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1. Capítulo – A comunicação e a avaliação da atividade científica

1.2 Comunicação Científica

1.2.1 Veículos de comunicação científica: os periódicos

Os periódicos e artigos científicos assumem, então, um papel preponderante ao nível da comunicação científica e são cada vez mais direcionados para a discussão de aspetos específicos e para a resolução de problemas e questões com eles relacionados.

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Os periódicos científicos são, pois, os principais veículos da comunicação científica e têm sobretudo três funções distintas:

1. Ser arquivo da ciência, pois registam de forma permanente as descobertas e avanços científicos;

2. Ser veículos de divulgação e comunicação do saber, uma vez que é através deles que o conhecimento fica disponível à comunidade;

3. Ser meios de conferir prestígio e reconhecimento aos autores, pois os artigos são avaliados pelos pares antes de serem publicados.

A literatura científica teve origem, na Europa, no século XVII, especialmente na França e Inglaterra onde a prática da troca de correspondência entre pessoas dedicadas à investigação foi substituída pela publicação em revistas que asseguravam um certo controlo de conteúdo.

Historicamente, o primeiro periódico científico surgiu em 1665, em Paris - Journal dês

Sçavans - e tinha como objetivo a publicação de notícias sobre acontecimentos

europeus na “república das letras”. Este primeiro periódico de periodicidade semanal (Castillo & Carretón, 2010; Stumpf, 1996) publicava todo o tipo de notícias de interesse científico e cultural, centrando-se fundamentalmente nas áreas da Química, Física, Meteorologia e Anatomia.

No mesmo ano, surgiu em Londres, a revista que seria considerada precursora do periódico científico – a Philosophical Transaction, criada pelo Conselho da Royal Society (ou Phil Trans, como é comummente mencionada), tendo sido produzida pelo Secretário da Sociedade, Henry Oldenburg. Esta publicação era tida como mais científica que a congénere francesa pois relatava com exatidão as experiências realizadas, deixando de parte a Lei e a Religião. Esta revista era publicada mensalmente e rapidamente atingiu as 1.200 cópias mensais (Stumpf, 1996, p. 2).

Segundo Stumpf (2008, p. 10), “o Journal dês Sçavans e o Philosophical Transaction contribuíram como modelos distintos para a literatura científica: o primeiro influenciou

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o desenvolvimento das revistas dedicadas à ciência geral, sem comprometimento com a área específica, e o segundo se tornou modelo das publicações das sociedades científicas, que apareceram em grande número na Europa, durante o século XVIII.”

Nestes primeiros tempos e, como explicam Zuckerman e Merton (1971) as novas sociedades científicas e academias foram decisivas, uma vez que o periódico científico começou a ter um papel cada vez mais importante na troca da comunicação científica escrita.

Durante o século XVIII, os periódicos científicos espalham-se por toda a Europa como principais veículos de comunicação científica, tendo para tal contribuído o aumento significativo do número de títulos até então existentes. É também nesta altura que aparecem os primeiros periódicos científicos especializados em áreas específicas do conhecimento e surge o conceito de revisão pelos pares (peer reviews).

O primeiro periódico a utilizar este conceito foi o Medical Essays and Observations by a

Society in Edinburg, em 1713, no qual a revisão abrangia instruções para colaboradores

e autores e indicava um possível retorno ao autor para revisão.

Os periódicos que no século XVII tinham como principal função a divulgação das pesquisas realizadas entre os investigadores de sociedades/comunidades científicas adquirem também no século XVIII novas e importantes funções. Os periódicos passam a assumir funções de registo de direitos de autoria de descoberta científica e, em 1709, é introduzido o conceito de copyright.

Com todas estas alterações, os periódicos científicos assumem cada vez mais importância para a comunicação científica.

Um dos primeiros obstáculos que teve de ser superado, como menciona Maltrás (1996), foi a atitude de encobrimento ou ocultação dos resultados por parte dos investigadores perante a possibilidade de plágio dos seus resultados. Para este efeito, e com o intuito de incentivar a publicação, os autores são convidados a fazer uma breve apresentação

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e divulgação dos seus resultados, assegurando a sua publicação imediata, de forma a proteger a autoria mediante a certificação de receção do manuscrito facultada pela

Royal Society e pela própria publicação.

No século XIX, a publicação de artigos em periódicos ganha nova dinâmica, pois a produção de periódicos científicos aumenta significativamente. Para tal terá contribuído o facto de a mesma ter passado a ser feita também por editoras comerciais, pelo Estado e pelas universidades. Outro fator que terá contribuído para este aumento, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, é o facto de o número de investigadores ter aumentado e, com eles, aumentado o número de descobertas, invenções e inovações científicas e tecnológicas divulgadas através da publicação de artigos científicos, o que fez com que os periódicos científicos ganhassem credibilidade suficiente para conseguir superar os livros (Menezes & Couzinet, 1999; Stumpf, 1996). Este aumento de popularidade deveu- se também a dois fatores: tempo e dinheiro. Os livros tinham um período de publicação muito longo. Desde que começavam a ser escritos até à sua publicação final o processo podia demorar anos. Este longo período fazia com que houvesse um enorme custo com a produção livreira. Para resolver estes problemas, os cientistas decidiram publicar as suas obras em pequenas partes. Contudo, a divisão feita dividia também os assuntos, o que dificultava, em muito, a leitura. Para isto, as revistas, algumas delas já em publicação, foram-se adaptando e ganhando uma estrutura semelhante à que hoje conhecemos e que resolveu os diversos problemas existentes (Fernandes, 2013).

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial que o desenvolvimento da ciência se passou a basear na relação com o governo, setor produtivo, comunidade científica e sociedade, culminando com a crescente importância do conhecimento científico para a humanidade, caracterizando uma espécie de contrato social em que os investigadores têm a função de produzir informação para conceção de conhecimento útil à sociedade (e.g., produtos, processos, medicamentos e armas), a fim de permitir o crescimento económico e o desenvolvimento social.

Entretanto, antes desse conhecimento científico gerar o crescimento económico e o desenvolvimento social, existe uma sequência ordenada na sua produção e

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comunicação, processos que envolvem, entre outros, as sociedades científicas, editores e bibliotecas. Estes processos já estão envolvidos quando o investigador publica o seu trabalho de investigação, pois utilizou informações já publicadas e comunicadas para puder publicar e comunicar a sua própria pesquisa.

Ao comunicar seus trabalhos, o pesquisador necessita ter acesso ao conhecimento já registrado e, nesse processo, faz referência às ideias ou aos resultados de pesquisas de autores que o precederam, o que gera uma lista de referências bibliográficas consultadas pelo seu autor […]. As referências bibliográficas são necessárias para identificar os pesquisadores cujos conceitos, métodos ou teorias serviram de inspiração, ou foram utilizados pelo autor no desenvolvimento de seu próprio trabalho, estabelecendo assim um processo de referência e citação (Vanz & Caregnato, 2007, p. 248).

É certo que desde as primeiras publicações científicas muito mudou na estrutura da ciência. Porém, o sistema de publicação tem apresentado uma forte estabilidade e continua a ser a principal via de disseminação de resultados, já que através deste meio os investigadores podem assegurar a autoria das suas descobertas e contar com a valorização e avaliação por parte dos seus pares.

A adoção do artigo como principal veículo para a comunicação científica apoia-se na certificação dos pares, que acompanhou as primeiras publicações desde a sua instituição. Os árbitros por pertencerem à mesma área de conhecimento são tidos como hábeis no julgamento, conforme critérios estabelecidos pela própria comunidade.

O artigo científico, como padrão de publicação e formato atual, segundo Meadows (1999), é resultado de uma série de mudanças durante os três últimos séculos que resultou nessa forma de disposição do título, nome e endereço do autor, resumo, corpo do texto conforme modelo padrão e referências bibliográficas, estes também decorrentes do aumento e complexidade da comunidade científica e da necessidade de melhorar a comunicação entre os seus membros, facilitando a recuperação da informação.

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O avanço das novas tecnologias de informação e comunicação (TIC), em particular, as mudanças ocorridas com o aparecimento da Internet nos finais dos anos 80 do século XX e da World Wide Web (WWW) na década seguinte, determinaram novas formas de publicar a literatura científica – passando de um suporte exclusivamente em papel para outros suportes, como o digital – e alteraram o fluxo da sua comunicação (Rosa & Gomes, 2010, p. 21).

Vickery (1999) chama a atenção para a ausência de mudanças em determinadas funções até então bem definidas ao nível da comunicação científica. Exemplifica que, com o desenvolvimento da Internet, os autores podem agora ser também editores e com apenas um computador assumir funções de impressores, bibliotecários e livreiros, assim como tornar-se produtores de bases de dados.

Também Meadows (1999) aponta para a falta de clareza da comunicação formal e informal após a introdução das novas tecnologias de rede. Assinala ainda que a partir do momento em que um arquivo eletrónico de pre-prints, sem avaliação, pode chegar ao utilizador final da mesma maneira que um periódico eletrónico avaliado por pares, é necessário que se estabeleça a distinção entre os conceitos de comunicação formal e informal que podem não mais se aplicar. O autor alerta para o impacto na estrutura geral da informação científica com o desenvolvimento das tecnologias de rede, assim como em relação aos papéis de autores e utilizadores na nova era eletrónica.

Em meados da década de 1990, Hurd (2004) reexaminou o processo de comunicação científica e identificou os efeitos emergentes da Internet (e-mail e listas de discussão e publicações eletrónicas). A autora teve em conta desenvolvimentos como a auto- publicação na Web e em repositórios institucionais.

Na era digital, que cria as condições e oportunidades para a disseminação do conhecimento científico, assiste-se a uma migração da publicação académica para a

Web, aumentando a partilha ativa deste conhecimento.

Apesar dos alertas, a difusão, ampliada e rápida, da publicação e de outros mecanismos de comunicação dos resultados da investigação, traz benefícios à comunidade de

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investigadores e à sociedade em geral e revela-se de grande importância para o futuro da investigação.

Segundo Miguéis, as TIC, em especial a Internet e a Web, trouxeram grandes mudanças ao modo de publicar a informação.

A utilização do suporte digital acelerou o fluxo da comunicação e, com a escala mundial da Internet e da WWW, deu origem à revolução digital. A Web nasceu no contexto da comunidade científica e tecnológica, como forma de comunicar e relacionar a ciência o que contribuiu de modo significativo para o fomento do processo de construção social do conhecimento (Miguéis, 2012, p. 5).

Estas novas tecnologias permitiram, então, uma maior interação entre académicos e público em geral. A própria Internet tendo começado como um produto desenvolvido pela e para a comunidade académica, transformou-se numa ferramenta fundamental para a investigação, transformando profundamente todo o processo de ensino e acesso à informação. Atualmente a comunidade académica e científica tem acesso eletrónico a milhares de fontes de informação em formato digital.

A colaboração entre investigadores cresce por um conjunto diversificado de razões. O desenvolvimento das tecnologias de comunicação e a redução de custos com os transportes tornam cada vez mais fácil e possibilitam o trabalho conjunto dos investigadores; a escala das questões de investigação e o equipamento exigido para as estudar “obrigam a que o investigador seja móvel e recetivo” (Meier zu Verl & Horstmann, 2011, p. 361).

Como referem Belliston et al.

“Graduate students, undergraduate students, and many faculty use electronic information tools to share aspects of their professional and educational works in a way that can be defined as publishing, even though it appears to be far removed from traditional publishing in the print world. They are more likely now and in the future to experience content of all kinds as digital, easily available, reusable, and shareable. Students as well as faculty are content creators and content users, shifting between

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those roles in many aspects of their work. Publishing is no longer the purview of specialists, and the traditional definitions are being challenged” (2013, p. 6).

O surgimento destas novas formas de comunicação científica levou alguns autores (McMurdo, 1995) a falarem de um novo tipo de comunicação, ao lado da formal e da informal, e que é a comunicação científica eletrónica. Esta tem características da comunicação informal e formal. Da primeira podem, por exemplo, referir-se a troca de informações entre investigadores através de e-mail, blogues, etc.; da segunda destacam-se a edição eletrónica de diversos documentos como ebooks e periódicos científicos eletrónicos.

Com o desenvolvimento da Internet e consequente surgimento de recursos eletrónicos surgem os periódicos em formato digital/online e o seu acesso e disponibilização facilitados.

A primeira revista científica eletrónica surgiu em 1978 sob o título de Electronic

Information System, nos Estados Unidos da América. Porém, parece não ter tido muito

sucesso. Mais tarde surge no Reino Unido, entre 1980-1984, a Computer Human Factors e em França, entre 1984-1987, Journal Revue (Menezes & Couzinet, 1999).

Na década de 90, verifica-se um aumento generalizado de páginas web o que teve naturalmente consequências no aumento do número de artigos disponibilizados em formato eletrónico. Este novo formato era visto com bons olhos porque ao mesmo tempo que preservava o processo normal de publicação (submissão do texto, avaliação pelos pares, divulgação, controlo de assinaturas…) tornava muito mais fácil o acesso, que podia agora ser feito de forma remota, 24h/7 dias por semana (Menezes & Couzinet, 1999; Stumpf, 1996).

Os periódicos científicos adquiriram enorme importância. Através deles, a divulgação dos resultados de investigação ganhou uma nova dinâmica, uma vez que numa só publicação estão reunidos e disponibilizados trabalhos de diversos autores (Barbalho, 2005).

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Hoje em dia, o número de artigos e de periódicos em formato eletrónico é muito grande e são cada vez menos os casos de revistas que se publicam única e exclusivamente em formato impresso. As imensas bases de dados existentes fornecem artigos de inúmeras áreas científicas e estão disponíveis a partir dos nossos computadores pessoais. É mesmo impensável fazer uma investigação sem recorrer a pesquisas em bases de dados eletrónicas (Stumpf, 1996). Estas bases de dados apresentam uma enorme qualidade no que respeita aos seus conteúdos, uma vez que passam por um rigoroso processo de avaliação antes de serem publicados. Assim sendo, são artigos de qualidade e rigor científico.

Os periódicos eletrónicos disponibilizam uma série de funcionalidade que lhes confere um conjunto de características que melhoram e facilitam o seu uso (hiperlinks, facilidades de partilha,…). Segundo Macedo-Rouet, Rouet, Epstein, & Fayard (2003) a multimédia aplicada aos periódicos científicos facilita o acesso à informação, estimula a multiplicação de fontes de informação, diminui a restrição de espaço e os custos de distribuição e incentiva a formação de grupos de discussão à distância.

Outra questão muito importante e que, nos dias de hoje, é uma realidade prende-se com o acesso, uma vez que quase todos têm, em suas casas, computador e acesso à

Internet. Mesmo quando isso ainda não é uma realidade existem diversos espaços

públicos (bibliotecas, arquivos…) que disponibilizam computadores com acesso à web. A partir deste acesso web podemos aceder a um mundo infinito de conhecimentos que estão disponíveis nas bases de dados eletrónicas. Assim, em qualquer lado se pode aceder aos documentos que nos interessam sem termos que estar preocupados com deslocações a um espaço físico ou horários de funcionamento, entre outras questões que podem dificultar o trabalho de investigação.

Nos últimos anos, as bibliotecas, em particular as das instituições de ensino e investigação, têm-se rendido a este novo tipo de veículo da ciência. Os periódicos eletrónicos têm ganho uma importância extrema e ninguém contesta que os mesmos representam um dos melhores formatos para divulgação e consulta da investigação. São, por isso, muitos os estudos que analisam a transição do impresso para o eletrónico.

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Podemos pelo menos destacar três grandes revisões de literatura que sumarizam os estudos, feitos nos últimos 50 anos, relativamente aos hábitos de leitura e, mais recentemente, também analisam a transição do impresso para eletrónicos. Vários são os autores (King & Tenopir, 1999; Rowlands, 2007) que descrevem muitos estudos nacionais ou regionais nos quais houve uma vasta aceitação dos recursos eletrónicos por parte dos académicos um pouco por todo o mundo, sobretudo quando a infraestrutura é adequada e os recursos de alta qualidade estão disponíveis. Os obstáculos à adoção dos periódicos eletrónicos estão principalmente relacionados com a falta de acesso ou o acesso limitado a recursos fundamentais (Vakkari, 2006) e muitas vezes a falta de formação por parte dos utilizadores no uso dos interfaces dos fornecedores de conteúdos ou a existência infraestrutura tecnológica insuficiente (Nazim, 2008; Raza & Upadhyay, 2006).

Podemos, então, afirmar que nas últimas décadas se tem verificado um aumento da aquisição de recursos eletrónicos por parte das bibliotecas universitárias. O aumento dos conteúdos eletrónicos tem sido especialmente significativo no caso das subscrições por via do big deal. Os estudos baseados na análise de estatísticas corroboram a variedade e a amplitude dos conteúdos desejados pelos utilizadores e as vantagens que este modelo de licenciamento proporciona (Rodríguez Bravo, Borges, Fernandes, Merino, & Oliveira, 2013, p. 1190).

Naturalmente as vantagens e características dos recursos eletrónicos, bem como o volume de informação disponível online têm consequências no comportamento “informativo” dos investigadores com consequências óbvias na sua própria investigação e produção científicas (Massad, Brown, & Tucker, 2011).

Sobre os periódicos eletrónicos e o uso das TIC ao nível das instituições de ensino superior destacam-se, pois, vários estudos, sobretudo na bibliografia internacional, na qual se encontraram algumas teses, dissertações e artigos. Ao nível das teses e dissertações sobre o uso de periódicos científicos online destacamos os estudos realizados nos Estados Unidos (Hill, 2004; Kozak, 2007), na Suécia (Anderson, 2000), na Turquia: (Besimoglu, 2007), no Brasil: (Almeida, 2006, 2013; Costa, 2007; Oliveira, 2006;

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Silva, 2001), e em Espanha (Térmens i Graells, 2007). Também em Portugal encontrámos algumas teses sobre esta relação entre os periódicos eletrónicos e as TIC (Costa, 2008; Melo, 2012; Pacheco, 2003; Pinto, 2003; Tomé, 2003).

Como já referido anteriormente, e sobretudo na última década, têm aumentado os estudos sobre o uso de recursos eletrónicos: periódicos e ebooks (Boukacem-Zeghmouri & Schöpfel, 2008; Huntington, Nicholas, Jamali, & Tenopir, 2006; Nicholas et al., 2008; Ollé-Castellà, 2010; Ollé-Castellà & Borrego, 2010; Tenopir, 2011; Tenopir & King, 2008; Tenopir & Volentine, 2012a) que abordam a temática da utilização deste tipo de recursos, por parte das bibliotecas universitárias, sob diversos prismas, ou seja, desde o consumo deste tipo de conteúdos até às consequências que os mesmos estão a ter ao nível da produção científica em diversos países.