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2. ZONEAMENTO DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO PAPAGAIO

2.1. D ESCRIÇÃO DAS Z ONAS P ROPOSTAS PARA O PESP

2.1.3. Zona de Uso Extensivo:

Definição: constituída na sua maior parte por áreas naturais, podendo apresentar algumas alterações humanas. Caracteriza-se como Área de Influência entre a Zona Primitiva e a Zona de Uso Intensivo. O objetivo do manejo é a manutenção do ambiente natural com mínimo impacto humano, apesar de oferecer acesso e facilidade públicos para fins educativos e recreativos (Ibama, 2002).

Descrição e Justificativa: A vocação natural do PESP para visitação, por suas belezas cênicas, cachoeiras, e potencial para esportes de aventura, definem muitas áreas como “Zonas de Uso Extensivo”. Fazem parte desta categoria os seguintes atrativos: Pico do Papagaio; Picos do Canjica e do Bandeira; Retiro dos Pedros; Pico do Garrafão; Cachoeiras do Santo Agostinho, entre outros. Alguns desses atrativos devem ter visitação monitorada, além de atividades de educação ambiental com grupos pequenos. As trilhas e atrativos inseridos nessa zona são apresentados na figura 7, e descritos a seguir.

A. Conjunto de atrativos do Pico do Papagaio: localizado no extremo norte do Parque, no município de Aiuruoca (Fotos 1 e 2). O acesso ao conjunto de atrativos do Pico do Papagaio será feito pelo Vale dos Garcias, cuja trilha leva à Pousada Abrigo do Lado de Lá, onde se propõe a adaptação para montagem de um dos centros de visitantes propostos para o PESP. Existe já um largo que vem sendo utilizado como estacionamento, e que deverá ser mantido para que os visitantes com interesse em conhecer essa área possam deixar seus veículos antes de seguirem a pé até o futuro Centro de Visitantes.

Figura 7: Atrativos do Parque Estadual da Serra do Papagaio

A trilha do Pico do Papagaio pode ser guiada ou auto-guiada até o Retiro dos Pedros, local onde é possível visitar as ruínas de um antigo muro de pedras, possivelmente construído por escravos, além da Toca do Retiro (abrigo natural). Nas proximidades encontra-se o Pico do Canjica (mirante natural) e o Pico do Bandeira (ponto culminante da Serra do Papagaio com cerca de 2.300 metros de altitude), além do Santuário, da Pedra Redonda e da Pedra Quadrada, locais de grande beleza cênica onde é possível implantar atividades de escalada. São cerca de 7 quilômetros de caminhada até o Pico do Papagaio.

Foto 1: Pico do Papagaio (foto: Bruno Dias) Foto 2: Pedra Quadrada (Foto: Bruno Dias)

Ao chegar ao Retiro dos Pedros é importante que o visitante disponha de placas que possibilitem a identificação dos atrativos existentes (Pico do Papagaio, Pico do Canjica, Pedra Quadrada, Pedra Redonda, Mirante do Gamarra – Fotos 3 e 4), e promovam a interpretação ambiental da paisagem. Propõem-se ainda a abertura de uma trilha com aproximadamente 1.300 metros (hum mil e trezentos) de extensão ligando o Centro de Visitantes proposto à trilha principal, já nas proximidades da Pedra Redonda, a fim de criar um pequeno circuito para aqueles que não desejarem ir até o Pico do Papagaio, ou mesmo para facilitar o retorno de quem vem do Pico. Trata-se de um acesso utilizado atualmente pela Pousada Abrigo do Lado de Lá, que passa por um local de grande beleza cênica, onde é possível visualizar uma das nascentes do Ribeirão do Papagaio.

Foto 3: Vista do Retiro dos Pedros (Foto: Luiz Cláudio Rodrigues)

Foto 4: Vista do Pico do Canjica (Foto: Pedro Viana)

O outro acesso ao Pico será feito a partir do Camping da Tati, localizado na Comunidade da Pedra do Papagaio, no Vale do Matutu. Essa trilha é o primeiro local de acesso ao Pico pelo Vale do Matutu. Vale destacar que aqueles que dispuserem de apoio, poderão percorrer a Trilha da Serra do Papagaio a partir do Centro de Visitantes e saírem do Parque pela Trilha que dá acesso ao Camping da Tati, no Matutu. Essa travessia curta tem cerca de 12 (doze) quilômetros de extensão.

Tendo em vista ser esse o atrativo mais visitado do PESP, a estruturação do conjunto de trilhas que dá acesso ao mesmo, e a reforma da Pousada Abrigo do Lado de Lá para implantação de um centro de visitantes deve ser priorizado pelo programa de uso público.

B. Pico do Garrafão: Ponto culminante do PESP, o Pico é também conhecido como Pico do Santo Agostinho. Tem aproximadamente 2.360 metros de altitude e permite uma visão de 360º da região, sendo possível contemplar o maciço do Itatiaia, a Serra Fina (Pedra da Mina e Pico dos Três Estados), a Mitra do Bispo, a Careta, o Papagaio, entre outras serras que compõem a magnitude do Complexo da Mantiqueira. A trilha terá inicio na propriedade do Sr. Odir. Nesse local, próximo ao Centro de Pesquisa, deverá ser implementado outro Centro de Visitantes. Conforme justificado no documento “Diagnóstico do Uso Publico”, a conformação do PESP, e a dificuldade de transitar no seu interior devido ao relevo, justificam a implantação de dois centros de visitantes, além de postos de recepção e controle dos visitantes. Esses locais estão descritos no diagnostico do uso publico, que compõem a serie de documentos do plano de manejo.

A trilha levará ao topo da serra de Santo Agostinho, mais comumente conhecida como Pico do Garrafão. É imprescindível que para esta atividade os visitantes passem antes pelo Centro de Visitantes, a fim de obterem mais informações e possibilitar o controle dos acessos. No Pico do Garrafão a interpretação deve ter como foco a paisagem e suas características naturais, com destaque para o relevo, clima, geomorfologia, vegetação, fauna, entre outras características especificas dessa região de grande altitude.

Esse é o segundo local mais visitado e conhecido do PESP. Sua estruturação deve ser priorizada, junto com o conjunto de atrativos que fazem parte da serra do Papagaio.

C. Pico da Careta: também chamado de Pico do Chapéu, localiza-se na Serra da Careta, no município de Baependi. Seu ponto culminante está a aproximadamente 2.080 (dois mil e oitenta) metros de altitude. É um ponto de destaque no PESP e poderá ser visitado por acessos que levam a outros atrativos do Parque. A trilha de acesso principal à serra da Careta é aquela conhecida como Trilha do Nenzo, acessada a partir da Comunidade da Vargem, no município de Baependi. O acesso é feito por estrada de terra, a partir da sede do município, indo em direção ao bairro rural da Vargem. Para o ordenamento da visitação nesse local, deverá ser implantado na Comunidade da Vargem um Posto de Recepção e Controle dos Visitantes. Esse Posto deve ser instalado em parceria com a Prefeitura Municipal de Baependi. A proposta é que esse Posto ofereça informações sobre o PESP e sobre a trilha, e contabilize a entrada de visitantes, comunicando com uma central instalada no Centro de Visitantes principal. A trilha tem uma extensão de cerca de cinco quilômetros, bastante íngreme, com grau de dificuldade elevado. Lá do alto se tem uma visão de 360º da região, com destaque para os demais pontos culminantes do PESP e os municípios de Baependi e Caxambu.

D. Trilha do Juju: tendo como ponto de apoio o Posto de Recepção e Controle a ser implantado no bairro rural da Piracicaba, proposto nesse plano de manejo, a Trilha do Juju tem inicio junto a Cachoeira de mesmo nome. É uma das mais bonitas da região, ponto de destaque no município de Baependi, amplamente visitada pelos moradores da região. É formada pelo rio Piracicaba e tem cerca de 50 (cinqüenta) metros de extensão. A trilha tem inicio na margem direita do rio. Após uma subida íngreme, de difícil acesso, o visitante poderá percorrer quase toda a crista da Serra da Careta até o Pico, desfrutando de um visual extremamente belo. O visitante caminhará durante a maior parte do passeio junto à divisa do PESP. São cerca de oito quilômetros de trilha até o Pico.

E. Trilha do Chapadão: A Trilha do Charco ou do Chapadão terá inicio no Centro de Visitantes a ser implantado junto ao Centro de Pesquisa, na antiga Fazenda Santa Rita. Após superar um trecho com declividade acentuada por entre uma porção de mata, a trilha segue por áreas de campo, até o Chapadão, com cerca de 2.000 metros de altitude e grande beleza cênica, por onde se caminha em direção ao noroeste até a Serra da Careta. São ao todo sete quilômetros de trilha, com diferentes graus de dificuldade, mas que exigem do visitante condicionamento físico.

F. Trilha das Araucárias: Essa trilha terá inicio a partir do Centro de Visitantes a ser implantado junto ao Centro de Pesquisa, e permitirá o acesso do público em geral, não havendo declividade acentuada ou qualquer outro fator limitante. São cerca de três quilômetros de extensão por entre o bosque de araucárias, localizado às margens do rio Santo Agostinho. A trilha percorrerá a margem esquerda do rio e passará, em sua maior parte, próximo à divisa do PESP. É o local mais propicio para se conhecer a Floresta Ombrófila Mista, que é uma das características únicas do PESP, sendo a única unidade de conservação a proteger esse tipo de ambiente em Minas Gerais.

Pelo acesso facilitado, e proximidade com o centro de visitantes proposto, sugere-se que esse atrativo seja implantado prioritariamente, junto com os demais indicados como prioritários, a saber, atrativos da serra do Papagaio e do Pico do Garrafão.

G. Vias de escalada na Serra do Papagaio: esses atrativos fazem parte do complexo da Pedra do Papagaio. Para desfrutar das vias de escalada da Pedra do Papagaio os visitantes acessarão o Parque a partir da Trilha do Camping da Tati, que dá acesso fácil ao conjunto de vias. Já para a prática de escalada na Pedra Redonda, localizada também na Serra do Papagaio, os visitantes poderão utilizar tanto o acesso pelo Vale do Matutu quanto pelo Vale dos Garcias.

PROCEDIMENTOS PARA GESTÃO

• Serão permitidas atividades de pesquisa, monitoramento ambiental, visitação educativa e recreativa, e fiscalização;

• As atividades de uso público e recreação deverão ser de baixa intensidade;

• As trilhas deverão estar bem demarcadas, através da utilização de placas, evitando a dispersão dos visitantes e o pisoteio inadequado dos campos de altitude;

• As placas interpretativas deverão ser fixadas em locais estratégicos, possibilitando o melhor entendimento da paisagem, e favorecendo a contemplação dos recursos naturais relevantes para a sensibilização ambiental, sempre em harmonia com a paisagem. Preferencialmente deverá utilizar madeira plástica para as placas de sinalização.

• O PESP deverá estabelecer parceria com os proprietários do entorno, onde se iniciam as trilhas propostas, para o correto uso e manejo da área;

• Não será implantada infra-estrutura de pernoite na área do PESP e não será permitida a pernoite no Parque;

• Serão permitidas travessias curtas, de um dia de duração, desde que o visitante entre na trilha a tempo de percorrê-la, saindo do Parque no final do dia;

• As trilhas devem prever locais de parada para descanso e contemplação, permitindo que os visitantes desfrutem das belezas naturais do Parque;

• O PESP deverá implementar um eficiente Sistema de Gestão da Segurança para evitar riscos ao visitante, especialmente nos locais de maior declividade, conforme detalhado no documento de diagnóstico do uso público;

• A atividade de escalada somente ocorrerá com o acompanhamento de um condutor membro de alguma associação especializada, ou por alguma operadora privada credenciada pelo PESP;

• As associações de condutores ou operadoras deverão obrigatoriamente implementar um Sistema de Gestão da Segurança para a atividade de escalada, demonstrando o direcionamento de esforços para assegurar a integridade dos visitantes e da administração da unidade de conservação;

• Para a prática de escalada o visitante deverá assinar um Termo de Conhecimento dos Riscos;

• Os equipamentos utilizados deverão ser certificados e estar em perfeitas condições de uso, devendo ser apresentados ao PESP documentos que atestem a observação • ividade de cavalgada no interior do PESP até a revisão

• everão ser orientados

• ntes adentrar nos campos e florestas adjacentes e

-se a fragilidade do ambiente e os riscos de

• erá ser permanente

e intensificada nos fins de semana, feriados e férias escolares; dessa norma;

Não será permitida a at desse plano de manejo;

Os equipamentos e atividades de interpretação e recreação d para facilitar a compreensão e a apreciação da área visitada; Não será permitido aos visita

localizados na zona primitiva;

Poderão ser instalados sanitários secos nas áreas vocacionais mais distantes do Centro de Visitantes, respeitando

contaminação dos cursos d’água;

• Não será permitido o uso de sabonetes e shampoo nos cursos d’água;

• Não será permitida a duplicação de trilhas no caso de áreas já erodidas ou atoleiros; A fiscalização ao longo das trilhas de acesso dos visitantes dev

PROCEDIMENTOS PARA GESTÃO (Continuação)

• Os focos de erosão nas trilhas deverão ser recuperados; • Os visitantes deverão trazer de volta todo o lixo produzido;

• Não será permitido o transito de veículos tracionados para esporte no interior do PESP, sendo permitido apenas veículos oficiais com fins de fiscalização, salvamento, pesquisa, monitoramento e combate a incêndios;

• As atividades de canionismo só serão permitidas com fins científicos, desde que atestada a sua relevância para o PESP, até que estudos específicos sejam realizados para estabelecer a viabilidade da pratica dessa atividade;

• Será proibido implantar trilhas, acessos ou estradas em regiões com substrato rochoso susceptível à erosão.

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