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7 DIMENSÕES DO BALANÇO SOCIAL

7.3 Voluntariedade ou Obrigatoriedade

Há uma forte discussão em torno da seguinte questão: o Balanço Social deveria ser obrigatório ou não? Muitos acreditam que a obrigatoriedade seria boa, pois criaria certo compromisso do empresário com a comunidade, tornando mais transparente as suas ações. Já outros defendem que a obrigatoriedade não deva acontecer e que a apresentação deve ser espontânea, não determinado por leis ou decretos, deve vir da consciência cidadã do empresário.

O Ibase tem opinião totalmente contrária à obrigatoriedade do Balanço Social por duas razões. Primeiro porque a emissão deve ser posterior às ações sociais realizadas pelas empresas, deve ser a transferência das práticas sociais em relação aos seus funcionários, à comunidade e ao meio ambiente. Segundo, por acreditarem que a elaboração voluntária periódica cria um circulo virtuoso, uma vez que a empresa passa a divulgar suas ações e partir deste momento, a sociedade em geral passa a conhecer estas ações, gerando “concorrência”, ou seja, novos adeptos à emissão do relatório.

Uma manifestação a respeito e que merece registro é a de Herbert de Souza, que embora pareça ser imparcial, tende a apoiar-se na espontaneidade de emissão do Balanço Social por parte das empresas. Para ele a vantagem de ser lei

é a legitimidade institucional que geraria, entretanto depende de uma aceitação do empresariado. Uma vez estando decididos a voluntariamente evidenciarem as ações sociais, naturalmente estarão gerando consciência social nas demais empresas.

Acrescenta que o governo e as empresas estatais devem dar o exemplo, sendo transparentes nas dimensões sociais e publicarem seus balanços sociais. Até porque o fato de serem públicas não garante uma preocupação com o tema.

Pelas experiências anteriores em nosso país, infelizmente, percebe-se que estas instituições algumas vezes se inclinam a benefícios particulares, em detrimento de objetivos de caráter social. Muitas vezes dizem ser sociais, mas na prática são privatizadas e desligadas da coletividade.

Quem sabe a exigência de publicação do Balanço Social, ainda que somente aos órgãos públicos, fosse uma alternativa de disseminação da Responsabilidade Social e esta poderia ser cobrada pela própria comunidade para que seja cumprida pelas autoridades representativas. Poderia servir de exemplo à iniciativa privada, para que venham a se comprometer ainda mais com o mundo em que vivem e para o qual trabalham. Podendo assim, mesmo voluntariamente, divulgarem a Cidadania Empresarial através de seus Balanços Sociais.

CONCLUSÕES

A Contabilidade, dentro do aspecto social, tem grande relacionamento com a responsabilidade da empresa pública para com o meio em que atua. Nesta abordagem, também é papel desta ciência fornecer informações que possibilitem aos diversos usuários uma avaliação dos efeitos das atividades da empresa sobre a sociedade e o meio ambiente onde está inserida.

Para atender tais finalidades, a Contabilidade utiliza-se do instrumento denominado Balanço Social como forma de reportar à sociedade os esforços empresariais despendidos, possibilitando avaliação e evidenciação do desempenho da atividade social da empresa pública, bem como os reflexos ambientais decorridos do processo produtivo.

Na presente pesquisa, através da contextualização do Balanço Social dentro da evolução conceitual ao longo do tempo e até a realidade moderna, pôde-se perceber que, embora os sistemas tradicionais de informações estejam essencialmente voltados para o desempenho econômico, as empresas, aos poucos, estão se convencendo da importância do registro, análise e evidenciação das ações sociais. Isto porque tais atitudes revelam-se as bases de sustentação e manutenção das mesmas no mercado competitivo, onde a própria sociedade, gradativamente, tem requerido ações sociais conscientes.

Para atingir tal objetivo, buscou-se através da pesquisa bibliográfica, fontes de informação que viessem dar sustentabilidade ao estudo de caso, método este adotado para o desenvolvimento e aplicação prática das fontes teóricas consultadas. É certo que a sociedade atual é marcada por inúmeros problemas sociais. Diante da enormidade destes, a destinação de recursos para a solução torna-se irrisória. Entretanto, se todas as organizações tivessem metas sociais e ambientais, assim como as possuem em seu ambiente interno, teriam a inovadora às dificuldades de ordem social e ambiental do mundo moderno.

Dado o exposto, as empresas públicas que de forma ética realizarem ações sociais e as divulgarem no Balanço Social, estarão primorosamente despertando na sociedade e principalmente nas demais empresas, na forma de disseminação, a grande virtude da cidadania empresarial.

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