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i

Ra

: risco referencial do ativo;

i

Rp

: risco referencial do passivo;

ρ

: correlação dos referenciais ativo e passivo da i-ésima operação.

2.6.3 - Resolução 2.606 de 27 de maio de 1999

A Resolução 2.606 está representada pelo terceiro item da equação:

            −

= 0 ; 2 , 0 max '' 2 1 PLA Aprc F n i i

Essa resolução estabelece os limites de ativos e passivos em moedas estrangeiras e ouro: não pode ser superior a 60% do Patrimônio Líquido Ajustado -

Aprc

são as operações com ouro e com ativos e passivos referenciados em variação cambial, incluídas aquelas realizadas nos mercados de derivativos.

A Circular 3.229 facultou às instituições calcular essa exposição somando-se as posições em moedas estrangeiras e ouro em reais, utilizando-se para conversão a Ptax e adicionando à menor exposição 70%, ou seja, o valor absoluto dos ativos menos passivos mais 70% do menor saldo entre ativo e passivos referenciados em ouro e moeda estrangeira.

(PosAt

PosPas)

PosPas

PosAt

+70%*

min

;

em que:

PosAt

: somatório dos ativos em ouro e referenciados em moedas estrangeiras convertidas para Reais e

PosPas

: somatório dos passivos em ouro e referenciados em moedas estrangeiras convertidas para Reais.

2.6.4 – Circular 2.972 de 23 de março de 2000

A Circular 2.972 é responsável pelo cálculo do VAR das operações prefixadas em Reais. Essa circular está representada pelo último termo da equação:

EC

i

=

= −

( 1) 60 1 ) (

;

*

60

max

Padrão t i i t Padrão i

VAR

VAR

Mt

EC

Mt

: multiplicador para o dia t, divulgado diariamente pelo Banco Central do Brasil, determinado como função decrescente da volatilidade, compreendido entre 1 e 3;

VAR

: valor em risco em reais do conjunto das operações de que se trata para o dia t, obtido de acordo com a seguinte fórmula:

j i t j n i n j t i t

Padrão VAR VAR

VAR

, , 1 1 , ) (

∑ ∑

* * ρ = = = , em que:

n

: número de vértices, assim compreendidos os prazos Pi;

VAR

: valor em risco em reais associado ao vértice Pi no dia t, obtido de acordo

com a seguinte fórmula:

SIG

VMTM

D

Pi

VAR

i t

*

t

*

it

*

252

*

33

,

2

, ,

=

Pi

: prazos de 21, 42, 63, 126, 252, 504 e 756 dias úteis (vértices), considerados para efeito de agrupamento dos fluxos de caixa;

SIG

: volatilidade padrão para o dia t, divulgada diariamente pelo Banco Central do

Brasil;

VMTM

: soma algébrica em reais das parcelas / valores dos fluxos de caixa

marcados a mercado no dia t e alocados no vértice Pi, positiva ou negativa. D: 10 (número de dias úteis considerados necessários para a liquidação da posição);

ρ

: correlação entre os vértices i e j, utilizada para efeito de determinação do VARt

padrão.

O exemplo, a seguir, foi extraído do documento Nota técnica sobre a circular 2.972 de 23 de março de 2.000.

Em 29/04/99 uma instituição possuía os seguintes fluxos:

TABELA 1: Exemplo de Cálculo de VAR pela Circular 2.972 – Operações Prefixadas

Valor Total em R$ Principal em R$ Juros em R$ Prazo em dias úteis

50.002.345,12 47.172.024,10 2.830.321,02 130

-51.132.100,23 (49.165.480,99) (1.966.619,24) 130 65.866.311,75 62.729.820,71 3.136.491,04 240 (63.352.421,10) (60.915.789,52) (2.436.631,58) 240

Fluxos líquidos:

TABELA 2: Exemplo de Cálculo de VAR pela Circular 2.972 – Fluxos de caixa ajustados

Valor líquido em R$ Prazo em dias úteis (Ti) -1.129.755,11 130 2.513.890,65 240

Fonte: Banco Central do Brasil

Esses fluxos devem ser marcados a mercado:

TABELA 3: Exemplo de Cálculo de VAR pela Circular 2.972 – Fluxos de caixa marcados a mercado

Prazo em dias úteis (Ti)

Taxa de juros vigente

(%aa) Valor Total em R$

Valor marcado a mercado (Fi) em R$

130 26,68 -1.129.755,11 (1.000.000,00)

240 27,14 2.513.890,65 2.000.000,00

Fonte: Banco Central do Brasil

Os Valores marcados a mercado devem ser alocados nos vértices 126 e 252 dias úteis:

TABELA 4: Exemplo de Cálculo de VAR pela Circular 2.972 – Fluxos de caixa alocados nos vértices

Fluxo (Fi) em R$ Valor alocado no vértice 126 dias uteis Valor alocado no vértice 252 dias uteis

(1.000.000,00) (968.253,97) (31.746,03)

2.000.000,00 190.476,20 1.809.523,81

A fórmula utilizada para alocação dos fluxos nos vértices é:

Valor alocado no vértice 126 dias : Ti *Fi

126 252

252 −

Valor alocado no vértice 252 dias : Ti *Fi

126 252

252 − −

De acordo com a seguinte fórmula, calcula-se o VaR para os vértices 126 e 252:

10

*

*

*

252

*

33

,

2

, ,t t it i

VMTM

Pi

VAR

=

σ

O Var calculado para os vértices 126 e 252 são:

TABELA 5: Exemplo de Cálculo de VAR pela Circular 2.972 – Cálculo do VAR nos vértices

i Pi σt VMTMi em R$ VaRi,t em R$

5 126 0,013377 (777.777,77) (38.330,12) 6 252 0,013377 1.777.777,77 175.223,41

Fonte: Banco Central do Brasil

E finalmente, o VaR padrão é calculado:

TABELA 6: Exemplo de Cálculo de VAR pela Circular 2.972 - Cálculo do VAR padrão

O VaR padrão foi calculado pela fórmula: j j j i i i Padrão

t

VAR

VAR

VAR

VAR

VAR

VAR

VAR

=

*

+2*

*

ρ

+

*

2.6.5 – Resolução 2.804 de 21 de dezembro de 2000

Essa Resolução versa sobre o risco de liquidez das instituições financeiras. Ela determina que as instituições financeiras “devem manter sistemas de controle estruturados em consonância com seus perfis operacionais, periodicamente reavaliados, que permitam o acompanhamento permanente das posições assumidas em todas as operações praticadas nos mercados financeiro e de capitais, de forma a evidenciar o risco de liquidez decorrente das atividades por elas desenvolvidas”.

Risco de liquidez é definido como: “a ocorrência de desequilíbrios entre ativos negociáveis e passivos exigíveis - descasamentos entre pagamentos e recebimentos - que possam afetar a capacidade de pagamento da instituição, levando-se em consideração as diferentes moedas e prazos de liquidação de seus direitos e obrigações”.

2.7 – BASILÉIA II

O primeiro acordo da Basiléia foi concluído em 15 de julho de 1988 e firmado pelos Bancos Centrais dos países do G-10. Esse acordo representa um marco na regulamentação financeira dos Bancos Comerciais.

Conforme Crouhy et al. (2004: 48), o acordo foi desenvolvido pelo Comitê da Basiléia para Supervisão Bancária e posteriormente endossado pelos Presidentes dos Bancos Centrais dos países do G-10. O documento definiu dois padrões mínimos para o atendimento de exigências mínimas aceitáveis de dimensionamento de capital: um múltiplo de ativo para capital e um coeficiente de capital baseado em risco. O primeiro

padrão é uma medida geral de dimensionamento do capital do Banco. A segunda medida foca no risco de crédito associado a categorias específicas de ativos de balanço e fora dele.

As principais finalidades do acordo eram fortalecer a solidez e a estabilidade do sistema bancário internacional por meio da geração de um padrão mínimo de exigência de capital e criar condições homogêneas entre os Bancos Internacionais por meio da harmonização das regulamentações globais.

O acordo de 1.988 definiu uma medida comum de solvência que cobre apenas o risco de crédito.

Conforme o documento do Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia, 2004, o novo acordo da Basiléia foi elaborado e está baseado em três pilares: Exigência do capital mínimo, Revisão dos processos de supervisão e Disciplina do mercado.

2.7.1 - Primeiro Pilar: Exigência do Capital Mínimo

O primeiro pilar apresenta a exigência mínima de capital para os riscos de crédito, mercado e operacional. A nova fórmula da razão de capital, que, da mesma forma, não deve ser menor que 8%, é:

l Operaciona Risco mercado de Risco crédito de risco para RPA gulatório Capital Capital de Razão _ * 5 , 12 _ _ * 5 , 12 _ _ _ _ Re _ _ _ + + =

em que:

RPA

é Risco ponderado de Ativo.

Para o risco de crédito, o Comitê da Basiléia propõe duas alternativas: calcular o risco de crédito padrão, utilizando as classificações de risco ratings de alguma agência de crédito para avaliarem suas carteiras ou utilizar um modelo interno com a aprovação formal de algum órgão de supervisão bancária para utilizarem seus próprios ratings internos.

O risco operacional é definido como perdas resultantes das pessoas, sistemas

ou processos internos falhos ou inadequados, ou de eventos externos. O Comitê sugere três métodos de cálculo do risco operacional: o Indicador Básico, o padronizado e as medidas avançadas.

Os Bancos que se utilizam do indicador básico devem manter um capital para risco operacional igual à média dos três últimos anos do lucro bruto, se positivo, multiplicado por um percentual fixo, denominado alfa, e definido pelo Comitê como sendo de 15%.

K = [ ∑(GI1.n * α)]/ n em que:

K : capital exigido para risco operacional; GI: Lucro Bruto Anual, se positivo; n : número de períodos e

α: 15%.

Uma segunda alternativa é o cálculo padronizado no qual as atividades são divididas em oito linhas de negócios: corporate finance, trading & Sales, retail banking,

comercial banking, payment & settlement, agency services, asset management e retail brokerage. Para cada linha de negócio, o lucro bruto serve como uma aproximação para

a escala de negócios e para a exposição ao risco operacional de cada linha de negócio. A exigência de capital é dada por:

K = [ ∑anos 1 a 3 max [ ∑ (GI1-8 * β1-8), 0 ]/ 3 em que:

K : capital exigido para risco operacional;

GI: Lucro Bruto Anual para cada linha de negócio e

TABELA 7: Fatores da Basiléia para Risco Operacional

Fonte: Basle Commitee on Banking Supervision (2004)

A instituição pode, ainda, se utilizar de medidas avançadas mas terá que submeter o modelo à supervisão dos órgão reguladores bem como à matriz

O risco de mercado é definido através do item trading book issues. Trading Book consiste nos instrumentos financeiros e commodities que a instituição mantém com

a intenção de negociação em prazo relativamente curto ou com a intenção de proteção financeira – hedge.

Para as posições do trading book, a instituição deverá manter um documento aprovado pela alta direção da estratégia de trading, as políticas e procedimentos. As posições devem ser marcadas a mercado, ou, quando isso não for possível, devem ser marcadas a modelo.

Deve haver um processo independente de verificação de preço, a marcação a mercado pode ser feita pelos operadores da mesa de operações mas deve existir uma unidade independente daquela que dê legitimidade aos preços utilizados.

Crouhy et al.(2004: 123) afirmam que, ao se adotar a abordagem padronizada

Linha de Negócio Fator Beta

Corporate Finance 18% Trading e Sales 18% Retail Banking 12% Commercial Banking 15% Payment e Settlement 18% Agency Service 15% Asset Management 12% Retail Brokerage 12%

As instituições que investirem em metodologias mais sofisticadas colherão os benefícios de um menor capital regulatório.

2.7.2 - Segundo Pilar: Revisão do Processo de Supervisão

O principal objetivo da supervisão é assegurar que os Bancos tenham capital suficiente para suportar todos os riscos de seus negócios e também incentivar os Bancos a desenvolverem e utilizarem as melhores técnicas de gestão de riscos

Os quatro princípios da supervisão são:

- Princípio 1 - Os Bancos devem ter um processo para assessorar sua adequação de capital em relação a seu perfil de risco e estratégia para manter seus níveis de capital; - Princípio 2 - Os supervisores devem revisar e avaliar os modelos internos de adequação de capital e estratégias, tanto quanto suas habilidades em monitorar e assegurar as razões de capital regulamentadas. Os supervisores devem tomar as ações devidas se eles não estiverem satisfeitos com os resultados encontrados ;

- Princípio 3 – Os supervisores esperam que os Bancos trabalhem acima da razão mínima de capital e devem ter habilidade de exigir que os Bancos mantenham um capital acima do mínimo;

- Princípio 4 – Os supervisores devem intervir o quanto antes para evitar que o capital caia abaixo do nível mínimo exigido para suportar as características de um particular Banco e deve exigir uma ação rápida se o capital não é mantido ou restabelecido.

2.7.3 - Terceiro Pilar: Transparência e Disciplina de Mercado

O Comitê acredita que a racionalidade para o Pilar 3 é suficientemente forte para garantir a introdução das exigências de publicação de informações. Os supervisores têm uma série de medidas que eles podem utilizar para fazer com que as instituições divulguem certas informações.

2.7.4 – O Brasil e o novo Acordo da Basiléia

No Brasil, foi divulgado, em 09 de dezembro de 2.004, o comunicado 12.746 com o cronograma de implantação do novo Acordo da Basiléia:

I – Até o final de 2005: revisão dos requerimentos de capital para risco de crédito para a adoção da abordagem simplificada e introdução de requerimento de capital para risco de mercado ainda não contempladas pela regulamentação.

II – Até o final de 2007: estabelecimento dos critérios de elegibilidade para adoção de modelos internos de risco de mercado.

III – 2008 – 2009: validação de modelos internos de risco de mercado.

IV – 2009 – 2010: validação dos sistemas de classificação interna pela abordagem avançada para risco de crédito.

V – 2010 – 2011: validação de metodologias internas de apuração de requerimento de capital para risco operacional.

O Banco Central informa, ainda, que não utilizará os ratings de nenhuma agência de crédito para fins de apuração de exigência de capital. A abordagem padrão ou simplificada deverá ser adotada, o que consiste em um aprimoramento da abordagem atual, definida na Resolução 2.099. Para as instituições de maior porte, será facultada a utilização da abordagem avançada, com a utilização de ratings internos, mas com data a ser definida.

2.7.5 – Estudo sobre o BASILÉIA II

Utilizando como data-base 30 de junho de 2.004, os balanços de alguns Bancos, Carneiro et al. (2005: 25-42), verificaram o impacto do requerimento de capital adicional no risco operacional.

O estudo realizado concluiu que o capital adicional exigido para risco operacional, calculado pela metodologia do indicador básico teria um impacto significativo para o sistema bancário que mais que compensaria a redução potencial associada ao risco de crédito pela adoção do modelo interno.

Os autores chamam atenção, também, para a definição de receita bruta para o cálculo da exigência de capital para risco operacional devido principalmente às altas taxas de juros praticadas no país.

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