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Abordagem sugerida aos membros do MPF

2. Articulação obrigatória e pactuada

2.2. Aspectos relevantes

2.2.6. Abordagem sugerida aos membros do MPF

Guias Orientadores Técnicos das Diretrizes Obrigatórias

a. Reuniões Técnicas temáticas, com o apoio de peritos com qualificação interdisciplinar (podendo ser composta por peritos do Ministério Público e peritos de instituições do ensino superior da bacia por meio de parcerias)86, com gestores multissetoriais e mul- tiníveis, incluindo gestores de recursos hídricos, ambientais, urbanos, de saúde publica, laboratórios credenciados, prestadores de serviço de saneamento, Comitês, Conselhos de Recursos Hídricos, ANA, agên- cias de bacia, Ministério da Saúde, e usuários para identificar os seus principais desafios no avanço da melhoria da qualidade e quantidade das águas e garantia do fornecimento de água segura à população.

b. Construção, em reuniões técnicas com assessoria peri- cial interdisciplinar qualificada, dos Guias de Orientação Técnica (Anexos 5, 6 e 7) para o avanço na gestão das águas e efetivação do enquadramento na bacia de atuação, considerando os diag- nósticos, prognósticos e estudos disponíveis sobre a bacia, in- cluindo os de risco, vulnerabilidade e criticidade, elaborados pela ANA, agências e gestores multissetoriais, e por pesquisadores de instituições de ensino superior, conforme especificado no Guia.

c. Com apoio dos Guias de Orientação Técnica, realizar o ma- peamento do status da Governança Articulada da Bacia de Atuação

85 Ver Capítulo 3 as Recomendações para a Criação, Conservação, Ampliação e Manutenção das Áreas de Preservação nos Programas de Efetivação do Enquadramento.

86 Conforme parceria com Instituições de Ensino Superior nas abordagens de atuação sugeridas no Capítulo 1.

considerando: as competências legais e instrumentos das políticas ambiental, de gestão de recursos hídricos, urbana, de saúde e sane- amento; especificação dos nomes e contatos dos atuais responsáveis nas bacias por cada uma das competências legais; identificação de desafios, entre os quais inclui-se a falta de responsável pelo ins- trumento legal ou articulação entre instrumentos intersetoriais e desafios para a devida transparência e participação.

Construção de Termos de Compromissos entre os Gestores e MPF a. Reuniões técnicas temáticas, com participação interdisciplinar de especialistas (podendo ser composta por perito do Ministério Público e peritos de instituições de ensino superior da bacia), sobre os guias e apresentação aos gestores, agências, comitês e conselhos multissetorial e multinível, bem como aos prestadores de serviços de saneamento, para orientá-los, convidando-os ao diálogo, para a identificação dos principais desafios e dos problemas da bacia, para a adoção de compromissos obrigatórios progressivos de avanços com o MPF e com o MP estadual.

b. Promover medidas com vistas à integração da licença ambien- tal e outorga, sob o binômio qualidade-quantidade das águas, exigindo e incentivando a integração do sistema de informação da outorga e licenciamento, considerando a Resolução Conama nº 237/1997 e Resolução CNRH nº 65/2006, bem como a produção, disponibilização e acesso de informações adequadas à efetivação das metas.

c. Promover e incentivar ações com vistas a implementar e a melhorar os Sistemas de Suporte à Tomada de Decisão com base em metodologias multicritério, ampliar as informações qualificadas da bacia para a gestão das águas e dos mecanismos de controle social.

d. Buscar estudos acadêmicos que identifiquem e caracterizem os poluentes das atividades de impacto da bacia para definir mecanismos de planejamento e controle efetivos, a exemplo da identificação dos principais princípios ativos de agrotóxicos, se na bacia a atividade

agrícola for dominante entre os usuários.

e. Colaborar com a disponibilização de informações atualizadas, como estudos técnicos, peças processuais, inquéritos civis, recomenda- ções administrativas, atas de reuniões técnicas e resultados dos guias e mapeamento do status de governança da água da respectiva bacia de atuação na Rede Digital e Boletim das Águas do Projeto Conexão Água.

f. Promover e incentivar ações para a conservação, recuperação e ampliação das áreas destinadas à preservação visando à garantia da qualidade e quantidade das águas, e incluir diretrizes de limites de intervenção e supressão da vegetação associadas às metas de qualidade das águas.

g. Zelar pela aplicação da compensação ambiental na bacia, de acordo com as prioridades para a melhoria da qualidade e quantidade das águas e para a conversão de multas ambientais em pagamento por serviços ambientais, instigando a implementação de projetos de preservação e conservação na bacia e efetivação do enquadramento.

h. A partir dos guias e da adoção de compromissos obrigatórios, adotar ações estratégicas extrajudiciais, incluindo recomendações administrativas e inquéritos, quando necessário, sempre tendo em conta a gestão descentralizada, que considere os aspectos socioeco- nômicos e técnicos da bacia.

Articulação da Gestão

a. Identificar com os gestores multissetoriais, com base no flu- xograma 1 ciclo de gestão, o estágio de cumprimento das diretrizes de enquadramento para as licenças, outorgas, sistema de informação, cobrança pelo uso da água, áreas de preservação, planos de sanea- mento, programas específicos dos mananciais e para a implementação da Portaria MS nº 2.914/2011 na gestão de riscos no abastecimento.

b. Identificar com os gestores o estágio de cumprimento da ar- ticulação de informações e procedimentos, incluindo manifestações prévias para outorga e licenciamento previstos na Resolução CNRH nº 65/2006. Identificar os desafios para o cumprimento da Resolução e reais resultados em termos de qualidade e quantidade das águas.

c. Identificar com os gestores e agências multissetoriais as deficiências dos sistemas de informação para cumprir com o enqua- dramento, em especial, quanto ao seguinte: pontos de coleta, banco de dados, sistema de suporte ao processo de tomada de decisão, frequência de violação dos parâmetros, parâmetros monitorados, incorporação de variáveis hidrológicas, disponibilização e acesso às informações. Verificar como é possível suprir essas deficiências, considerando a realidade socioeconômica da bacia.

d. Estabelecer, diretamente e por meio da assessoria pericial e da gestão da comunicação, canais permanentes de comunicação com os gestores ambientais, de recursos hídricos, agência e secretaria de vigi- lância sanitária, prefeituras e prestadores de serviços de saneamento, para oferecer apoio ao cumprimento das diretrizes do enquadramento.

Abastecimento e Risco

a. Definir, entre as prioridades de atuação, o controle de quali- dade das águas utilizadas para o abastecimento nas bacias críticas.

Exigir das prestadoras de serviço de saneamento: a observância da divulgação de informações mensais e anuais ao consumidor, de forma clara, quanto ao atendimento aos parâmetros de potabilidade, devendo indicar processos de tratamento utilizados e condição final de qualidade das águas, transparência das informações, elaboração e implementação com acompanhamento do Comitê de Bacia dos Planos de Segurança da Água, com barreiras múltiplas, salvaguardas sentinelas, para toda a bacia.

b. Promover estudos e reuniões técnicas para identificar pos- síveis riscos à saúde do consumidor decorrentes da violação de parâmetros do enquadramento.

c. Incluir nas metas, monitoramento e controle da poluição todos os parâmetros capazes de prevenir, monitorar e controlar os impactos identificados na bacia, ainda que tais parâmetros não es- tejam previstos taxativamente na Resolução Conama nº 357/2005 e Portaria de Potabilidade nº 2.914/2011.

d. Elaborar relatórios e/ou notas técnicas sobre os riscos à saúde identificados na bacia de atuação, aproveitando-se dos resultados do Projeto Conexão Água e atuar de forma articulada pela inclusão de parâmetros de riscos nas metas de qualidade das águas e parâ- metros de potabilidade, ainda que não previstos pela legislação.