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VEÍCULOS AUTOMOTORES Imposto de finalidade fiscal, cumpre

destacar ainda o fato de a alteração de sua base de cálculo (e não alíquota) estar excepcionada do princípio da anterioridade nonagesimal. Assim, conclui-se que a majoração das alíquotas do IPVA obedece aos princípios da anterioridade e anterioridade nonagesimal.

Nos termos do que dispõe o artigo 155, III da Constituição Federal, tem-se o IPVA, a saber:

“O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)”

Tendo como base de cálculo o valor do veículo, o STF já decidiu, no RE 466.480-AgR, que a permissão do inciso II não se confunde com progressividade, pois “não há tributo progressivo quando as alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não levam em consideração a capacidade contributiva”.

Cumpre destacar que o princípio da não discriminação com base na procedência ou destino, previsto no art. 152 da CF, veda a aplicação de alíquotas diferenciadas para veículos nacionais e importados.

O contribuinte é o proprietário do veículo automotor e seu lançamento é realizado de ofício.

13.3.

IMPOSTOS

MUNICIPAIS

1140

O IPTU tem como principais características: a) ser um imposto real, que admite a progressividade fiscal e extrafiscal; b) nos termos do artigo 32, parágrafo 2º do CTN, da área de expansão urbana, onde será também cobrado o IPTU; c) o contribuinte é o proprietário, o titular, como também o seu possuidor, a qualquer título.

O IPTU tem como principais características: a) ser um imposto real, que admite a progressividade fiscal e extrafiscal; b) nos termos do artigo 32, parágrafo 2º do CTN, da área de expansão urbana, onde será também cobrado o IPTU; c) o contribuinte é o proprietário, o titular, como também o seu possuidor, a qualquer título.

No tocante aos princípios constitucionais, o IPTU fica sujeito tanto à anterioridade como à anterioridade nonagesimal, excetuadas as majorações da base de cálculo do tributo, que constituem exceções ao princípio da anterioridade nonagesimal.

Quanto ao contribuinte do IPTU, o entendimento do STJ (REsp 325.489) é o de que, para ser considerado assim considerado, o indivíduo deve exercer a posse sobre o imóvel com animus domini (animus definitivo), que quer dizer intenção de ser dono. Dessa forma, sumulou-se entendimento no sentido de que o locatário ou comodatário de imóvel não pode ser considerado como contribuinte do IPTU.

Quanto à progressividade extrafiscal do respectivo imposto, tem-se que o art. 182 da CF/88 confere ao Poder Público municipal a competência para executar a política de desenvolvimento urbano, com o objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. Nessa senda, § 4º do art. 182 permitiu ao Poder Público municipal exigir, mediante lei específica, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova o seu adequado aproveitamento. Caso contrário, entre outras penas, é permitido cobrar o IPTU progressivo no tempo. Trata- se, portanto, da progressividade extrafiscal do IPTU, cujo objetivo é estimular o cumprimento da função social da

propriedade, sob pena da progressão do tributo incidente sobre o imóvel. Destaca-se, entretanto, que essa não é a primeira medida a ser tomada pelo poder público, devendo primeiro ocorrer o parcelamento ou edificação compulsórios.

Essa modalidade de progressividade existe desde a promulgação da CF/88, ao contrário da progressividade das alíquotas do IPTU com base no valor venal do imóvel (progressividade fiscal) que só passou a existir com o advento da EC 29/00. De acordo com esta, a progressividade ocorre com base no valor dos imóveis, permitindo que o município cobre alíquotas maiores para imóveis urbanos mais caros.

O IPTU é um imposto lançado de ofício (sem participação do sujeito passivo) e normalmente incide no dia 01 de janeiro de cada ano.

Por fim, destaca-se que a EC 29/00 incluiu o inciso II, no § 1º, do art. 156, da CF/88, possibilitando que as alíquotas do IPTU sejam diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.

Súmula 668, STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.

Súmula 589, STF: É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte.

Súmula 583, STF: Promitente- Comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano.

Súmula 539, STF: É constitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro.

Súmula 614, STJ: O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas

referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos.

Súmula 397, STJ: O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço.

Súmula 160, STJ: É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.

1140

13.3.2.

IMPOSTO

TRANSMISSÃO

DE

BENS

IMÓVEIS

Disposto no artigo 156, II, da CRFB/1988, é de competência dos municípios, incidindo sobre a transmissão, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de bens imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. É imposto cobrado por ocasião da compra e venda de bens imóveis.

O contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como a lei dispuser, bem como a base de cálculo é o valor venal do imóvel. As alíquotas são fixadas por lei municipal.

13.3.2.

IMPOSTO

TRANSMISSÃO

DE

BENS

IMÓVEIS

Disposto no artigo 156, II, da CRFB/1988, é de competência dos municípios, incidindo sobre a transmissão, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de bens imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. É imposto cobrado por ocasião da compra e venda de bens imóveis.

Destaca-se que o ITBI não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.

O contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como a lei dispuser, bem como a base de cálculo é o valor venal do imóvel. As alíquotas são fixadas por lei municipal e o município competente para a cobrança desse imposto é aquele da situação do bem.

O ITBI incide apenas sobre os modos derivados de aquisição da propriedade (como contrato ou sucessão hereditária, ou seja, relação entre pessoas), não incidindo quando o modo de aquisição foi originário (sem alienante voluntário, como desapropriação e usucapião). Ademais, a CF/88 estabeleceu imunidade (art. 184, § 5º) de impostos federais, estaduais e municipais

sobre as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.

Conforme entendimento do STJ (REsp 1.188.655/RS), incide ITBI sobre a arrematação judicial de bem imóvel em leilão público (hasta pública).

O fato gerador desse imposto ocorre com o registro da transmissão da propriedade no Cartório de Registro de Imóveis, não sendo considerado o mero registro do contrato de compromisso de compra e venda no Cartório de Títulos e Documentos. Seu lançamento ocorre por declaração.

Súmula 656, STF: É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel.

Súmula 329, STF: O imposto de transmissão inter vivos não incide sobre a transferência de ações de sociedade imobiliária

Súmula 328, STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão inter vivos sobre a doação de imóvel.

Súmula 110, STF: O imposto de transmissão inter vivos não incide sobre a construção, ou parte dela, realizada pelo adquirente, mas sobre o que tiver sido construído ao tempo da alienação do terreno.

Súmula 111, STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão inter vivos sobre a restituição, ao antigo proprietário, de imóvel que deixou de servir à finalidade da sua desapropriação.

Súmula 108, STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão inter vivos sobre o valor do imóvel ao tempo da alienação e não da promessa, na conformidade da legislação local.

1140

13.3.3.

IMPOSTO

SOBRE

SERVIÇOS

O imposto ora analisado, disposto no artigo 156, III, da CRFB/1998, incide sobre os

13.3.3.

IMPOSTO

SOBRE

SERVIÇOS

O imposto ora analisado, disposto no artigo 156, III, da CRFB/1998, incide sobre os

serviços, excetos os serviços de comunicação e transporte intermunicipal e interestadual.

O contribuinte é o prestador de serviços. A alíquota é fixada por lei municipal. Há que ser observado, ainda, nos termos do artigo 156 da Constituição Federal, a saber:

§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Logo, nas exportações de serviços para o exterior, há imunidade constitucionalmente prevista. Ademais, convém ressaltar que há de ser observada a Lei Complementar 116/2003, bem como sua lista anexa, que traz o rol de atividades consideradas “serviços”, para o fim da incidência do ISS.

serviços de qualquer natureza não compreendidos no campo de incidência do ICMS, excetuando os serviços de comunicação e transporte intermunicipal e interestadual, desde que definidos em lei complementar, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. Nesse caso, a lei responsável é a LC 116/03 que deve ser observada em conjunto com sua lista anexa.

Os serviços tributáveis são definidos em lei complementar, mas a instituição efetiva do tributo ocorre por meio de lei ordinária municipal. Cumpre destacar que os serviços, para serem tributáveis, devem ser destinados a terceiros, conforme se verifica no seguinte precedente:

TRIBUTÁRIO. INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA. CONSTRUÇÃO FEITA PELO INCORPORADOR EM TERRENO PRÓPRIO. ISS. NÃO INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO A TERCEIRO. 1. Nos termos da jurisprudência desta Corte, não incide ISS na hipótese de construção feita pelo próprio incorporador, haja vista que, se a construção é realizada por ele próprio, em terreno próprio, não há falar em prestação de serviços a terceiros, mas a si próprio, o que descaracteriza o fato gerador. (STJ, AgRg REsp 1.295.814/MS, Rel. Min. Sérgio Kukina, Julgamento em 03/10/2013)

O contribuinte é o prestador de serviços. A alíquota é fixada por lei municipal. Há que ser observado, ainda, nos termos do artigo 156 da Constituição Federal, a saber:

§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Em cumprimento ao dispositivo constitucional, o art. 2º, I, da LC 116/2003, dispõe:

Art. 2º O imposto não incide sobre:

I – as exportações de serviços para o exterior do País;

Por outro lado, o imposto incidirá, caso os serviços sejam desenvolvidos no Brasil, desde que tenham seus respectivos resultados verificados aqui, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior.

A base de cálculo do ISS é o preço do serviço, tendo alíquota máxima de 5% e mínima de 2% pela lei complementar. A LC 157/16 definiu, ainda, que o ISS não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima de 2%.

O lançamento é por homologação, pois o contribuinte, a cada fato gerador, fica obrigado a calcular o valor do imposto devido e antecipar o pagamento sem o prévio exame da autoridade administrativa.

Súmula Vinculante 31: É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis.

Súmula 167, STJ: O fornecimento de concreto, por empreitada, para construção civil, preparado no trajeto até a obra em betoneiras acopladas a caminhões, e prestação de serviço, sujeitando-se apenas a incidência do ISS.

Súmula 138, STJ: O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis.

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