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3 FUNDIÇÕES DE MERCADO

3.5 O controle Da Produção De Uma Fundição De Mercado

3.5.4 Vazamento

O vazamento ocorre de acordo com a programação dos fornos. Esta programação é definida para um dia e é realizada no início do mesmo pelo departamento de PCP. A programação da produção para a etapa do vazamento é organizada de forma empírica. Utiliza-se para isto a experiência do encarregado do setor de fechamento, de forma que os fornos fiquem prontos à medida que os moldes fechados e prontos para vazar estejam dispostos em frente aos mesmos. Observa-se um pequeno estoque neste setor para coordenar o fechamento e o vazamento. É responsabilidade do encarregado de fechamento a garantia desta sincronização entre o fechamento e o vazamento, realizado para um horizonte de um dia.

Após o vazamento, as peças ficam dispostas por algum tempo até que ocorra a solidificação do metal líquido dentro do molde. O tempo de solidificação também é variado e depende de diversos fatores como: tipo de liga metálica utilizada e o tamanho e forma das peças.

3.5.5 Desmoldagem

A desmoldagem ocorre com a quebra do molde de areia e a retirada da peça fundida de seu interior. Esta atividade pode ser realizada via impacto, devido à rigidez da peça fundida, e não requer muitos operários. Uma vez retirado o molde, as peças são amontoadas em grelhas de transporte e transportadas para o setor de corte.

Após o transporte, que também ocorre via ponte rolante, as peças são separadas por tipo de liga metálica e estocadas antes de cada posto de trabalho para a operação de corte. Este estoque intermediário tem a função de amortecer os desníveis entre o vazamento e o corte.

3.5.6 Corte

A operação de corte é responsável por retirar os anexos de fundição das peças fundidas. Estes anexos são necessários para o processo de fundição e, em geral, correspondem em termos de peso à metade do peso bruto da peça fundida. Antes de se iniciar o corte, cada peça recebe uma identificação numérica em relevo, correspondente à corrida do forno que originou a peça. Isto é necessário para que se possa relacionar a peça ao corpo de prova metálico que é retirado de cada corrida para fins de controle de qualidade. Uma vez cortados os anexos, utiliza-se uma denominação de cores com o objetivo de identificá-los para que possam ser fundidos novamente.

Para esta operação existem diversos postos de trabalho. Cada posto contém um estoque intermediário de peças a serem cortadas. O processo de corte é grosseiro, pois os anexos possuem considerável dimensão, sendo que o trabalho mais fino é realizado posteriormente na operação de lixamento.

As próximas operações produtivas variam muito de acordo com o tipo de peça, os seus destinos de uso, o tipo de liga metálica, entre outros. Em algumas peças são realizados o tratamento térmico e depois o lixamento, em outras o lixamento e o tratamento térmico e em algumas o tratamento térmico é realizado até mesmo antes do corte, algumas peças sofrem o tratamento térmico, o lixamento e novamente o tratamento térmico, entre outras possíveis seqüências de produção.

3.5.7 Lixamento

O lixamento consiste em uma série de operações de lixamento diferentes. Cada uma destas operações são realizadas por um posto operativo que se encontra em linha e é composto por um operário e uma lixadeira fixa ou móvel, dependendo do tipo de operação de lixamento realizada. O tempo em que uma peça demora em cada posto operativo depende das características da peça e também do processo de fundição e de corte, ou seja, uma peça vazada em um bom molde terá menos rebarbas, assim como uma peça bem cortada será mais fácil de remover o relevo do processo de corte.

As peças movimentadas para o lixamento ficam estocadas antes do primeiro posto operativo desta operação, e são puxadas do primeiro posto para os seguintes, é natural que ocorram pequenos estoques de peças antes de cada posto operativo, para minimizar os desníveis produtivos.

Na última operação as peças fundidas já estão com suas características finais desejadas; neste momento, realiza-se um controle de qualidade visual para encontrar possíveis defeitos de superfície. Uma vez encontrados, caso o mesmo não inviabilize a peça, esta é soldada para que sejam realizados novamente os processos de lixamento e tratamento térmico.

A coordenação dos trabalhos em cada posto operativo e também nas operações de tratamento térmico, controle de qualidade e acabamento, menos a usinagem, é responsabilidade do encarregado do setor de lixamento, de tal forma que organiza os trabalhos por ordem de chegada, tipo de material e também via contato com a direção e urgência do pedido.

3.5.8 Tratamento térmico

O tratamento térmico é realizado para fins de alterar as características físicas da peça fundida, como dureza, resistência, entre outros. As peças que devem sofrer tratamento térmico são estocadas em frente a fornos de tratamento térmico e, de acordo com a ordem de chegada ou urgência da peça, são aquecidas nestes fornos para que, em seguida, sejam resfriadas em um tanque que se encontra em frente aos mesmos. O processo de movimentação também é via ponte rolante.

Os fornos de tratamento térmico possuem um tempo de aquecimento para cada lote de peça tratada e também existe o tempo necessário para carregamento de um lote e acomodação no forno; este tempo varia de acordo com os tipos de peças que estão sendo carregadas e as características físicas desejadas.

3.5.9 Controle de qualidade

O controle de qualidade é realizado, como já foi dito, após o lixamento e após o re-trabalho. Este controle de qualidade é realizado de forma visual e tem por objetivo encontrar possíveis furos e pequenos buracos superficiais. Algumas peças sofrem também um controle de qualidade mais específico, dependendo do uso a que se destina a peça; dentre estes pode-se citar: banho químico, raio-x, entre outros.

O tempo gasto com o controle de qualidade varia de acordo com os testes necessários e o tamanho e características da peça. As peças para serem testadas ficam estocadas logo após o lixamento e, geralmente, são testadas por ordem de chegada ou por urgência da peça.

3.5.10 Acabamento final

As operações de acabamento final são realizadas apenas em algumas peças, de acordo com as especificações de pedido, e pode envolver o polimento, banhos de ácidos e a usinagem, ou qualquer um deles em separado ou em conjunto.

Existem diversos postos operativos que realizam o polimento final da peça. As peças são então armazenadas antes de cada um destes postos e são trabalhadas geralmente na ordem de chegada. O tempo de polimento varia de acordo com as características da peça e do trabalho final desejado.

A usinagem é realizada em prédio separado e consiste de diversos postos operativos que são utilizados em seqüência diversa, dependendo do tipo de trabalho que se deseja na peça. Os tempos de usinagem também não são determinados previamente e variam de acordo com o trabalho realizado e características da peça.

O transporte para estas operações é realizado via carrinho transportador e, uma vez movimentadas, as peças são estocadas em processo, aguardando serem trabalhadas.