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3.3 O Programa de Aceleração do Crescimento enquanto política pública de

3.3.1 Uma visão geral sobre o PAC

O modelo neoliberal implementado a partir de 2003, levou em consideração as mudanças já realizadas nos anos anteriores, acentuando o que o Banco Mundial denominou de “gestão empresarial do Estado” com o “controle dos riscos regulatórios”. Para tanto, o Banco Mundial propõe aos países emergentes, dentre eles o Brasil, uma maior e melhor participação do setor privado na área de infraestrutura, com o gerenciamento do governo garantindo a redução de custos do capital e a elevação da rentabilidade de longo prazo das concessões (BANCO MUNDIAL, 2007). Nos anos que se sucederam à edição da Lei das PPPs, o governo brasileiro firmou compromisso com diversos atores envolvidos no processo, dentre eles o setor privado, os governos federal, estaduais e municipais e o BNDES16, para subsidiar o

à época, Tancredo Neves; sua administração compreendeu o período de 15 de março de 1985 a 15 de março de 1990.

16 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é uma empresa pública,

constituindo-se como administração pública indireta, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, foi fundada em 1952, e tem como principal função o financiamento de

conjunto de medidas em infraestrutura que fariam crescer o país. Esse pacto foi criado em 2007 e passou a ser denominado como Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, 2010)

Originado durante o Governo Lula, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) promoveu a retomada do planejamento e execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética do país, contribuindo para o seu desenvolvimento acelerado e sustentável. Assumiu o compromisso de fazer o Brasil crescer de forma acelerada e sustentada. (PAC, sine data).

No primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os principais desafios eram estabilizar a economia e implementar um novo modelo de desenvolvimento para o país, combinando crescimento com distribuição de renda. A tarefa foi cumprida: quatro anos depois, a economia brasileira reunia indicadores positivos como poucas vezes na história, e o mundo atravessava um ciclo contínuo de crescimento. Com a casa arrumada e um cenário internacional favorável, abria-se um horizonte de possibilidades. Era chegado o momento de avançar. O PAC foi uma resposta a esse desafio. (PAC, sine data).

Surge nesse momento uma estratégia que teve como base a recuperação dos planos de infraestrutura, o crescimento do emprego e da renda, o incentivo ao investimento público e privado, a volta dos investimentos em setores estruturantes e, de forma crucial, a construção de uma base requerida para ancorar o desenvolvimento brasileiro. Contudo, para que obtivesse êxito, era preciso que tal planejamento fosse muito bem amarrado no que tange ao aspecto federal, e que houvesse uma cooperação entre os outros entes da Administração Pública e o setor privado. (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, sine data)

A contribuição do Programa de Aceleração do Crescimento para a elevação no número de empregos é indiscutível. O enfoque no resgate do planejamento somado ao retorno dos investimentos em setores estruturante promoveu também o crescimento do investimento público e privado em obras essenciais e para a geração de renda.

Em um outro aspecto, o PAC também teve demasiada importância na mitigação dos impactos causados pela crise nos anos 2008 e 2009. De forma contrária ao que se observava ao redor do globo, o Governo Federal não diminuiu as aplicações

investimentos nas mais variadas áreas econômicas no Brasil, desde que seja um projeto que tenha como almejo o desenvolvimento do Estado como um todo.

no mercado, mas fez uso do PAC junto ao poder do mercado interno para conter os efeitos que a crise econômica internacional causava. (PAC, sine data).

A segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento teve início em 2011, com a ajuda a experiência já vivida, além de mais recursos e outras parcerias com estados e municípios na realização de obras estruturantes com o objetivo de tornar melhor a qualidade de vida da população brasileira. O número de 37 mil empreendimentos, além de volumosos investimentos aparecem de forma notória nessa nova fase. De acordo com o Ministério do Planejamento, em o programa tem conseguido concluir grandes quantidades de obras, incrementar os fluxos dos portos e aeroportos. Pela sua assessoria de imprensa, in verbis:

O PAC concluiu obras em mais de 11.836 km de rodovias, mais de 2.160 km de ferrovias e 54 empreendimentos em portos brasileiros, fortalecendo a competitividade da economia brasileira e reduzindo custos da integração econômica entre as regiões do país e o exterior. No período do PAC, a movimentação portuária aumentou em cerca de 33%, saltando de 755 milhões de toneladas em 2007 para mais de 1 bilhão de toneladas em 2015. A capacidade dos aeroportos brasileiros foi ampliada em mais de 70 milhões de passageiros por ano, com a conclusão de 54 empreendimentos entre Terminais de Passageiros, Pistas e Pátios de Aeronaves. (PAC, sine data).

Dessa forma, o aumento das obras do programa visava à resolução de impasses que pioram a qualidade de vida em grandes cidades e impedem o alcance do real desenvolvimento pela nação. Tem-se como exemplo o fortalecimento da solução relativa à moradia, com o programa Minha Casa, Minha Vida, que ofertou 2,5 milhões de residências e ocasionou na geração de mais de 4 milhões de empregos, mostrando efetivo impulso nas economias locais. (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, sine data)

Ações de financiamento habitacional para obtenção, reforma ou até mesmo construção de novas residências foram destinadas a mais de 3 milhões de famílias entre os anos de 2007 e 2014. Da mesma forma, outros quase 220 mil contratos para que novos imóveis foram financiados surgiram em 2015. (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, sine data)

Tratando-se de saneamento básico, destacando-se que este inclui obras de fornecimento de água, esgotamento sanitário e de resíduos sólidos (que contribuem para, além de tudo, a prevenção de doenças e melhoria na qualidade de vida populacional), houve a entrega de 4.653 construções em 2.137 municípios, atingindo diretamente quase 8,5 milhões famílias. Outro dado importante é o investimento na

prevenção de acidentes em áreas consideradas de risco, através de 163 obras que beneficiarem quase 850 mil famílias, com a redução significativa da fragilidade populacional em relação aos desastres naturais. (PAC, sine data).

Além disso, houve investimento na melhoria de equipamentos em empreendimentos das áreas educacionais, como em quadras esportivas, creches e pré-escolas; na área da saúde, com atenção às Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Unidades Básica de Saúde (UBS); e outras áreas como a cultural e a tecnológica.

Os números apontam mais de 30 mil empreendimentos, estando 10.416 já efetivamente construídos, havendo contribuição nas áreas anteriormente citadas e em outras mais, fornecendo à população acesso à cultura, qualificação profissional, inclusão digital, entre outros. (PAC, sine data).

Outrossim, cabe destaque ao programa Luz para Todos, que levou energia elétrica a quase 16 milhões de moradores em áreas rurais, com mais de 3 milhões de ligações nunca antes feitas. Tratando-se de fornecimento aquífero, houve a preocupação em dar às regiões mais pobres o correto abastecimento com água tratada. (PAC, sine data).

Fato é que o Programa de Aceleração do Crescimento visou para além do avanço econômico. A união entre a ambição econômica e a garantia de direitos da população culminou em um período marcado por avanços e desenvolvimento do país como um todo.

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