• Nenhum resultado encontrado

Quem é o empreendedor?

2.3 Plano de Negócios

2.3.4. Conteúdo do Plano de Negócios

2.3.4.8. Aspectos Financeiros

Parte fundamental na apresentação de um plano de negócios, os aspectos financeiros referentes a empreendimento compreendem os custos e necessidades de capital.

Na obra de Longenecker, Moore, Petty (1997), é afirmado que é na análise financeira que são feitas as projeções das demonstrações financeiras da empresa, que incluem balanços, demonstrações de receitas e de fluxos de caixa, e análise do ponto de equilíbrio.

29

Para muitos empreendedores, a parte financeira do plano de negócios é a que gera maiores dificuldades. Isto ocorre, pois, tudo o que foi escrito até agora no plano de negócios deve refletir através de números, incluindo investimentos gastos com marketing, despesas com vendas, gastos com pessoal, custos variáveis e fixos, as projeções de vendas, análise de rentabilidade, entre outros. Após alguma prática e um período de convivência, torna-se mais simples e ágil, mas ainda assim de forma trabalhosa (DORNELAS, 2001).

Degen (1989), ainda ressalta a importância da análise financeira de modo que ela seja construída de forma clara, através de dados e da própria descrição do negócio, para que futuramente não surjam dúvidas com a capacidade de arruinar todo o plano.

Para Dornelas (2001, p.162), o sucesso de um novo negócio depende muito da capacidade de administrar financeiramente, visto que são constantes as crises que vem atingindo a economia. Em um cenário turbulento, cheio de incertezas, o acompanhamento das finanças de uma atividade pode ser a diferença entre tomar decisões acertadas ou não.

a. Investimentos Fixos

De acordo Com o Sebrae (2007), investimento fixo é o capital necessário para montar a infra-estrutura do negócio, como por exemplo, reformas, equipamentos e mobília.

Buarque (1984) cita alguns aspectos relacionados para serem incluídos neste item, que são necessário a implantação do negócio e ao início de suas atividades.

Gastos legais com taxas, impostos, registros, etc.;

Custos com reformas;

Valores de equipamentos e máquinas a serem adquiridos para uso direto ou indireto na empresa;

Orçamento dos gastos na compra de móveis, utensílios e veículos que serão utilizados;

Definição de uma margem de erro a orçamento, calculada usualmente como uma percentagem da soma dos investimentos fixos, e que varia de acordo com a experiência existente sobre este tipo de projeto.

Nesta etapa devem estar inclusos todos os custos relacionados as instalações e tarefas necessárias ao funcionamento total da empresa.

b. Depreciação

30

A despesa decorrente do desgaste de bens, que acontece com o passar do tempo, é a depreciação, que sugere que os produtos vão perdendo sua eficiência. Sua contabilização perante o imposto de renda não é obrigatória, porém é indispensável para que a empresa torne seu lucro ou prejuízo próximo da realidade (IUDÍCIBUS e MARION, 1994).

Destacando a importância da depreciação, Woiler (1996, p.165) define que a depreciação tem papel importante na análise econômica do plano de negócio, porque é um custo fictício que se pode abater do imposto de renda. Ou seja, na realidade a depreciação é uma fonte de recursos em termos de caixa .

Samanez (2002, p.311) define em sua obra que a legislação fiscal define as regras para depreciação, baseada em taxas determinadas pela Secretaria da Receita Federal . Podemos citar alguns exemplos:

Tipo de imobilizado Taxa de depreciação Vida útil estimada

Prédios e construções 4% 25 anos

Máquinas e equipamentos 10% 10 anos

Veículos 20% 5 anos

Móveis e utensílios 10% 10 anos

Instalações em geral 10% 10 anos

Ferramentas (alicates, facas etc.) 20% 10 anos

Microcomputadores 20% 5 anos

Quadro 3: Taxas percentuais de depreciação.

Fonte: Samanez (2002)

Conceitualmente, a soma dos valores dos bens e serviços consumidos e aplicados na obtenção de um novo bem ou serviço pode ser considerado como os custos e, se compõem da soma dos fatores aplicados no processo produtivo e de funcionamento da empresa, seja uma indústria, comércio ou prestadora de serviços.

Os custos podem ser classificados em custos fixos, variáveis e semi-variáveis. De acordo com Woiler (1996), os custos fixos são aqueles independentes do volume de produção, assim como: imóveis, maquinarias, equipamentos, gastos com edificações, dentre outros. São custos não envolvidos diretamente com a produção.

31

Os custos variáveis, considerados também custos de atividade são aqueles envolvidos diretamente no processo de produção. Neste grupo incluem-se os gastos com energia elétrica, água, telefone, matérias-primas, entre outros.

Também, quando os gastos não possuem uma utilização contínua na produção, os custos são classificados como custos semi-variáveis.

c. Receita

Segundo Buarque (1984, p.105), as receitas do projeto são o fluxo de recursos financeiros (monetários) que o mesmo recebe em cada ano da sua vida útil, direta ou indiretamente, graças às suas operações . Ao avaliar o preço do serviço ofertado, Dolabela (1999) sugere que seja levado em consideração o preço dos concorrentes.

Para Casarotto (1998), para efeito de análise do investimento, as receitas adicionais decorrentes de uma nova empresa ou de um novo equipamento normalmente são apenas as operacionais, ou seja, o produto do aumento de produção pelo preço unitário.

d. Fluxo de caixa

Entre os instrumentos gerenciais o fluxo de caixa é certamente o mais conhecido. O objetivo primordial desta ferramenta é possibilitar a gestão do caixa.

O fluxo de caixa representa a previsão (ou seja, projeta-se para o futuro), o controle e o registro da movimentação dos recursos financeiros durante um determinado período. Sendo assim, pode-se dizer que assume caráter de planejamento financeiro.

O fluxo de caixa envolve todas as entradas e saídas de caixa da empresa. Sanvicente (1983) afirma que o fluxo de caixa reflete o capital gerado pela atividade da empresa e seu destino, se o dinheiro é distribuído para o pagamento dos credores ou se é destinado aos acionistas da empresa.

Num negócio novo, as entradas e saídas de caixa são de difícil estimação, os valores são de difícil projeção e os riscos são iminentes. A fim de minimizar falhas, Degen (1989) recomenda algumas técnicas auxiliares: - fazer análise da sensibilidade do fluxo de caixa; - projetá-lo e; - controlar a contabilidade.

e. Lucro

O lucro de uma organização nada mais é do que os rendimentos resultantes do capital nela aplicado. Trata-se da diferença entre as receitas e as despesas. Porém, o lucro é uma

32

terminologia bastante ampla, aparecendo de várias formas nas demonstrações contábeis de uma organização, como: lucro bruto, lucro operacional, lucro antes do imposto de renda, lucro depois do imposto de renda e lucro líquido.

f. Margem de contribuição (Lucro Bruto)

A diferença entre o preço de venda (100%) e a soma das despesas variáveis com os custos variáveis resulta na margem de contribuição ou lucro bruto. Esta é a única parcela disponível, mas seu uso prioritário é pagar os custos fixos (MORÁS e HESS, 1999).

Através da margem de contribuição pode-se calcular, posteriormente, o ponto de equilíbrio, ou seja, o faturamento mínimo necessário para que a empresa não tenha prejuízo nem lucro.

g. Ponto de Equilíbrio

A análise do ponto de equilíbrio é uma técnica que estuda as relações existentes entre os custos fixos e variáveis e o lucro de uma empresa. Por meio dessa análise é possível identificar exatamente o ponto em que as vendas totais de uma empresa serão suficientes para cobrir os seus custos totais, equilibrando, portanto a relação entre receitas e custos (PORTER, 1989).

Para Martins (1995), o ponto de equilíbrio nasce da conjugação dos custos totais com as receitas totais, e é importante observar que cada vez que ocorre uma alteração no valor dos custos e despesas fixos, o que resultar de acréscimo percentual sobre esse total redundará em igual aumento percentual sobre o ponto de equilíbrio. À medida que o volume de operações se deslocarem acima do ponto de equilíbrio surgirá lucros crescentes, abaixo desse ponto ocorrerão prejuízos cada vez maiores (BRAGA, 1989).

De acordo com o SEBRAE/SC (2004), a fórmula do ponto de equilíbrio é a seguinte:

PE = Custos fixos mensais 1- Custos variáveis Faturamento

h. Lucratividade, rentabilidade e taxa de marcação.

De acordo com informações fornecidas pelo SEBRAE/SC (2004) a lucratividade determina a parcela das vendas, em termos relativos, que representa o lucro do negócio.

33

Lucratividade = Lucro líquido x 100

Vendas

A rentabilidade indica o retorno dos recursos totais investidos no empreendimento e pode ser calculada por meio da seguinte fórmula:

Rentabilidade = Lucro Líquido x 100

Investimento total

Já a taxa de marcação representa o percentual da majoração sobre o custo unitário.

Representa os custos de comercialização mais lucro desejado, com cobertura de parcela dos custos fixos e é utilizada no comercio. A taxa de marcação pode ser calculada através da seguinte fórmula:

TM = [100 (IC+ML)]/100 Onde:

IC Índice de comercialização.

ML Margem de lucro.

Documentos relacionados