5.2 ESTUDO DE CASO
5.2.2 Vigas
As vigas foram calculadas de acordo com a metodologia apresentada no capítulo 3.4 deste trabalho. Foram utilizadas, como auxílio, planilhas elaboradas no software Excel. O cálculo e as considerações adotadas serão demonstradas brevemente. A viga dimensionada será a V6. Ressalta-se que o detalhamento completo está disponível no apêndice B.1. Percebe-se que a viga não apresenta descontinuidades causadas por pilares em seu comprimento. Neste caso considera-se apenas um tramo para a viga em questão.
5.2.2.1 Pré-dimensionamento
As dimensões adotadas durante o pré-dimensionamento foram:
• Vão efeitivo=392 cm; • Tipo: Retangular; • b=15cm; • h=40cm. 5.2.2.2 Carregamentos Peso próprio
Q
pp= h.b.γ
c= 0, 4.0, 15.25 = 1, 5kN/m
FechamentoAqui considerou-se o pé direito como 2,8m.
Q
f e= h
alv.b
alv.γ
alv= 2, 8.0, 15.13 = 5, 46kN/m
Reações das lajesNa viga 6 ocorrem reações da laje L5 e da laje L1. Calculando os valores:
Q
v1= 1, 15kN/m
, considerando o vão de 0 a 140cm;Q
v2= 2, 73kN/m
, considerando o vão de 140 a 386cm; Cargas pontuaisExiste uma reação pontual da viga V3 no ponto que distancia 138 cm da origem (de baixo para cima) de valor 34,71 kN.
Total
A distribuição final dos carregamentos está demonstrada na Figura 65. Para fins de comparação, considerou-se os apoios extremos como engastes. os apoios extremos como engastes. Esta simplificação é necessária pois o aplicativo dimensiona apenas barras unidimensionais.
Figura 65 – Distribuição dos carregamentos
Fonte: Produzido pelos autores.
Os esforços resultantes, momentos fletores e esofrços cisalhantes, podem ser conferidos nas Figura 66 e 67, respectivamente.
Figura 66 – Momentos fletores na viga V6
Fonte: Produzido pelos autores.
Logo, os momentos fletores principais adotados para os cálculos são:
M
k,esq= −31, 6kN/m
M
k,centro= −18, 4kN/m
Figura 67 – Esforço cisalhante na viga V6
Fonte: Produzido pelos autores.
O esforço cisalhante principal adotado para os cálculos são:
V
k= 41, 9kN
5.2.2.3 Armadura
Reitera-se que os valores dos momentos fletores e esforços cortantes obtidos nos diagramas foram multiplicados pelo coeficiente de 1,4 a fim de obter-se as configurações do estado limite último.
5.2.2.3.1 Longitudinal Armadura positiva
x = 1, 25.d.(1 − (
q
1 −
Md 0.425.fcd.b.d2)
x = 1, 25.36.(1 − (q1 −
0.425.1,785.15.362562 2) = 4, 1cm
A
s=
fyd.(d−0,4.x)MdA
s=
43,48.(36−0,4.4,1)2562= 1, 71cm/m
onde a armadura mínima é:
A
s≥ ρ
min.b.h =
0,15100.40.15 = 0, 9cm/m
O espaçamento mínimo deve ser maior que 23 mm, considerando o diâmetro máximo do agregado graúdo como 19mm.
s
mn≥
20mm
barra1, 2d
agr= 23mm
s = b − 2c − 2
estribo−2
barras = 15 − 2.3 − 2.0, 5 − 2.1, 25 = 5, 5cm > 2, 3cm
Logo, adota-se 2 barras de diâmetro 12,5mm, em uma camada. A armadura efetiva: 2,45cm².
d
real= 3 + 0, 5 +
1,252= 4, 125cm > 4cm
A altura útil estimada é menor que a altura útil real, por isso a armadura não será recalculada.
Armadura negativa
• Apoio esquerdo (Pilar P4)
x = 1, 25.d.(1 − (
q
1 −
Md 0.425.fcd.b.d2)
x = 1, 25.36.(1 − (q1 −
0.425.1,785.15.364424 2) = 7, 35cm
A
s=
f Md yd.(d−0,4.x)A
s=
43,48.(36−0,4.7,35)4424= 3, 08cm/m
onde a armadura mínima é:
A
s≥ ρ
min.b.h =
0,15100.40.15 = 0, 9cm/m
O espaçamento mínimo deve ser maior que 23 mm, considerando o diâmetro máximo do agregado graúdo como 19mm.
s
mn≥
20mm
barra1, 2d
agr= 23mm
s = b − 2c − 2
estribo−2
barras = 15 − 2.3 − 2.0, 5 − 2.1, 25 = 5, 5cm > 2, 3cm
Logo, adota-se 3 barras de diâmetro 12,5mm, em uma camada. A armadura efetiva: 3,67cm².
A altura útil estimada é menor que a altura útil real, por isso a armadura não será recalculada.
• Apoio direito (Pilar P1)
x = 1, 25.d.(1 − (
q
1 −
Md 0.425.fcd.b.d2)
x = 1, 25.36.(1 − (q1 −
0.425.1,785.15.363234 2) = 5, 24cm
A
s=
f Md yd.(d−0,4.x)A
s=
43,48.(36−0,4.5,24)3234= 2, 19cm/m
onde a armadura mínima é:
A
s≥ ρ
min.b.h =
0,15100.40.15 = 0, 9cm/m
O espaçamento mínimo deve ser maior que 23 mm, considerando o diâmetro máximo do agregado graúdo como 19mm.
s
mn≥
20mm
barra1, 2d
agr= 23mm
s = b − 2c − 2
estribo−2
barras = 15 − 2.3 − 2.0, 5 − 2.1, 25 = 5, 5cm > 2, 3cm
Logo, adota-se 2 barras de diâmetro 12,5mm, em uma camada. A armadura efetiva: 2,45cm².
d
real= 3 + 0, 5 +
1,252= 4, 125cm > 4cm
A altura útil estimada é menor que a altura útil real, por isso a armadura não será recalculada.
5.2.2.3.2 Transversal
Calcula-se inicialmente a força cortante resistente de cálculo da viga:
V
Rd2= 0, 27α
V 2.f
cd.b
w.d
onde:
α
V 2= 1 −
250fck= 0, 9
Logo:
como
V
d= 1, 4.41, 9 = 58, 66kN
, temos queV
Rd2> V
d.Verfica-se também que a relação
0, 67.V
Rd2> V
d também é verdadeira, o queserá útil para o cálculo do espaçamento máximo.
s
mx= 0, 6d para V
sd≤ 0, 67.V
Rd2s
mx= 22mm
A parcela de força absorvida por mecanismos complementares ao da força cortante absorvida por outros mecanismos:
V
c= 0, 6.f
ctd, b
w.d = 0, 6.1282, 5.0, 15.0, 36 = 41, 55kN
logo, o valor que o concreto resiste é 17,11kN.
A armadura mínima, de acordo com a NBR 6118:
As,mn s
=
0,2.fctm.bw fyd As,mn s=
0,2.2564,9.0,15 43,48= 1, 77cm/m
Calculando a área de aço:
As,mn s
=
Vsw 0,9.d.fyd As,mn s=
17,11 0,9.0,36.43,48= 1, 21cm/m
Calculando o espaçamento efeitivo considerando estribos
s =
2As,efAs
=
2.0,196
1,77
= 22mm
de diâmetro 5mm.5.2.2.4 Detalhamento
Comprimento de ancoragem básico:
f
bd= η
1.η
2.η
3.f
ctd= 2, 8M P a
l
b=
φ4.
fydfbd
= 47, 2cm
Comprimento de ancoragem necessário:
l
b,nec= α.l
b.
As,calc As,ef≥ l
b,mnl
b,mn≥
0, 3.l
b= 14, 2cm
10 = 12, 5cm
l
b,nec= 0, 7.47, 2.
2,342,45= 31, 56cm
para o apoio no pilar P45.2.2.5 Resultados obtidos no aplicativo
A seguir o mesmo dimensionamento realizado anteriormente será calculado através do aplicativo. As telas de resultados e do relatórios estão dispostas a seguir.
Uma das simplificações adotadas durante o dimensionamento pelo aplicativo, foi a consideração de engastes nas extremidades da viga. Uma das consequencias disto é o aparecimento de momentos negativos nas extremidades.
Figura 68 – Resultados (Vigas) - Distribuição dos carregamentos
Fonte: Produzido pelos autores
A fim de compensar as inconsistências geradas pela simplificação dos apoios, o aplicativo analisa todos os momentos da viga, determinando, desta forma, os maiores esforços no primeiro quarto de cada viga, no centro e no último quarto. Desta forma os valores obtidos podem ser verificados nas Figuras 69 e 70, bem como na Tabela 2.
Figura 69 – Resultados (Vigas) - Esforços Cortantes
Fonte: Produzido pelos autores
Figura 70 – Resultados (Vigas) - Momentos Fletores
Tabela 2 – Esforços resultantes - Comparação entre softwares Aplicativo FTool
M
k,esq -31,6 kN.m -31,6kN.mM
d,centro 18,3 kN.m 18,4 kN.mM
d,dir -23,1 kN.m -23,1 kN.mV
k,mx 41,9 kN 41,9 kNFonte: Produzido pelos autores.
Percebe-se que os valores encontrados utilizando o aplicativo são os mesmos, ou muito próximos aos encontrados no software FTool. Ressalta-se, entretanto, que a simplificação dos apoios resulta em valores mais elevados nas extremidades, enquanto que menores no centro da viga, quando comparado aos resultados esperados utilizando a análise de pórticos planos.
Figura 71 – Resultados (Vigas) - Armadura Longitudinal
Fonte: Produzido pelos autores
Com relação à armadura longitudinal, demonstrada na Figura 71, verificou-se que os valores encontrados foram próximos aos calculados anteriormente. O valor de área superior central representa a armadura construtiva que deve ser dimensionada para este tipo de estrutura.
Figura 72 – Resultados (Vigas) - Armadura Transversal
Fonte: Produzido pelos autores
O valor encontrado para armadura transversal, demonstrado na Figura 72, foi o mesmo do calculado anteriormente.
O relatório final completo de vigas está demonstrado a seguir, contendo o memorial de cálculo.
Figura 73 – Tela 1 - Relatório de vigas
Fonte: Produzido pelos autores
Inicialmente (Figura 73) são apresentados os dados da situação geométrica do elemento dimensionado, bem como as considerações iniciais.
Figura 74 – Tela 2 - Relatório de vigas
Fonte: Produzido pelos autores
Caso a opção de dimensionamento manual dos esforços das vigas, um resumo é apresentados das considerações e etapas de cálculo (Figuras 74 e 75).
Figura 75 – Tela 3 - Relatório de vigas
Fonte: Produzido pelos autores
Alguns dos dados apresentados são a matriz de rigidez, os deslocamentos, a matriz de reações e esforços em cada barra. No caso específico do dimensionamento realizado, como trata-se de uma viga bi-engastada, os deslocamentos são considerados nulos nas extremidades, ocasionando em matrizes nulas, como pode ser observado na Figura 75.
Figura 76 – Tela 4 - Relatório de vigas
Fonte: Produzido pelos autores
Calculados os esforços (Figura 76), inicia-se o dimensionamento de armaduras longitudinais (Figuras 77,78, 79 e 80).
Figura 77 – Tela 5 - Relatório de vigas
Fonte: Produzido pelos autores
São demonstrados os valores intermediários obtidos para posterior verificação dos parâmetros adotados.
Figura 78 – Tela 6 - Relatório de vigas
Fonte: Produzido pelos autores
As armaduras longitudinais, no caso de dimensionamento manual, são calculadas para as extremidades, bem como para seu centro.
Figura 79 – Tela 7 - Relatório de vigas
Fonte: Produzido pelos autores
Parte da determinação das armaduras é a verificação dos casos gerados pelo momento fletor, que podem exigir armadura simples ou dupla.
Figura 80 – Tela 8 - Relatório de vigas
Fonte: Produzido pelos autores
O aplicativo realiza o cálculo do comprimento de ancoragem para as barras que tiveram as armaduras definidas (Figura 80).
Figura 81 – Tela 9 - Relatório de vigas
Fonte: Produzido pelos autores
Por fim é apresentado o cálculo de armadura transversal, assim como sua verificação de resistência (Figura 81).