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O desempenho econômico dessas regiões pode ser constatado, também, através do índice de potencial de consumo

3.2 E VOLUÇÃO DO NÚMERO DE EMPRESAS DE ACTS CATARINENSES

O Estado de Santa Catarina vem obtendo significativa representatividade na participação dos números turísticos do país. Em 2012, foi o quinto Estado do Brasil com maior entrada de turistas internacionais (FIESC, 2013). Da mesma forma possui, também, um expressivo número de empresas que incrementam a infraestrutura turística. Esta constatação é reforçada pelo número de empresas que compõem a oferta de alojamentos no Estado, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa Catarina (ABIH- SC) (Tabela 20). De acordo com estes dados62, o Estado de Santa Catarina possuía, em 2012, 2.470 empreendimentos, entre hotéis, resorts, pousadas, hotéis-fazenda, albergues, hospedarias e outros meios, com 162.726 mil leitos. Em média cada hotel oferece 40 unidades habitacionais (UH). Apesar da entrada de equipamentos modernos, a predominância ainda é de hotéis do tipo tradicional, com administração familiar. Em torno de 40% são constituídos de pousadas e pequenos hotéis, com até 30 unidades; 54% são hotéis com 30 a 80 unidades, e 6% são empreendimentos com mais de 80 unidades habitacionais (ABIH-SC, 2012).

A Tabela 20 apresenta a distribuição dos meios de hospedagem catarinenses por regiões turísticas. Verifica-se que a região que possui o maior percentual de leitos é a Costa Verde & Mar (28%). É nesta região que se concentra o maior volume de turistas de veraneio, com destaque ao município de Balneário Camboriú, que possui uma boa infraestrutura hoteleira. A capital Florianópolis possui o maior número de meios de

62 Os dados da ABIH – SC diferem dos números de alojamentos da base de dados do RAIS. Esta diferença pode ser atribuída a eventuais imprecisões nos dados e nas metodologias diferenciadas de cada órgão. Os dados do RAIS, por se tratar de declarações preenchidas pelas próprias empresas e/ou escritórios de contabilidades, são passíveis de erros provenientes de declarações mal preenchidas, já, por outro lado, os dados da ABIH-SC são coletados através do cadastro interno e informações obtidas com os próprios associados. Destaca-se que nesta pesquisa não se considerou os dados da RAIS negativa (quando não se tem movimentação de funcionários), assim, as pequenas empresas que não possuem vínculos ativos não foram consideradas. Vale destacar, ainda, que o RAIS registra somente os vínculos formais de trabalho.

hospedagens (535) e contribui com 24% na oferta de leitos do Estado. A região de Encantos do Sul e Caminho dos Príncipes contribuem com 12% e 11% respectivamente. Já as Regiões de Caminho dos Canyons e Serra Catarinense apresentam o menor percentual (2%) na oferta de leitos catarinenses.

Merece destaque, ainda, o fato de que na região serrana catarinense, como em Lages e Bom Jardim da Serra, encontram-se os hotéis fazenda, localizados em áreas rurais, originários em sua maioria de antigas fazendas características da região.

Tabela 20: Distribuição de meios de hospedagem por região turística de SC em 2012

Regiões Meios de

Hospedagens Quartos Leitos Particip. %

Caminho dos Canyons 66 1.373 3.654 2%

Caminho dos Príncipes 245 6.896 17.208 11%

Costa Verde & Mar 475 15.314 46.148 28%

Encantos do Sul 426 7.202 19.675 12% Florianópolis 535 12.700 38.500 24% Grande Florianópolis 154 2.300 6.800 4% Grande Oeste 150 3.610 7.534 5% Serra Catarinense 95 1.598 3.881 2% Vale do Contestado 134 4.198 9.249 6% Vale Europeu 190 4.489 10.077 6% Total Geral 2.470 59.680 162.726 100% Fonte: ABIH/SC (2012)

As demais regiões (Grande Florianópolis (4%), Grande Oeste (5%), Vale do Contestado (6%) e Vale Europeu (6%)), perfazem os 21% restante da oferta de alojamentos do Estado.

Para que haja o turismo, além da oferta de alojamentos, faz-se necessário o envolvimento de um conjunto de serviços turísticos. Estes envolvem diversos produtores, como transportadoras, restaurantes, entretenimentos, etc. A prestação destes serviços podem ser comprados diretamente das empresas produtoras e/ou através de intermediários (profissionais e/ou empresas de intermediação). As agências de viagens, ou, como denominadas no Brasil, agências de turismo, são o canal mais clássico de comercialização turística.Tem como função principal a intermediação das vendas operadoras-consumidor final, das quais

derivam outras funções que vão desde a informação e o assessoramento ao cliente, até a organização de todo tipo de atividade relacionada ao setor de viagens e turismo. Braga (2008) esclarece que é possível dizer que as agências de turismo surgiram da necessidade dos viajantes de organizar suas viagens (roteiros) e da procura por informações, documentos e reservas de transporte, hospedagem e entretenimento. Assim, outro indicativo da representatividade do turismo catarinense, pode ser observado na Tabela 21 que apresenta o número de agências de turismo nos estados brasileiros no ano de 2011. Observa-se que Santa Catarina ocupa a 6ª posição nacional, com uma participação de 4,98% do total de agências de turismo no Brasil.

Tabela 21: Número de agências de turismo por Estado em 2011

Unidades da Federação Número Participação %

São Paulo 3.341 25,3

Rio de Janeiro 1.827 13,84

Minas Gerais 1.283 9,72

Rio Grande do Sul 1.029 7,79

Paraná 957 7,25 Santa Catarina 657 4,98 Bahia 618 4,68 Goiás 328 2,48 Pernambuco 324 2,45 Distrito Federal 323 2,45 Outros 2.516 19,06 Brasil 13.203 100 Fonte: FIESC (2013)

Um aspecto importante a ser considerado em relação à representatividade do turismo catarinense é a evolução do número de empresas do setor. Observa-se na Tabela 22 que o número de estabelecimentos das ACTs em SC, da mesma forma que número de postos de trabalho com vínculo empregatício, tem apresentado significativo crescimento. É possível verificar que o crescimento médio do número de estabelecimentos das ACTs não é proporcional ao crescimento do número de postos de trabalhos gerados (ver Tabela 13, na página 128), muito embora, acompanhe a mesma sequência, ou seja: as ACTs de alimentação e alojamento são as que mais possuem estabelecimentos. .

Tabela 22: Número de estabelecimentos por ACTs em SC entre 2006 e 2012 ACTs Catarinenses 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Cresc. M. Anual Crescimento Período Serviços de Alojamentos 1.526 1.576 1.572 1.609 1.652 1.668 1.749 2,31 14,61 Serviços de Alimentação 7.491 8.012 8.504 8.921 9.498 9.970 10.424 5,67 39,15 Agências de Viagens,

operadores turísticos e serviços de reservas.

480 524 579 622 662 700 747 7,66 55,63

Transportes (aquaviário, aéreo, terrestre) e auxiliares dos transportes

570 540 556 560 554 664 705 3,90 23,68

Aluguel de transportes 158 174 193 195 207 229 245 7,64 55,06

Patrimônio Cultural / Ambiental e Atividades de Recreação e Lazer

466 451 445 470 464 445 426 -1,43 -8,58

Total 10.691 11.277 11.849 12.377 13.037 13.676 14.296 4,96 33,72

Ao analisar o crescimento médio, verifica-se que os melhores desempenhos são das agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas (crescimento médio de 7,66%) e aluguel de transportes (7,64%), seguidas das de alimentação (5,67%) e dos serviços de alojamentos (2,31%). As atividades com menor desempenho foram as de transportes (aquaviário, aéreo, terrestre) e auxiliares dos transportes (3,90%) e as de patrimônio cultural / ambiental e atividades de recreação e lazer que apresentaram taxas negativas de -1,43%.

Referente à distribuição espacial das ACTs catarinenses por mesorregiões, as que possuem a maior representatividade é a do Vale do Itajaí seguida da Grande Florianópolis. Elas correspondem às duas mesorregiões nas quais se concentram os maiores percentuais das atividades turísticas do Estado. Em seguida, com taxas praticamente similares no decorrer do período analisado, 2006 a 2012, estão as mesorregiões do Oeste Catarinense e do Norte Catarinense. Por último, com menor representatividade, vêm as mesorregiões do Sul Catarinense e a Serrana

O Gráfico 7 (p, 138) apresenta a taxa de crescimento relativa, no período de 2006 a 2012, do número de empresas das ACTs catarinenses por mesorregiões. É possível averiguar que as mesorregiões que possuem a maior representatividade não são, necessariamente, as que possuem as maiores taxas de crescimento no período.

Observa-se que no primeiro período analisado, 2006 a 2008, há um equilíbrio nas taxas de crescimento nas mesorregiões do Oeste Catarinense (12,16%), Norte Catarinense (12,74%), Serrana (12,57%) e Vale do Itajaí (11,26%). As mesorregiões que obtiveram o menor índice de crescimento foram a Grande Florianópolis (8,52%) e o Sul Catarinense (9,97%). Já no período de 2008 a 2010 verifica-se menor crescimento do que no período anterior.

Este fato pode ser atribuído aos mesmos fatores indicados no decréscimo do número de vínculos ativos (crise mundial e catástrofe das enchentes ocorridas em Santa Catarina). No entanto, percebe-se que algumas regiões sofreram mais do que outras, como é o caso do Oeste Catarinense que teve um decréscimo na taxa de crescimento de 12,57%

para 6,32%. É nesta mesorregião que se encontram as regiões turísticas “Caminhos da Fronteira”, “Grande Oeste” e boa parte dos municípios que formam o “Vale do Contestado”. Nela também se incluem as microrregiões de Chapecó, Concórdia, Joaçaba, São Miguel do Oeste e Xanxerê.

Este decréscimo pode ser explicado pelo impacto econômico sofrido na região decorrente da sua dependência da agroindústria. Esta região possui um dos maiores parques agroindustriais produtores de carnes suínas e de aves da América Latina63, sendo, portanto, mais sensível e dependente da política econômica externa. Por outro lado, percebe-se que o Norte catarinense manteve seu índice de crescimento (12,12%) enquanto a região Serrana (10,64%) e o Vale do Itajaí (10,67%) registraram um pequeno decréscimo.

Ao analisar o período de 2010 a 2012 observa-se que a região Oeste recupera-se alcançando o patamar de 8,91%. A região Sul (14,62%) obteve o melhor índice, seguido da Serrana (11,86%). A Grande Florianópolis (9,79%) praticamente não oscilou, mantendo-se seu nível, enquanto que a mesorregião do Vale do Itajaí continuou decrescendo chegando ao índice de 9,87%. A região Norte Catarinense foi a que apresentou a menor taxa de crescimento, 5,23%. É nesta mesorregião que se concentra a região turística conhecida como “Caminho dos Príncipes”. No Gráfico 8, apresenta-se a variação do número de empresas dos grandes setores econômicos de Santa Catarina entre 2006 e 2012.

63 Estão localizadas, nesta região, grandes empresas agroindustriais, tais como a Sadia SA e Perdigão SA (empresas essas que anunciaram em 2009, fusão entre as mesmas. A operação ocorreu por meio de troca de ações e foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE no dia 13/07/2011, com a imposição de restrições que reduziram a proporção do negócio realizado, criando a BRF Brasil Foods), Cooperativa Central Oeste Catarinense – Aurora, Seara, etc. O maior produtor e exportador brasileiro de carne de frango é o Estado de Santa Catarina, responsável por 13,71 da produção nacional e 27,94 das exportações brasileiras. Essa condição de liderança no setor é devida à presença das maiores agroindústrias do país na região oeste do Estado a partir da década de 50, tendo seu auge na década de 70 (ESPÍNDOLA, 1996, p.42).

Gráfico 7: Variação do número de empresas de ACTs catarinenses entre 2006 e 2012 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego/Rais (BRASIL, 2013)

Oeste Catarinense Norte Catarinense Serrana Vale do Itajaí Grande Florianópolis Sul Catarinense 2006-2008; 12,16 2006-2008; 12,74 2006-2008; 12,57 2006-2008; 11,26 2006-2008; 8,52 2006-2008; 9,97 2008-2010; 6,32 2008-2010; 12,12 2008-2010; 10,64 2008-2010; 10,67 2008-2010; 9,83 2008-2010; 10,80 2010-2012; 8,91 2010-2012; 5,23 2010-2012; 11,86 2010-2012; 9,87 2010-2012; 9,79 2010-2012; 14,62