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3.3 Tecnologia de Workflow

3.3.3 Workflow em EAD

A utilização da tecnologia de workflow na educação à distância já vem sendo feita há algum tempo e surgiu devido à necessidade de um maior monitoramento e gerenciamento dos ambientes de educação à distância. Weining[77] e Sadiq[48, 64] apresentam como argumento principal, para utilização desta tecnologia em ambientes de EAD a necessidade de se perceber atividades educativas como parte de todo um processo, que precisa ser gerenciado e monitorado. Baseado nisto e nas características do workflow como uma ferramenta para controle de processos, torna-se viável a sua utilização em EAD.

Para Sadiq[48], a utilização da tecnologia de workflow proporciona maior flexibilidade e maior efetividade em ambiente de aprendizagem. Kunde[45] argumenta que workflow é uma opção de geração de formas alternativas de apresentação de conteúdo e de moni- toração do curso, facilitando o acompanhamento dos estudantes pelo professor, que possui uma visão global das atividades. Complementa dizendo que a tecnologia de workflow para modelar cursos à distância resolve o problema da coordenação das atividades.

As etapas de modelagem e estruturação do processo descritivo de um curso, envol- vendo a especificação das atividades e do conteúdo do material didático, bem como o sequenciamento de conteúdo e os agentes responsáveis pela execução das mesmas podem ser feita utilizando a tecnologia de workflow[66].

Como visto anteriormente, um workflow é composto de atores, ações e um conjunto de regras que uma vez codificadas definem um processo. No contexto da EAD, os atores são os professores e estudantes, as ações são as atividades instrucionais requeridas no ensino. As regras podem ser relações de ensino/aprendizagem e relações administrativas entre outras.

Observa-se assim que a tecnologia de workflow pode ser usada de diferentes maneiras em EAD. Uma possibilidade é definir todo o ambiente como um único workflow, tendo assim os relacionamentos entre todos os participantes e todas as atividades. De outra forma, pode-se definir um workflow apenas definir atividades de ensino/aprendizagem, onde se considera principalmente o conteúdo do curso.

Um exemplo desta segunda possibilidade é descrito na Figura3.14, que apresenta como relacionar tópicos de um curso em um workflow. Na Figura 3.14 (a) o tópico B pode ser

estudado somente depois do tópico A. Na Figura 3.14 (b) o tópico C pode ser estudado em alternativa ao tópico D. Na Figura 3.14 (c) o tópico E e F devem ser estudados, independente da ordem [13].

Figura 3.14: Regras [13]

Por outro lado, os trabalhos de Orlowska[48,64] e Yong[79] mostram o uso da tecnolo- gia de workflow para definir, coordenar e gerenciar as atividades presentes em um ambiente de EAD, tais como atividades administrativas e atividades de ensino/aprendizagem.

Ambiente de Aprendizagem Flexível (Flex-eL)

O Ambiente de aprendizagem Flexível, chamado de Flex-eL, desenvolvido por Or- lowska et al. [48, 64], apresenta como objetivos a coordenação e o gerenciamento de atividades de ensino e avaliação de cursos entre estudantes e professores, apoiados pela tecnologia de workflow.

O Flex-eL utiliza a tecnologia de workflow como espinha dorsal da arquitetura do sistema, sendo a técnica responsável por gerenciar todas as atividades instrucionais e in- corporar outras tecnologias e ferramentas para alcançar um completo ambiente de apren- dizagem.

A Figura 3.15 apresenta a arquitetura do Flex-eL. A modelagem dos processos é feita utilizando a ferramenta FlowMake, que identifica e modela as atividades dos cursos e os papéis. Na definição do curso, são especificados os professores responsáveis pelo geren- ciamento do curso, o material de estudo, as tarefas necessárias no curso e as avaliações. Depois de definido o modelo do workflow, cada atividade é associada ao material de es- tudo, então o modelo do workflow é alocado no servidor de workflow, que foi construído sobre o Microsoft SQL Server 2000.

Flex-el utiliza interface web para prover acessibilidade e comunicação entre os atores, professores e estudantes, e apresenta ferramentas administrativas que auxiliam os tutores no controle do desenvolvimento do estudante em cada curso. As informações dos estu- dantes são obtidas no período da matrícula em um curso e armazenadas em um banco de dados. Finalizada a matrícula, é iniciada uma instância do processo de aprendizagem para

Figura 3.15: Arquitetura do Flex-eL [64]

o estudante baseado no modelo do processo. No Flex-eL, cada curso pode estar associado a um ou mais modelos de workflow, que definem a ordem das atividades do curso. Para finalizar, este ainda permite ao estudante visualizar o seu progresso no curso através da visualização do workflow.

Sistema de Aprendizagem apoiado em Workflow

O trabalho apresentado por Yong et al. [79] fez uso da tecnologia de workflow para definir as atividades que devem compor um ambiente de EAD. Para tanto, o ambiente foi dividido em 4 Subworkflows para realizar uma análise coerente das atividades de cada um destes subworkflows.

• Subworkflow de Ensino(T): contém as atividades de ensino tais como planejamento do ensino, preparação do material, distribuição do material, avaliação, envolvimento do estudante e serviços de suporte à aprendizagem;

• Subworkflow de Aprendizagem(L): contém as atividades de planejamento do estudo, aceite do material, auto-aprendizagem, tarefa, discussão, avaliação e exames;

• Subworkflow Administrativo(A): contém as atividades de suporte ao ensino, suporte a aprendizagem, notificação e publicação de resultados de avaliação, gerenciamento do registro do estudante, matrícula e desligamento do estudante, e outras atividades administrativas;

• Subworkflow de Infra-estrutura(I): contém as atividades de construção e planeja- mento do curso, um sistema de instalação inicial do curso, ferramentas de suporte

ao ensino, aprendizagem e administração, sistema de manutenção e up-date, treina- mento do usuário e suporte técnico diário.

A análise identificou as principais atividades do sistema: avaliação, suporte e serviços de aprendizagem ao estudante, pertencentes ao subworkflow de Ensino; Tarefa, discussão e exame, pertencentes ao subworkflow de Aprendizagem; Ferramentas de suporte ao ensino, aprendizagem e administração e suporte técnico diários, pertencentes ao subworkflow de Infra-estrutura. Após a identificação dos elementos chaves, estes foram aprimorados em cada um dos seus subworkflows. Com isto, segundo os autores, proporcionou uma melhora significativa no funcionamento e desempenho do ambiente.

Para que os quatro subworkflows trabalhassem juntos, formando um único workflow do ambiente de EAD, foram combinados os subworkflows da seguinte forma: T&L,T&A, T&I, L&A, L&I e A&I. Com as combinações foram determinados relacionamentos entre as atividades de cada par.

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