução de área a produção norte-americana caiu de 21,6 milhões de fardos no ano-safra 2006/07 para 19,0 milhões de fardos em 2007/08.

Para o ano-safra 2008/09, a concorrência por áreas de cultivo entre cereais e oleaginosas continuará acirrada. O forte aumento nos preços dessas commodities nos últimos 12 meses, provavelmente reduzirá a área de cultivo do algodão nos Estados Unidos.

No Brasil, segundo a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), o aumento da área de algodão deverá ser de 4,8%. A área deverá passar de 1.097 mil hectares em 2006/07 para 1.149 mil hectares em 2007/08. A produção estimada é de 1.597 mil toneladas para o ano-safra 2007/08 contra 1.524 mil de toneladas em 2006/07. Ainda segundo a CONAB as exportações brasileiras de algodão deverão alcançar 520 mil toneladas em 2008, com aumento de 24% em relação às 419 mil toneladas exportadas em 2007.

Soja

A alta dos preços da soja verificada no último ano foi motivada principalmente pelos seguintes fatores: (i) a forte demanda liderada pela China; (ii) a redução da área de soja em favor do milho, devido ao aumento da produção de etanol nos Estados Unidos; e, (iii) redução dos estoques mundiais. Os contratos futuros da soja negociados na CBOT (Chicago Board of Trade) apresentaram cotação média de US$ 8,63/bu em 2007, uma valorização de 45,8% em relação a 2006 quando o preço médio foi de US$ 5,92/bu.

A expansão do consumo de soja se dá, principalmente, pelo aumento no uso de óleos vegetais para a produção de bioenergia e também pelo aumento do uso da oleaginosa destinado à ração animal. Segundo o USDA o consumo mundial de soja cresceu em média 5,4% ao ano nos últimos 10 anos. Para 2007/08 é projetado consumo de 235,3 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 4,7% em relação ao ano anterior.

O USDA também projeta que a China deverá importar 34 milhões de toneladas de soja em grão e 2,8 milhões de toneladas de óleo de soja no ano agrícola de 2007/08. O incremento de renda e a demanda por alimentos fizeram a participação no comércio mundial de soja da China aumentar de um valor irrelevante no início da década de 90 para mais de 40% nos últimos anos.

Enquanto o consumo mundial de soja aumenta, a produção mundial deverá ter um recuo de 6,5%

em 2007/08 passando para 220,3 milhões de toneladas em comparação com a produção de 235,6 milhões de toneladas em 2006/07. A redução da produção mundial deveu-se principalmente pela redução da área plantada nos Estados Unidos.

Com a colheita da safra 2007/08 encerrada nos EUA, o mercado foca suas atenções para a produção de soja da América do Sul, que precisa confirmar uma safra normal para garantir o abastecimento do mercado.

Na Argentina, segundo o USDA, o aumento de área plantada em 2007/08 foi de 5,7% passando para 16,8 milhões de hectares contra 15,9 milhões de hectares em 2006/07. Porém a produção está estimada em 47 milhões de toneladas com redução de 0,4% em relação à 2006/07, quando foram colhidos 47,2 milhões de toneladas.

No Brasil, segundo a CONAB, a estimativa é de um aumento de 1,2% na área de soja, passando para 20,9 milhões de hectares em comparação com 20,7 milhões de hectares no ano-safra 2006/07. A produção está estimada em 58,2 milhões de toneladas, uma redução de 0,4% em relação ao ano-safra 2006/07, quando foram colhidos 58,4 milhões de toneladas.

Milho

Os contratos futuros do milho negociados na CBOT apresentaram uma valorização de 43,5% em 2007 em relação a 2006. O preço médio em 2007 ficou em US$ 3,73/bu em comparação com US$

2,60/bu em 2006. No mercado interno os preços medidos pelo Índice Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) apresentaram uma valorização de 49,4% passando de US$ 3,48/bu para US$ 5,20/bu no mesmo período.

Os problemas climáticos enfrentados pela Europa em 2007 e seus efeitos sobre a produção de milho e trigo, além das dificuldades dos Estados Unidos e Argentina em abastecer o mercado, levaram os países importadores a buscar alternativas de suprimento em outras regiões. O Brasil foi uma alternativa para suprimento do cereal, inclusive conseguindo ágio sobre o preço do milho norte-americano durante o 3T07 e 4T07.

O preço mais atrativo no mercado externo aumentou significativamente o volume de exportações do Brasil no ano passado. Segundo o SECEX (Secretaria de Comércio Exterior), em 2007 o Brasil exportou 10,9 milhões toneladas de milho, em comparação com 2,8 milhões de toneladas exportadas em 2006. Os preços mais altos praticados no porto influenciaram o mercado interno brasileiro. O Índice Esalq, que tem por referência a região de Campinas/SP, superou US$ 8/bu no final de 2007.

A produção de etanol a partir de milho nos Estados Unidos vem aumentando a demanda por este cereal e está influenciando a oferta e demanda global de muitas commodities agrícolas. Segundo o USDA o consumo de milho para produção de etanol nos Estados Unidos deverá crescer 51,2%, passando para 81,3 milhões de toneladas em 2007/08, em comparação com 53,8 milhões de toneladas em 2006/07.

O uso de milho para produção de etanol nos Estados Unidos ganhou um estímulo adicional com a aprovação da nova lei norte-americana para bioenergia o “Energy Independence and Security Act of 2007”, votada em dezembro de 2007, que tornará mandatório o aumento progressivo da produção de biocombustiveis até atingir 36 bilhões de galões em 2022. A produção de etanol a partir de milho, que na lei anterior estava prevista em 7,5 bilhões de galões em 2012, foi revisada para 9 bilhões de galões já em 2008, além de aumentar progressivamente até chegar em 15 bilhões de galões em 2015. Um aumento tão expressivo demandará maior produção e necessidade de mais área para milho em relação às outras culturas nos Estados Unidos.

Café

Em 2007 o preço médio do café na ICE/NYBOT apresentou uma valorização de 8,7% em relação 2006. A cotação média em 2007 foi de US¢ 117,04/lb em 2007 contra US¢ 107,70/lb em 2006. Os preços mais altos em 2007 refletiram a redução dos estoques brasileiros e mundiais de café e incertezas quanto à produção de café no Brasil devido às condições climáticas adversas no início do ciclo.

A CONAB em seu primeiro levantamento da safra 2008, está estimando a safra brasileira de café em 42,7 milhões de sacas com um aumento de 26,6% em relação à safra de 2007, estimada em 33,7 milhões de sacas.

Embora seja uma safra maior, a safra de 42,7 milhões de sacas está estimada abaixo do potencial de produção de café no Brasil. Segundo a CONAB o potencial produtivo das lavouras de café nas principais regiões produtoras foi consideravelmente afetado pelas condições climáticas adversas. A estiagem prolongada provocou danos aos cafezais e prejudicou as floradas, que ocorreram de forma irregular e com intensidade variável. Porém, o levantamento da CONAB ressalta que o desempenho produtivo das lavouras ainda não está definido e que uma previsão mais precisa só poderá ser apresentada após a formação definitiva dos frutos.

Esse quadro climático desfavorável e a incerteza quanto ao tamanho da safra brasileira de café vêm gerando dúvidas quanto ao tamanho da próxima safra e refletem em parte a recente volatilidade de preços do café no mercado internacional.

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