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1 CARACTERIZAÇÃO DA SRE/UBÁ – APOIO E FORMAÇÃO DOS GESTORES

2.3 Apresentação e análise dos resultados da pesquisa

2.3.1 Os resultados da aplicação do questionário

2.3.1.5 Visão do gestor sobre a qualificação oferecida pela SRE/Ubá

Tabela 9: A formação oferecida pela SRE/Ubá

A SRE proporcionou a você a possibilidade de participar de algum

curso de gestão? Respostas

Não 19 29,23%

Sim, mas o conteúdo não ajudou a alterar minhas práticas em ges-

tão. 2 3,07%

Sim, o conteúdo ajudou a alterar minhas práticas de gestão somen-

Sim, o conteúdo ajudou a alterar minhas práticas de gestão tanto na

área administrativa como na área pedagógica. 42 64,62%

Não respondeu 1 1,54%

65 100,00%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir das respostas obtidas no questionário aplicado aos ges- tores escolares da SRE/Ubá em 2012.

A intencionalidade, adstrita à pergunta de número 5 do questionário respondi- do pelos gestores escolares da SRE/Ubá, está relacionada à necessidade de se ve- rificar qual a visão desses gestores em relação aos cursos gerenciais que lhes são oferecidos pela administração regional. A análise das questões anteriores, em espe- cial a questão de número 3, apontou um número considerável de gestores escolares que indicam como o curso com maior nível educacional de formação gerencial de que já participaram o Progestão e outros oferecidos pela SRE.

Porém, uma ressalva deve ser feita, neste ponto, para retomar a explicação contida no item 1.3.1 do capítulo 1. Deve-se recordar que o Progestão é efetiva- mente o único curso com uma formatação mais acadêmica oferecido pela SRE/Ubá, os outros cursos considerados para efeito desta pergunta 5, são elaborados em for- mato de treinamentos setoriais que, por vezes são oferecidos aos gestores. Porém estes treinamentos, em geral, são aplicados em períodos reduzidos, uma semana ou menos, apenas de forma presencial sem uma coordenação entre as ações, expondo mais uma vez a fragmentação do apoio aos gestores que será melhor discutida mais à frente neste PAE e se distanciando do conceito de capacitação demonstrado por Pacheco et al, no referencial teórico. Estes treinamentos breves parecem ser plane- jados, priorizando em sua pauta as demandas dos setores da SRE/Ubá, que acom- panham via de regra determinações advindas da SEE/MG, do que propriamente as- suntos que estejam em consonância com as necessidades dos gestores na escola.

A valorização por parte destes profissionais dos programas de capacitação oferecidos pela SRE/Ubá aumenta a responsabilidade da regional, bem como, da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais, sobre os resultados da Gestão na escola. Dessa forma a análise dos resultados obtidos com as respostas da ques- tão 5, tendem a auxiliar na verificação das hipóteses levantadas no capítulo 1 deste PAE relembradas na introdução deste capítulo 2, de que a SEE/MG e em particular a SRE/Ubá não possuem uma política contínua e atualizada que ofereça aos seus gestores escolares formação, treinamento e apoio necessários e condizentes com o desenvolvimento das competências e habilidades requeridas para o exercício da

gestão estratégica de suas escolas. Assim como, por não existir um setor na SRE/Ubá que reúna a responsabilidade pelos processos de formação e de apoio ao trabalho dos diretores de escola, o atendimento às demandas provenientes da ges- tão nestas instituições de ensino ocorre de forma fragmentada e descontinuada.

Ao se observar as respostas desta questão, primeiramente chama a atenção o número de 19 gestores, ou praticamente 1 em cada 3 que afirma não lhe ter sido proporcionada a possibilidade de participar de cursos gerenciais oferecidos pela SRE/Ubá.

Pode-se refletir sobre este resultado em três aspectos principais: o primeiro seria uma deficiência no sistema de oferta de cursos de gestão por parte da SRE/Ubá, que não estaria conseguindo beneficiar a terça parte dos gestores com programas de formação continuada; o segundo seria a já mencionada mobilidade de profissionais nos cargos de gestão, apurada nas respostas dadas à questão de nú- mero 1, o que tende a tornar mais trabalhosa a tarefa de oferecer cursos aos novos gestores. Como não há processo seletivo ou exigência de capacitação ao gestor an- tes que este seja nomeado para dirigir as escolas, ou mesmo a oferta de capacita- ção como preparação para a gestão escolar, parece estar havendo um descompas- so temporal entre a oferta de formação e a necessidade do gestor; a terceira é a não existência de um sistema contínuo de formação dos gestores, que impossibilitaria a regional de promover qualificação gerencial necessária aos gestores na medida em que as necessidades surgem. Talvez isso ocorra exatamente porque não existe um setor que se responsabilize por tal empreendimento, concentrando as ações neste sentido.

Ações isoladas como aquelas que hoje são oferecidas aos gestores escolares nesta regional, parecem ser insuficientes a eles e limitadoras no aproveitamento das potencialidades que estes instrumentos oferecem quando bem utilizados. No refe- rencial teórico, Lück enfatiza que não se dá um sentido de continuidade e unicidade a ações que visam a melhoria da qualidade educacional e, por conseguinte as mes- mas terminam por carecer de um alinhamento entre si.

Talvez o dado numérico mais relevante obtido nesta pergunta 5, no entanto, se refere ao fato de que entre os 45 gestores que responderam à pergunta esco- lhendo o item que indica já terem recebido a possibilidade de treinamento, pela SRE/Ubá, 43 pesquisados, ou nada menos que 95,55%, responderam que o curso oferecido os ajudou de alguma forma a alterar as práticas de gestão. Um número

que chama ainda mais atenção, dentro da mesma análise, é aquele em que 42 res- pondentes, indicam que o curso realizado ajudou a transformar suas práticas admi- nistrativas e pedagógicas ao mesmo tempo. Esse número parece demonstrar que a grande maioria dos gestores aos quais a SRE/Ubá oportuniza realizar um curso ge- rencial, tende a aproveitar a oportunidade oferecida para melhorar suas práticas de gestão.

Essa análise pode indicar que cursos a serem oferecidos aos profissionais que ocupam os cargos de gestores escolares nesta rede, devem ter o cuidado em não compartimentar em demasia os assuntos administrativos e pedagógicos da es- cola, procurando antes estabelecer correlações entre eles, visando um melhor apro- veitamento por parte dos cursistas. Pode também evidenciar a necessidade de se criar um sistema contínuo de aperfeiçoamento para este público que possa integrar aqueles que se apresentam para a primeira experiência em gestão rapidamente em um programa de formação. Considerando que 19 gestores entre 65 estão assumin- do o cargo pela primeira vez, e desses, 18 ainda não tiveram a oportunidade de re- ceber qualificação, parece evidente a necessidade de lhes oferecer algo neste cam- po.